Fotografia: Nuno Veiga/Lusa
Passam hoje precisamente quatro anos. A 1 de Dezembro de 2014, a Direcção Regional de Economia do Alentejo enviou, para Governo e para Câmara Municipal de Borba, informação detalhada sobre o estado da estrada 255, num documento de 22 páginas que descrevia e alertava para os perigos daquela via, concluindo que se encontrava em risco de colapso.
Para a CM da Borba, os alertas não eram novos. Meses antes, havia sido alertada para o perigo da 255 através de um memorando assinado por quatro empresas a operar na zona, que sublinhavam o risco que se veio a confirmar com a recente tragédia.
O que fizeram o executivo municipal e o governo de então, com a informação que receberam? Ignoraram-na? Os pareceres dos operadores e da DRE do Alentejo não foram considerados credíveis? E os governantes e autarcas que se lhes sucederam? Não foram informados? Não deram crédito à informação? Exactamente o que se passou e onde é que tudo isto falhou? Como é que morreram pessoas ao fim de quatro anos de alertas?
Quantas estradas 255 existem neste país? Quantas arribas em risco de derrocada? Quantos pontes à beira do colapso, à espera do próximo autocarro? Podemos confiar no Estado? Podemos confiar nas autarquias? Para que serve tanta direcção, instituto e fundação, se os seus pareceres não são tidos em conta, ou são simplesmente ignorados? Para pagar favores de campanha? Sim, isto podia ter facilmente sido evitado. Não, ninguém será responsabilizado. É Portugal.
PASSOS COELHO!!!!!!!!!!!!!
Sim, foi durante o governo de Passos Coelho que os primeiros alertas foram ignorados.
Sócrates!!!!!
Cavaco!!!!
É Portugal? Não, é a Eurolândia, não há dinheiro.
Isto é simples: vão continuar a haver “acidentes” destes em Portugal (como colapsos de pontes, estradas e prédios) enquanto os executivos que ignoram todos os pareceres de segurança, para pouparem uns tostões, não começarem a ser criminalizados por negligência.
Aquelas crateras de Borba, para mim, são a imagem perfeita do nosso desenvolvimento.
Quantas arribas em risco de derrocada?
No Algarve há muitas, e os banhistas continuam a pôr-se debaixo delas. E ninguém manda encerrar as praias! Ninguém tem coragem de interditar o acesso dos banhistas a elas!