A amabilidade para os negócios

Imagem: Reuters

Hoje mesmo, à margem da Conferência de Segurança de Munique, em entrevista à ARD, o primeiro canal de televisão alemão, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, sai-se com estas:

tagesschau.de: Mas qual é o seu conselho concreto para mudar para melhor a situação nos países do Sul da Europa de forma rápida e sustentável?

Lagarde: Eu proponho o seguinte: Em primeiro lugar, actualmente só o sector privado pode trazer investimento e emprego para estas regiões. Para isso, são necessárias algumas reformas. Por um lado, é preciso flexibilidade, para que as empresas tenham incentivos para contratar novos empregados, porque sabem que não estão num colete-de-forças. Um país como Portugal mostrou que isto realmente funciona.

A segunda área, em que ainda há muito a fazer, é aquilo a que chamo a amabilidade dos países para os negócios. Há países do Sul da Europa – a Grécia, por exemplo – onde os processos de falência demoram nove vezes mais do que na Irlanda. Tais procedimentos têm de ser acelerados. Há países que já provaram que isso é possível – como Portugal, por exemplo. Se, como jovem empresário em Lisboa, você sabe que pode criar a sua empresa em cinco dias, em vez de num mês, isto é um claro incentivo a que as coisas mudem para melhor.

Que lhe dizemos, leitores? Que não foi bem isso que melhorou a situação???

 

 

 

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Perguntamos-lhe se o QE não fez as empresas investir, o que é que a faz pensar que diminuir a média de refeições por dia o fará? E se isso se aplica à Alemanha quase em recessão?

  2. JgMenos says:

    Há que definir situação:
    – A função pública e os demais coitadinhos só dependem da vontade dos esquerdalhos de dar-lhes mimo, até que

    A situação dos restantes deixe de suportar tanta cretinice.

    • ZE LOPES says:

      Muito bem! Proponho até, para acelerar o processo que o setor privado deixe de vender á função pública. Quando os funcionários forem expulsos dos supermercados,dos stands de automóveis, cabeleireiros,lojas de roupa, bares e restaurantes a coisa fica resolvida! Vai ver que aprendem num instante!

    • Paulo Marques says:

      Como se os serviços públicos deixassem de existir quando são os empreendedores a mamar.

  3. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    O preocupante de tudo isto é Portugal ser o exemplo que Lagarde tanto cita.
    Primeiro porque Lagarde está indiciada por corrupção.
    Depois, porque a música dela é a música de Trump.
    Depois ainda porque esta mesma senhora disse de Portugal o que Maomé não disse da Bíblia.
    E finalmente porque, dizem, somos governados por socialistas.
    Tanta incongruência juntas, é de bradar aos céus.
    Um mundo ao contrário…

    • JgMenos says:

      Incongruência?
      Ver a comunada tão arrumadinha entusiasma qualquer amante da paz e sossego.

      • Ana Moreno says:

        Pena é, para os amantes da paz e sossego, que a PAFada ande tão agitada a dividir-se em partidos e a lançar moções de censura só para ser cabeçalho.

        • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

          Cara Ana.
          Não perca tempo com um menos tão menos. Na matemática, menos com menos, dá mais.
          Mas para este menos, menos com menos, dá menos à quarta potência…

          • Ana Moreno says:

            Olá Ernesto, tenho consciência disso 🙂
            É que a obstinação do Menos, partindo do princípio que não passa destes comentários redundantes, acaba por ser divertida. Já viu, diverte-se ele a atacar a gente e nós a dar-lhe troco :-).
            Quanto ao aspecto da perda de tempo, lá isso é verdade, mas como estou com um trabalho chato em mãos, aproveito para fazer um intervalo vindo aqui 🙂

            Bom resto de domingo e uma boa semana para si.

      • ZE LOPES says:

        Principalmente devido à confusaõ que foi a swapada do reino da Coelha, Gasparia & Albuquerca.

      • Nascimento says:

        Ó barrasco já ouviste falar de uma galdéria que deu de bandeja 400 milhões a um mafioso chamado Bernard Tapie? Vai sem virgulas que o barrasco nã merece mais…e eu adoro entrar logo de caras… nada de cernelha que o animal nã merece…

  4. Ana Moreno says:

    “E finalmente porque, dizem, somos governados por socialistas.”

    Pois isso é o que mais choca; andam a usar Portugal como exemplo de boas práticas do neoliberalismo sem mencionarem o enquadramento (de modo nenhum estou a dizer que o PS seja um partido socialista “às direitas”, mas sempre fez toda a diferença em relação ao forrobodó da PAF). E não deixaram de levar as mãos à cabeça quando a geringonça arrancou. Mas tudo serve para levar a água ao moinho da estafada receita neoliberal.

  5. …Lagarde dixit :

    :::” Um país como Portugal mostrou que isto realmente funciona. ”
    ( incongruências de Portugal à Jgmenos ! )

    Pois que vejamos outro exemplo deste país tão “exemplar ” : (

    «O senhor governador do Banco de Portugal, foi esta semana conhecido de todos, participou em algumas das mesmas decisões de concessão de crédito com outros então administradores da CGD que verão, por isso, a sua idoneidade para o exercício de funções na Banca reavaliada.

    E Carlos Costa? Não. Carlos Costa é inamovível, irresponsável e… irritante.

    Carlos Costa incorpora o pesadelo de qualquer democrata face a lugares protegidos da longa mão do poder político com legitimidade no Estado de direito democrático. Como não pode ser demitido quase nunca, mesmo com justa causa, ficamos à mercê dos seus exames de consciência, supondo que tem uma, e do seu juízo crítico sobre si próprio, se for disso capaz.

    Bem pode o Bloco de Esquerda fazer o número de sugerir ao Governo que o demita. Não é que falte uma justa causa — mas já não falta desde, pelo menos, a resolução do BES. Não. Como o Bloco de Esquerda bem sabe não basta o Governo invocar justa causa. E fundamentar a justa causa. E publicar a justa causa em “Diário da República”. Não chega. A sério.

    É que Carlos Costa goza das costas quentes do BCE. Qualquer decisão de demissão mesmo que, repito, com justa causa, pode ser atacada no Tribunal de Justiça da União Europeia a pedido do próprio e/ou do Conselho de Governadores do BCE. Conselho esse que é composto pelos colegas de Carlos Costa nos demais Bancos Centrais da zona euro. Conseguem soletrar corporativismo?

    Portanto, uma lógica de deixar aos próprios a possibilidade de defenderem um dos seus do livre exercício dos poderes políticos com legitimidade democrática. Nem o Governo nem o Parlamento, onde o Bloco de Esquerda se senta, têm, por si, poderes suficientes para, em nome dos portugueses, demitirem com efeitos imediatos o governador.

    Coisa que, imagino eu, Carlos Costa sabe de cor. Offshores do BCP metidas em operações com ações do próprio banco, créditos concedidos na CGD sem cumprirem as regras, deixar cair o BES, o Banif, e não temos espaço para mais, nada disto conta.
    O que conta é isto, Carlos Costa está a mais de meio do seu último mandato. Este é um problema que o tempo resolve.
    O que o tempo não resolve é que depois deste pode vir outro.

    Não aprendemos nada. Não mudamos nada. Conformamo-nos a isto. Em Portugal, no século XXI, há quem não responda perante os representantes democraticamente eleitos do país que é suposto servir. Isto nem na monarquia.» !

    Marco Capitão Ferreira

  6. Nascimento says:

    “…participou em algumas das mesmas decisões de concessão de crédito com outros então administradores da CGD…”!!!

    Mas atenção: Eles, os ” pedintes” de Credito, tinham o Cartão de Cidadão em Dia e os Seus Dados Pessoais Atualizadissimos! Olha se os Pedintes de Crédito, tivessem deixado acabar o prazo do Cartãozinho??? Aí sim é que era um Enorme Problema: o Costinha nem os deixava levantar uns míseros cheques ( aos Pedintes), e aí sim, tinha havido uma Falcatrua ( do Costinha)!!
    Concederam-lhes Crédito Legalmente,portanto, não Houve NADA DE ANORMAL …como se sabe, …. estava tudo em Dia! E na Ordem! Amém.

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