Lamento, mas não compro a narrativa sobre a demissão de Paulo Dentinho. Nem por sombras. Já há muito que me surpreendia a tolerância que parecia haver, por parte do director de informação, à vertiginosa descida da RTP no que respeita a uma equidade mínima na informação, no modo como ia fenecendo o sentido ético e deontológico que ainda por lá restava. E falo de surpresa porque, apesar de tudo, não considero Dentinho dos piores, longe disso.
Situações que vão ocorrendo, tratadas de modo inqualificável pela estação – as eleições brasileiras, por exemplo – , provavelmente terão levado ao limite o sentido de decência que resta a Paulo Dentinho. As pressões devem ser tremendas e a malta do Observador vai afiando o dente, já que não lhe chega o Dentinho. As explicações públicas tresandam a arranjo patrocinado pela entidade patronal. Quem quiser que acredite.
Sempre que o coral do corretês esquerdalho não é o único sound byte, as queixinhas multiplicam-se.
Sempre que o único soundbyte não é a TINA, lá sai o Menos da gruta.