A onda azul que não foi um tsunami

“House” democrata e senado republicano. Trump reforçado onde fez campanha. Mentira clara, medo e racismo vencem.

Comments

  1. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Então não foram os russos desta vez?
    Às vezes parece-me que há uma renitência dos comentadores em admitir que a sanidade dos governantes está na relação directa da sanidade de quem os elege.
    Os Estados Unidos é uma nação doente há já muitos anos e dominada por um povo ainda mais doente, levado pelos ventos da guerra, do egocentrismo, uma vontade de tudo dominar e de uma ignorância geral atroz.
    Uma nação e uma sociedade em clara decadência, mas que a que damos toda a cobertura e em que tudo é normal.
    Discordo que haja medo por parte de quem vota. Pelo contrário, os “suporters” de Trump, são como ele: arrogantes e ignorantes. Desenvolvem uma vontade clara de domínio e de isolamento por se considerarem superiores a tudo e a todos. As mesmíssimas vontades que, que no século XIX, aniquilaram nações e transformaram o país num local onde valores é palavra nula e onde o dinheiro é a nova bíblia. A isto se resume uma grande nação e repito: nunca vi nada tão parecido com a civilização romana… E terminar-se-á da mesma forma, por implosão como acontece a todas as sociedades decadentes.

    • j. manuel cordeiro says:

      Interferência nas eleições e definir o resultado das eleições são duas coisas distintas.

      • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

        Então pergunto novamente: Os russos desta vez não interferiram?
        E já agora, como se mede uma interferência?
        Isto para além da falácia usada tipo “martelo” pelos comentadores políticos pró americanos (seja lá o que for isto) que, na televisão e nas redes sociais, repetiram à exaustão que Trump ganhou por influência russa.
        Pessoalmente passo um atestado de menoridade àquela sociedade. Não tenho qualquer problema, mas recuso-me a considerá-los atrasados mentais. Por aí, não vou.
        Tal como no Brasil, Bolsonaro ganhou apoiado pelas “fake news” … Eu acho que a responsabilidade por actos políticos, e o reconhecimento da ignorância já conheceu dias muito melhores…

        • j. manuel cordeiro says:

          “Então pergunto novamente: Os russos desta vez não interferiram?
          E já agora, como se mede uma interferência?”

          Penso que terá lido as declarações do Eric Trump e do ex-advogado de Donald Trump, Rudy Giuliani. É claro para todos que houve qualquer coisa com os russos. Há também o caso da mulher russa que foi acusada no passado Outubro de ter estado a montar uma rede de interferência nas eleições intercalares. São os americanos que falam do tema, não só o pessoal dos partidos, mas também a justiça deles.

          Portanto, não vejo onde pretende chegar com a sua argumentação.

          Pessoalmente, estou-me um bocado nas tintas para o que se passa entre eles, seja do lado democrata, seja do lado republicano. Excepto que, por vezes, há coisas que lá se passam que nos afectam. Nesse caso, interesso-me. E, no caso de Trump, há muitas coisas que nos afectam negativamente. Por isso foco o que se passa nesse campo.

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            Caro J.Manuel Cordeiro.
            Concordo com o que escreve no seu último parágrafo, embora os EUA sejam, para mim, um caso menor no sentido que me marimbo completamente em tudo o que se lá passa. Que se matem, que se cozinhem, dá-me o mesmo. Mas é verdade que há coisas que se lá passam e que nos influenciam, mas apenas porque a a nossa classe política vive, há já muitos anos, subjugada aos interesses americanos.

            A minha argumentação sobre a influência dos russos, resumo-a numa frase que aqui já anunciei: não tenho qualquer problema em passar um atestado de menoridades àquela gente toda (americanos, bem entendido) , mas não lhes passo um atestado de atrasados mentais.
            Não sei o valor de eventuais tentativas para dar a volta à mente das pessoas, sejam elas russas, chinesas ou indianas. Sei que gente maior, informada e culta, não absorve patranhas ou se numa primeira fase as absorver, numa segunda sabe coá-las.
            Portanto para mim tudo o que seja feito com fake news, intromissões na web e frases em comícios políticos, têm exactamente o mesmo valor e são coisas perfeitamente normais, infelizmente, numa sociedade que não é regulada.
            O meu ponto fulcral não vai para tentativas – sejam elas quais forem – mas para a capacidade que o humano deveria ter de coar a informação e processá-la de acordo com a verdade e as suas convicções.
            E é aqui que pretendo chegar. Não há qualquer razão imaterial para que A, B ou C vençam numa sociedade onde o voto tem lugar. Há votos que representam vontades de gente que deveria ser esclarecida.
            São eles que votam.Culpabilizar uma situação por interferências, parece-me muito superficial e aponta apenas para a desresponsabilização. E neste campo, perdoar-me-á, não jogo.
            Cumprimentos.

    • Paulo Marques says:

      É claro que tentaram manipular. E, com aquelas máquinas de voto, nem é preciso muito.
      Mas o que se fala sobre 2016 é sobre conluio, que está claramente definido na lei e inclui coisas que o Júnior já admitiu no Twitter.

      Agora, a razão para os resultados, lá como cá ou noutro sítio qualquer, continua a ser a falta de futuro apresentada pelos auto-intitulados progressistas. Não é grande surpresa que percam para quem arranje empregos (mesmo que de miséria) à custa do déficit, que não paga a renda.

      • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

        Caro Paulo Marques.
        Quer maior manipulação que aquelas frases feitas “Let’s make America great again” ou o “Build the wall”, com parvalhões armados de cocares de penas na mona a bater palmas a um troglodita?. Aquela gente não vale nada.
        Manipulá-los nem vale a pena. Basta massajar-lhes o ego e eles vão por ali fora. Se lhes falar em manipulação eles ainda vão pensar que é uma masturbação…
        Experimente ver a o National Geographic, o Blaze ou mesmo o Odisseia e percebe como um conjunto de andrajosos intelectuais dominam a terra. Isto é mau demais para ser verdade, mas a mim o que mais me choca é que há gente que gosta disso. Ouvi no outro dia o Nobre Guedes falar do Brasil e puxou a conversa para os investimentos americanos (boas notícias dizia ele, no seguimento da eleição de Bolsonaro). O fulano até espumava de prazer quando falava naquilo… A sociedade está minada, absolutamente minada, pelo modo americano de condução dos assuntos, seja na City, seja no Terreiro do Paço ou no Eliseu. Fomos comidos de cebolada
        E vem-me falar das tentativas de manipulação russa ou chinesa? Olhemos o mundo como ele se nos apresenta.
        Cumprimentos.

        • Paulo Marques says:

          E você acha mesmo que 50% da América, Reino Unido, Itália, Brasil, Áustria e por aí adiante é racista, xenófobo e imperialista a ponto de votar por isso? Então porque não se orgulham os Americanos dos golpes de estado e assassinatos durante a guerra fria?
          Não, é mais complicado do que isso, são 40 anos de neoliberalismo a retirar poder e a culpar o outro, porque o outro é sempre um alvo fácil, como disse Goering. A Rússia ou a China só amplificam a colisão inevitável entre a democracia e o capital, tornando-nos ineficazes, manipuláveis e previsíveis.

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            Caro Paulo marques:
            Respondendo às suas perguntas:
            Pouco me importo que quem apoia racistas, xenófobos e imperialista seja, ou não, racista, xenófobo ou imperialista. Não me preocupo minimamente o que eles são. Preocupam-me as escolhas. E se não são racistas, xenófobos e imperialistas e se votam em gente desse quilate, então são estúpidos e/ou ignorantes, mas não deixam de ser equiparados a quem votam.
            Ou seja, não sei se são racistas xenófobos ou imperialistas, mas actuam como tal. Ouça os antigos emigrantes americanos falar sobre a nova vaga de emigrantes e tire as suas conclusões… Estou fartinho de ouvi-los a repetir o discurso de Trump. Gente que renega a sua própria identidade.
            E quem lhe diz que os americanos não têm orgulho nos golpes de estado e assassinatos durante a guerra fria? Onde estão as críticas? Não lhe diz nada o “Let’s make America great again”?
            Um dos modos de mostrar a adesão aos princípios é o silêncio no que toca à crítica. Onde pára ela? E por isso mesmo, estão sempre prontos para as manobras de “libertação” como fizeram na Líbia e no Iraque.
            A manipulação é um problema que ataca quem é culturalmente deficiente. Ao dia de hoje em países europeus e nos EUA o acesso à informação existe e é livre, ainda que admito, haja a contra-informação. A mesma que há aqui, mas só come quem quer.
            O problema de fundo é outro e está nas gentes que escolhem os governos. Preguiçosos, abúlicos, superficiais, imediatistas, inconsequentes e que se não interessa pela leitura ou pelo contraditório… É esta gente que elege governos. São os … indecisos… Isto não lhe diz nada? Os indecisos, os cata-ventos, os sem vontade que colocam uma cruz sem respeitar princípios ou valores.
            A contra informação sempre existiu e existirá. Compete-nos fazer a separação do trigo e do joio e, para tal, ir à raiz dos problemas, coisa que não acontece. Estamos todos preocupados com a vaga dos sucessivos migrantes. Mas quem levanta o dedo acusador aos EUA pelo desequilíbrio que causaram e que acabou por provocar vagas sobre vagas de pessoas a fugir da guerra civil? Nada. Nem uma palavra. Eles semearam, a destruição e foram para casa. E nós, aparamos o jogo

          • Paulo Marques says:

            E quem “ganhou” duas eleições em Portugal foi um aldrabão cheio de mentiras chamado Coelho, antes disso elegemos um brilhante empregado da Goldman Sachs e antes disso um Cavaquinho a tocar para boi dormir. Seja a América, Portugal ou…, não faltam idiotas eleitos.
            A mim diz-me muito, depois de ter ido ver o que eram as políticas e os discursos pré-80. Diz-me que a esquerda meteu o socialismo na gaveta e deixou de apresentar um projecto para o futuro. O neo-liberalismo das continhas certas para agradar aos mendigos da dívida fez-los ser os maiores proponentes da precarização, do qual o PS e o seu Vieira da Silva são um grande exemplo. Daí à direita culpar o “outro” mais à mão pela quebra abrupta da qualidade de vida foi um passinho, enquanto a esquerda continua a fazer de conta que não se passa nada e continuamos no rumo ao pelotão da frente.

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            Coelho, Cavaco e quejandos são eleitos por pessoas tão nulas como os nulos que elegeram Trump.
            Tem toda a razão quando refere a inexistência de alternativas, algo que a esquerda, manifestamente enterrou.

            Hoje temos um partido comunista chinês que é mais capitalista que qualquer dos partidos americanos. O Louçã quando fala da banca, até saliva. E Jerónimo tem uma candura e compreensão para com as vigarices da direita que assusta…

            Por isso lhe confidencio que deixai de votar em partidos há muito tempo.Mas voto sempre.
            Cumprimentos.

          • Paulo Marques says:

            Caro Ernesto, era capaz de gostar de ler o Reclaiming the State do William Mitchell – é mau para a pressão sanguínea, mas liga muitos pontos e demonstra que isto é tudo uma escolha política.

  2. Fernando says:

    É curioso como aqui no Aventar existe uma tão grande obsessão por eleições manipuladas e nunca vi nada escrito sobre as acusações de que Clinton roubou a nomeação a Bernie Sanders… Algo revelado nos emails da Clinton publicados na Wikileaks… Oh wait! A Wikileaks agora faz parte da cabala russa…

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      Quando um “sistema” é substituído por outro “sistema”, em que no fundo, nada muda, apenas o dono do poder, assiste-se a estas guerras de alecrim e manjerona – para eles, porque nós estamos bem lixados .
      Que mudou entre um prémio Nobel que invade a Líbia e um cowboy que faz o mesmo na Síria e levanta um muro? Ou um outro agora mais recatado no Texas que invadiu o Iraque? Muda alguma coisa? A política americana mudou? Há maior agressividade visível, mas como diz o povo .. “a merda é a mesma, as moscas é que são outras”…

    • Paulo Marques says:

      Essas acusações são um pouco mais nebulosas e à base de troca de “simples” favores políticos. Mas toda a gente sabe que foi boa ideia, que esta coisa de pôr o estado a usar recursos para o bem das pessoas é um disparate.

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