“Por manifesta conveniência de serviço”

o ilustre juiz foi interpretar a lei para outra freguesia, digo, para outra secção. Não sei se com isto as mulheres estarão a salvo do seu machismo, mas este efeito já foi positivo.

Comments

  1. Ana Moreno says:

    “Ainda assim, é neste ponto que continuam a existir sérias preocupações. Nos tribunais portugueses, infelizmente, não há apenas um troglodita a desculpar os machos com excesso de testosterona. O senhor desembargador pode ser o campeão, mas se há coisa que aprendemos com os documentários da National Geographic é que há sempre um macho disponível para ocupar o lugar do líder.» http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.com/2019/03/obrigado-joaquim-neto-de-moura.html

    • Rui Naldinho says:

      O Juiz Neto Moura pode até ter sido o bode expiatório de um conjunto de decisões da magistratura portuguesa, que há muito demonstram um machismo “animalesco”. Tal como os felinos, marcam o território, não com a urina e as fezes, mas com decisões do século passado, anterior mesmo, em que os homens disseminavam filhos ditos bastardos, por todas as portas.
      Há cerca de vinte anos visitei o El Escorial, em Espanha. Ao lado do panteão dos Reis e dos príncipes, havia um o panteão dos filhos bastardos. Só Filipe II de Espanha, o homem que mandou construir tão majestática mansão, Filipe I de Portugal, tinha dezasseis filhos. Isto, os que faziam parte da aceitação por parte da corte. Daí terem direito a ali repousarem.
      Quando eu era miúdo, e já vou com sessenta anos de vida, já na Alemanha, casar virgem era sinónimo de um excessivo pudor, a roçar o puritanismo retrógrado. Não estou aqui a defender o seu contrário. Apenas estou a dizer que muitas famílias portuguesas viveram no passado o drama da extigmatização das suas filhas, por terem sido tentadas pelos “pecados da carne”.

  2. Os outros juízes(as) que com ele têm assinado os acórdãos também foram pregar para outra freguesia?

  3. Que se conclua e de vez que o essencial é preservar a imagem da justiça !…..

    ….já cansa mesmo !

  4. E o Supremo Tribunal Administrativo que reduziu a indemnização (-61 mil euros) a uma mulher que “sofre de incontinência urinária e fecal, tem de usar fraldas e até quatro pensos higiénicos todos os dias. Tem dificuldade em andar e quando se senta, deve evitar o peso do lado esquerdo, ao qual foi operada. Foi considerada inválida e, por isso, não pode trabalhar. Entrou em depressão, pensou várias vezes no suicídio e nunca mais teve relações sexuais com o marido.”

    … porque já tinha 50 anos e o sexo nessa idade já não é importante. Esses senhores, que o Tribunal dos Direitos do Humanos Europeu considerou culpados de descriminação sexual e de género, esses senhores também foram fazer justiça para outra freguesia?

    Que bem que estaríamos se os problemas da Justiça portuguesa fosse só um juiz desembargador senil da cabeça.

    • Ana Moreno says:

      Olá Konigvs, sim, que bem que estaríamos; mas sempre é melhor do que nada. Talvez os senhores juízes e as senhoras juízas com pendência para o machismo passem a ter mais cautela.

  5. Julio Rolo Santos says:

    Saiu um machista e agora vai entrar uma feminista? Os machos que se cuidem, as feministas tomaram o poder. Está bem assim?

    • Ana Moreno says:

      Pelos vistos ainda não se apercebeu que o feminismo não é o oposto do machismo. Este último, considera os homens superiores; o primeiro, reivindica a igualdade de género. Assim, está bem.

      • Julio Rolo Santos says:

        Se procura a igualdade de gênero porque é que não reage quando as mulheres estão em maior número no ensino, nos locais de trabalho e como palmistas nos programas televisivos? Se querem tomar o poder a todo custo, diga-o. Será por mérito ou por via legislativa, o que é que prefere? Não esperava que fosse defender o sexo oposto.

  6. Lourdes Ribeiro says:

    Um Acórdão é o resultado final de decisões de 3 Juizes. Estranho que a Comunicação Social desconsidere os outros 2, só mencionando o Relator. Quem assina um documento é tão responsável como quem o escreveu, creio.
    Assim sendo, com a alteração ocorrida NADA muda.

    • Ó Lourdes, os outros assinaram de cruz, sem ler, como a Cristas fez com o projeto de resolução do BES!

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