Rui Correia
Escutava com muita atenção hoje na tsf um homem a perorar contra a esquerda do Brasil. Dizia que foi a esquerda quem levou o país à ruína. Falou de corrupção.
Não foi, não.
O que fez e faz com que tantos países adiram agora aos extremismos ultranacionalistas de direita (SVP na Suiça, o PPD dinamarquês, o Finns da Finlândia, Norbert Hofer na Áustria, Geert Wilders na Holanda, Le Pen, Mateusz Morawiecki na Polónia, Orban na Hungria, Trump, Bolsonaro…) não é, nunca foi, a corrupção.
Foi algo muito mais potente do que a corrupção.
O que põe o Brasil nas mãos de um alucinado é a aflição de não haver esperança num futuro melhor. A poesia como espécie em extinção.
Sempre existiu uma forma simples de esmagar o ultranacionalismo como impostura vigarista e barata que sempre foi e é.
A solução esteve sempre em saber escutar com atenção aqueles que agora chamamos “descontentes”, eufemismo horrível.
A única forma de parar com os “descontentes”, é perceber o que põe “descontentes” os “descontentes”. E o que os põe “descontentes” é – será sempre – o mesmo de sempre.
É não terem
A educação gratuita.
A saúde gratuita.
A segurança gratuita.
A justiça cega e gratuita.
A mobilidade gratuita.
A segurança social gratuita.
A cultura gratuita.
A transparência tributária.
Como debelar a actual crise de valores? Tendo valores. Recordar que a utopia não é construir castelos no ar. As utopias exigem pés bem assentes na terra. É preciso saber gastar o que temos onde precisamos. Com pragmatismo democrático. Utópico se assim o quisermos.
É regressar ao ponto de partida: através do investimento, tornado premente e obsessivo, de todas as economias que tenhamos e façamos, em serviços públicos.
Não foi, como ouvi antes, a esquerda a esquecer-se de ser de esquerda ou a direita a esquecer-se de ser de direita. Foram os “democratas” que tomaram a democracia por garantida.
Importa fazer regressar a poesia, que é coisa prática e diligente.
“É preciso saber gastar o que temos”
Tão perto, mas tão longe… Não é uma questão de dinheiro (e portanto de custo), mas sim de alocação de recursos disponíveis na moeda que o estado controla.
A impressora está de momento em serviço na Venezuela.
Haja esperança de que possam dispensá-la…
Na Venezuela, no ECB, no BOJ, seja lá qual for o banco central da China… muito fraquinho.
Além de que a Venezuela emite dívida em moeda estrangeira, homem. Claro que não há controlo sobre a inflação.
Comentário típico de quem não sabe o que se anda, há anos, a passar no sistema financeiro global.
Além do mais, saiba que as impressoras deixaram de ser necessárias. O dinheiro impresso, em proporção, é pouco mais que marginal. É justamente um dos grandes problemas apontados, por exemplo, por Paul Samuelson: o controle da “moeda invisível”.
A propósito: se encontrar a impressora das “bitcoins”, diga. E a da Caixa. E a do BCP. E a do Santander. E a da “Goldman Sachs”. E etc…
Aliás tem sido a única forma de “vender” a valorização de ativos que ninguém sabe o que representam e que, na opinião desses vígaros em que V. Exa. acredita, justificariam a transformação da Segurança Social num “sistema de capitalização”.
Não tenho acompanhado a política externa, quase nenhuma, de nenhum país, porque entendo que devo estar bem mais atento ao que se passa dentro de portas. E do Brasil também só tenho ouvido falar de Bolsonaro.
Mas quando penso que se Lula não tivesse sido preso arbitrariamente (diz-se até que em nenhum país da Europa estaria preso sem provas e meramente em “indícios”) e que nestas eleições seria logo eleito na primeira volta, e que na sua ausência e não podendo votar nele o povo brasileiro escolhe, estranhamente, um aspirante a ditador, isto faz-me ir buscar uma explicação ao futebol.
Pinto da Costa, depois de dois anos seguidos sem ganhar qualquer troféu, decidiu escolher o espanhol Lopetegui para treinador: Explicou depois em entrevista que escolheu-o porque: “Eu tinha de mudar qualquer coisa”.
O problema foi que, só mais tarde tenha percebido que fez mais uma escolha errada. Acho que é isso que os brasileiros querem, que “mude alguma coisa”. O problema será se, afinal, ainda mudarem para pior!
Rui Correia…
Que fiasco o teu comentário.
Percebe-se que não moras no Brasil e como tal é muito fácil falar asneiras.
É justamente o contrário, por ter ESPERANÇA é que votamos no Bolsonaro.
Foram 56 MILHÕES de pessoas que votaram no Bolsonaro.
Este número dá mais de 5 “Portugal”!!!!!
É muuuuuita gente!!!!!!!
O opositor esquerdista do PT e “poste” do presidiário Lula, teve 20 MILHÕES de pessoas.
A Dilma (PT) perdeu ao Senado em Minas Gerais.
O Suplicy (PT) perdeu ao Senado em São Paulo.
Pimentel (PT) perdeu para o governo em Minas Gerais.
Muitos políticos novos foram eleitos pelo PSL
*partido do Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro pelo PSL (filho de Bolsonaro) teve 2 milhões e 800 mil votos para Deputado Federal pelo Rio de Janeiro.
A maior votação no Brasil até hoje!
Janaína Paschoal do PSL teve 2 milhões de votos em São Paulo para Deputada Estadual.
A maior votação para um Deputado Estadual até hoje no Brasil.
A Joice teve 1 milhão de votos para Deputada Federal em São Paulo.
Minhas candidatas ganharam exemplarmente!
O povo quer MUDANÇAS!!!!!!
Tem ESPERANÇA!!!
Quer a volta de valores!
De respeito!
Chega desta corja que saqueou o Brasil em 13 anos no poder!
Chega de um bandido ladrão mor deste país dar as ordens embora esteja preso desde abril/2018.
Basta! O Brasil acordou!
Graças a Deus!
Grato por me ter lido. Nunca quis que perdesse tempo com os meus fiascos. Mas se ler menos apaixonada talvez perceba que nem discordo muito de si. Em todo o caso o que escreve, e que me interessou muitíssimo, ilustra com precisão tudo o que eu quisera dizer. (Eu fico-me mesmo por aqui, sim? Não é falta de civismo. Perdi energia para discussões online).
É: “respeito” e “valores” é precisamente o que me ocorre quando penso em Jaír Bolsonaro.
https://youtu.be/ghCP4r-hzYI
Teria que se pôr 50 milhões no divã do psicanalista para procurar entender.
Fico à espera do, certamente brilhante, desempenho do futuro ministro da cultura Alexandre Frota lá em Brasília. Aliás, a experiência que ganhou em alguns filmes que fez, nomeadamente onde entravam umas duplas com seio pequeno e umas pilas de plástico, a fazer de homem, vai ser muito necessária para aguentar a “barra pesada” da vida parlamentar…
Alexandre Frota é do PSL, não é? Do “Partido Bolsonaro”, não? Presumo que também abomine “gajos de bigode” que andam pendurados em homens, não?
óh Elsa, vais presa? Não, vou dormir como Chefe! Ui, tão bom, quanto mais me bates mais gosto de ti. A sério. Conheço o
” género”… é ” péssoal” que aDorrra ” VESTIRRE DE VERRDE E AMARELO”, no Seu Porrrtugal! Baterr no Peito e BERRAR QUE AMA O ” SEU BRASIU”! Klasse é com Eles e Elas. é vêlos a passear por aí!
E aDorrra comprá vinho no Korrrte Iglès! ó serrá na Garrafeirra Nacionau? Gente boa! Claro . E até prá ” matar” Saudades vê/ ouve o Chico o Caetano, Gil, etc… esses, PETISTAS DO CARALHO! NÈ? Mas isso ELES NÃO ” CONTAM PRA NINGUÊM NÊ”? ÓH PÁ, VERGONHA SE SEU
BOLSONAR- KO SABE !! AINDA OBRIGA Á GENUFLEXÃO LÁ NA IURDE!DASS.
Já agora: quantos votos teve o Frota? A Joice não terá beneficiado do encosto? Ai que boa a vida lá no PSL! Graças a Deus!
Imaginar que 49 milhões de eleitores (49.275.358), mesmo num País com 130 milhões de potenciais eleitores, votaram em Jair Bolsonaro, só pode deixar qualquer pessoa, no mínimo, intrigada.
É tão óbvio que a falência moral e política do Brasil deixou atrás de si um rasto de destruição social e económica, que qualquer populista com um discurso radical como o de Bolsonaro, só pode ter milhões de adeptos, não pela simpatia que ele granjeia, mas pela repulsa que os outros acabam por merecer. O que faliu no Brasil foi a política. Foram as respostas aos problemas das pessoas, de uma forma ou de outra. Os ricos e abastados pela sua insegurança, os pobres pela crise económica, pelas desigualdades, desempregados (13.000.000)
A falência da Social Democracia é à escala global, diga-se. Eu diria mesmo que a Social Democracia que veio no início do século passado, para combater a usura do capitalismo e o sectarismo do comunismo, se deixou corromper em toda a linha. Safam-se os países do Norte da Europa. Só que em países muito desiguais, como o Brasil, os Estados Unidos, as Filipinas, a Argentina, África do Sul, etc, essa falência gera paixões e ondas de rejeição muito fortes.
Mesmo que Bolsonaro perca, a bipolarização levará o Brasil ao caos. E aí temo bem que os militares reentrem de novo em cena. Ou seja, temo que vença quem vencer, o Brasil estará de novo a ferro e fogo.
No que concerne à corrupção, digamos que ela está no ADN da maioria dos humanos. Ela não é de esquerda nem de direita.
A língua de pau é a grande derrotada no Brasil. E não só por lá.
Antes bruto que treteiro – talvez seja o ganho do Bolsonaro.
Dito por quem idolatra Cavaco…
Já se cá sabia que V. Exa. prefere os brutos. Não precisava de o dizer…
E quanto à poesia, não faltará a dos ‘sempre vitimados’ pelos horrores ‘fascistas’.
Para este comentário, não tenho resposta. Sendo V. Exa., a avaliar pela sua produção por aqui, um notavel poeta, deve estar bem informado.
Aliás, acaba de ser divulgada a notícia: V. Exa. obteve o título de DPT (Dono da Poesia Toda)! É uma autêntica ode a tamanha inspiração!
Que pena que, logo este ano, não haja Nobel da Literatura! Cá p’ra mim, isto foi de propósito. Os gajos nunca foram à bola com a língua de Camões! Ao sentirem-se entalados pela obra de V. Exa. logo adiaram a coisa. Mas isto não vai ficar por aqui!