Aqui estamos

Isabela

Aqui cheguei um dia ao Aventar por acaso ( ou não ) e o certo é que por aqui fiquei convosco, com visita ”obrigatória” diariamente no meu recanto de intervenção muito limitada/condicionada e pessoal, mas firmada em princípios, alguns agora apelidados de conservadores, segundo a minha circunstância familiar, …eu que, desinformada e um tanto ingénua por educação “castradora”, marcada igualmente pela utopia dos saudosos anos sessenta, comecei a tomar consciência da complexidade do mundo só tardiamente lendo por ex. Roger Garaudy  e posteriormente em convívios  a outros níveis que não só familiar e restrito, atrevendo-me agora a comentários de acordo sobretudo com essa minha sensibilidade e vontade de acreditar ainda que é possível mantermos a esperança e teimosia simbólica de querer “ouvir as pedras a cantar ” (conforme poeta grande nosso e quase esquecido, José Gomes Ferreira) .

Apesar das pragas trazidas pelos vendavais, a capacidade de ter consciência do mundo que nos rodeia, socialmente interveniente e defensora das minhas opiniões mesmo que nem sempre escutadas ou pelo menos consideradas, ousando até agora contra essa coisa esquisita do política/socialmente correcto.

A resiliência em manter-me por cá, mesmo dorida.

Agora que de novo e de modo mais poderosamente perverso e subtil nos querem calar e formatar e aniquilar vontades, ideais e anseios de um mundo sustentável e justo com futuro digno, é positivo manter estas tertúlias com pessoas e temas diferentes e interessantes  que não a banalidade apressada de opinar nessa coisa das redes socais facebukianas aonde não quero entrar nunca. E como a conversa sobre banalidades já me cansa, é no Aventar sobretudo e principalmente que vou tomando conhecimento do que de essencial vai acontecendo, e de sérios alertas baseados em informação fidedigna, que não nos media que nos invadem a mente supostamente, se o permitíssemos, com a vulgaridade e parcialidade/má fé que sabemos.

Continuemos pois a cuidar igualmente dos nossos “21 gramas” de alma, que a alma pesa muito mais que o mundo! uma forma de sublimar e recarregar sentimentos e afectos e solidões/desânimos.

Com boas leituras, música, cinema, arte enfim, essa riqueza interior preciosa e que é a nossa melhor jangada individual. Partilhando quanto e como e com quem nos aprouver.

E porque neste pedaço de poesia reside algo que sinto:

…”Que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que eu grito

A outra metade é silêncio” …

Pois apesar de ter aqui chegado há pouco, saudações cordiais a todos os aventadores! Obrigada, Aventar! Espaços como este não podem ser aventados!

Uivemos! A resposta está soprando no vento, que a guerra global agora é ainda mais traiçoeira e terrível.

Ficarei por aqui até não sentir que estou a mais, ou até não estar definitivamente….. porque sim. Porque já venho de um tempo antigo tão assim:

… descalços e vestidos de alegria libertadora, montávamos nas nossas bicicletas sem travões e íamos até à casa dos nossos amigos, e nem chamávamos por eles à porta de casa; simplesmente entrávamos e pronto, e estava tudo bem!

Era o tempo de rebeldias inocentes e alegria possíveis, sim, em busca de algo que agora sabemos que nos foge sempre! assim era!

Era o tempo ainda de belos sonhos e anseios.

Aqui estamos.

Comments

  1. Ana Moreno says:

    Obrigada, Isabela, pois, Aqui estamos. E como diz, a resiliência aqui nos mantém, tanto a nós deste lado, como aos comentadores regulares do Aventar e, juntos, fazemos dele o que é – um espaço pluralista, liberto, informativo.
    Obrigada pelas palavras do post, obrigada pela sua companhia, Aqui estamos! Um grande abraço!

  2. joão Paz says:

    Gostei n de a ver publicar e também das ideias do texto. Obrigado Isabel.

  3. Saudações cordiais, obrigada por estarem aí : )

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