Os eurodeputados do PPE, barrados à porta da Venezuela, estavam à espera de quê?

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Parece haver alguma indignação, e até admiração, porque um grupo de eurodeputados do PPE, a família política europeia do PSD e do CDS-PP, foi barrado à entrada da Venezuela e recambiado para a Europa.

Não sei o que esperavam, depois de usarem o seu espaço mediático para informarem o mundo que iam visitar o novo “presidente” venezuelano, que ainda não o é de facto, e após o recente ultimato europeu que pede a queda do actual regime. Estariam à espera de ser recebidos de braços abertos e com honras de Estado, num país que ainda é controlado pelo mesmo Nicolás Maduro que querem ver na cadeia? Só se fossem idiotas, coisa que não são. Foram lá, portanto, provocar o regime ainda em vigor. Se o objectivo era baterem com a cara na porta e voltarem para trás, a esbracejar, estiveram muito bem.

Sugiro que, da próxima vez, os paladinos da liberdade anunciem uma viagem à China, apenas para dar o exemplo de um importante parceiro comercial europeu onde vigora uma ditadura, e que anunciem aos quatro ventos que vão reunir com a oposição do regime. Pode ser que não regressem tão rápido. Ou então, para não terem que sair da Velha Europa, que vão dar lições de liberdade e democracia ao seu camarada Viktor Orbán, o protoditador da Hungria.

Ou então deixem simplesmente de ser hipócritas e lutem contra todas as ditaduras, não apenas contra as que convém.

Comments

  1. Ricardo Almeida says:

    Provavelmente Maduro até lhes fez um favor. Se a Venezuela sair da crise, seja por que via for, ficam sem a eterna piñata política socialista.
    Quando o grunho direitola deixar de poder gritar “Mas, mas… Venezuela!” quando inevitavelmente perde o argumento, como é que ele vai conseguir vender a ideia de que o socialismo é a pior ameaça à sociedade desde vacinação obrigatória? Sem a Venezuela como contra-exemplo dourado, como é que o grunho vai justificar o sucesso dos modelos socialistas nórdicos ou até mesmo por Portugal? Porque até aqui apenas a Venezuela espelha o mal que o socialismo trás às sociedades. O facto de Portugal ter saído das trevas Salazaristas à boleia do movimento socialista europeu que se desenvolveu após a 2ª Guerra Mundial é pura coincidência. Pois, há sempre a China, que até é comunista e tudo, mas enquanto os chineses vierem comprar porcos a Portugal, o comunismo chinês afinal não passa de uma espécie de neo-liberalismo oriental..

  2. Pedro says:

    De facto, o objectivo era esse: mais pretexto e ocasião de esbracejo. (Tal como os secessionistas catalães.)
    A demagogia impera, dos dois lados, e atingem-se pontos de disputa precisamente de “a minha demagogia é mais potente que a tua”, com as vítimas do costume…
    A situação é deveras delicada. Talvez até se devesse considerar mau sinal terem conseguido entrar, pois podia significar já a cisão entre as “forças da ordem”, com eventual guerra, mesmo! Parece-me que muita gente não está a ver…!
    Deseja-se essa cisão, mas sem guerra ou, pelo contrário, que não haja essa cisão e que as coisas se resolvam…
    É o que faz a desinformação e a manipulação, e se entregarem poderes (em todo o Mundo!) a crianças, neste único sentido horrível do termo.

  3. Rui Naldinho says:

    Não repararam que na entrada da porta havia um letreiro, com a frase:
    “Reservado direito de admissão”

  4. anonymous says:

    É f*dido prós comunas, mas mais uma vez o Comunismo falhou…
    Em Portugal está ultima tentativa começa a ser impossivel esconder o previsivel e já muito proximo falhanço…está quase…

    anonymous

    • Paulo Marques says:

      E em onde nos dois países se fez confisco dos meios de produção?

  5. anonymous says:

    O Maduro queria era fazer fronteira com os EUA. Rezaria todos os dias a Marx, para que o Trump fizesse o muro, pois assim não ficaria com um pais sem Povo, que não olha a meios para fugir deste paraíso Socialista que demorou quase 20 anos a fazer. Se não fosse o petróleo já tinha acabado há muito.
    Anonymous

    • Paulo Marques says:

      Assim só fogem do paraíso neoliberal criado pela NAFTA.

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