Quando a carga fiscal se torna excessiva – II

Em boa hora o governo francês cedeu à pressão da sociedade e recuou na intenção de subir impostos sobre combustíveis. O primeiro-ministro já veio dizer que se as pessoas querem diminuir a receita fiscal, terão que repensar a despesa pública. Vale a pena recordar que nos últimos 10 anos a carga fiscal tem vindo a subir, rondando os 48% para um inacreditável nível de despesa pública perto dos 57%. Ou seja, boa parte dos franceses trabalha mais para alimentar o Estado do que a si próprios, o que além de imoral, é um atentado à Liberdade. Os governos nunca limitam gastos, mas os bolsos do contribuinte não são infinitos, algum dia o esbulho terá que parar…

Obviamente que apesar de simpatizar com os protestos dos cidadãos pacíficos contra o aumento de impostos, não me revejo na turba de desordeiros profissionais que aproveita estas ocasiões para pilhar, roubar e vandalizar. Esses devem ser combatidos sem qualquer contemplação e presentes à Justiça, para que sejam responsabilizados dos seus crimes.

Comments

  1. ZE LOPES says:

    Pois foi! Parece que ninguém pensou nisso! O pessoal não quer pagar impostos, mas quer saúde, ensino, polícia, forças armadas, segurança social, tudo de qualidade! Um autêntico “jackpot”!

    Ouvi dizer a um suposto “líder dos coletes” que não iriam parar com o protesto porque a baixa de impostos não era a única reivindicação. Há outras, relativas a…reformas mínimas de 1200 euros, fim dos contratos a termo, salário mínimo de 1300 euros, nacionalização do gás e eletricidade, criação de empregos, antecipação das reformas…

    Ah! E a substituição do imposto sobre os combustíveis pelo…imposto sobre as grandes fortunas!

    Enfim, o triunfo da ideologia libertária em toda a sua dimensão! Nunca visto!

    Os meus parabéns a V. Exa.!

    • JgMenos says:

      Donde se conclui que sempre fica um comuna a ladrar depois de qualquer confusão.

      • ZE LOPES says:

        Nenhuma admiração! Palavras para quê? Qualquer prostituto salazaresco se arma em às a tirar conclusões!

  2. Mr José Oliveira Oliveira says:

    O Aº começa por fingir não conhecer os generosos benefícios fiscais concedidos pelo sr. Macron aos seus amigalhaços das grandes corporações. Depois, assume sem evidências que as despesas do estado são um esbulho, fingindo que essas despesas não são um importante investimento nos serviços que beneficiam toda a população. Por fim, verbera os vandalismos, fingindo esquecer que são a única maneira que os marginalizados e explorados têm para sinalizar o poder sobre a magnitude da sua exploração. As pessoas podem esquecer tudo o que quiserem. A realidade, mesmo oculta, continua lá e acabará por vir ao de cima, queiram ou não. Ela aí está. Vamos continuar a fingir?

  3. Paulo Marques says:

    Os impostos não são para financiar nada, são para cumprir os acordos infames da desunião europeia depois de mais um projecto de reforma neutralizado pela banca alemã. É que há um buraco causado por mais um corte fiscal aos “empreendedores” à custa do estado.
    O pequeno Napoleão esqueceu-se que só ganhou para Le Pen e Fillon perderem, não porque alguém queria a agenda da Goldman.

  4. Rui Naldinho says:

    “Em boa hora o governo francês cedeu à pressão da sociedade e recuou na intenção de subir impostos sobre combustíveis.”

    Não, António. Não foi em boa hora. Se fosse em boa hora, as coisas não tinham chegado a este ponto. Foi só e apenas, por ter sido obrigado a retroceder nos seus intentos, sob pena de termos um cenário de “guerra”, nas ruas. O que demonstra como Macron é um político medíocre.
    Tal como no Porto de Setúbal, perante os ouvidos moucos e os erros de paralaxe deste Governo, nunca vislumbraram aquele verdadeiro atentado à dignidade humana com contratos de trabalho diário, alguns com mais de dez anos, provavelmente sem qualquer desconto para a Segurança Social. Voltámos de novo ao trabalho à jorna, no tempo da ditadura, mas que, pasme-se, já do quase existia no campo.
    A mim não me choca ver isto no PSD ou no CDS. Sei bem o que defendem. Choca-me e indigna-me ver isto no PS, ou mesmo em Macron, um ex PSF.

  5. Rui Naldinho says:

    … já só quase existia no campo.

  6. JgMenos says:

    Fala-se em cortar a despesa pública e a esquerdalhada logo se agita temerosa de que os empregos e sinecuras e mamas e tralhas públicas lhes diminuam o palco da sua indigência!!!

    • ZE LOPES says:

      Claro! E os mais agitados e temerosos de todos são os banqueiros esquerdalhos, os generais esquerdalhos e os gestores das tralhas das PPP esquerdalhos, e os das mamas dos setores monopolistas esquerdalhos. Entre os piores estão os esquerdalhos Catroga e Mexia, lacaios dos esquerdalhos comunas chineses! Mas a culpa foi do esquerdalho Passos, que lhes entregou a EDP e a REN.

  7. Luís Lavoura says:

    Não acho nada bom que o governo francês tenha cedido. É claro que sou favorável a menores impostos. Mas é preciso saber que impostos devem diminuídos, e não me parece que sejam os impostos sobre os combustíveis. Nomeadamente sobre o gasóleo, que tem enormes custos ambientais. O governo francês tinha toda a razão ao pretender aumentar o imposto sobre o gasóleo, que é em França (em Portugal) demasiadamente barato, causando – repito – enormes danos ambientais.
    O governo francês terá certamente muitos impostos para diminuir sem ser o sobre os combustíveis.

    • António de Almeida says:

      Considero que impostos sobre combustíveis e de forma mais alargada sobre a indústria automóvel não são baixos na Europa, mesmo que alguns países sejam piores que outros. A gasolina então é taxada de forma brutal. Se estão tão preocupados com o diesel, ao invés de subir este, baixem a gasolina. Simples, nos EUA e Canadá temos camiões a gasolina. Na Europa tributa-se de forma brutal o combustível, soma-se o imposto de circulação, o imposto automóvel, essa bizarria sobre a qual ainda incide o IVA, causando dupla tributação. Acresce mais umas portagens e estacionamentos e temos um filão de ouro para os governos. Até posso concordar que os estacionamentos estejam sujeitos à oferta e procura, também concedo que as portagens possam limitar a entrada de carros nas cidades, mas tudo isto não é um pouco excessivo? Ah! E cereja em cima do bolo, para compor o ramalhete, uma prática dissimulada de caça à multa sob o pretexto de prevenção…

  8. ZE LOPES says:

    “Acresce mais umas portagens e estacionamentos e temos um filão de ouro para os governos”.

    Para os governos? Ou, cada vez mais para privados rentistas, o chamado sector da liberal-mama? Conheci um caso de uma cidade onde uma empresa do grupo conhecido por Arcebisparkes acedeu à concessão de um silo-auto no centro histórico da cidade. Como poucos lá estacionavam, exigiu à câmara que taxasse as ruas circundantes. O que veio a acontecer. Em consequência deu cabo do que restava do pequeno comércio da zona.

    E como acabou a história? Pois, o silo-auto voltou para a câmara. Por não ter a rentabilidade esperada os liberal-arcebíspicos desinteressaram-se. E a câmara foi ainda condenada a pagar quase 10 milhões de euros por incumprimento de contratos.

    É claro que quem fez os contratos já está ao fresco. Mas ativo, na direção de um partido político liberal-modernaço chefiado por um tal Liberalopes.

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