Cavaco Silva, o (alegado?) financiamento ilegal do saco azul do GES e as questões que se impõem

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Era uma vez um saco azul chamado ES Enterprises. Um saco azul que serviu, segundo a investigação da Operação Marquês e do caso EDP, para financiar ilustres figuras da nossa praça, como Zeinal Bava, Manuel Pinho ou o incontornável José Sócrates, e um conjunto de jornalistas, por ele avençados, caso que foi revelado pelo escândalo Panama Papers e que o Expresso anunciou com toda a pompa, apesar de, até à data nada mais ter dito a esse respeito. Seria aquele animado grupo que foi esquiar a convite do BES? Não sabemos. Ou será que sabemos?

Chegados ao dia de ontem, o país foi apanhado de surpresa por uma nova revelação, que visa outro incontornável da política portuguesa. O político mais político de todos os políticos, que apesar da sua condição gosta de falar dos políticos e da situação deste país como se não fosse nada com ele. Um homem tão honesto, mas tão honesto, que seria preciso ao comum dos mortais nascer duas vezes para ser tão honesto como ele. Tão honesto que nem uma comissão de honra para a recandidatura presidencial repleta de notáveis do BPN beliscou a sua honestidade. Falo-vos, obviamente, de Cavaco Silva.

Ora, reza a peça da Sábado que Cavaco terá recebido 253 mil euros do saco azul do GES. Como? Simples: a corte de Ricardo Salgado fez uma vaquinha milionária, enviou para os cofres da campanha de Cavaco Silva, e foi posteriormente reembolsada, ao cêntimo, pela ES Enterprises.

Enquanto a investigação – se é que ela existe, para lá da peça da Sábado – segue o seu curso, existem várias questões que se impõem: qual o motivo que terá levado os Espírito Santo, e respectivos apóstolos, a investir mais de 400 mil euros em duas campanhas de Cavaco Silva? Melhor: o que terá levado este grupo de pessoas a correr o risco de violar a lei eleitoral para ajudar Cavaco Silva a ser reeleito? O que teriam eles a ganhar? Sim, porque estes senhores não investiam à toa e sem expectativa de retorno. Alguma coisa esperavam receber em troca.

Última questão: à luz destes desenvolvimentos, como interpretar aquela histórica sucessão de belos momentos de televisão, protagonizados por Cavaco Silva, o Honesto, que num primeiro momento declarava ao país que os portugueses podiam confiar no BES, apenas para, dias depois, se sujeitar à patética figura de se desmentir, acusando a jornalista que o confrontava com as suas declarações de estar a mentir, mentindo? Um frete destes é obra, não é? Depois dos mais de 400 mil euros que a cúpula do GES gentilmente cedeu às suas campanhas presidenciais, dá para desconfiar, não dá? Afinal de contas, de uma forma ou de outra, ele parece estar em todas. Será que nos contaram tudo sobre a longa relação entre Ricardo Salgado e Cavaco Silva?

Em princípio, não se vai passar nada. A alegada falcatrua já terá prescrito e Cavaco passará, como sempre, entre os pingos da chuva. Nos meandros do BPN, criado, manobrado, pilhado e corrompido por alguns dos seus amigos do PSD, conseguiu bons negócios com acções, uma excelente permuta na aldeia do BPN e meia comissão de honra para as últimas presidenciais que disputou. Na fraude do século, que teve lugar no distinto Banco Espírito Santo, Cavaco Silva poderá ter obtido financiamento ilegal para a sua campanha. A ver vamos, se a justiça terá coragem para escavar até ao fim. Uma coisa é certa: está, finalmente, explicado o ódio visceral entre Cavaco e Sócrates. O bolso do Ricardo Salgado é pequeno demais para dois indivíduos tão honestos.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    “Em princípio, não se vai passar nada. A alegada falcatrua já terá prescrito e Cavaco passará, como sempre, entre os pingos da chuva.”

    Esta notícia demonstra antes demais, como o nosso querido MP sempre esteve de um dos lados da contenda. Vem agora, tarde e a más horas, dar uma de sério, e chafurdar sobre o cadaver político, Anibal Cavaco Silva. A Sábado, do grupo Cofina, compõe o ramalhete “com aquela independência editorial que todos lhe reconhecem”, a cheirar a esgoto.
    Resta-nos a consolação de esperar pelos “cavaquinhos” do costume, que retaliarão para cima de nós com o Eng.º José Sócrates, naquele estilo muito português, “o meu corrupto é mais honesto que o teu” .

  2. jorge cruz says:

    O BES sempre pagou a todos os políticos e partidos sem excepção. Até o PCP recebia alguns fundos. Qual é a admiração? muito mais recebeu o PS e o Bochechas…

    • Rui Naldinho says:

      Lá vem um “cavaquinho” de estimação…!

      A admiração deve ser só sua, sempre acreditou que para ser mais sério do que o Cavaco, tinha de nascer duas vezes. Contrariamente a rapaziada nunca acreditou nessa treta.
      Travestidos de gente impoluta, a Cavacada sempre teve propensão para negócios ruinosos ou de renda fixa, tudo pago pelo contribuinte.

  3. José Peralta says:

    …E o cavalheiro, (por alcunha (ex-primeiro-ministro”),afobado, irritado, raivoso, afirma que a sua (alegada !) impoluta vida, está espelhada nos seus livrecos auto-biográficos (autênticos “best-sellers” da “literatura” portuguesa !!!) onde se dedica a revelar assuntos e conversas a que estava (devia estar !) obrigado ao segredo, ao “jurar” a Constituição da República Portuguesa ! CITO:-“Cavaco Silva `é como os eucaliptos. Seca tudo à sua volta”-(Miguel Cadilhe “dixit”)…CITO :- “A incultura de Cavaco Silva,política e não só, é abismal, e o seu triunfo, foi o triunfo da vulgaridade” (Marcelo Rebelo de Sousa “dixit” (1975)

    • Carlos Almeida says:

      Sr Peralta

      “A incultura de Cavaco Silva,política e não só, é abismal, e o seu triunfo, foi o triunfo da vulgaridade” (Marcelo Rebelo de Sousa “dixit””(1975)

      Está enganado na data de 1975.
      Cavaco ainda devia andar pelo Banco de Portugal e quem mandava na direita em Portugal nessa altura era o Dr Mario Soares. O PPD praticamente não se ouvia.

      • José Peralta says:

        Carlos Almeida

        Tem razão ! Foi mais uma “gaffe” ao correr do teclado !

        O ano è 1995, e a frase foi publicada numa Revista.

        • abaixoapadralhada says:

          O Abreu sobre o tema as duplas vigarices de Cavaco Silva, não diz nada. Apenas porque ao contraio do “comentário” dele à sua gralha perfeitamente compreensiva (1975 vs 1995), escreve isto:

          “Isso foi apenas um “lapsus linguae”, ao que parece frequente no discurso aperaltado do Sr. José, que na ânsia incontida de condenar às profundezas do inferno ideológico os não crentes na sua acéfala doutrina, não tem tempo, sequer, para repensar o que escreve.”

          Mas se ele o acusa gratuitamente de “não tem tempo, sequer, para repensar o que escreve”, ele não escreve o que pensa na realidade. Mas nós todos já o topamos.

          Já repararam que todos os auto proclamados liberais, seja lá o que isso for no seculo 21, dizem que quem não pensa como eles, professam uma acéfala doutrina. A inteligência foi toda para eles, os outros são todos burros.
          No século 19 sabia quem eram os liberais e o que pretendiam, agora ……..

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Para além de a sua escrita ser demasiado avançada para a minha literacia, a presciência que lhe permite descobrir o meu pensamento através daquilo que não escrevo, deixa-me entregue a uma meditabunda inferioridade mental pelo que sou incapaz de lhe explicar quem eram os liberais do século 19, quem foram no século XX e que são no século XXI.

            Nota1 – Como não escrevo o que penso não posso escrever o que penso de Cavaco Silva, mas sobretudo não sei qual o interesse para nós cidadãos discutir quem foi o morto politico do Boliqueime.

        • Carlos Almeida says:

          Boas Senhor Peralta

          Também calculei que fosse gralha ( um 7 em vez de um 9), porque o referido cavalheiro de Boliqueime, em 75 ainda não tinha aparecido na politica. Quem lhes fazia o trabalho era o Dr Mario Soares, chefe do PPD côr de rosa

      • José Peralta says:

        No contexto de uma entrevista à Revista “Visão”.

    • Nuno M. P. Abreu says:

      Isso foi apenas um “lapsus linguae”, ao que parece frequente no discurso aperaltado do Sr. José, que na ânsia incontida de condenar às profundezas do inferno ideológico os não crentes na sua acéfala doutrina, não tem tempo, sequer, para repensar o que escreve.

      • José Peralta says:

        O meu teclado, produz “gaffes”, uma vez por outra…coisa que o abreu, “embrenhado” no Latim, nem faz uma pequena ideia do que seja !

        O teclado do abreu, pelos vistos, “intelectualmente” mais avançado, produz “lapsus-linguae”, e parece ter uma “língua” camaleónica, a avaliar pelas vezes que vem aqui levar…porrada.

        O que prova que, um teclado “não crente”, vive condenado ao inferno ideológico em que vegeta, e ao opróbrio da sua acéfala doutrina…

        Enfim…o abreu, só tem aquilo que merece !

        • Nuno M. P. Abreu says:

          Muito Obrigado, Sr. Peralta, por reconhecer que tenho o que mereço. Sinceramente sinto-me bem com o que a vida me deu. Sentir-me-ia muito mal comigo mesmo se esperasse louvaminhas de fanáticos ideológicos com as sinapses cerebrais circuitadas por credos caducos que lhes não permitem dialogar com quem pensa legitimamente pela sua cabeça.

          Nota – Não sei se o meu teclado é diferente do do Sr. Peralta. Sei é que, por si, não produz nada. Limita-se a reproduzir os caracteres com que com cada tecla está relacionada. Os erros são perfeitamente humanos. Mas o que pretendi salientar é que o ódio que se põe na escrita induz com facilidade os tais” lapsus linguae” que tanto lhe custam a engolir.
          Esta fobia cavaquista é perfeitamente patética. O homem está politicamente morto, sem qualquer mais valia eleitoral dentro da direita, a ponto de ninguém se querer rever nele. Mas basta uma notícia que diz muito mais da podridão do sistema financeiro e da sua ligação ao poder que atingiu o apogeu com Sócrates, para aparecer o Sr. Peralta a parir um texto em que os adjectivos se atrapalham uns aos outros na ânsia incontida de bater num morto a quem não perdoa ter recebido o voto da maioria dos portugueses em quatro eleições.
          Sr. Peralta, se quem ser útil à sociedade conteste medidas e proponha soluções e deixe de ser um guarda pretoriano de uma ideologia que vive dos populismos que minimizam o ser-se humano.

          Nota1 – Não sei se o meu teclado é diferente do do Sr. Peralta. Sei é que por si só não produz nada. Limita-se a reproduzir os caracteres que relaciona cada tecla . Os erros são perfeitamente humanos. Mas o que pretendi salientar é que o ódio que se põe na escrita induz com facilidade os tais” lapsus linguae” que tanto lhe custam a engolir.
          Nota 2 – A” porrada” a que se refere só me diz que tenho razão nas criticas que faço a um fanatismo criminoso. É a ele que me dirijo e sentir-me-ia muito mal se por ventura dele recebesse elogios.

          • José Peralta says:
          • José Peralta says:

            Através de Carlos Esperança (in “Estátua de Sal”-6 de Julho de 2017)

            (É este o “poço de virtudes”, a “múmia” que o “egiptólogo” melo, com ar dorido e lamentoso, , diz defender… dos “mauzões fanáticos e criminosos” !!!!!)

            Que o ora Conselheiro de Estado vitalício esqueça que teve mais vida, além das quintas-feiras e outros dias de sólidos rancores e autoelogios impressos nos “Roteiros”, é um ato de memória seletiva que não surpreende.

            Que tenha preenchido uma ficha de mal-esclarecida necessidade, na Pide, com a alusão despropositada à madrasta da amantíssima esposa, é a nódoa caída num impresso onde a prevaricação ortográfica não foi a pior das manchas.
            donativo

            Que ao longo da vida tenha esquecido o que lhe dói e recorde o que julga que o enaltece é uma atitude que se compreende; que a gramática e a cultura não fossem preocupações de quem apenas queria fazer pela vida, desculpa-se; que se tenha enredado em negócios nebulosos, como o da permuta das vivendas ou o das ações da SLN, não cotadas em Bolsa e destinadas a amigos, onde se lembrou da filha e não se esqueceu das mais valias realizadas a tempo, para ambos, são situações que o tempo faz esquecer; que a docência na Universidade pública possa ter saído prejudicada pela assiduidade numa privada ou o benefício do fim das bolsas de investigadores da Gulbenkian possam ter beneficiado um ex-investigador, são coisas antigas e certamente explicáveis.

            Podia ignorar que na sua campanha presidencial de 2011 recebeu 253 mil euros de dez altos responsáveis do BES/GES cujo valor tinha origem no saco azul, quando a lei do financiamento das campanhas proíbe donativos de empresas, como agora é noticiado.

            O que não podia esquecer era o jantar dos quatro casais na vivenda de Ricardo Salgado e mulher, onde foi preparada a candidatura de 2006, com ele, Marcelo e Durão Barroso e as respetivas mulheres. E se em 2011, quando o BES, apesar da engenharia financeira, apresentou milhões de euros de prejuízo, apoiou a sua campanha com 235 mil euros, imagina-se quanto poderia ter investido em 2006, quando era essencial proporcionar a tão fraco candidato uma tão difícil vitória.

            Da conspiração nascida na sua Casa Civil contra o PM da altura, o caso das escutas, do ressentimento pela lei que o impediu de acumular as reformas com o vencimento de PR, do rancoroso discurso, após a vitória presidencial, até às afirmações nefastas para o país, contra o atual Governo, a que foi obrigado a dar posse, e tão tardiamente o fez, sabe-se o que prejudicou Portugal e a imagem que deixou nos portugueses.

            O que ora surpreende, apesar da sua leveza ética, é a negação da amizade com Ricardo Salgado, como se fosse natural jantar e preparar uma candidatura presidencial em casas de desconhecidos ou inimigos.

            A negação da amizade não pode ser esquecimento, é ingratidão e falta se sentimentos.

          • abaixoapadralhada says:

            Sr Abreu

            Nós já o sabíamos cavaquista,
            Mas isso não é o mais grave sendo até natural, em pessoas com a sua ideologia.
            O grave é que tente com a sua costumada prosa chata e comprida, atacar quem “se atreve” a reportar uma noticia que apareceu sobre um sujeito que deveria também estar a responder pelas vigarices no BPN

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Sr Peralta e Sr Apadralhado:
            Estou hoje bem humorado. O meu filho, a minha neta e a minha nora vieram passar uns dias comigo e sinto-me feliz! Por outro lado, a vossa prosa criou em mim uma boa disposição que me permite rir perante tanta moxinifada própria de bobos da corte que proferem frases sem nexo, mas que divertem pela sua incoerência !
            O Sr Peralta está até a perder o seu aperaltismo e perante a impotência de raciocínio já só é capaz de recorrer ao seu inseparável Kompensan! Ó Sr. Peralta, tanta atrofia mental cansa!
            O Apadralhado, no seu “alter ego”, na sua bruxisse presunçosa, acusa-me de cavaquista e de o atacar. Atacá-lo eu? Apenas me limito a evidenciar, no seu discurso, a incapacidade que tem de aceitar as ideias que não cabem no seu reduzido córtex frontal cerebral e que chocam com os três ou quatro dogmas que acefalamente define como salvação do mundo.

          • José Peralta says:

            Ó melo !

            Situemos as questões :

            O que é que eu tenho que ver com cenas da sua vida familiar, que lhe causam tão boa disposição…que até tem vontade de se rir, vejam lá !

            Depois, o bobo fanático, defensor da “múmia”, que como bom bobo que é, perde “a vontade de rir” e as estribeiras, porque os “fanáticos perigosos” como eu, insistem em pôr a nu, as sacanices, as malfeitorias, as filhadaputices do ser infame,repelente,traidor dos seus amigos, da Constituição que jurou honrar e do País, só porque o bobo melo, queria que caísse um espesso manto de silêncio sobre o seu amado “senhor” !

            Impotência de raciocínio, frases sem nexo, atrofia mental, incoerência, incapacidade de aceitar ideias, é tudo o que vê nos outros, desde que OS OUTROS,(e, pelo menos aqui, no AVENTAR, infelizmente para o bobo abreu, “os outros” estão em maioria), o confrontem com o quê ? Com as suas próprias ideias, que são opostas às “ideias” do bobo…

            Em resumo . O que o bobo abreu queria, era um pacífico, sorumbático e numeroso rebanho, no qual, os seus balidos, tivessem aceitação geral e se possível, com aclamação.

            Mas, coitado, o seu “discurso” rebuscado, vazio, “a puxar ao fino e ao culto”, pretensamente “bem educadinho” de quem é incapaz de dizer “merda”, porque, se disser, não entra no reino dos céus, não passa disso mesmo, um discurso vazio, insultuoso, cínico e hipócrita, muito à semelhança do seu ídolo cavacal !

            Mas…numa coisa eu dou razão ao melo (quem é amigo, quem é ?) :

            TANTA ATROFIA MENTAL CANSA…MAS DIVERTE !

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Sr. Peralta:
            Quando estudei filosofia, já lá vão mais de sessenta anos, explicaram-me o o uso do argumento denominado silogismo.
            Avisou-me o professor para, no entanto, ter um bocado de senso no uso do argumento. Os fanáticos palavrosos, doentiamente aperaltados costumam usar o argumento da maneira mais estúpida que uma mente perversa pode permitir. As premissas de onde partem para a conclusão não são factos que se relacionem mas são apenas presunções que se lhe cristalizaram na mente.
            Exemplificava ele : O estúpido é capaz de afirmar: Se a minha avó tivesse rodas era um camião. Como, pergunta o outro. Porque ela dá puns e os puns lhe servem de apito.
            O Sr. Peralta é perito no uso de silogismos desse tipo. Incapaz de assinalar o uso por mim de um qualquer adjectivo em defesa de Cavaco parte da premissa que a denúncia da repetição de acusações sistemáticas sobre uma “múmia”sem que daí advenha algo de útil para o desenvolvimento do pais é uma defesa das ideias daquele ex-politico. Daí concluiu que tal discurso, o meu, é um discurso vazio, insultuoso, cínico e hipócrita, muito à semelhança do seu ídolo cavacal.
            Daí Sr Peralta permita-me que o cite: Tanta ATROFIA MENTAL cansa!

            Nota. 1 Tem de ter cuidado com o teclado do seu computador, isto a deduzir pela frequência de “lapsus linguae” que produz. Será que um discurso sendo vazio pode conter insultos?
            .
            Nota 2- Aprendi desde muito novo que não é a quantidade de adjectivos que qualifica um texto. É a sua propriedade. A quantidade é típica de seres biliosos que necessitam expelir o fel que os consome.

          • José Peralta says:

            Pois é, ó melo !

            E “prontos” ! Lá vem a louvaminha, o auto-elogio, a vã-glória onanista do “eu”, tão definidora dos medíocres, dos pobres de espírito que têm tão pouco ou nada em que se apoiar !

            Elevo o meu pensamento para o seu heróico professor de Filosofia, felicitando-o lá no Olimpo onde certamente estará ! Mas lamentando que o seu generoso esforço consigo, tenha resulta em nada !

            NUM GIGANTESCO E ROTUNDO NADA !!!

            “Avisou-me o professor para, no entanto, ter um bocado de senso no uso do argumento. Os fanáticos palavrosos, doentiamente aperaltados costumam usar o argumento da maneira mais estúpida que uma mente perversa pode permitir. As premissas de onde partem para a conclusão não são factos que se relacionem mas são apenas presunções que se lhe cristalizaram na mente.
            Exemplificava ele : O estúpido é capaz de afirmar: Se a minha avó tivesse rodas era um camião. Como, pergunta o outro. Porque ela dá puns e os puns lhe servem de apito”.

            Caro Senhor Professor (do melo :

            Lamento informá-lo que todos os seus doutos conselhos ao seu aluno, sobre “o uso do argumento”, saíram gorados, não certamente por culpa sua…

            Porém, todas as suas previsões , o “bocado de senso (pouco!), o fanatismo palavroso do melo, doentiamente aperaltado (no pior sentido do termo !) foram “pelo cano” ; o argumento mais estratosféricamente estúpido que a sua perversa mente permite, e é persistente ! ; as presunções de onde parte o presumido melo, não levam a factos, são apenas canhestras presunções de “fanatismo ideológico e criminoso” (dos outros, sempre dos outros !) ; do “ódio que se põe na escrita” (dos outros sempre dos outros…) ; os “seres biliosos que necessitam expelir o fel que os consome” (são sempre os outros, sempre os outros…, porque a bílis do melo, “ostenta” uma saudável cor “verde-vomitado” !)

            E como o Senhor Professor, sábiamente exemplificou ao melo, “ele quando dá puns (que linda imagem literária !!!!!) serve-se deles como um assobio (melhor ainda, como grande literatura que é…) !

            Logo, e concluindo, o melo, é afinal, um artista, um exímio e dotado traquejador-assobiador ! Enfim…um “músico”…e qualquer que seja a “profissão”, haverá sempre um mérito escondido (neste caso, escondido dentro das calças)…

            Só tem um problema : A hipótese, mera hipótese de, durante uma “actuação”, alguém desajeitado como eu, ponha involuntariamente, um fósforo aceso frente ao cu do “solista” e…PUM !

            Os meus póstumos e sinceros respeitos ao Senhor Professor !

          • Nuno M. P. Abreu says:

            “O Monstro Incompreensível
            É perigoso mostrar ao homem até que ponto se assemelha aos animais sem lhe mostrar a sua grandeza. Também é perigoso mostrar-lhe muito a grandeza sem a baixeza. É ainda mais perigoso deixá-lo ignorar uma e outra. Mas é muito vantajoso representar-lhe as duas.
            O homem não é anjo nem besta, e por desgraça quem quer ser anjo acaba por ser besta.
            Se se exalta, humilho-o; se ele se humilha, exalto-o: e contradigo-o sempre, até que ele compreenda que é um monstro incompreensível.
            Condeno igualmente os que tomam o partido de louvar o homem, e os que tomam de o condenar, e os que tomam o de se divertir; e não posso aprovar senão aqueles que buscam gemendo. ”

            Blaise Pascal, in “Pensamentos”

          • José Peralta says:

            Bláblábláblábláblábláblá! Tárárátchimpum! Tárárátchimpum! Fsssssshhh!…PUM !

            NUNO M. P. MELO in “Pensamentos” (versus Blaise Pascal)

  4. Observador says:

    “…é necessário nascer duas vezes para encontrar alguém mais sério que Cavaco! ”

    E já agora, quem financiou o genro deste sujeito para adquirir o Pavilhão Atlântico?

    E ainda, não querem aproveitar a embalagem e verificar a (i)regularidade na aquisição da casa da Coelha e a permuta com a anterior?

    Este sujeito, encerra em si toda a podridão que nos tem governado no que toca ao PSD. Os outros, já são conhecidos e alguns até incomodados!

  5. ASilva says:

    E José Sócrates para além de levar Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (100 000 000 Euros para a banca) à bancarrota fez o quê?

  6. José Manuel Almeida says:

    “Nunca me engano, raramente tenho dúvidas e nunca fui corrupto”. O senhor das “banalidades”, como disse Saramago, iludiu este povo de analfabetos durante décadas.

  7. o que me impressiona nisto é que um homem tão honesto se rodeou de tanta gente desonesta, nem se chateou com essas más companhias, parece que extraia a honestidade de quem o rodeava, qual eucalipto

  8. Contestando frases como estas em comentário anterior de alguém neste post :

    …”
    um texto em que os adjectivos se atrapalham uns aos outros na ânsia incontida de bater num morto a quem não perdoa ter recebido o voto da maioria dos portugueses em quatro eleições….”

    …” Esta fobia cavaquista é perfeitamente patética. O homem está politicamente morto, sem qualquer mais valia eleitoral dentro da direita,…”

    eu estou consigo nesta, José M. Almeida :

    “…O senhor das “banalidades”, como disse Saramago, iludiu este povo de analfabetos durante décadas….”

    E está tudo dito ! !!

    • Nuno M. P. Abreu says:

      “Todos os dias havia saneamentos no ‘DN’. O Saramago [diretor-adjunto entre abril e novembro de 1975] era mal-educado e um arrogante. Acho que estamos a tentar branquear o Saramago. Ele era um grande escritor, mas não era um grande homem”.
      Rui Tovar saneado do Jornal.

      Será que Saramago é credível como homem?

      Isabel da Nóbrega foi a musa inspiradora de Saramago. Foi ela que lhe deu a mão e lhe permitiu publicar “ Levantados do chão” , depois de o próprio PCP o ter corrido do DN, e a quem dedicou o livro nas primeiras edições.
      Isabel da Nóbrega, conjuntamente, com Sophia de Mello Breyner constituíam, “na Lisboa dos anos 50”, “o fascínio dos rapazes, futuros poetas, que as iam espreitar ao longe, sentadas de perna cruzada nas esplanadas”.
      Logo após atingir alguma notoriedade, Saramago não só abandonou Isabel da Nóbrega como retirou das edições seguintes a dedicatória do livro a quem lhe possibilitou ser escritor e publicar um livro, por imposição da espanhola Pillar del Rio, que com os seus contactos jornalísticos o promoveu a Nobel.
      Lutarei sempre pelo que penso ser o melhor para a sociedade que me permitiu ser quem sou.
      Seja feliz. São os sinceros de um alguém.

      • Fascista eu ? says:

        “Lutarei sempre pelo que penso ser o melhor para a sociedade que me permitiu ser quem sou.”

        És um porco !

        • Nuno M. P. Abreu says:

          Dito por um cretino é um elogio. Muito obrigado.

          • anticarneiros says:

            Vê-te ao espelho de vez em quando, papagaio caduco e chato

      • “…O senhor das “banalidades”, …. iludiu este povo de analfabetos durante décadas….”

        E está tudo dito quanto a Cavaco Silva !!

        ! …que quanto a Saramago,

        Saramago retira-se com a sua dignidade altaneira de ataques despropositados ….desse povo de analfabetos …!

        E está tudo dito ! !!

      • Paulo Marques says:

        Pelo contrário, luta sempre para manter aquilo que tem, e quem vier a seguir que se foda. O mundo parou quando se formou e não há mais nada a saber, está tudo tão certo e claro como lhe meteram na cabeça na altura.
        É esse o problema.

  9. Nuno M. P. Abreu says:

    Sobre Cavaco é para mim perfeitamente irrelevante o que se diga dele. É uma figura do passado, intelectualmente desinteressante, que desperdiçou a oportunidade de transformar o pais. Se somos um povo de analfabetos? Isso foi o mote para a instituição de ditaduras quer do tipo Salazarista quer do tipo estalinista ou maoista onde uma minoria, fosse ela a União Nacional, ou os comités centrais daqueles partidos se consideram os iluminados capazes de conduzir um povo, como carneiros, ao seu redil.

    Sobre Saramago ao que parece sempre foi altaneiro. Demasiado altaneiro aos olhos de quem recentemente escreveu uma sua biografia e não pareceu aos olhos da critica ser um autor com ataques despropositados e analfabeto.
    Mas quem sou eu, para me abalançar a ter opinião!

    “No ano em que se comemoram os 20 anos da atribuição do Nobel da literatura a José Saramago (1922-2010), publica-se Rota de Vida, uma extensa e detalhadíssima biografia, da autoria de Joaquim Vieira ”

    “Nas cartas que escrevia a Jorge de Sena e a Rodrigues Miguéis, e como se pode perceber nesta biografia, Saramago não hesita nos jogos de intriga do meio literário, mostrando mesmo algum calculismo na vontade de se afirmar, de ser reconhecido, como escritor”.

    “No período pós-revolucionário é nomeado director-adjunto do Diário de Notícias, num processo conturbado, e é acusado de fazer censura e de afastar jornalistas; os traços de “autoritarismo” e inflexibilidade ideológica deixaram marcas no seu percurso público”.

    “Mas é no lado da sua vida privada que surgem algumas revelações talvez inesperadas para alguns: o machismo na relação com as mulheres – a “multiplicidade de relações”, refere o biógrafo – e alguns avanços físicos não consentidos revelados agora por algumas mulheres. A “frieza afectiva” no trato familiar (com os pais, com a única filha e com os netos) é outro traço desta personalidade.

    • Paulo Marques says:

      «Sobre Cavaco é para mim perfeitamente irrelevante o que se diga dele. É uma figura do passado, intelectualmente desinteressante, que desperdiçou a oportunidade de transformar o pais. »

      “O progresso, longe de consistir em mudança, depende da capacidade de retenção. Quando a mudança é absoluta, não permanece coisa alguma a ser melhorada e nenhuma direção é estabelecida para um possível aperfeiçoamento; e quando a experiência não é retida, como acontece entre os selvagens, a infância é perpétua. Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo.” – George Santayana

  10. Atacar despropositadamente José Saramago com argumentos de soleira de porta e transcrições fora do contexto com laivos de quase ódio em cx de comentários de um post sobre o cavaquistão, ….. é no mínimo desconcertante e desolador e demonstra esquadria intelectual dando razão à expressão “um povo de analfabetos” no seu sentido mais abrangente de povo de doutores feitos à podoa !

    A sabedoria e humildade de um Homem grande, humanista e escritor consagrado que afirmou em cerimónia pública de Prémio Nobel
    que ” o homem mais sábio que conheceu foi seu avô que era analfabeto”,
    esta a sabedoria nunca alcançável por alguns presunçosos !

    E em memória e desagravo de Saramago grande demais para ser misturado nestas tretas de mal dizer de fasquia baixa,
    aqui fica este seu texto sublime e comovente :

    ” CARTA PARA JOSEFA,
    MINHA AVÓ
    Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu
    tempo — e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e de- formadas, os pés
    encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.
    Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete
    universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio
    ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de
    família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira — sete vezes
    engravidaste, sete vezes deste à luz.
    Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de
    literatura, nem de filosofia , nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras
    práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às
    catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos
    coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste lembrança,
    grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio.
    Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja.
    (Contaste-mo tu, ou terei sonhado que o contavas?) Transportas contigo o teu pequeno
    casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como
    um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém.
    Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo.
    Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e
    o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério
    inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um
    quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro.
    Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos
    brancos, partidos pelo peso dos carregos — e continuo a não entender.
    Foste bela,
    dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo?
    Quem to roubou? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o
    quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses
    compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti — e sem mim.
    Não teremos dito um ao outro o que mais importava.
    Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as
    tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas — e isso
    ainda é pior. Mas porquê, avó, por que te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a
    noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o
    silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos
    teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: «O mundo é tão bonito,
    e eu tenho tanta pena de morrer!»
    É isto que eu não entendo — mas a culpa não é tua.

    Deste Mundo e do Outro. Leya / Caminho. 2010. pp. 27 — 28.

    • abaixoapadralhada says:

      Isabela

      Ter conversa com o Abreu é dar pérolas a porcos.

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