Declaração de voto

Há vários anos que ninguém me vê por perto de qualquer assembleia de voto em dia de eleições, pura e simplesmente porque me é indiferente saber quem governa, seja autarquia, Assembleia da República, Presidente da República ou eleger deputados para o parlamento europeu, tenho os políticos em muito baixa consideração e ainda menos estima. Antes de me tornar abstencionista, durante anos votei PSD ou CDS, numa lógica de voto útil, mas a verdade é que a utilidade apenas serviu para eles, porque eu não recebi rigorosamente nada. Aliás, constatei ao longo da vida que foi para mim absolutamente igual ter um governo liderado pelo PSD ou PS. No poder local ainda foi pior, porque de perto vi que são mesmo todos iguais no que toca a favorecimento, compadrio, negócios menos claros, nepotismo, práticas que só ultimamente têm sido denunciadas, mas que há muito estão enraizadas.
Nos últimos anos foram legalizados novos partidos, que agora pela primeira vez se apresentam aos eleitores. Decidi votar na Iniciativa Liberal no próximo domingo, porque me agrada a ideia de ter menos Estado no bolso e nos costumes. Não sou dos que defendem a diminuição do Estado na economia, para depois querer decidir, regular a vida dos outros, prática corrente dos conservadores ou liberais beatos. Sei que não será fácil eleger Ricardo Arroja como deputado ao Parlamento Europeu, mas prefiro entregar o meu voto a alguém coerente, que não está dentro do sistema nem dele vive, aos que estão sempre dispostos a trair os eleitores para sobreviverem politicamente. O espaço político à direita do PS não pode ficar confinado às duas opções históricas, precisa ser renovado, por essa razão domingo voltarei a exercer um direito do qual nunca abdiquei, apenas não o exerci, o que também não deixa de ser um direito.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Está no seu direito, felizmente.
    Só há uma coisa que eu não percebo, como é que um libertário pode ser europeísta? Com todas as normas e leis que forçam os estados a ir ao bolso dos trabalhadores para manter as contas certas e não só, normalmente aprovadas em troca de paraquedas em Bruxelas, como é que concilia as duas ideologias?

    • agostinho lisboa says:

      Perguntas pertinentes a que o bloguista não respondeu. Até parecia um político 🙂

    • Anonimus says:

      Libertário nos costumes. Na Economia, o Estado deve regular.

  2. António de Almeida says:

    Não sou europeista, no passado fui contra o tratado de Lisboa, chamei aquilo de União das Repúblicas Socialistas Europeias (URSE) e outros mimos.
    Sempre defendi o aprofundamento dos princípios fundadores da UE (CEE), livre circulação de pessoas, bens e capitais.
    E disse muitas vezes que não sendo um apologista do Euro, tem uma vantagem, que é não desvalorizarem a moeda por decisão política. Detesto que um político qualquer decida no seu gabinete, que o dinheiro que me custou a ganhar passou a valer menos de um segundo para outro.
    Mas se vamos ter eleições, desta vez decidi votar. E muito gostaria que 3, 4 ou mesmo 5 novos partidos entrassem no Parlamento Europeu e principalmente na Assembleia da República. Alguns à esquerda, outros à direita, mas gostaria que os instalados abanassem e muito. Não será fácil, mas alguns em Outubro podem conseguir lá chegar…

    • Paulo Marques says:

      Sim, mas a livre circulação de bens e capitais implicam um grande conjunto de regras não só aos estados, mas também pelos estados, para permitir a “livre” concorrência dentro do mercado único.
      A moeda única ainda mais, evidentemente. Pode não haver uma desvalorização da moeda, mas há uma obrigatoriedade de desvalorização salarial e destruição da capacidade dos estados de responderem às necessidades de forma a que a contabilidade deia determinados resultados. Naquilo que nos é caro, somos obrigados a não poder prevenir incêndios, deixar pontes e estradas abandonadas ou a ter um sistema de educação que ensina para exames o estado da arte actual – mas isso já começa a entrar no campo de perguntas aos sociais-democratas (no sentido político).
      Dentro destes constrangimentos, onde surge o espaço para o estado sair do caminho das pessoas e o capital?

      • António de Almeida says:

        Meu caro, imagine que me farto de trabalhar e consigo poupar algum dinheiro. Vamos partir do princípio que esse dinheiro foi ganho com honestidade, pagou impostos, poderemos divergir se a carga fiscal está baixa ou elevada, admitamos que pagou os impostos que eram devidos. Que legitimidade tem o governo para desvalorizar o dinheiro que ganhei? Na prática equivale a lançar um imposto sobre as minhas poupanças.
        Já nem falo na quantidade de vezes que o Estado decide alterar regras na economia, um investidor informa-se, cumpre as exigências que o Estado lhe apresenta e se preciso for, ainda não recuperou o investimento já lhe está a ser apresentado um novo caderno de encargos, porque houve uma decisão política que introduziu novas regulamentações. Isto está sempre a acontecer em Portugal. E temos uma verdadeira industria que parasita quem produz. Depois admiram-se que os empresários fujam para outras paragens. Olhe que os salários não explicam tudo…

        • Paulo Marques says:

          Eu hoje nem estou a tentar discutir a ideologia, já bati que chegue contra essa parede 🙂
          Só pergunto como é que as políticas de desvalorização interna, impostos altos e leis a favor de um tipo de concorrência obrigatórios pelo mercado único e pela zona Euro, para não falar em imposições adhoc da comissão e do BCE, são compatíveis com essa ideologia.

          • António de Almeida says:

            Não defendo desvalorização interna (salários por ex), mas oferta e procura. Seguramente não quero impostos altos (infelizmente pago, mas contra a minha vontade).
            As imposições que aceito de bom grado da comissão são do tipo, esta semana o Estado foi condenado a devolver imposto automóvel cobrado a mais a um contribuinte que importou um veículo. (deveriam ser comprados livremente e circular por toda a U.E.). Ou comissão não aceita que ministro das Finanças queira controlar o Banco de Portugal. E outras do género…
            A U.E. que eu gostaria que existisse permitiria comprar qualquer produto, bem ou serviço, em qualquer país. (incluindo automóveis e depósitos bancários ou aplicações financeiras).
            Se é o que temos? Não é! Por isso eu não sou um apaixonado pela U.E., mas seria pior ficar completamente à mercê de Costa, Centeno, Mortágua e outros gurus dos bolsos alheios…

          • Paulo Marques says:

            Como é que quer não pagar impostos altos se somos obrigados a emitir dívida e pagar juros ao preço de especulação?
            E como é que quer que a UE permita comprar qualquer produto ou serviço sem retirar liberdade às empresas de vender a quem lhes apeteça ao preço que lhes apeteça com as restrições geográficas que lhes apeteça?

  3. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Eu não o entendo, caro António Almeida.
    A Europa sempre foi socialista ou social democrata, mas na verdadeira acepção dos adjectivos que pronunciei.
    A consciência socialista ou social democrata da Europa, inicia-se em 1789 e reafirmou-se nas revoluções de 1830, 1847 e saltou ainda mais no caminho do socialismo, em 1871. E tudo isto em França, o grande cadinho das modificações políticas e sociais que se seguiram, nomeadamente à industrialização e à miséria social que ela originou.
    Foi esse espírito que procedeu à libertação dos povos da Europa e da América central e sul. Foi esse espírito que, antes, procedeu à criação dos Estados Unidos.

    Quem o lê, momentaneamente fica com a percepção de estar perante alguém que defende ideias que podem servir, maioritariamente, uma população e não a individualidade.
    Mas quando se aprofunda o que escreve, fica-se perante um enorme desencanto.

    Ricardo Arroja?
    O cidadão que descobriu, num repente, que pagamos muitos impostos, que Portugal está na cauda da Europa e que a maioria dos portugueses vive mal?
    Acordou tarde Ricardo Arroja ou então, falta-lhe arrojo.

    Ser-se de direita, é uma opção que naturalmente se aceita.
    Mas descobrir que ela – a direita – é capaz de se recriar e que é capaz de praticar o social é o mesmo que continuar a pensar que o PSD é social democrata e o PS é socialista…
    A explosão de partidos a que alude, é “dividir para reinar”, coisa que Santana Lopes, o catavento, conhece muito bem.
    Serve exactamente para isso: pulverizar que é o contrário de unir.
    Pessoalmente, não pretendo mais partidos que aqueles que hoje existem. O que eu queria é que eles se assumissem na sua verdadeira filosofia, seja ela qual for, em vez de andarem por aí a vender promessas, enjeitando, nomeadamente, a social democracia e o socialismo que são a afirmação desta Europa que fez o seu caminho no sistema do “trial and error”, quantas vezes doloroso.
    E, na minha óptica, só há uma forma de fazer abanar essas corporações mesteirais, sem ideias e sem respeito pelos seus fundamentos, a que se convencionou chamar partidos: É mandá-los bem à merda no boletim de voto. É exactamente isso que vou fazer e não ficar à espera dos Arrojas ou dos Santana Lopes desta vida, que procuram apenas uma “janela de oportunidade”.
    Cumprimentos.

    • Julio Rolo Santos says:

      A abstenção não é solução, VOTE.
      Se não tem em quem votar, vote em BRANCO,
      Votando, cumpre o seu dever de cidadania.

      • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

        Caro Júlio Rolo Santos.

        A minha solução nunca foi a abstenção.
        Permita-me que lhe re-escreva o que acima escrevi no penúltimo parágrafo:

        ” …E, na minha óptica, só há uma forma de fazer abanar essas corporações mesteirais, sem ideias e sem respeito pelos seus fundamentos, a que se convencionou chamar partidos: É mandá-los bem à merda no boletim de voto. É exactamente isso que vou fazer e não ficar à espera dos Arrojas ou dos Santana Lopes desta vida, que procuram apenas uma “janela de oportunidade”…”

        E repito:
        “… mandá-los bem à merda no boletim de voto …”
        ou seja deslocar-me, votar mas dizer o que penso deles.
        Branco? Nunca. Com estes bandidos, qualquer “artista” coloca uma cruz onde bem entender …

        Cumprimentos

      • António de Almeida says:

        Caro Júlio Santos
        Votar ou não votar são direitos, não embarco em deveres cívicos. O único dever que conheço é respeitar leis, pessoas, propriedade, cumprir contratos livremente assumidos…

    • António de Almeida says:

      Caro Ernesto Ribeiro
      Nem me referi apenas aos partidos à direita do PS, será difícil nas europeias porque apenas serão eleitos 21 deputados, mas pelo menos nas legislativas, gostaria que o Livre, o partido de Marinho e Pinto também fossem eleitos. A até mesmo o Chega do André Ventura, se eleger apenas 1 deputado não trará grande mal ao país (seria preocupante se elegesse um grupo parlamentar), afinal em tempos mais conturbados, tivemos o major Tomé no parlamento e antes dele Acácio Barreiros, que mais tarde se passaria para o PS. Com 10 partidos representados no parlamento, sem hipótese de maiorias, o país teria algo a ganhar.
      Não gosto do nosso sistema político, mas é o que temos. Revejo-me em parlamentos titulares únicos do poder legislativo, governos com poder executivo, mas sem legislar. O presidente da república para mim é dispensável, gostaria tribunais fortes que garantissem o equilíbrio de poderes, respeito pelas leis e constituição. Mas temos que viver com o que existe. Quando defendo uma diminuição de impostos, não significa que não os pague. Poderia dar outros exemplos, mas fico-me por aqui.

    • Paulo Marques says:

      Há partidos que são transparentes em relação ao que vêm. Bem, são todos transparentes, mas alguns são transparentes por opção.

      • António de Almeida says:

        Militei 2 meses num partido. Não consegui ficar mais tempo. Detestei o serviço militar obrigatório. Gosto do parlamento inglês (bem sei que nos dias que correm aquilo parece um sketch dos Monty Python) e também do sistema partidário americano, que apesar de ter apenas 2 partidos, com frequência nos surpreende. E permita que exemplifique:
        1 – Barack Obama jamais seria presidente se os Dems tivessem poder de decisão, em 2008 a candidata natural era Hillary Clinton.
        2 – Donald Trump jamais seria presidente se os republicanos pudessem ter mantido a decisão em 2016.
        3 – Se recuar a 1992, poucos conheciam Bill Clinton mesmo no partido democrata. E mesmo em 2000, W. Bush não era o favorito à partida nos republicanos, mas sim McCain.

        Se contabilizar as derrotas que os Tribunais infligem à Casa Branca, para isso nem precisa recuar, basta ficar no actual mandato… Acabei de ver no jornal da noite que um hospital português, por negligência médica, provocou duas mortes. Imagina as consequências judiciais em Portugal vs as que teriam situação idêntica nos EUA? Estou farto de escrever esta comparação, Maddoff vs Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Salgado e outros? Os escândalos (para mim é um escândalo) das sucessivas nomeações de familiares e camaradas partidários para os mais diversos lugares da administração? Seria ingénuo da minha parte acreditar que algum partido vai mudar o país, muito menos os partidos mais novos, mas Portugal precisa um terramoto político, uma brutal penalização dos partidos do sistema, sem contudo resvalar forçosamente para os extremos, aliás, espero que tal não aconteça…

        • Paulo Marques says:

          Ficou a conhecer duas, garanto-lhe que existem muitas mais por “negligência” de quem continua a trabalhar sem o mínimo de meios.
          Mas adiante, o actual presidente americano tem um relatório que faria corar LFV, mas, como não pode haver legalmente processo legal, tem o segundo partido inteiro a negar o que está preto no branco e a insistir que se ande em frente. Além disso, têm feito tudo para rejeitar chamadas a comissões de inquérito e o executivo preparou pessoas para mentir. O objectivo é levar qualquer investigação ao supremo, onde meteram um menino que nunca cresceu nem parou de mentir para que ilegalizasse o aborto, usando também uma lei ilegal no estado mais atrasado do país. Nomeações de familiares e yes-man fazem de qualquer político português um menino – Carson e DeVoss são ridículos.
          Enquanto isso, referendo após referendo demonstra que largas maiorias estão contra posições reaccionárias dos republicanos, sem mudar o sentido de voto – claro que as inúmeras políticas raciais e classistas para negar o voto impedem uma grande quantidade de pessoas de votar. Chega-se ao ridículo de os espectadores das entrevistas na Fox aos candidatos democratas aplaudirem as alegadamente radicais propostas.
          A política externa é feita em medida da quantidade de hotéis do presidente construídos, e prepara-se mais uma guerrinha por causa das sondagens.

          Impeachement, talvez em 2020. Grande exemplo. Thanks, I hate it.

          • Paulo Marques says:

            Quanto ao RU, é natural quando dois partidos defendem a mesma coisa e tentam demonstrar qual é mais eurófilo e neo-liberal.

          • Paulo Marques says:

            Por falar em Estados Unidos e liberalismo: e a Boeing e a Cisco?

          • António de Almeida says:

            O wordpress não permite responder no ponto anterior, pelo que respondo aqui:
            Ultimamente não pagamos juros altos, julgo que sabe isso, aliás o dueto Costa & Centeno passa a vida a gabar-se disso mesmo, emitem dívida a juro mínimo para pagar / substituir dívida antiga. Não pagar dívida nunca foi solução e chegámos onde chegámos pela irresponsabilidade de sucessivos governantes, José Sócrates terá sido o pior, mas não foi o único. De igual forma, quando entrámos no Euro, os juros caíram abruptamente, por acaso à época o que fez António Guterres? Pois… foi gastar à tripa forra. E isso gera impostos futuros ou desvalorização interna futura, algo que abomino…
            Quanto a Trump tenho dúvidas que o impeachment seja a via mais eficaz, acredito que os democratas possam arranjar um candidato capaz de captar votos no eleitor republicano. Esqueçam Sanders, não vão lá com a ala esquerda do partido, alguém como Bidden, não precisa forçosamente de ser ele, Bill Clinton também era um desconhecido, poucos o conheciam no início das primárias, que neste caso só acontecem no próximo ano.
            A Boeing pagou ao longo dos anos verbas astronómicas, sobre a Cisco não estou tão bem informado, mas o gigante da aviação volta e meia paga e não é pouco. São sistematicamente salvos pelo investimento que fazem para fabrico militar, além de terem poucos concorrentes no negócio. Fora dos EUA então são mesmo poucos, mas acredito que tudo mudará este século, a China irá entrar em áreas até aqui apenas ao alcance de poucos países. E isso está na génese das guerras comerciais, ludibriando os eleitores que continuam a acreditar nos políticos. Trump é um expoente máximo da mentira, mas foi eleito em 2016, tomou posse há mais de 2 anos, cansa tudo e todos com a retórica imbecil, mas ainda não conseguiu cumprir as suas promessas eleitorais, nem fazer o que quer. Porque nos EUA existem vários mecanismos que travam o poder, começando logo pelos Estados da União.

          • Paulo Marques says:

            Se acha que os juros não saltos para o “milagre”, não sei que lhe diga. Para mim, tudo o que são juros acima do que paga o Japão são juros altos.
            Quanto aos EUA, se calhar devia ver sondagens à popularidade das propostas, é provável que democratas tornem o país mais social-democrata que Portugal.
            Quanto à Boeing, refiro-me à negligência criminosa do 737 Max que causou duas quedas e a inutilização do modelo, graças à auto-regulação. Devia acontecer o quê?

          • António de Almeida says:

            Mas tem dúvidas que a Boeing vai pagar indemnizações e perder muito dinheiro? No final o 737 max será dos mais seguros e ironicamente será sempre visto com desconfiança…
            Sobre os EUA não sei para que lado vai cair, agora Nancy Pelosi que não será candidata, está a flagelar Trump…

          • Paulo Marques says:

            Não só tenho muitas dúvidas que vá pagar milhões pelas centenas de mortes, como esses de pouco servem para quem morreu e para a família. De qualquer forma, violaram de forma grosseira a segurança dos passageiros (https://spectrum.ieee.org/aerospace/aviation/how-the-boeing-737-max-disaster-looks-to-a-software-developer) e ninguém está a correr para prender os homicidas. Mas pronto, como não usaram dinheiro dos contribuintes…
            O Max precisa de um redesenho e de uma série de testes e treino de pilotos para voltar a ser aceite por qualquer companhia séria, tal o nível de alteração na estabilidade e no perfil de voo que o novo motor causa. Esperemos que, caso venha a acontecer, não voltem a ser eles a auto-certificar o avião.

    • António de Almeida says:

      Os liberais têm costas largas. Em primeiro lugar Macron não é um genuíno liberal, mas ainda assim, votaria nele. Compará-lo com Hollande (PS) ou Sarkozy (PSD/CDS) é impossível, porque Macron está muito acima da tralha partidária do sistema. No final veremos se não acaba engolido pelo sistema, mas isso ainda não posso afirmar, é cedo para avaliar, o balanço será apresentado no final do mandato.
      Em Portugal há diferentes liberais:
      1 – Os que só querem liberalizar a economia, mas depois querem regular tudo o que diz respeito à vida em sociedade. (aborto, homossexualidade, drogas, hábitos alimentares…)
      2 – Os que só querem o Estado fora dos bolsos e também da sua vida privada…
      3 – Depois há aqueles que têm dias, vão com a maré.
      4 – Os mais cómicos são os liberais que ouviram dizer que liberalismo é direita política e alinham com Trump. Esses “liberais” chegam a justificar o proteccionismo. Palavra que já li alguns enaltecendo o Portugal do Estado Novo…

      O liberalismo não nasceu com Reagan ou Tatcher, nem tão pouco surgiu no século XX com Friedman ou Hayek. Nem tão pouco é uma ideologia ortodoxa, basta ler alguns dos seus pensadores, para se perceber que são muito diferentes entre si. Por isso nunca se entendem, sendo talvez mais difícil erguer um partido liberal, ou pelo menos tão difícil, como foi para os partidos de esquerda no Portugal dos anos 70. Porque não procuram o denominador comum, mas aprofundam a diferença, cada um mais puro que o outro, todos dispostos a buscar a mínima incoerência.

      • Paulo Marques says:

        Isso de escolher o significado das palavras é uma maneira de argumentar. Macron não é liberal apesar de precarizar o emprego, a UE é socialista apesar de se borrifar para os direitos laborais e serviços públicos, o capitalismo é só quando o estado deixa o capital fazer o que quer (dependendo dele para que haja regras que o deixem), democracia é só quando gostamos do resultado…
        Assim é complicado.

  4. Carlos Ramos says:

    Essa não, são todos iguais!!!

  5. Eu vou votar LIVRE para eleger o Rui Tavares.
    Lá para Outubro logo se vê.

    • António de Almeida says:

      Para eleger um deputado nas europeias serão necessários 4% (mais ou menos, dependerá da dispersão de votos). Para eleger um deputado em Lisboa será 1,5% (aproximadamente). Se existisse um círculo nacional a fasquia poderia baixar para 1%, mas com as regras actuais, é possível que alguns consigam em Outubro. O Livre é uma das possibilidades…

  6. Julio Rolo Santos says:

    Todos, ou quase todos, estamos de acordo que os partidos tradicionais já faliram. Como não tencionam voluntariamente sair de cena, teremos de ser nós a mostrarmos-lhes o caminho de saída. Esse sinal deve-lhes ser dado se tivermos os discernimento suficiente para os irmos substituindo pelos novos partidos que se apresentam a sufrágio. A variedade é grande, a qualidade só pode ser avaliada depois de lhes darmos essa oportunidade. Insisto, o voto é um direito mas também um dever. Ficar em casa á espera que os “carneiros” decidam por nós é não ter sentido de responsabilidade pelo que se passa á nossa volta e mostrar indiferenca pelas mudanças, que já percebemos, se tornam necessárias e urgentes.

    • António de Almeida says:

      Não tenho dúvidas que se trocarmos de partidos, muitos acabarão por retomar as velhas práticas. Mas é preciso abalar o sistema e mudar de actores, porque muitos dos actuais figurões já cansam…

  7. Tito Adriano says:

    Caro António de Almeida,
    Independentemente do respeito que me merecem as posições políticas de qualquer um, vamos a factos. A dita “Iniciativa Liberal” é uma fraude. Desde logo porque, manifestamente, não diz a verdade, no que ao conceito de “menos Estado” respeita. Vejamos. O dito Arroja, Neoliberal dos quatros costados (uma teoria anteriormente defendida pelo Governo de Passos/Portas/Victor Gaspar/M.L.Albuquerque), a) não é contra a intervenção do Estado (contribuintes) quanto a salvar Bancos «privados» irresponsáveis e corruptos; b) não é contra, pelo contrário, ao apoio do Estado a Escolas Privadas (em vez de canalizar esse dinheiro dos contribuintes para melhorar e dar condições à Escola Pública), dinheiro dos contribuintes (uma Escola Privada é uma empresa privada e como tal não deve ter apoios financeiros do Estado, em nenhuma circunstância, caso contrário, outras empresas privadas poderão, legitimamente, reclamar o mesmo tipo de apoios); c) não é contra a que as Universidades Católicas, que auferiram 68 milhões de Euros, segundo as contas mais recentes, estejam isentam de IRC, ao contrário das suas congéneres privadas que têm de pagar esse mesmo IRC. E, como se não bastasse, ainda recebem anualmente, 7,5 milhões de Euros de bónus (!?), que muito jeito faria às Universidades Públicas, para, por exemplo, poderem apoiara os seus bolseiros; d) não é contra a que se pague à EDP uma escandalosa renda; e) não é contra a que se tenha vendido a EDP e a REN (para além da ANA, CTT, etc) aos privados, perdendo o Estado um encaixe de vários milhões anuais, que hoje vão direitinhos para os bolsos dos accionistas privados, entre os quais o Estado Chinês (empresas públicas estratégicas nunca deveriam ser vendidas a privados, ou, pelo menos, limitar a quota de venda, por exemplo, de 10%, como fazem os alemães); f) não é contra os baixos salários praticados cada vez mais no sector privado; g) não é contra às assimetrias salariais entre Administradores e Gestores de topo e os restantes funcionários dessas mesmas empresas, que é chocante, como em tempos o Expresso denunciou; h) não é contra à assimetrias sociais, laborais e empresariais que existem entre os grandes centros urbanos, Lisboa, Porto, etc, no Litoral e a Província (é-lhe indiferente); etc. Ricardo Arroja está-se nas tintas para estas questões. É-lhe totalmente indiferentes as questões sociais, não faz a menor ideia de como alguém, reformado ou desempregado, consegue sobreviver com pensões ou subsídios entre os 250 e 400 Euros por mês; É contra a ADSE e despreza o SNS, preferindo que fiquemos reféns das Seguradoras Privadas (como se a maioria, com salários tão baixos, pudesse poupar o que quer que fosse!; É a favor da diminuição dos apoios sociais, quer aos desempregados, idosos, jovens, etc. Em resumo, o que Ricardo Arroja e os seus seguidores propõem é colocar o Estado ao serviço dos interesses privados, enfraquecer a máquina do Estado, em vez de a melhorar, dar origem a uma Sociedade ainda mais desigual e injusta. A Iniciativa Liberal não passa de um embuste, um projecto político de Extrema-Direita, no plano Económico-financeiro, visto que quem defende projectos anti-sociais, de desvio das funções do Estado para apoios a negócios (avultados) privados, e a venda de empresas públicas estratégicas, não passa de verme Neoliberal. Uma das coisas que choca em Arroja e o seu grupúsculo reaccionário é a insensibilidade perante a Economia. A malta da dita Iniciativa Liberal não vê pessoas, mas números e em vez de um País vê uma folha de Excel. Felizmente que, a acreditar nas sondagens, o Arroja e a sua IL não passarão de um breve e pequeno cometa no nosso universo político. Um Diabo que os carregue!
    Tito Adriano

    • António de Almeida says:

      Não concordo com boa parte do que escreveu, mas é a sua opinião. Obviamente que não será fácil eleger deputados ao PE, provavelmente será necessário passar dos 4%, mas isso é igual para todos. A maior parte dos partidos terão oportunidade de crescer se conseguirem entrar na A.R. em Outubro. Isto é válido para todos…

  8. pvnam says:

    FN’s, VOX’s, PNR’s ABRAM OS OLHOS: É FÁCIL DEMOLIR OS PARTIDOS DO SISTEMA!
    Para isso:
    —» Número 1:
    – quem deve pagar a ajuda aos mais pobres é a TAXA TOBIM… e não… a degradação das condições de trabalho da mão-de-obra servil.
    —» Número 2:
    – os «grupos rebeldes» não possuem fábricas de armamento… no entanto, máfias do armamento fornecem-lhes armas… para depois terem acesso a recursos naturais (petróleo, etc) ao desbarato, e para depois deslocarem refugiados para locais aonde existem investimentos interessados em mão-de-obra servil de baixo custo.
    Ora em vez de incutirem um sentimento de culpa nos países que se recusam a dar cobertura às negociatas da máfia do armamento (nomeadamente, recusam receber refugiados, ou seja, recusam fornecer mão-de-obra a investimentos ávidos de mão-de-obra servil ao desbarato), os partidos do sistema devem, ISSO SIM, é chamar à responsabilidade aqueles países que estão a fornecer armas aos «grupos rebeldes» (ao daesh e a outros), ou seja, os países aonde a máfia do armamento possui as suas fábricas.
    .
    {nota: pululam por aí muitos investidores da mesma laia dos construtores de caravelas: reclamam que os seus investimentos precisam de muita mão-de-obra servil para poderem ser rentabilizados}
    .
    .
    .
    Os partidos do sistema pretendem transformar a vida humano num hino à hipocrisia: urge o separatismo (SEPARATISMO-50-50) desse pessoal.
    .
    .
    -» Por um planeta aonde povos autóctones possam viver e prosperar ao seu ritmo;
    -» E por uma sociedade que premeie quem se esforce mais (socialismo, não obrigado)… mas que, todavia, no entanto… seja uma sociedade que respeite os Direitos da mão-de-obra servil;
    —» Todos Diferentes, Todos Iguais… isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta –»» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
    .
    .
    Nota 1: Os ‘globalization-lovers’, UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua… desde que respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa.
    -»»» blog http://separatismo–50–50.blogspot.com/.
    .
    Nota 2: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição ‘nativo’, do que a sua condição ‘globalization-lover’.
    .
    Nota 3: É preciso dizer NÃO à democracia-nazi! Isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles… que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros!!!
    .
    Nota 4: Urge dizer à elite deste sistema o mesmo que foi dito aos antigos esclavagistas: a não existência de mão-de-obra servil ao desbarato não vai ser o fim da economia… VÃO CONTINUAR A EXISTIR MUITAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO (nomeadamente introduzindo mais tecnologia)!

  9. António de Almeida says:

    A globalização não é imposta, é permitida. Se eu quiser viajar, viajo, se não quiser, não viajo. Se quiser comprar algo, compro, se não quiser, não compro. A decisão deve ser minha e não do Estado. Não gosto de fronteiras fechadas, não tenho preconceitos contra quem for, tenho pessoas amigas com quem lidei ao longo da vida, árabes, indianos, chineses, libaneses, africanos, franceses, espanhóis, alemães, brasileiros, americanos, gregos, entre outros. E sempre que falei com todos eles, vi pessoas, não vi qualquer outra coisa…

    • Paulo Marques says:

      Não há só uma globalização possível, até como demonstra a posição Chinesa e noutros tempos outros países asiáticos o fizeram.
      A globalização à europeia não foi imposta porque foi aceite… à custa de promessas de integração, solidariedade e por aí adiante que foram sempre secundadas pela desregulação financeira e outras liberdades ao capital, exceptuando os fundos europeus que permitem os políticos coniventes fazerem pela vida.
      Imposta, de facto, não foi, só trocada à nascença com contínuas promessas de que era a mesma.

      • António de Almeida says:

        O proteccionismo não fez crescer ninguém, que o diga Portugal, que vivemos “orgulhosamente sós” durante 48 anos…
        Fui opositor ao Tratado de Lisboa, também não sou um federalista.

        • Paulo Marques says:

          « This neo-liberal establishment would have us believe that, during its miracle years between the 1960s and the 1980s, Korea pursued a neo-liberal economic development strategy …

          The reality, however, was very different indeed. What Korea actually did during these decades was to nurture certain new industries, selected by the government in consultation with the private sector, through tariff protection, subsidies and other forms of government support (e.g., overseas marketing information services provided by the state export agency) until they ‘grew up’ enough to withstand international competition. The government owned all the banks, so it could direct the life blood of business—credit …

          The Korean government also had absolute control over scarce foreign ex- change (violation of foreign exchange controls could be punished with the death penalty). When combined with a carefully designed list of priorities in the use of foreign exchange, it ensured that hard-earned foreign currencies were used for importing vital machinery and industrial inputs. The Korean government heavily controlled foreign investment as well, welcoming it with open arms in certain sectors while shutting it out completely in others, according to the evolving national development plan …

          The popular impression of Korea as a free-trade economy was created by its export success. But export success does not require free trade, as Japan and China have also shown. Korean exports in the earlier period – things like simple garments and cheap electronics — were all means to earn the hard currencies needed to pay for the advanced technologies and expensive machines that were necessary for the new, more difficult industries, which were protected through tariffs and subsidies. At the same time, tariff protection and subsidies were not there to shield industries from international competition forever, but to give them the time to absorb new technologies and establish new organizational capabilities until they could compete in the world market.

          The Korean economic miracle was the result of a clever and pragmatic mixture of market incentives and state direction. »

          The Myth of Free Trade and the Secret History of Capitalism (London, Bloomsbury Press), Ha-Joon Chang

  10. Nuno M. P. Abreu says:

    Pensando alto:
    A Europa SEMPRE foi socialista ou social democrata?
    Qual é a verdadeira acepçao destas palavras na mente do seu autor?
    Mas se a Europa foi SEMPRE socialista ou social democrata como só começou a ter essa consciência em 1789?
    Era socialista sem o saber?
    A revolução de 1830 em França não foi similar à nossa revolução de 1820, entre absolutistas e liberais ou lá foi uma revolução socialista?
    A Revolta de Junho de 1848 não conduziu à implantação do 2º império Francês ?
    Afinal a França é a Europa? Não foi a guerra Franco-Prussiana de 1870 a 1871 que determinou o fim do Império Francês, implantou definitivamente a República e espalhou as sementes da 1ª guerra mundial?
    Ou tal guerra “fez saltar ainda mais ” o socialismo na Europa a ponto de chegarmos a 1938, sem fascismos, nem nazismos, nem comunismos, com “uma Europa imbuída de um espírito de libertação” de forma a envolver-se numa guerra mundial trágica?
    As ideias devem servir as populações e não os indivíduos que as compõem?
    As políticas devem servir os cidadãos ou uma entidade abstracta?
    Será que ao ler-se este texto se não fica com um profundo desencanto por tantas palavras não terem qualquer sentido?
    Será um bom exemplo de cidadania mandar à merda os partidos que os cidadãos instituíram num regime democrático onde o voto é livre?
    Ou pelo contrário a melhor decisão é mandarmos à merda tais opiniões cuja utilidade é bem menor que a do papel higiénico?

    Deixo à consideração dos leitores ou de simples agitadores.

    • Julio Rolo Santos says:

      Tudo o que se diz é muito bonito mas é só para inglês ver. O que está em causa, neste momento, é determinarmos quem queremos que nos represente no parlamento europeu, se essa for a opção. Ou queremos lá os partidos tradicionais, para termos sempre do mesmo, para podermos continuar a critica-los no futuro, ou queremos sangue novo livres de vícios, a que estes já no habituaram? A opção é de cada um, mas está na hora de decidir.

      • Nuno M. P. Abreu says:

        O que escrevi nem é bonito nem feito. Constituiu apenas um elencar de questões que serão ou não pertinentes, consoante o juízo de cada um. Consequentemente também não serão para inglês ver pois, ao que parece, eles não querem ter a ver nada com isto.
        Sem dúvida que nestas eleições, uma questão se me levanta. Se por um lado estou farto destes partidos cujos dirigentes mais que procurarem servir a causa publica se servem da causa pública para promoverem os interesses da sua família, seja ele politica ou genética, por outro tenho receio de gastar o meu voto em alguém que eventualmente só chegará a ser poder depois de eu já ter morrido.
        O mal disto tudo são os jotas e os jotinhas que ascenderam agora aos lugares de direcção e que nada nada mais fizeram na vida que propaganda politica.
        Ás vezes chego a pensar que o ideal seria restaurar as Gerúsias gregas onde a politica fosse devidamente orientada por um conselho de anciãos!
        Mas que vou votar, vou, independentemente do que penso sobre a utilidade prática do meu voto.
        É esse o conceito que tenho sobre os deveres de cidadania!

        • António de Almeida says:

          Parece-me evidente que a Europa que temos hoje resulta em grande parte do período entre a guerra franco-prussiana e a 1ª guerra mundial. Apesar de mais sangrenta, a 2ª mudou menos, porque o império soviético até colapsou e voltámos às aspirações ou ameaça da Rússia sobre a Europa.
          Os estados nunca se entenderam verdadeiramente sobre a UE, porque as democracias promovem alterações de governo ao longo do tempo, de país para país. E não tendo construído propriamente um governo federal europeu (ainda bem que não foram para aí), alargaram a UE a um número demasiado grande de países, para conseguir fazer com que funcione.
          Hoje a Europa está perante um dilema, não consegue avançar, recuar provocará uma crise grave, pelo que navega à vista em busca da salvação. A minha opinião é que não deveriam ter andado depressa, veremos agora como se vai conseguir sair deste círculo vicioso, muito menos com estes políticos…

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Caro António Almeida
            Na minha opinião, uma ideologia é constituída por ideias fossilizadas no tempo.
            A EU resulta de uma ideia inicial que foi evoluindo no tempo e continuará a evoluir até que nada tenha a ver com a ideia inicial.

            “Após o Capitalismo Liberal durante o século XIX, que triunfou como modelo económico, surgiram na Europa Ocidental outras visões civilizacionais assentes numa base de democracia eleitoral, com controlo do poder e legitimação da classe dirigente pelo povo, através de um sufrágio tendencialmente universal”. ..
            “Na confirmação da opção por um projecto europeu sem precedentes, surgiu em 1951 a CECA, Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, com o objectivo essencial de criar uma linha de apoio entre países com interesses comuns, essencialmente a França e a Alemanha, anteriores inimigos durante o último conflito mundial do século XX” …
            “A aceitação do poder de uma entidade supranacional por parte dos estados signatários, alimentou durante algum tempo a ilusão de uma caminhada decidida para o Federalismo”…
            “ A transformação operada nos países da Europa Central e de Leste apresentava à Europa novas realidades e desafios a que esta não podia fechar os olhos. Entre os processos de democratização de países como a Hungria, a Polónia, a Checoslováquia, surgiu o problema maior da reunificação da Alemanha, que era preciso enquadrar numa perspectiva comunitária”…
            “No Tratado de Lisboa, a Comunidade Europeia (CE) desaparece de vez, consagrando‐se em definitivo a designação de União Europeia, que absorve a personalidade jurídica internacional da CE, emergindo como entidade única”
            “Que devemos augurar para o futuro da Europa?… Um novo gigante nacional, construído como estado numa Europa das Regiões?… Um estado federal?… Uma entidade transnacional “supervisora de soberanias”?…
            “Quanto a este assunto, o futuro é agora. E todos somos chamados a opinar”
            In Joaquim Ramos, Português Institucional e Comunitário, Universidade Carlos IV, Praga.

            Se não como massa crítica assumida, pelo menos como cidadãos de uma realidade que, queiramos ou não, já é a nossa, devemos votar e não “mandá-los bem à merda no boletim de voto” como ordenou um” bem educado” senhor engenheiro da nossa praça.

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      O jogador voltou, agora com um baralho que só ele conhece…
      E dá cartas.
      É malcriado e não sabe ler, uma vez mais…

      • Nuno M. P. Abreu says:

        Interrogar é dar cartas?
        Ou há quem pense que é dono da verdade a tal ponto que nem sequer admite ser questionado apesar da moxinifada que escreve?
        Voltamos ao tempo da velha senhora onde o “magister dixit” era inquestionável sob pena de ser denunciados por bufos mercenários?

        • anticarneiros says:

          Porque não te calas ?

        • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

          O Sr. é useiro e vezeiro em escolher, emboscado, o seu alvo para mandar as suas bojardas.
          A sua redacção não discute ideias. Atrás dos seus pretensiosos textos, esconde-se uma inegável vaidade que é bem conhecida nestas páginas, sob a forma de um pseudo discurso de cátedra produzido por um qualquer iluminado que se dirige a um grupo de pessoas que toma por indigentes.
          E isso está presente na sua redacção que aqui deixo:

          “…Será um bom exemplo de cidadania mandar à merda os partidos que os cidadãos instituíram num regime democrático onde o voto é livre?
          Ou pelo contrário a melhor decisão é mandarmos à merda tais opiniões cuja utilidade é bem menor que a do papel higiénico?
          Deixo à consideração dos leitores ou de simples agitadores…”

          Sobre a primeira pergunta que lança, dou-lhe a resposta: Então o voto é livre e eu não o posso exercer da forma que quero e entendo? Saiba que fazer como o farei, é um excelente exemplo de cidadania, para mim, a pessoa que emite a opinião, como forma de reforçar como o actual sistema partidário está esgotado e corrompido, sistema esse que tem vindo a favorecer as desigualdades e a corrupção.
          .
          Sobre a segunda questão que lança, aí fica patente um péssimo exemplo de cidadania que é vir para estas páginas insultar as ideias das pessoas. Para além da sua péssima criação, fica clara a referida operação de emboscada, com o ataque ao mensageiro, não discutindo a mensagem. Um déjà vu nestas páginas onde o sr. escolhe dois ou três alvos para atacar, muitas vezes, como é o caso, de forma soez, quem não pensa como o senhor.

          Repito-lhe o que já noutra altura lhe escrevi: o sr. ataca pessoas e não discute qualquer ideia, escondendo-se atrás de uma pretensa cultura para passar uma mensagem que, num segundo impacto, se revela mais oca que uma cabaça vazia.
          E o termo agitador com que termina o seu texto, passa a ser o seu cognome, como se faz a qualquer reizinho sem coroa.

          Sobre a “velha senhora” e a forma como se procedia nesses tempos, já deu para perceber que, nisso, o sr. é doutorado.

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Há muitos anos que adoptei uma frase de Luis Bunuel como lema de vida:
            “Não gosto dos donos da Verdade , quaisquer que sejam eles. Assustam-me e entendiam-me. Sou fanaticamente antifanático”.
            Este texto do Sr Engenheiro que, confesso, não tenho capacidade intelectual para perceber, parece-me humildemente extremamente adjectivante e substantivamente muito pobre.
            Veio-me à mente a canção de um filme de Dalila e Alan Delon :
            “Parole, parole, parole
            Je te jure.
            Parole, parole, parole, parole, parole
            encore des paroles que tu sèmes au vent”

            Nota 1 -: O povo costuma dizer que perguntar não ofende. Pelos vistos, o acto de questionar o Sr. Engenheiro Ernesto, digníssimo professor universitário durante largos anos, é um ataque de malcriadez. Como dono da verdade tem esse direito.

            Nota 2 -: O termo “merda” foi trazido à colação pelo Senhor Engenheiro Ernesto. Se citar o Senhor Engenheiro Ernesto é crime, penitencio-me do abuso.

          • Paulo Marques says:

            E, no entanto, recusa-se a questionar quer o monetarismo, quer a União.

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            O sr. segue na senda da prestidigitação em que é mestre, sendo, contudo, mais facilmente apanhado que um coxo.

            Para já, dispenso os títulos que o sr. de um modo demente, repete à exaustão. Psicologicamente as suas constantes alusões têm uma explicação, mas para se curar terá que ir a um médico, que eu não sou.
            Mas que raio tem a ver o que sou, ou o que fui, com a discussão dos temas? Só por um qualquer recalcamento isto vem à baila, sendo claro, nas respostas, o seu foco pessoal, onde a discussão do tema não entra.
            É o ataque emboscado, como refiro, que é praticado nestas páginas por uns quantos “menos” (onde o incluo) que vão aparecendo com uma linguagem retorcida, mas que espremida, não deita sumo.
            Podia colocar-lhe aqui questões que seguramente o ofenderiam. Mas alinho noutros princípios que lhe não explico, pois não os compreenderia e já começa a não sobrar paciência para o aturar.

            Saiba que o não ofender quando se colocam questões está ligado à seriedade das questões e da pessoa. E o sr. nestas páginas já demonstrou que acordou muito tarde quando Deus distribuiu a seriedade.

            Se me quiser citar, cite. Mas primeiro, tente perceber o que se escreve e deixe de ser prestidigitador das ideias dos outros. Esse direito, não lho dou.
            O termo merda foi trazido, de facto, por mim, referido-me a partidos e nunca a pessoas. O sr. é que usa o termo referido a mim e conclui na sua hipocrisia doentia que perguntar não ofende.
            É a tal prestidigitação que o sr. usa para “dar o tiro” repito, emboscado.

            Sobre a prosa francesa que me envia, respondo-lhe com um ditado português:
            “Felizmente o céu não tem ressonância para a sua voz”.

            É óbvio que não tem capacidade intelectual para entender, porque manifestamente o seu objectivo não é entender. É criar ondas, picar e polemicar.
            E, numa figura psicológica bem conhecida, o sr. acusa as pessoas justamente das suas práticas.
            O sr. é, efectivamente, pela sua postura, um “case study” psicológico, mas com um grave problema existencial.
            Rapidamente as pessoas ficam fartas dos seus tiques. Basta ver a forma como valorizam os seus comentários. Não quer pensar nisso?

            NOTA: Nestas páginas, a partir de agora, escreva o que o sr. escrever, não voltarei a dirigir-lhe palavra.

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Ainda bem que o Senhor Engenheiro Ernesto me promete não responder. Deste modo liberta-me para poder ser totalmente franco sem receio de ser bombardeado com um chorrilho de adjectivos maledicentes .
            Não sendo prestigiador, penso apenas, pelo que o Senhor Engenheiro Ernesto escreve, que o Sr. Engenheiro Ernesto é verdadeiramente o Joe Berardo da extrema esquerda da politica portuguesa. Diz os maiores disparates com a maior cara de pau do mundo e conclui que apenas quis ajudar o país no caminho da verdade. Porque, tanto quanto se pode presumir pelo discurso do Senhor Engenheiro Ernesto, a Verdade é ELE.
            Fiz meia dúzia de perguntas ao Senhor Engenheiro Ernesto porque não compreendi a coerência de um texto onde doutoralmente afirma que não entende o autor. Mas logo de seguida ,desenrola um miscelânea de datas referentes a revoluções ocorridas em França, que sendo na Europa não é a Europa, e que, na minha opinião, nada tinham a ver com as questões que o autor, António Almeida, levantou.
            Logo aparece o Senhor Engenheiro Ernesto, do alto das suas tamancas, a postar:

            -O jogador voltou, agora com um baralho que só ele conhece…E dá cartas.
            É malcriado e não sabe ler, uma vez mais

            Nem um facto alegado. Nem uma contradita aduzida. Nem uma resposta adequada. Zero.
            Apenas a azia de quem tem a consciência pesada pela incoerência revelada, incapaz de elencar um argumento que fosse, isto, claro, na minha modesta opinião.
            Dizer que um texto, em si mesmo contraditório , se questionado e sem resposta é menos útil que papel higiene, é factual. Só alguém que se ache imune à critica, um predestinado, pode considerar isso ofensivo ou malcriado.

            A Europa sempre foi socialista? Ah!Ah!Ah!
            A Europa deu um salto “definitivo” a caminho do socialismo em 1871? Ah! Ah! Ah!
            Então, em 1938, grande parte da Europa não era ou fascista, os nazi, ou comunista?

            Viva bem Senhor Engenheiro Ernesto com o seu egocentrismo. Eu continuarei a ser quem sou. A tentar denunciar quem invocando ser progressista actua como o pior dos nazistas incapaz de aceitar quem confronte as suas ideias.

  11. Não votar é exercer o direito de optar.
    Mas, sendo o voto um dever cívico cf consagrado na Constituição, não votar significa incumprimento – e quem não cumpre deveres perde legitimidade democrática. Porque existe o voto em branco. (Li-lhe num comentário que não embarca em deveres cívicos, e que os seus deveres são determinados pelas leis et al. A Constituição é Lei Fundamental, e nela o voto está definido como dever. Cívico, porque reporta à cidadania e não à fiscalidade, por exemplo.)

    A menos que não se seja democrata, não será paradoxal, este exercício de ligar e desligar o dever de votar? Em que difere do ligar e desligar de deveres praticado pelos políticos de quem descrê?

  12. António de Almeida says:

    Sarin, como sabe a Constituição dita princípios gerais, fundamentais, que são depois regulamentados em leis, entendeu o legislador não colocar a obrigatoriedade do voto, ao contrário do que acontece noutros países, Bem a meu ver, mal dirão outros, mas o facto é que não estamos obrigados a votar.
    A partir do momento em que um político é eleito, ele não representa apenas os que o elegeram, passa a representar todos os eleitores, quer tenham votado noutro candidato ou nem sequer tenham votado. Por isso todos os representados têm o direito a exigir, pelo menos o cumprimento do programa que o elegeu. Bem sei que isto são chavões, mas foi precisamente a perda de noção dos princípios que nos trouxe aqui.
    Não é que acredite em políticos, ou que os eventuais “novos” políticos ou forças políticas que consigam chegar ao parlamento possam ser muito diferentes dos instalados, mas acredito no mercado, na concorrência e se aumentar o número de partidos, pelo menos na A.R., poderá levar a que os directórios partidários não se sintam donos dos eleitores e promovam melhores práticas na elaboração de listas de candidatos, por exemplo. Há muito que defendo círculos uninominais, com um círculo nacional, para garantir representatividade, mas quem lidera os partidos nunca teve essa vontade. Porque exigem a disciplina de voto, porque pretendem que os titulares de cargos políticos sejam leais ao partido e não aos eleitores. E aqui reside o problema.

    • Estou plenamente de acordo com os círculos uninominais – quero dizer, uma adaptação, pois acredito nos grupos de trabalho e se acredito que os deputados se organizariam entre eles, muito gostaria de votar em listas para o executivo, à semelhança do que se faz nos municípios.

      E os círculos eleitorais são um meu alvo preferencial de abate no que à reforma do regime eleitoral e partidário diz respeito.
      Deixo estar os partidos se abrirem todas as eleições a independentes. Ou se reformularem o sistema partidário.
      Sinceramente, muitos partidos com o método de Hondt apenas pulverizam atenção, e a eventual dispersão de votos terá a mesma leitura política que brancos, nulos e abstenção: “existe, mas só chateia como discurso.”

      Mas a minha questão mantém-se, pois o branco traduz o descrédito e cumpre o dever 🙂

      Cump.

      (Já agora, por algum motivo não estou a conseguir responder no Aventar com o meu ID WordPress. Haverá algum problema técnico? Só está a acontecer com este blogue)

    • Sobre a obrigatoriedade do voto, e para não me repetir, convido-o a ler o que respondi lá pelo meu burgo

      https://sarin-nemlixivianemlimonada.blogs.sapo.pt/dia-de-reflexao-82243#comentarios

  13. António de Almeida says:

    (Já agora, por algum motivo não estou a conseguir responder no Aventar com o meu ID WordPress. Haverá algum problema técnico? Só está a acontecer com este blogue)

    Em relação a esta parte, irei reportar porque não consigo de todo verificar o que se passa, em matéria de WordPress também tenho dificuldades.

  14. António de Almeida says:

    Os círculos uninominais puros e duros apresentam um problema, facilmente podem excluir do parlamento partidos com uma grande implantação, principalmente se existir eleição a 2 voltas. A proposta mais razoável que já vi desenvolvida, em minha opinião, consiste num misto entre método de Hondt e círculos uninominais. Por exemplo 115 deputados em círculos uninominais e outros tantos em círculo nacional, o que provocaria o aproveitamento de todos os votos nos diferentes círculos, combatendo a lógica de voto útil. Qualquer partido que se aproximasse de 1% em votação total nacional, seria capaz de eleger o seu deputado, por sua vez cidadãos independentes poderiam garantir uma eleição no seu círculo. Só que isto não interessa aos grandes partidos…

    Cumprimentos

  15. Tito Adriano says:

    A ideia dos círculos uninominais tem algo de demagógico e não resolve coisa nenhuma, a não ser poder eliminar os Partidos mais pequenos.
    É um pouco como aquela proposta de se diminuir o número de Deputados, por exemplo, como o Chega/Basta defende, de 230 para 100, como se o País ficasse mais rico e as Finanças obtivessem um bónus para salvar as contas do Estado.
    O que deveria ser feito era, a) primeiro obrigar os Deputados a exercerem os seus mandatos em Exclusividade de Funções e deste modo acabar-se com a porcaria do tráfico de influências entre as suas actividades privadas (de manhã) e no Parlamento (à tarde). Mas, o tal Bloco Central – PSD/PS/CDS – não está para aí virado. Falam mais alto os grandes negócios; b) segundo, criar-se uma Legislação que acabasse, de uma vez por todas, com a prática existente, em que os Partidos – actualmente todos, deixemo-nos de conversas – nomeiam os seus putativos Deputados para o Distrito tal e tal e, em vez disso, os futuros Deputados, de qualquer Partido Político, teriam de ser, obrigatoriamente, escolhidos de entre quem vive e trabalha, há anos, nesses mesmos Distritos e, como tal, conhece razoavelmente bem os problemas daquelas regiões distritais (e seus Concelhos). O que implicaria a que esses mesmos Deputados ficassem com a obrigação de velar pelos interesses político-económico-sociais- culturais, etc dos Distritos, ou Regiões que representam, perante os seus eleitores. A par da defesa dos interesses da Nação. Mas, lá está, isso iria pôr em causa o poder das direcções partidárias e a sua influência sobre os respectivos Partidos. E daria uma outra dimensão não só a esses Deputados, mas, igualmente, devolveria poder de decisão às bases e aos eleitores dessas Regiões e Distritos. E os Presidentes e Secretários-Gerais dos Partidos perdiam parte do seu poder de influência nos órgãos (regionais) partidários.
    Parece-me bem melhor esta solução do que ter um Parlamento com Deputados escolhidos pelas direcções partidárias e outros uninominais. O tipo de promiscuidade que não convence. Embora haja, por exemplo na ALE, um sistema idêntico. Mas, lá porque é alemão, não tem de ser uma boa ideia. E não é. Adultera por completo a representação parlamentar.
    a)Tito Adriano
    PS: Caro António Almeida, pelo que li da sua resposta, ficou claro que o que essa “Iniciativa Liberal” propõe e que você defende é mesmo isso. Ou seja, o tal “menos Estado…desde que o Estado sirva interesses privados – Bancos, Escolas privadas, Universidades Católicas, EDP, REN (etc), fim do SNS, da ADSE, e por aí fora. Ainda ontem, num jantar entre amigos, um deles defendeu essa mesma postura do Estado…com as necessárias “justificações”, à boa maneira Neoliberal. Um tipo ouve e questiona-se! Mas, pelo menos quanto a mim, nunca tive quaisquer dúvidas do que para que deve servir o Estado para um Arroja qualquer.
    Bom fim-de-semana!

  16. Vamos ser sérios no debate, a proposta do Chega/Basta não é exequível, o número mínimo legal de deputados poderiam ser 181. Sem alterar legislação não seria possível ir mais além.
    Quanto à afirmação que os círculos uninominais eliminam os pequenos partidos, não leu o que escrevi. Num sistema desses puro e duro, com a totalidade dos deputados eleitos nesses círculos, tal seria verdade, como acontece noutros países. Se for a duas voltas, o cenário ainda piora. Mas eu defendi 115 deputados em círculo uninominal e outros 115 em círculo nacional único. Com tal sistema hoje teria seguramente o MRPP na AR e provavelmente mais algum. Por isso afirmar que prejudica os pequenos, é um erro crasso.

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