Começa bem

Fui à página do partido Iniciativa Liberal para ler o programa com que concorrem às próximas eleições legislativas e, entre puxa para cima e para baixo para o encontrar no meio dos slogans, reparei neste em particular.

CORRUPÇÃO

  • Diminuir o poder do Estado, para reduzir possibilidades de corrupção
  • Mais transparência e mais escrutínio dos agentes políticos

Deduz-se que não existe corrupção no sector privado. Talvez seja a juvenilidade do partido a contribuir para a falta de memória mas, sem ir mais longe, deixam-se aqui três casos que somam prejuízos equivalentes a cerca de um terço do dinheiro emprestado pela troika: BPN, BPP e BES.

Talvez os senhores liberais possam explicar como é que menos regulação, ou seja, menos poder do Estado, tal como defendem, teria evitado estes buracos sistémicos.

Comments

  1. Manuel António says:

    BPN, BPP e BES. Não poderia ter utilizado melhores exemplos do compadrio entre o Estado com muito poder e os privados. Diga aí exemplos entre privados, sff.

    • Manuel António says:

      Mais ainda, quem já trabalhou noutros países com Estados fortíssimos sabe bem que a corrupção é pior que cancro, SIDA e esclerose múltipla juntos.
      Só quem vive no mundo da fantasia é que acha o contrário.

      • Pimba says:

        Países com Estado fraco (íssimo): Haiti, Nigéria, Somália
        Países com Estado forte: Noruega, Suécia, Finlândia.

        onde é que existe mais corrupc,äo?
        Ah pois, lá foi o “arregumento liberalóide” à vida…

    • j. manuel cordeiro says:

      Sim, a corrupção entre estes bancos e o Estado foi. Gigante. Mas teria sido menor com menos Estado? De nada serve identificar a doença se a cura nada tem a ver.

    • Paulo Marques says:

      Que tal, sei lá,o compadrio entre eles? Ou o mesmo compadrio na mesma altura em Wall Street para vender lixo como investimento? Que tal o compadrio para manipular o libor, não uma, mas duas vezes seguidas por bancos que levaram uma palmada? Que tal o compadrio para que o cum-cum e o cum-ex transferissem uma quantidade inimaginável de dinheiro para sabe-se lá onde? Que tal o compadrio das produtoras de automóveis da Alemanha para ver quem poluía mais? Ou o compadrio entre as maiores empresas de Silicon Valley para congelar os salários?
      mas tem razão, sem estado não há corrupção, é tudo negócio,limpinho, limpinho.

      • Daniel says:

        Como dizia o outro: “Quinje a zero”!…

      • Manuel António says:

        BPN, BPP, BES, SLN, Teccnoforma, submarinos, lâmpadas, “jobs for the boys”, “com primos”, e uma infinidade de outros casos que já passaram por aqui mesmo demonstram claramente que um Estado muito grande e com muita influência dá azo a que pessoas mal intencionadas tomem partido em benefício próprio sem que haja qualquer consequência.
        Não são quizazero, são praticamente 40 anos a sermos enrarabados pelos do costume e alegremente andamos a dizer que quem pensa diferente é que está errado.

  2. j. manuel cordeiro says:

    Exemplos entre privados? Os operadores de telecomunicações. Em Portugal, o custo das telecomunicações aumentou consideravelmente nos últimos anos, em contraciclo com a média europeia. Ou as comissões crescentes que a banca aplica às contas bancárias e movimentos. Há muita forma de corrupção.

  3. JgMenos says:

    O poder do Estado mede-se não pela regulação, que é obrigação própria, mas pelo emprego que cria e pelo dinheiro que distribui (que é sempre dinheiro que cobra no presente ou no futuro).

    Aos mamões e aos ideólogos esquerdalhos é que lhes convém sempre dizerem que é a regulação e não a intrusão que está ameaçada.
    Até dizem que o Estado Novo era liberal, apesar dos planos de fomento e o condicionamento industrial – os treteiros,
    O que a regulação não precisa é de observatórios, comissões. institutos e toda a carga de coutos para acoitar serventuários.

    • Paulo Marques says:

      O poder do estado mede-se por o quanto interfere na economia, seja para um lado, seja para o outro. Não é por agora no reinado de Berlim só valer intervenções a favor do capital, principalmente nas relações laborais, que deixaram de ter poder.
      como reconhece o Costa, são escolhas.

    • j. manuel cordeiro says:

      “mede-se não pela regulação”
      Ah esses amanhãs que cantam da auto-regulação dos mercados.
      Sem ir muito longe, um nome chega: Lehman Brothers.

      • JgMenos says:

        «não pela regulação, que é obrigação própria»

        És iletrado ou falsário, treteiro?

  4. Julio Rolo Santos says:

    Estes bancos faliram e os banqueiros estão presos? NÃO. Só em Portugal.

    • Paulo Marques says:

      Não consta que alguém do casino americano ou do alemão tenha sofrido fim diferente.

    • Daniel says:

      Quantos banqueiros estão presos pelos bancos que faliram por mundo fora?
      Apenas o Madoff?
      Pois…

  5. Há montes de países com estados fracos, ou mesmo inexistentes, tal como os Liberais dizem gostar: Haiti, Nigéria, Somália. Não me consta que estes países estejam imunes á corrupção.

  6. POIS! says:

    Pois!

    Para os liberaleiros, no setor privado, corrupção significa “Esperteza Negocial Aplicada” (vulgarmente conhecida por “ENA”(!)).

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