Fotografia: Lusa/Cofina Media@Sábado
Disse um dia que nunca faria a Rui Rio aquilo que Costa fez a Seguro. Fez pior.
Não teve coragem de se candidatar à liderança do partido, apesar da indisfarçável ambição, refugiando-se por trás de uma barriga de aluguer, que, entretanto abandonou o seu partido para formar o seu próprio núcleo de oposição à direita.
Não teve a decência de deixar o líder eleito disputar uma eleição que fosse, optando antes por atirar o partido para (mais) uma crise interna, ridicularizando e descredibilizando o PSD. Outra vez
E montou uma encenação degradante, secundado pelos restos do passismo, com vista a tomar o poder através de uma golpada mal-amanhada, com vista a salvar uns quantos lugares parlamentares dos seus potenciais vassalos.
Fez mais por António Costa numa semana do que a oposição alegadamente inócua de Rio durante um ano. Se a hecatombe eleitoral se confirmar, será injusto retirar Montenegro da equação. O seu contributo para o resultado que se antevê, possivelmente o pior da história do partido, foi precioso.
Luís Montenegro achará, porventura, que o apoio dos seus companheiros passistas, dos amigos da maçonaria ou dos apoiantes virtuais se traduz num capital político avassalador, capaz de conquistar este mundo e o outro, apesar de ter sido derrotado na única eleição a que se apresentou. Acontece que uma grande fatia dos portugueses não faz a mínima ideia que Luís Montenegro existe. E, azar dos azares, que eles bem rezaram pela vinda do Diabo, a próxima crise internacional ainda não chegou, o primeiro-ministro já não é José Sócrates e o país não está enterrado num défice estratosférico. Para não falar no amadorismo de um político de carreira que foi incapaz de antecipar todos os cenários e desfechos possíveis, tornando-se assim na única vítima da sua tentativa falhada de golpe.
Luís Montenegro poderá, contudo, tentar tomar de assalto um desses novos partidos da direita mais ou menos populista e pseudo-liberal, onde de resto se encaixaria melhor do que num partido cuja ideologia rejeita categoricamente. Mas, a julgar pela semana trágica que protagonizou, não parece estar à altura de liderar o seu partido. Muito menos Portugal.
Um simples testa de ferro do equiparado a catedrático…
Diz-se por aí que foi enviado para preparar o terreno para o regresso do chefe. Parece que só para 2023!
Rymas Elegyacas em Omenagem a Ryo, Distyncto Erói do Laranjal Concíllio:
Mais negro ficou Montenegro,
Tendo o Luz sido apagado.
Sem arte está o Duarte,
Enterrado foi Morgado.
Aliás por essas casa de fado adentro já se cantam em verso os espetaculares feitos de Rio:
Bem lixaste o Monenegro,
Enquanto o Luz apagavas.
Á tal parte foi Duarte,
Mandaste o Morgado às favas.
Bela poesia, meu caro Zé Lopes! Pobre Hugo Soares, que tanto se esticou e nem um verso te inspirou!
Pois é, João! Nestas coisas de “sagas” e outras obras épicas só os que desafiam o líder é que aparecem. Tal só veio a mudar a partir de autores como Shakespeare. A partir daí até os bobos adquiriram importância. Nessa altura, certamente haverá lugar para o Soares.
Digo “haveria lugar (…)
Essa gente, alguma vez terá que decidir se o partido é Social Democrata e portanto Centro Esquerda ou Liberal ou Centro Direita, fazendo assim honra ao que Sá Carneiro planeou em 73/74.
Enquanto isso não for decidido ou melhor enquanto a “salada russa” for dando para dar uns “taxos” no Parlamento, umas vezes a uns outras vezes a outros, a confusão vai manter-se.
No entanto em Portugal, o verdadeiro partido de ideologia Social Democrata é o PS, tal como os Partidos Sociais Democratas da Alemanha, Suécia etc.