Quando um alto dirigente partidário afirma que as “maiorias podem ser feitas com todos os partidos” não falta à verdade. Porque é verdade que as maiorias podem ser feitas com todos os partidos. Aliás, essa é uma conveniência aritmética que não se aplica apenas à política e ao governo do Estado, mas a qualquer situação em que se verifique a necessidade de, a qualquer preço, atingir um determinado objectivo. É o velho princípio segundo o qual os fins justificam os meios. Mais antigo que Maquiavel. Mais antigo que Platão. Mais antigo que a mais antiga profissão do mundo. No caso vertente, a afirmação afigura-se como uma declaração de princípios segundo a qual esses mesmos princípios são susceptíveis de leilão, vendendo-se, portanto, à melhor e mais adequada oferta. Faz sentido.
Há ainda, como é evidente, uma certa vitalidade nisso. Uma verdade. E até, por estranho que pareça, uma Ética – aquela que nos trouxe até aqui, a este paraíso apocalíptico.
Ser o eixo, contudo, ser o ponto imóvel que faz movimentar todo o Universo, não é o mesmo que ser uma roda livre que fugiu da carroça, em movimento acelerado e caótico rumo a lugar nenhum.
.” uma Ética – aquela que nos trouxe até aqui, a este paraíso apocalíptico. ”
…”uma roda livre que fugiu da carroça, em movimento acelerado e caótico rumo a lugar nenhum.”
Faz pensar ! apoiado, Bruno Santos
Quando o primado é o do poder, a ideologia é serventuária das oportunidades.
Quando o poder dá emprego a familiares e correligionários, só o poder absoluto contenta.
Nos países ricos do Norte da Europa já se faz isso desde que há Parlamento, e chama-se a isso…
diálogo, negociac,äo e compromisso!
No rico Portugal e resto do Sul da Europa é que se chamam a estes acordos “geringonc,a” e “lenocínio de ideias” porque, afinal, toda a gente quer democraticamente maiorias democraticamente absolutas, para näo ter de dar cavaco a ninguém.
Porque ser autoritário é que é ser democrático, näo é?
Ai senhores…
Para se construírem maiorias é preciso ter engenho e arte e, pelos vistos, nem todos têm estes dois predicados. Veja-se, Passos Coelho que ganhou as eleições, mas faltou-lhe o engenho e a arte para constituir a maioria para formar governo e ficou a ver navios, ao invés, Antônio Costa, não ganhando as eleições, subiu ao palanque da fama. São coisas que acontecem a quem não tem unhas para tocar viola.