João Rodrigues Cabrilho é português

João Rodrigues Cabrilho, Montalegre, Portugal. Fotografia: Bruno Santos

 

MOÇÃO

João Rodrigues Cabrilho é português

No dia 28 de Setembro, realizou-se em S. Diego, Estado da Califórnia, dos USA, o tradicional Cabrilho Festival que já vai já na 55.ª edição. Nele se concentram delegações oficiais de Portugal, Espanha, México e Estados Unidos pelas razões de Cabrilho ser português, explorar a costa da Califórnia a expensas dos reis de Espanha, a sua armada de 3 barcos partir do México e descobrir a costa da Califórnia respectivamente.

A delegação espanhola no referido Festival, numa atitude estranha e nada cordial, aproveitou a oportunidade para colocar uma coroa de flores no sopé da Estátua de Cabrilho em Point Loma, local onde se faz a encenação da chegada de Cabrilho à baía de S. Miguel, rebatizada de San Diego. 

A dita coroa foi depositada, segundo declarações dessa delegação, para prestar homenagem ao navegador considerando-o natural de Palma del Rio, Córdova, de Espanha, como resultado dum estudo apresentado por uma investigadora do Canadá, de nome Wendy Kramer.

O acto, complementado pela delegação espanhola com outras diligências oficiais na cidade, suscitou reacções de vária índole e sobretudo trouxe à ribalta a antiga polémica tando do agrado dos espanhóis que sempre lhes custou aceitar Cabrilho como cidadão português. 

As razões invocadas pela sra Windy Kramer que a levou a defender a nacionalidade espanhola de Cabrilho foram analisadas pelos investigadores de Barroso e sobretudo pelo investigador João Soares Tavares que à vida e obra do navegador dedicou muitos e longos anos de pesquisa. 

Todos, e de modo mais aprofundado num artigo de opinião João Soares Tavares a publicar no Notícias de Barroso, foram unânimes em validar a tese de que Cabrilho é português, tal como é versão oficial da Academia Portuguesa de História e que os documentos apresentados pela sra Windy Kramer carecem de sustentação. 

Nestes termos, os vereadores J. A. Carvalho de Moura e José de Moura Rodrigues solicitam à Câmara Municipal que, através do pelouro da cultura, se tome uma posição em defesa dos interesses do concellho de Montalegre que sempre teve como seu o navegador João Rodrigues Cabrilho e o caso seja exposto à consideração dos responsáveis do governo nesta matéria para os efeitos que eles julgarem os mais convenientes.

Porque a inacção alimenta a distorcida mensagem dos espanhóis, as tomadas de posição sugeridas são indispensáveis porque estão em causa os superiores interesses do país.

Montalegre, 30 de Outubro de 2018

Os vereadores da Câmara Municipal de Montalegre,
José António Carvalho de Moura
José de Moura Rodrigues

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Bom texto. Um pouco de História sabe sempre bem. Satisfaz-me o ego.
    Quanto aos espanhóis, nada a referir, não fosse esta forma deles agirem em circunstancias idênticas, noutros eventos.
    Não tivesse Cristiano Ronaldo abandonado o Real Madrid, e por lá ficasse, até ao ultimo dos seus dias, ainda haveríamos de ler nalguma História do Futebol que ele tinha nascido em Fuentes de Oñoro ou Ayamonte.

  2. Luís Lavoura says:

    sempre lhes custou aceitar Cabrilho como cidadão português

    Certamente que não era cidadão português. Nesse tempo nem sequer existia o conceito de cidadania.

    Pode ter nascido em território português. Mas não era cidadão.

    • Sou louco por disparates says:

      “Sim, o homem não tinha Passaporte, nem Cartão de Cidadão, logo, só podia ser apátrida! “

  3. Ana A. says:

    “…porque estão em causa os superiores interesses do país.”

    Senhores Vereadores da CMM, homens com a fibra e sentimento patriótico de V. Exas. precisão-se, para nos representarem e defenderem em Bruxelas!

    Candidatem-se nas próximas eleições europeias que eu voto em V. Exas.!

  4. Luís Neves says:

    Atendendo à data de nascimento, ao local (junto à fronteira) e ao apelido (de origem patronímica) “Rodrigues”, pode ser cristão-novo e folho de judeus espanhóis eventualmente galegos.

  5. Não era nada!
    Era folho de judeus de Lavacolhos (Fundão) é histórico.

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