Não vou aqui discutir os acontecimentos de Alcochete, porque não é isso que está em causa. Desde o início, pareceu-me que tinha sido o presidente do Sporting o mandante da invasão.
A questão é outra. A detenção de Bruno de Carvalho durante quatro dias prova mais uma vez que, em Portugal, os poderosos nunca têm problemas com a Justiça. Nem sequer são importunados. Se o forem, é só depois de perderem o poder. Foi assim com Vale e Azevedo ou com José Sócrates. Foi assim com Ricardo Salgado. Foi assim com Bruno de Carvalho.
Alguém acredita que, se José Sócrates continuasse como primeiro-ministro, algo teria acontecido? Ou se o BES não tivesse caído? Ou se Vale e Azevedo e Bruno de Carvalho continuassem a ser presidentes do Benfica e do Sporting?
Alguém acredita que, se Jorge Nuno Pinto da Costa já não fosse presidente do FC Porto na altura do Apito Dourado, as provas e as escutas recolhidas não teriam servido para incriminar – em vez de, devidamente validadas e consideradas, como realmente foram, terem servido para inocentar?
Alguém acredita que Luís Filipe Vieira, que se dá ao luxo de nem sequer responder à Justiça, alegando crises de amnésia e fugindo para o estrangeiro, só não está preso há meses, nem sequer foi ainda constituído arguido, porque é presidente do Benfica? Alguém acredita que algum dia vai sê-lo?
Em Portugal, a Justiça não é cega e tem dois pesos e duas medidas. Tal como a generalidade dos governantes, é fraca com os poderosos e forte com os fracos. Num país corrupto, muito pior do que a Itália, a Justiça portuguesa é uma vergonha.
em Portugal, os poderosos nunca têm problemas com a Justiça. Nem sequer são importunados. Se o forem, é só depois de perderem o poder. Foi assim com Vale e Azevedo ou com José Sócrates. Foi assim com Ricardo Salgado. Foi assim com Bruno de Carvalho.
Exatamente. Muito correto.
É por causa disso que é falsa, totalmente falsa, aquela asserção da direita, de que com a anterior Procuradora Geral da República, pela primeira vez, os poderosos foram incomodados. O Ministério Público de Joana Marques Vidal respeitou totalmente os poderosos; só os atacou quando eles já tinham caído do poder.
Não é só o MP. A Federação P de Futebol, só actuou contra o ex. Presidente do SCP, depois deste preso
Houve, há anos atrás, um copianço generalizado no exame da cadeira de Inquérito Criminal do curso para Auditores de Justiça (os futuros magistrados e juízes) ministrado no CEJ.
A tentativa de fraude é crime, de acordo com o Código Penal e, no contexto em que foi praticado, coloca particularmente em causa o carácter de quem o terá cometido e o perfil para as funções a exercer.
Contudo, desde o procurador da comarca até ao PGR, ninguém abriu um inquérito ao caso.
A senhora desembargadora que dirigia o CEJ pretendia passar administrativamente os meninos e as meninas, cujos salários como alunos da instituição rondariam na altura 2500 €, com 10.
Mais tarde prevaleceu algum bom senso, tendo o exame sido repetido. E os meninos e as meninas, impunes, andarão hoje a acusar e a julgar.
( https://expresso.sapo.pt/actualidade/copianco-marinho-pinto-defende-exclusao-de-candidatos-a-magistrados-video=f655853#gs.gXPBREc )
Acho este caso, muito para além de outros, lapidar para o pleno entendimento da justiça que temos.
Eu sei que muitos de vós não gostam do Advogado Arnaldo Matos, mas quer queram quer não tem que levar com as suas opiniões, aqui vai uma:Do Twitter de Arnaldo Matos(…)
O PRAZO JÁ PASSOU!
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A Ordem dos Advogados, através da Dra. Ana Rita Duarte Campos, penalista e vice-presidente da Ordem, a quem daqui saúdo disse: “ A lei é clara, quando indica que um interrogatório a um arguido tem de ser realizado no prazo máximo de 48 horas após a sua detenção”.
E acrescentou: “ Tratando-se de uma detenção fora do flagrante delito e não de um acto indispensável e urgente do processo, o tribunal tem de estar seguro e tem o dever de cumprir esse prazo.”
Saúdo a Colega Ana Rita Duarte Campos, vice-presidente da minha Ordem, pela coragem e clareza das suas palavras. O fascismo e a PIDE/DGS estão de volta aos tribunais, na conduta das polícias e de muitos juízes e agentes do ministério público.
Há um abuso evidente no caso que envolve a detenção de Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting Clube de Portugal. O Código Penal não diz que o arguido tem de ser presente ao juiz nesse período de 48 horas, mas sim que o acto processual tem de ter lugar nessas 48 horas!
Foi o clubismo fanático ou o fascismo pidesco que já chegou às polícias, aos juízes e aos agentes do ministério público.
Morte ao fascismo!” Aproveitem e vão o ler no Twitter, o que ele diz dos vossos amigos ,camaradas e companheiros….
O “Camarada Educador do Povo e da Classe Operária” , no Twitter
Este Mundo está perdido, como diria a minha avozinha
Quem esta perdido é o Carlos Almeida, porque a sua avozinha, se fosse viva estaria de acordo , o neto é que não…
Tem razão. A minha avozinha gostava muito de palhaços. quando lá ia o Circo à terra, levava-nos todos a ver os palhaços e o resto do circo, claro
E volta a ter razão. Eu já quando era criança não gostava de palhaços.Ainda hoje não gosto-
Estamos habituados a ver a Justiça ser representada por uma mulher de olhos vendados. Em Portugal é caso para dizer que a Justiça tem os “três olhos” bem abertos!
Ter que se constatar que “Em Portugal, a Justiça não é cega e tem dois pesos e duas medidas. Tal como a generalidade dos governantes, é fraca com os poderosos e forte com os fracos”, dá uma tristeza e uma revolta tão profunda, que nem a paisagem, nem o que de bom Portugal e os Portugueses têm, apazigua. Como é que se consegue viver bem com isto.
“Em Portugal, a Justiça não é cega e tem dois pesos e duas medidas. Tal como a generalidade dos governantes, é fraca com os poderosos e forte com os fracos”
Espero que não estejam a considerar o ex-Presidente e o chefe do seu braço armado, do lado dos fracos.
Vai ser bonito de ouvir o que os otários que ficaram presos, depois de verem os que lhe deram as ordens cá fora, vão falar..
Isto é como os fogos. Prendem os “maluquinhos das aldeias” que lançaram os fogos, mas quem pagou o serviço, nunca se descobre.
É terrorista, com perigo de fuga ainda por cima, mas é solto em liberdade condicional. Se calhar, só se calhar, é com este justicialismo amador, incluindo a publicação de vídeos de interrogatórios, que aparecem os Bolsonaros, não com a merda das touradas.