Sem contacto com a ortografia

 

Em dois dias seguidos (18 e 19 de Abril de 2019 – série Sem Medo), na RTP2, pudemos ler, nas legendas, os espécimes realçados nas duas imagens acima publicadas. Repito: RTP2, Portugal.

A confusão gerada pelo chamado acordo ortográfico, entre outras consequências, leva a que haja portugueses a deixar de escrever consoantes articuladas. Só quem for distraído ou desonesto é que poderá afirmar que os erros assinalados eram frequentes antes da imposição do AO90. AO90, a faca romba, o garfo sem dentes, a colher furada.

Entretanto, já muitos portugueses, devido também à televisão, interiorizaram grafias brasileiras. E o buraco ortográfico parece não ter fundo.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Mas não falta quem o diga.

  2. Luís Lavoura says:

    Portanto: o facto de alguns portugueses não grafarem algumas consoantes pronunciadas justifica e sugere que se deve ensinar os portugueses a grafarem uma data de consoantes não pronunciadas?
    Para evitar que alguns portugueses cometam um erro ortográfico, deve-se ensinar a todos os portugueses uma ortografia mais irracional e difícil de aprender?

    • João Barroca says:

      Racional?
      Só se for no Egito, matéria de estudo dos egiptólogos e onde vive o povo egípcio.

      • Luís Lavoura says:

        Tal e qual como Castelo Branco é a terra dos albicastrenses e a Guarda é povoada por egitanienses.
        Sem esquecer que a ilha das Flores, tal e qual como a cidade de Florença na Itália, é a terra dos florentinos.

    • Paulo Marques says:

      Para evitar que “alguns” portugueses escrevam mal, deve-se ensinar a todos os portugueses uma ortografia com algum tipo de lógica relacionada com a fonética, literacia, ciência e por aí adiante.

      • Luís Lavoura says:

        Se você ensinar a todos os portugueses uma ortografia que viola a fonética da língua, só pode esperar que, como de facto acontecia muitas vezes no passado, eles escrevam com erros.

        • António Fernando Nabais says:

          Acontecia e acontece. A muitos erros do passado juntaram-se erros novos, como é o caso de “contato” e “fato”.

    • António Fernando Nabais says:

      O que será uma ortografia racional? Será uma ortografia assente na fonética? Em vez de “piscina”, deveríamos passar a escrever “pxina” ou “picina” conforme as regiões? E o que dizer da irracional ortografia inglesa, aprendida em todo o mundo? Explique lá, Luís.

      • Luís Lavoura says:

        A ortografia inglesa é uma peculiaridade no mundo. A maioria das línguas europeias tem ortografias fonéticas; somente o inglês e o francês são exceções.
        A fonética é o som das palavras na língua padrão com a pronúncia padrão. Em todas as línguas há palavras mal pronunciadas e pronúncias regionais. Por exemplo, “Aveiro” é pronunciado nessa terra como “Abeiro”, mas continua a escrever-se de acorod com a pronúncia padrão.

        • António Fernando Nabais says:

          Ser uma excepção ou uma raridade não está em causa. O que está em causa é saber que o inglês, que tem uma ortografia opacíssima, é estudado e aprendido em todo o mundo, apesar dessa opacidade.
          Quando puder, diga-me qual é a pronúncia-padrão. Entretanto, calculo que defenda que se deva passar a escrever “idial”, “patu” ou “mássimo”.

  3. Luís Lavoura says:

    Entretanto, as pessoas aqui não parecem preocupar-se com outros erros ortográficos que se vão propagando por aí, como sejam “contracto” ou “práctica”.

    Aparentemente, erros ortográficos só são toleráveis se forem para imitar a ortografia inglesa.

    • António Fernando Nabais says:

      Não parecem. Aparentemente. Não tem a certeza, não é? Sou professor de Português há 30 anos.

    • Paulo Marques says:

      Não são erros, é numa língua diferente que tem auto-respeito. o Luís é que é poliglota e nem nota.

  4. ZE LOPES says:

    Ah! Ah! Descubri o porblema! Paça-se todo na dóis! Realmeinte a orto-graphia das lajendas deicha boé a desjejar! Él é errus pro todolado! Simplasmente hó-rrível! Rapito: hó-rrível!

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