Sobre o PAN

15 – O PAN defende a criação de um serviço público de saúde eficiente e acessível a todos, que inclua a possibilidade de opção por medicinas e terapias alternativas, de qualidade e eficácia comprovada e exercidas por pessoas habilitadas, como a homeopatia, a acupunctura, a osteopatia, o shiatsu, o yoga, a meditação, etc. Estas opções, bem como os medicamentos naturais e alternativos, devem ser igualmente comparticipados pelo Estado.
(retirado da declaração de princípios do PAN)

Até aqui não liguei pevide ao PAN, partido com 1 deputado eleito na A.R. que vai debitando teorias com as quais genericamente não concordo. Mas 5% de votos nas últimas eleições para o Parlamento Europeu fizeram com que olhasse um pouco mais atentamente para perceber ao que vêm. Nada tenho contra o veganismo, desde que seja opção individual, tal como nada tenho contra homossexuais, alcóolicos, drogados, religiosos ou ateus. Por mim, cada um viva a viva como entender e que no final todos se sintam felizes. Ao PAN repugna a ideia de comermos carne, segundo a declaração de princípios da seita, ainda não estamos preparados para abandonar os hábitos alimentares, mas assumem que irão procurar progressivamente mudar a nossa forma de viver. A mim repugna-me mais proporem no parlamento que os portugueses através do SNS tenham que pagar crenças que cientificamente estão longe de comprovadas. E já que é sábado, aproveito para desejar um bom fim de semana, vou almoçar uma excelente picanha e quero que o PAN se…

Comments

  1. Luís Neves says:

    … “crenças que cientificamente estão longe de comprovadas”. Mas que conversa mais de *****! Crente é você! Você por acaso sabe o que está a dizer? Não sabe! Está convencido que sabe! Vale a pena dialogar com ignorantes convencidos como você? Não vale! Só a murro!
    Por acaso, a única iniciativa mais ou menos isolada do PAN em matéria de saúde que eu conheço foi contra o uso “off label”, isto é, não “cientificamente comprovado” de certo medicamento farmacêutico.

  2. Luís Neves says:

    No ataque ao PAN actualmente em curso parece que vale tudo. Já li que este partido é contra o SNS. Isto é só ***** vendidas ao complexo médico farmacêutico.

    • António de Almeida says:

      Critico o que está na declaração de princípios do PAN, era o que faltava por se terem tornado moda, ficarem acima do escrutínio e da crítica. O post começa com um copy-paste, ipsis verbis, não é interpretação minha, está lá…
      Agora se querem discutir domínios de fé, tudo o que não estiver cientificamente provado, para mim é uma questão de fé, mas não vos sigo. Nada contra, acreditem no que quiserem, mas não peçam a outros que paguem as vossas crenças…

    • Daniel says:

      Se é a favor de curandeiros e charlatães no SNS, então o PAN é claramente contra o SNS!!

  3. mdlsds says:

    A prática de Yoga e a meditação estão longe de ser uma crença. Como também eu estou longe de votar no PAN. Tenho é a ideia de que são estas leituras rápidas e passadas a limpo na net que tornam estes movimentos mais fortes. A incapacidade de aceitar que os outros também têm ideias, mesmo que diferentes das nossas e, em especial, das que estamos habituados, mostra o desconforto que claramente isso nos traz. Tratar da nossa saúde também pode ser uma escolha de cada um, onde cabem todos. Podemos não querer a medicina oriental mas, como dizia a outra: “não negue à partida uma ciência que desconhece”.
    Acha mesmo que a ideia é criar leis que controlem a alimentação de um país inteiro? Ou não podemos fazer uma leitura mais sensata e aceitar que a redução do consumo de carne é um caminho mais inteligente do que fundamentalista? Se a mim não me deve incomodar a sua picanha, que a minha escolha de não a comer também não o incomode. É por isso que vivemos, felizmente, num país livre onde o PAN pode ter lugar. De outra forma mais valia nunca termos saído das cavernas.

    • António de Almeida says:

      “Se a mim não me deve incomodar a sua picanha, que a minha escolha de não a comer também não o incomode.”

      Totalmente de acordo. Eu não quero saber se o meu vizinho bebe água, ou se embebeda de vinho, desde que não me venha chatear. De igual forma não quero sabe quem come salada, arroz, carne ou peixe. Se preferirem tofu, nada contra…

      Mas não é bem isso que lá está, convém ler:

      https://www.pan.com.pt/valores/

      Se recebem votos, sujeitam-se ao escrutínio como os demais, vale para todos…

      • Se está a referir-se a isto

        Consciente de não ser possível alterar imediatamente os hábitos alimentares da população portuguesa, o PAN defende uma progressiva diminuição dos seus efeitos negativos sobre o meio ambiente, a saúde pública e a vida e bem-estar de seres humanos e animais mediante várias medidas:
        a) Divulgação da possibilidade de se viver saudavelmente com uma alimentação não-carnívora, vegetariana e vegan e das suas vantagens em termos de não causar sofrimento aos seres sencientes, do equilíbrio ambiental e do sabor, diversidade e riqueza.
        b) Redução das taxas sobre os produtos de origem natural e biológica.
        c) Promoção da inclusão de opções vegetarianas em restaurantes.
        d) Opções vegetarianas em todas as cantinas escolares e das instituições públicas.
        e) Incentivo e apoio ao surgimento de lojas de produtos naturais, biológicos e restaurantes vegan-vegetarianos, sobretudo no interior do país.
        f) Eliminação progressiva da produção de ovos em aviário, acompanhada de promoção das empresas com produção de ovos de galinhas criadas ao ar livre.

        não vejo aqui qualquer imposição ao veganismo ou a qualquer outro regime alimentar. Pela mesma lógica, dêem-se condições a quem prefere não comer carne, para que o possa fazer.

        • António de Almeida says:

          “Consciente de não ser possível alterar imediatamente os hábitos alimentares da população portuguesa”

          O único direito que têm é alterar a sua própria alimentação, se quiserem. Por mim, sejam vegans à vontade, não tenho rigorosamente nada a ver com o que os outros comem, mas também ninguém tem rigorosamente nada a ver com o que como. Era o que mais faltava… Nem no curto, nem no longo prazo!!!

          • mdlsds says:

            Hábitos, lá está. Cada um assume os que quer. O seu é comer Picanha ao sábado e provavelmente Cozido à Portuguesa ao Domingo. É consigo. Alertar de uma forma educativa de que há hábitos que, e em especial a longo prazo, não são nada nossos amigos nem do ambiente que é a nossa casa, é preciso. Resistir a isto, à parte educacional, é ser só teimoso. Eu sou vegetariana mas não tenciono perder o hábito de comer ovos, se forem todos de galinhas livres e a um preço mais justo, melhor para elas e para mim. Já fui fumadora até aceitar que o hábito pode mesmo matar. Escolhi tentar pelo menos não morrer por nada que o tabaco me pudesse causar. Vivo com um filho já adulto que vai, por acaso, almoçar Picanha (grelhada por ele, claro) e a seguir fumar o seu cigarro. Considero-o uma pessoa esclarecida, é uma escolha dele, os hábitos dele, e não interfere em nada o nosso são convívio. Quanto mais difícil for para si aceitar que o mundo evoluiu e que há pessoas que trocam em consciência um bife por um bom molho de brócolos, pior lhe vai saber cada bocado de animal que come.

          • Os vegetais são também seres vivos. Ainda não conseguimos sobreviver somente com dieta de minerais. A produção de vegetais e a agricultura estão a destruir também o planeta.

          • António de Almeida says:

            Nada contra os alertas, toda a informação é bem vinda. Sou é inteiramente contra proibições ou que através de manipulação fiscal se mudem hábitos alimentares e não só, por decreto. Comecei a fumar aos 14 anos, deixei aos 39, por opção. Óbvio que a minha escolha teve a ver com razões de saúde, mas foi escolha minha, não foi de mais ninguém. Periodicamente em conjunto com a minha médica, lá vou decidindo alterar este ou aquele hábito, procurando obter um resultado X ou Y. Sempre no pressuposto que recebo a informação, a escolha é minha. É assim que tem de ser. E até gosto de comida vegetariana, provei vai para 30 anos e por vezes é uma opção, até porque gosto de variar. Portugal tem uma excelente gastronomia e quando vou ao estrangeiro, procuro experimentar a cozinha local…

          • António de Almeida says:

            Provavelmente o que destruirá o planeta, será o excesso de população. Mas também ninguém conhece o limite, em qualquer caso, mesmo sem população, o planeta também teria fim, acreditando em respeitáveis cientistas. Claro que faltam milhões de anos para que tal aconteça, se pensarmos na evolução que a humanidade registou nos últimos 500 anos, há razões para pensar que algures no futuro, talvez resolvam os actuais problemas, mas terão que enfrentar outros que provavelmente hoje nem imaginamos…

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Basta recordar a teoria malthusiana de 1798, que afirmava que a população crescia em progressão geométrica enquanto a produção de alimentos crescia em produção aritmético o que, em dado momento, provocaria escassez de alimento para atender as necessidades da população mundial.
            Perante isso, se não houvesse controlo de natalidade restaria a catástrofe.
            Entretanto a população mais que triplicou.

          • António de Almeida says:

            1798-2019, ou seja, 221 anos decorridos. Se pensar no que comiam em 1798, nos filmes mostram-nos um retrato aproximado do que seria na alta burguesia, proeminente clero ou realeza. Nada a ver com o presente, é de impossível comparação, seria um absurdo sequer tentar semelhante comparação. Imaginemos o PIB dos 50 países mais desenvolvidos, a classe média nesses países, comparando com o final do sec XVIII. É passar à frente, é para esquecer…
            Mais recentemente tivemos a política chinesa de 1 filho por casal, também não funcionou. Tenho bons amigos chineses, ainda que infelizmente para mim, nunca tenha tido oportunidade para visitar o país.
            E se quisermos ficar por Portugal, quantos habitantes cabem no rectângulo?
            Há mesmo perguntas que não têm resposta, o mundo avança porque a humanidade vai encontrando soluções para os problemas que vão surgindo. Procurar prevenir hoje os problemas que a humanidade irá enfrentar daqui a um século, é ridículo. A minha filosofia de vida é simples, o dia mais importante da minha vida é hoje. O que fiz ontem é imutável, mesmo que me arrependa, sou incapaz de alterar, para chegar a amanhã, tenho que acabar o dia de hoje vivo. E permita-me citar uma frase de alguém que discordo, Keynes, não o sigo, mas concordo que tinha razão ao afirmar que “no longo prazo todos teremos morrido”…

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Três frases:

            “O mundo avança porque a humanidade vai encontrando soluções para os problemas que vão surgindo”

            Penso. Tem toda a razão. O homem é carbono, oxigénio, hidrogénio azoto e mais meia dúzia de minerais. O homem é natureza a quem a natureza impõe geneticamente que lute por nela sobreviver.

            “O dia mais importante da minha vida é hoje”

            Penso. Não tem razão. Tanto quanto a ciência de hoje nos permite afirmar o homem é o único conjunto de células que tomou consciência de si. E só conseguiu a importância que tem no planeta terra porque vivendo o dia de hoje, tentou prever o dia de amanhã!

            “A longo prazo todos estamos mortos”

            Penso. Keynes constatou uma evidência. O planeta terra tem os dias contados. E a médio prazo? Não será necessário saber em que ciclo estamos para definir se devemos ter em conta a propensão marginal para o consumo ou a propensão marginal para a poupança? Devemos aumentar os salários ou o investimento? Esta é a pergunta crucial em cada momento temos de fazer para por um lado aumentarmos a quantidade de bens disponíveis e por outro garantir que cada vez dispomos mais igualitariamente deles.

          • Paulo Marques says:

            Qual “daqui a um século”, daqui a 12 anos os problemas já serão gravíssimos… para o planeta inteiro, porque gravíssimos já são pontualmente em muitos lados, desde Nova Orleães a Pedrogão, em Moçambique ou pelas ilhas do Pacífico que se afundam.
            Numa coisa tem razão, o planeta fica cá, e também há-de ter vida complexa outra vez, quem sabe inteligente dessa vez.

            «Devemos aumentar os salários ou o investimento? »
            Já que falamos de Keynes, os dois não são incompatíveis nem pouco mais ou menos.

  4. Rui Naldinho says:

    O PAN é a versão vegan do queijo Limiano.
    Depois de satisfazer algumas excentricidades dos seus membros, caso o PS venha a necessitar deles num futuro próximo para fazer maioria, acabará por desaparecer nas eleições seguintes.
    Até porque o PAN jamais resistirá a um ataque dos lobies instalados na indústria, incluindo os da CS de reverência.

    • António de Almeida says:

      Nada contra as “excentricidades” dos seus membros, desde que não as tentem impor à sociedade. Nada contra que publicitem, promovam as suas crenças, mas sem a força de lei, segue quem quer, quem acreditar…

  5. Fernando Antunes says:

    Existem inúmeros estudos científicos que apontam para a necessidade de uma redução global de consumo de carnes vermelhas em cerca de 90%, para fazer face às mudanças climáticas e também para a redução de custos com o serviço público de saúde (já que o consumo excessivo de carne vermelha está directa ou indirectamente relacionado com a grande incidência de doenças cardiovasculares e têm um potencial cancerígene semelhante ao do tabaco, sobretudo carnes processadas como salsichas e enchidos — não sou eu que o digo, é a própria Organização Mundial de Saúde que a classifica assim há vários anos
    https://www.theguardian.com/society/2015/oct/26/bacon-ham-sausages-processed-meats-cancer-risk-smoking-says-who).

    Mas eu sei que a OMS é uma “seita” também para si, segundo a sua lógica, pois também ela aconselha a uma mudança radical dos nossos hábitos alimentares.

    A mudança da nossa forma de viver é inevitável e não tem nada a ver com o PAN. Desfrute da picanha, enquanto ela é barata…

    https://amp.theguardian.com/environment/2018/nov/06/taxing-red-meat-would-save-many-lives-research-shows

    • António de Almeida says:

      Não sigo a OMS, mas até dou relevância a conselhos médicos, nomeadamente da minha médica, excelente profissional, que me conhece há muitos anos. Por exemplo já deixei de fumar, mas não porque me proibissem, comigo as proibições funcionam mal. Por vezes também consegue alterar os meus hábitos alimentares, normalmente após análises, mas lá está, existe sempre uma base, jamais será uma questão de fé, porque não sou crente.

      • Não se preocupe, António de Almeida. Eu também não acredito em proibições. Eu diria que proibições são até mais uma atitude especializada da sua área política do que da minha, tendo em conta todas as posições da Direita sobre uma série de questões: aborto, eutanásia, drogas, casamento gay, direito de adopção por casais homossexuais, direitos LGBT, imigração, etc

        Proibir é todo um ideário da ala conservadora a que você pertence.

        Não creio que sejam os ambientalistas nem os defensores dos direitos dos animais que lhe vão restringir a sua liberdade, tenha calma.

        • António de Almeida says:

          aborto, eutanásia, drogas, casamento gay, direito de adopção por casais homossexuais, direitos LGBT, imigração, etc

          Não me tem lido, ou no mínimo anda distraído.
          Aborto (sou pela despenalização nas primeiras semanas)
          Drogas (sou pela liberalização total do consumo e tráfico)
          Casamento gay (não é da minha conta, se querem, casem)
          Adopção por casais homossexuais (se existirem crianças adoptáveis, que adoptem)
          Imigração (desde que cumpram as leis nacionais, que venham, quando não cumprem, que sejam expulsos)
          Direitos LGBT (bolas se casam e adoptam, nem sei que mais precisam, para lá dos direitos que todos temos…)

          Já me chamaram muita coisa, mas pertencer à ala conservadora é novidade, só falta escrever também que sigo a igreja do papa Francisco, nada contra, mas não acredito em ressurreições… (já agora também não acredito em cavalos que subam aos céus, nem tão pouco ligo muito aos que batem com a cabeça num muro à espera do messias, em rigor, não acredito em messias, mas cada um acredite no quiser, não é problema meu…)

      • a minha médica, excelente profissional, que me conhece há muitos anos.
        Ainda bem que encontrou o seu Deus.
        Eu, desde que saltei de médico em médico, que reiteradamente me indicavam a remoção da tiróide, que fui recusando por achar que a lógica “cientifica” deles tinha incoerências, até ter encontrado um outro médico que me mandou fazer outros exames e que ele próprio concluiu que “os seus colegas andaram a dormir”, desde então até da minha sombra duvido. A tiróide está cá, de boa saúde.
        Era tudo muito científico e muito indiscutível,.

        • António de Almeida says:

          A minha médica indica caminhos, eu faço as escolhas e damo-nos bem assim.
          Deus só conheço um, vi-o jogar no México em 86 e marcou um golo com a mão, mais tarde até Deus caiu em desgraça…

  6. Sofia says:

    Pela primeira vez concordo com o António Almeida. Vamos lá ver, até podemos comer menos carne, porque sabemos que será melhor para a ecologia, para a nossa saúde e para a nossa carteira! Mas também fico na dúvida se será efectivamente melhor ter os campos todos ocupados com soja ou outros cereais de plantação intensiva, caso se deixasse inteiramente a carne. Agora o que não concordo mesmo nada, e estamos a debater a declaração de princípios do PAN, não estamos no diz que disse… o que não concordarei nunca é que o (meu) dinheiro dos impostos financie terapias alternativas na saúde em que já está cientificamente provado que não fazem nada a não ser beneficiar com o efeito placebo! Por outro lado acho vergonhosa esta utilização do PAN pelo PS e que os votos no PAN foram mais de quem julga estar a votar “anti-sistema político” do que de gente que comungue de tudo o que eles dizem. É mais uma ideia de “votamos nestes porque são inofensivos e assim não temos de votar nos que nos têm andado a destruir”. Claro que a maioria não foi ler a declaração de princípios…

    • Rui Naldinho says:

      100% de acordo.

    • José Peralta says:

      Sofia

      Faço minhas as suas palavras ! E também, só pontualmente, tenho concordado com as opiniões de António Almeida !

    • Sofia :

      …”que o (meu) dinheiro dos impostos financie terapias alternativas na saúde em que já está cientificamente provado que não fazem nada a não ser beneficiar com o efeito placebo”

      Prove essa afirmação do ” CIENTIFICAMENTE PROVADO ” !

  7. O que PAN tem a dizer sobre os animais que são comidos vivos por outros animais, que morrem de sede e fome, e os leões que para acasalarem matam as crias? O que faz pelos direitos dos animais pelo mundo? Tem alguma posição sobre o gato ibérico que caça e come outros animais, neste pequeno país que é o nosso?

    • António de Almeida says:

      Um dia destes virá a cruzada contra o consumo de lagostas e outras coisas que existem há milhares de anos. Obviamente que uma gazela também agoniza nos dentes do felino…

    • Fernando Antunes says:

      Este seu comentário é desfasado do tema e algo gratuito. Além disso, os homens também não comem animais vivos na selva, que eu saiba. Se conhece algum, parabéns. Eu acho que se caça mais é animais mortos no frigorífico, e deixa-se o trabalho sujo para os matadouros e açougues. Não se iluda comparando os homens com verdadeiros animais predadores, hehehe…

      Quanto a “alguma posição sobre animais selvagens”, que nem sei mas penso ser mais ou menos esse o ponto que levantou, se há partidos que já vi com projectos sérios de monitorização de animais selvagens e de diminuição de atropelamentos (o caso do lince ibérico é atroz), e maior restrição de áreas de caça para protecção de algumas espécies, foram PAN, BE e PEV.

      • A minha pergunta é séria. É fácil para quem vive no conforto ter as opiniões do PAN. Carne é uma e quase única fonte de proteína para quem passa fome no terceiro mundo, tal como o animal carnívoro selvagem que para sobreviver caça e mata outros animais. Os pobres não têm acesso aos suplementos alimentares disponíveis aos vagas no ocidente rico.

  8. António de Almeida says:

    Há discussões que se querem sérias. Por exemplo, tornou-se moda bater nos automóveis diesel por causa da fraude das construtoras. Resultado, diminuiu a venda dos diesel, mas aumentou a venda dos automóveis a gasolina e eléctricos. Fala-se nas emissões do veículo, mas não se discute a produção da electricidade e das baterias. Entretanto está-se a passar ao lado do hidrogénio.
    Na agricultura a questão é idêntica. A agricultura biológica existe, tem procura, normalmente é mais cara, mas não consegue satisfazer a procura. Há uma questão séria de oferta e procura para alimentar a população mundial, a não ser que se pretenda deixar que milhões morram à fome, porque as proibições provocam escassez na oferta.

    • Paulo Marques says:

      Não se pode comparar as emissões de gases de estufa com a poluição das baterias, os primeiros estão a tornar o planeta inabitável, os segundos são efeitos localizados. O hidrogénio é extremamente complicado de manter seguro, e já houve dificuldades que cheguem para que os consumidores aceitassem os constrangimentos dos carros eléctricos.
      Claro que a solução nem é uma nem a outra, é deixar de basear as cidades (e tudo o resto) em contentores individuais de 2 toneladas, mas “não há dinheiro” para não haver suicídio colectivo.

      • António de Almeida says:

        Caro Paulo Marques

        Recomendo-lhe este vídeo, passe a publicidade:

        O hidrogénio não me parece assim tão instável, nem tão longínquo…

        • Paulo Marques says:

          É possível que tenha evoluído, mas é, sem dúvida, mais perigoso. Se não fosse, sendo a ideia muito mais simples e muito mais antiga, não tinha faltado quem a aproveitasse mais cedo.

  9. Paulo Marques says:

    Entendo o que diz, mas nem tudo é igual. O Yoga é mais um tipo desporto com benefícios específicos e a meditação é usada em terapia psicológica. E se levarmos em conta a eficácia do efeito placebo para a cura, se calhar são recursos mais bem gastos do que em religiões que já não têm o mesmo efeito.
    A ciência médica também não é perfeita, e depende de haver financiamento para estudar alguma coisa, mas também não impede cruzadas bem-intencionadas como contra o sal e gorduras. A nuance tem muita dificuldade a combater a falta de vontade de ter políticos informados.

    • António de Almeida says:

      Vou passar à frente das divergências que possamos ter em questões fiscais, no dia a dia todos sem excepção temos que viver com o que há.
      Yoga e várias outras terapias, tal como a prática de exercício físico em ginásios, poderiam ser taxadas de forma reduzida no IVA. Talvez aqui existisse algum sentido, mas o PAN quer colocar isto no SNS, ou seja, passará a ser tendencialmente gratuito. Eventualmente merecerem algum tipo de tratamento fiscal mais favorável em IRS, ao nível das deduções por exemplo, seria razoável a meu ver.

      • Paulo Marques says:

        Ora bem, refiro-me a utilizações terapêuticas também. Nem que sejam uma forma de placebo, o corpo e a mente funcionam de maneiras estranhas.

  10. Nuno M. P. Abreu says:

    Ninguém intelectualmente honesto, com provecta idade, pode deixar de aceitar que as regras estabelecidas, há seis ou sete décadas, não terão de ser ajustadas aos novos tempos.
    Os próprios princípios éticos se alteraram.
    O imperativo categórico de Kant tem de ser reformulado.
    No meu tempo de miúdo, o principio básico ético que me incutiram foi : “Faz aos outros aquilo que queres que te façam a ti”.
    Os princípios éticos, de então, regulavam apenas as relações inter-humanas.
    Tudo isto se alterou de maneira decisiva com a evolução tecnológica. A tecnologia moderna introduziu acções de escala, objectos e consequências tão novos que a estrutura da ética antiga não pode englobá-las.
    Os nossos usos tecnológicos obrigaram a que a Natureza se tornasse uma responsabilidade humana e consequentemente a ganhar natureza ética.
    Hoje deve-se ensinar: “Não uses a natureza como se fosses a única e última pessoa a viver do mundo”.
    Posto isto, para mim, António Almeida tem toda a razão na critica que faz ao texto que reproduz da declaração de princípios do PAN.
    O texto constituiu um arrazoada de frases, algumas delas sem qualquer sentido objectivo.
    Que organismo público pode cientificamente comprovar a qualidade e a eficácia de uma meditação? Será que a meditação sendo um acto interior, pode ver cientificamente comprovada a sua qualidade?
    A palavra meditação vem do latim “meditare”, tal e qual daquele vocábulo latino vem a palavra medicação. Medicar ou meditar, são originalmente o mesma locução que têm evoluções fonéticas diferentes.
    Na economia do texto citado por António Almeida, medicar meditar pode estar sujeito a receita médica, e sendo a meditação uma medicação pode ser adquirida na farmácia e subsidiada pelo estado.
    Pode mesmo ser receitada por pessoa competente.Talvez o pároco da freguesia ou o secretário geral de um partido possam receitar um tempo de meditação em casa durante o qual o crente ou o militante tenham direito a baixa médica e ao consequente ordenado..

    • António de Almeida says:

      Seria abrir uma multiplicidade de oportunidades até ao infinito. E se eu me sentir bem falando com os mortos, visitando um espírita? E porque não umas orações com o professor Bambo?
      Não poderemos prescindir do rigor científico, da mesma forma que o infarmed também não autoriza medicamentos experimentais (salvo em casos muito específicos e devidamente informados)…

      • Nuno M. P. Abreu says:

        Naturalmente. Mas o que mais assusta é pensar como um partido que recebeu 160 mil votos em pouco mais de 3 milhões ter uma carta de princípios redigida com este “rigor” programático!

    • Paulo Marques says:

      A ética de preservação da natureza é um pouco mais antiga, mas isso é um pormenor.
      Sem discordar com o substantivo da sua posição e do António, gostaria de notar que a meditação não é uma coisa que se decide fazer e pronto, há treino para que de facto se relaxe e se deixe de ouvir os pensamentos. Tratamentos semelhantes como a hipnose são comprovadamente úteis.
      Isso significa que deva haver subsídios a qualquer um que venda a paz interior? Certamente que não.

      • António de Almeida says:

        Sempre me fascinaram algumas filosofias orientais, acredito nos benefícios, mas não entendo que possam estar no âmbito do SNS.

        • Paulo Marques says:

          Depende se se acredita que a prevenção e o tratamento psicológico devem fazer parte do SNS ou se se deve continuar à espera que tenham efeitos auto-destrutivos ou criminosos, com os custos maiores que daí adevêm.
          Mesmo achando que não em geral, há casos de abuso e trauma que são difíceis de não aceitar que não tenham contribuição do SNS.

          • António de Almeida says:

            Muitas vezes tenho aqui debatido SNS vs privatização serviços. Julgo que uma das grandes lacunas do SNS é precisamente a prevenção. As seguradoras apostam no contrário, porque quanto maior for a prevenção, menor a probabilidade de doença. Elas lá devem saber porquê, imagino que seja porque são menores os custos de prevenir, do que tratar…
            E sim, as doenças psicológicas são doenças que podem ser incapacitar como qualquer outra. Se existe SNS, tem que tratar toda e qualquer patologia que seja reconhecida como tal, o que não implica reconhecer e custear todas as terapias.

          • Paulo Marques says:

            Eu acho que as seguradoras fazem ao contrário do que pensa, as apólices normais não cobrem o custo total dos tratamentos complicados e os hospitais privados evitam ter capacidade de intervenções custosas, sobrando sempre para os estados.
            Apartes à parte, acho que não me faço intender. A única coisa que quis acrescentar é que há algumas áreas em que algumas terapias estão cientificamente comprovadas como tendo alguns resultados, e é unicamente a isso que me refiro que se deve aproveitar, até porque podem apresentar custos mais baixos e menos efeitos secundários da vária medicação habitual, ou até levar a mudanças de comportamentos saudáveis.
            Fora isso, em busca dos mesmos benefícios e dentro das possibilidades, não é de rejeitar mais estudos sobre o assunto à revelia de uma das ordens que insiste que o conhecimento não evolui, tal como no caso da cannabis terapêutica.
            Trata-se apenas de um pequeno “mas” à crítica acertada que faz.

  11. Na sessão de apresentação do livro ” A Ciência e os seus inimigos” /Carlos Fiolhais,
    foi defendido pelo autor entre outras coisas que os produtos OGM é o que está a dar, que a ciência faz maravilhas dessas e outras,
    que as medicinas alternativas, colocadas ali ao ridículo por ele e outras pessoas da assistência ,
    em que ao exaltarem o rigor, seriedade e valor absoluto e único ( !! ) da ciência e dos sábios cientistas sobre todas as coisas, inclusive no óptimo do nosso consumo alimentar e outros, da sacrossanta ciência na industria farmacêutica e na medicina com os benefícios na longevidade das pessoas graças a essas maravilhas,
    a darem para baixo por exemplo nas medicinas alternativas com desprezo absoluto …
    foi comentado por alguém presente que nem sempre a ciência e alguns cientistas actuam de acordo com o nosso bem comum quando exercem e pactuam conhecimento científico de OGM e de outras técnicas de culturas intensivas de herbicidas criminosos e da produção de carnes com hormonas e antibióticos das grandes multinacionais, com estudos científicos comprovados porém encomendados e comprados e por isso duvidosamente sérios pq favoráveis aos interesses de lucros dessas Monsantos/Bayers aprovadas em CETAs e JEFTAs já aprovados incl. por Portugal
    a que ninguém mostrou saber do que se tratava !….Lástima !

    Quando foi proclamado o repúdio total e trocista pelo autor, e por parte de um consagrado médico presente que estupidamente fez uma observação incorrecta e torpe referindo-se a
    “um senhor com cara de chinês” na TV , e das suas agulhinhas …

    foi comentado com indignação da assistência, mas sem feed back da parte das pessoas presentes, em defesa da idoneidade da sabedoria da cultura milenar da medicina chinesa,
    que bem melhor seria se a dita Medicina académica dos médicos de sucesso de toda a ordem ( $$$ ) colaborasse sensata e sabiamente com as ditas medicinas alternativas no seu melhor com resultados de verdadeira assistência e contribuição à saúde real das pessoas,
    além de referido igualmente o poder da mente na eficácia e sucesso da cura,

    que não só ao império das farmacêuticas e dos médicos !

    Enfim, não poderemos prescindir do rigor científico, bem o sabemos, mas da verdadeira ética e Sabedoria natural, espiritual e cultural também não .

    Assim vão os tempos materialistas e os homens e suas paixões ilusórias de conquista e poder,

    mas que muitos vão abandonando descrentes e desiludidos .

    • António de Almeida says:

      Já levo suficientes anos de vida para não diabolizar nem me entusiasmar com descobertas científicas, teorias, modas ou seja o que for.
      Não sou conhecedor dos OGM, para lá do que vou lendo e ouvindo. Enquanto consumidor, procuro adquirir produtos de qualidade, mas devo ser frequentemente enganado, como imagino que a maioria de nós sejamos. Somos dos maiores consumidores de peixe na UE, mas a maioria provém da aquacultura. Tento comprar de captura no mar, tal como procuro carne de origem supostamente certificada, que temos várias em Portugal. Mas será que faço as melhores escolhas? Quero acreditar que sim, mas…
      Nada tenho contra a medicina natural, ou terapias alternativas, apenas defendi que não devem entrar no SNS. Se até na medicina convencional, volta e meia vamos sabendo de casos pouco abonatórios para os profissionais do sector, imagine na outra. Há muita charlatanice à mistura, o que de forma alguma pode significar que sejam todos charlatães. Africanos, indianos, chineses, têm práticas milenares, mas não poderá ser o Estado a licenciar e certificar o que desconhece.
      Os tempos sempre foram materialistas, fosse por sal, por ouro, por terra, por dinheiro, o mundo, ou melhor, a humanidade, sempre se moveu por algo. Não mudámos enquanto espécie, é da nossa natureza. Mas também foi ela que nos trouxe aqui, enquanto o leão continua a caçar a zebra desde que existe…

  12. Julio Rolo Santos says:

    Cada um come do que gosta e a mais não é obrigado, agora dizer- se que as medicinas alternativas não podem ser solução quando sabemos que a medicina tradicional também tem as suas limitações e que limitações, é ser preconceituoso ou ter demasiada fé no que lhes é impingido. Levanta-te e ri.

    • António de Almeida says:

      Obviamente que alguém perante uma doença que lhe afirmaram ser incurável, sente não ter nada a perder, eventualmente recorrerá a terapias experimentais, ou alternativas.
      E às vezes até pode funcionar, seja por efeito placebo, ou porque resultou mesmo, não duvido que até possa acontecer, tal como existem casos inexplicáveis.
      Não promovi qualquer tipo de censura a terapias alternativas, também não as promovi, apenas entendo que o SNS não pode incluir tudo o que aparece, sem que esteja cientificamente comprovado. Seria abrir uma caixa de Pandora…

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