Ignorância, ódio e instrumentalização do medo: Bolsonaro, o Messias da violência

A Vice arriscou-se pelos covis do fascismo que alimentam a ascensão do próximo ditador da América Latina.

O elogio da tortura e a exaltação da violência, o fundamentalismo religioso acéfalo (passo a redundância), a cultura da ignorância e da desinformação e o ódio contra minorias e instituições democráticas atravessam os 25 minutos deste curto, mas esclarecedor documentário.

Existem negros que defendem o candidato racista. Negros que culpam negros pela escravatura. Um homossexual, seu apoiante, apesar do discurso profundamente homofóbico, que afirma que ser gay e apoiante de Bolsonaro é “remar contra a maré”. Uma jovem que entende que Bolsonaro “é um grande apoiador das mulheres”, apesar de afirmações contundentes do candidato, como aquela em que referiu que ter uma filha foi uma “fraquejada”, ou aquela outra em que referiu que “Não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário”. Será interessante, porém triste, vê-los colher o que estão a plantar.

E depois temos o medo. O medo da violência que caracteriza o dia-a-dia das grandes cidades, e que serve como pretexto para uma sociedade ainda mais armada, mais instável, mais propensa ao derramamento de sangue. Este medo, juntamente com a demonização das minorias e o fanatismo religioso, mergulhará o Brasil numa longa noite de desconfiança, caça às bruxas e violência. Justificará a abolição de liberdade e direitos, a perseguição de quem não aceita a cartilha fascista e a implementação de um regime que sufocará a frágil democracia brasileira. E muitos dos que agora o apoiam pagarão um preço muito elevado.

Comments

  1. Manuel says:

    Aventando ódio da esquerdalha.

  2. Fernando Manuel Rodrigues says:

    “mergulhará o Brasil numa longa noite”.

    Porque actualmente vive um dia lindo, com um sol radioso… E se se deixasse de balelas? É por estas e por outras que o Bolsonaro vai ganhar.

  3. Fernando Manuel Rodrigues says:

    O melhor que a esquerda tinha para apresentar era um candidato condenado por corrupção e preso. Como (logicamente) esse candidato foi impedido de se candidatar (seria o descrédito completo se ele se tivesse candidatado) arranjaram um “candidato sombra” que basicamente prometia que, caso fosse eleito, o “putativo candidato presidiário” seria o efectivo Presidente.

    Obviamente que a maioria da população rejeitou liminarmente. Mas a cegueira ideológica e fundamentalista que impera nas hostes de pêtistas e apaniguados continua no seu discurso negacionista, dingo de um divã psiquiátrico. E depois v~em agitar fantasmas do “diabo que aí vem” (um “filme” que nós portugueses tivemos oportunidade de assistir ainda há pouco tempo).

    Mas a caravana segue, indiferente. Domingo, o povo, QUE É SOBERANO por muito que isso custe a certos “democratas” (mas só quando dá jeito) decidirá, com o seu voto, quem será o próximo Presidente. E a esquerda deverá aprender a lição (se for capaz e tiver a humildade de reconhecer os seus erros – o que eu duvido).

  4. Com Bolsonaro, teremos a sombra negra do regresso ao passado recente :

    http://casadetortura.blogspot.com/search/label/Tortura%20no%20Brasil

  5. a implementação de um regime que sufocará a frágil democracia brasileira. -> Não terá sido o lulopetismo que sufocou a frágil democracia brasileira

    • João Mendes says:

      A democracia brasileira sempre foi frágil. Mas desde os tempos da ditadura militar que não se via um presidente tão agressivo e segregador, rodeado de personagens absurdas como a ministra do pé de goiaba. O PT causou danos profundos na sociedade brasileira, mas não se lhe conhece uma agenda de ódio, discriminação e perseguição.

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