António Costa está a propor um governo formado por 19 ministros, mais 2 do que no anterior executivo. O governo de 2015 já era maior do que o habitual e, tendo sido notícia, não causou alarido.
O executivo agora proposto é essencialmente a continuação do anterior, como se pode ver na tabela seguinte, com a adição de dois apêndices que bem poderiam ser secretarias de estado de outros ministérios.
Depois do péssimo desempenho de Eduardo Cabrita, Marta Temido e Tiago Brandão Rodrigues, seria de esperar que estes lugares fossem ocupados por gente competente. A sua recondução diz muito sobre as prioridades do governo. Especialmente, atendendo ao caos que vai nos hospitais e escolas.
- Urgência de Pediatria do Garcia de Orta volta a fechar esta noite
- Hospital de Setúbal recusou doentes durante várias horas devido a sobrelotação do serviço de urgências
- Falta de professores e alunos sem solução. O que está a acontecer nas escolas?
- Dez Escolas Fechadas Em Lisboa Por Falta De Funcionários
Um governo com 19 ministérios emprega muita gente, a qual requer cartão do partido confiança política. Bem se pode lançar o spin de assim ser devido à presidência da União Europeia , a assegurar por Portugal em 2021, mas a realidade é bem mais terra a terra.
Última formação do Governo de 2015 | Governo de 2019 – equivalência directa | Side car do Governo de 2019 |
Primeiro-Ministro António Costa |
Primeiro-Ministro António Costa |
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Ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva |
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva |
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Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa Mariana Vieira da Silva |
Ministra de Estado e da Presidência Mariana Vieira da Silva |
Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública Alexandra Leitão |
Ministro das Finanças Mário Centeno |
Ministro de Estado e das Finanças Mário Centeno |
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Ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho |
Ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho |
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Ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita |
Ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita |
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Ministra da Justiça Francisca Van Dunem |
Ministra da Justiça Francisca Van Dunem |
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Ministro Adjunto e da Economia Pedro Siza Vieira |
Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital Pedro Siza Vieira |
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Ministra da Cultura Graça Fonseca |
Ministra da Cultura Graça Fonseca |
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Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Manuel Heitor |
Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior Manuel Heitor |
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Ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues |
Ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues |
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Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social José António Vieira da Silva |
Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Ana Mendes Godinho |
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Ministra da Saúde Marta Temido |
Ministra da Saúde Marta Temido |
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Ministro do Planeamento Nelson de Souza |
Ministro do Planeamento Nelson Souza |
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Ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos |
Ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos |
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Ministro do Ambiente e da Transição Energética João Pedro Matos Fernandes |
Ministro do Ambiente e da Ação Climática João Pedro Matos Fernandes |
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Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural Luís Capoulas Santos |
Ministra da Agricultura Maria do Céu Albuquerque |
Ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa |
Ministra do Mar Ana Paula Vitorino |
Ministro do Mar Ricardo Serrão Santos |
“Depois do péssimo desempenho de Eduardo Cabrita, Marta Temido e Tiago Brandão Rodrigues, seria de esperar que estes lugares fossem ocupados por gente competente. A sua recondução diz muito sobre as prioridades do governo. Especialmente, atendendo ao caos que vai nos hospitais e escolas.”
Jorge, independentemente da avaliação que podemos fazer de cada um deles, o que não discuto, eu diria que estes ministérios são aqueles a quem Mário Centeno meteu o garrote financeiro, ou se quiser, lhes introduziu uma espécie de “rega gota a gota”, quanto às necessidades orçamentais de cada tutela. Sendo que a gota de hoje só cairá daqui a uns meses, e não no tempo certo, o que torna tudo ainda mais difícil. Saúde, Educação e Segurança vivem de há muito em “seca extrema”.
O problema destes ministros é predisporem-se cada um per si a fazer a figura de idiota útil, “empaleando”o discurso, adiando decisões urgentes, sempre com aquele blá blá para otários, como se todos nós não conhecêssemos as regras do Centeno.
Por outro lado, é também nestas alturas que se percebe que contrariamente ao PSD, as portas giratórias do PSI 20 e não só, estão muito mais flanqueadas aos Socialistas do que ao PSD/CDS.
“rega gota a gota” – boa metáfora
Isso, a reforma do euro e o D. Sebastião.
Grande ou pequeno governo, o que importa é que façam um bom trabalho. O governo do Passos e Portas foi “historiamente pequeno” e deu um prejuízo do caralho.
Em que equipa que melhora os resultados não se mexe, certo?
Se o Cristiano das Finanças não passa a bola os outros não podem marcar golos não é verdade?
Na mesma lógica, também não é por se aumentar a equipa que se melhora.
A equipa anterior não foi equipa vencedora. A oposição é que esteve a dormir e à espera do diabo. Houve, isso sim, aumento de turismo, baixas taxas de juro nos mercados internacionais e um aumento enorme de impostos (cf https://dividapublicaportuguesa.blogspot.com/2019/09/execucao-orcamental-ago2019.html)
Os que não recebem a bola podem sempre demitirem-se, em vez de pactuarem com a situação. Não o fazendo, terão que aceitar que o estado a que se chegou é responsabilidade deles.
Nem tudo o que corre mal na Saúde e na Educação é culpa dos respetivos ministros.
Por exemplo, se não há professores em muitas escolas, isso deve-se em grande parte ao mercado da habitação, cujos preços muito elevados fazem com que professores não aceitem ir trabalhar para certos locais.
O mesmo se diga dos médicos.
Na cantina onde costumo comer também há falta de pessoal, e isso não se deve a nenhum ministro. Da mesma forma, a falta de pessoal na Saúde e na Educação não se deve aos ministros.
Essa explicação parte do pressuposto errado de que há professores e médicos a mais em outras zonas.
Portugal tem médicos mais que suficientes para as suas necessidades. Professores também não faltam. Só que, muitos estão em instituições privadas, onde são mais bem pagos.
Segundo ouvi no outro dia, a maior parte dos professores portugueses são oriundos do Norte do país e procuram ser lá colocados. A falta de professores está essencialmente na região de Lisboa e no Algarve, onde as casas são muito caras; noutras regiões do país, não há falta (generalizada) de professores.
Pois!
A vida é linda! A coisa é suave!
Oh! Que bela brisa atravessa a tarde! AHhhhhh! Rumo a Norte, onde a felicidade é perene!
Nada comparado com o Inferno de Lisboa e Algarve, onde miasmas nos assaltam!
Oh! Quanto deleite ! Ó meu deus! Quanta eterna ventura! Chega! Chega!
A cantina onde costumo almoçar pertence a uma empresa privada, mas é obrigada a servir refeições a 4 euros e pico, que é o valor do subsídio de refeição dos funcionários públicos. As trabalhadoras ganham o salário mínimo e cada vez são menos, porque a empresa privada não consegue contratar mais. Nenhum ministro tem culpa desse facto – os salários oferecidos é que são muito baixos, e a demografia muito deprimida faz com que haja cada vez menos gente disponível para trabalhar. Os preços da habitação na região de Lisboa também não ajudam nada – algumas trabalhadoras que já foram contratadas moravam longíssimo e tiveram que desistir porque não aguentavam a perda de tempo em transportes.
Ou seja, as faltas de trabalhadores não são problema exclusivo da Saúde e da Educação, nem sequer são problema exclusivo do setor público, e não são culpa, em geral, de nenhum ministro. São culpa da falta de trabalhadores, dos salários muito baixos e, sobetudo, do alto preço da habitação.
“São culpa da falta de trabalhadores, dos salários muito baixos e, sobretudo, do alto preço da habitação.”
Tudo problemas que poderiam ser ajudados a resolver com ministros de outra qualidade, que não estes. Diga-me antes, não existe vontade política de mudar.
Basta ver como a cidade de Berlim tentou controlar o problema do excesso de oferta no chamado AL, entre outras formas de minorar os danos provocados na falta de uma oferta acessível de habitação condigna. Não resolveu tudo, mas resolveu em parte. O maior promotor de mão de obra barata é o próprio Estado, quando tenta esmagar os preços dos serviços aos outsorcings, com concursos falaciosos. Ajudei a fazer alguns Cadernos de Encargos para o fornecimento de alimentação a lares, representando o Estado, e quando os preços disparavam por um conjunto de requisitos que achávamos ser os mínimos exigíveis, na oferta a disponibilizar, como por exemplo, “dar Polvo em vez de Pota, ou Bacalhau em vez de Paloco”, alterava-se de novo o Caderno de Encargos para que os preços viessem para os números pretendidos. Uma fantochada.
“As trabalhadoras ganham o salário mínimo e cada vez são menos, porque a empresa privada não consegue contratar mais. Nenhum ministro tem culpa desse facto – os salários oferecidos é que são muito baixos(…)”
Ora então, resumindo:
Ganham o salário mínimo
Salário mínimo é fixado pelo Governo
O salário é que é muito baixo
Conclusão lógica: “Nenhum ministro tem culpa desse facto!”
É esta a lógica com que absolve os ministros, Luís?
Mas não nos preocupamos, porque vão ter mais 50 secretários de estado,
Depois feitas as contas…
Quem se encarrega de as pagar, são os contribuintes , e os mais pobres. Porque os ricos e as empresas, os seus lucros, e não só, vão para os lugares que todos nos conhecemos.
Até lá, não se esqueçam de irem ao V/ Padre da Paróquia, para se confessarem dos V/PECADOS!
Pois!
Ou então rezem a Santo Arnaldo para que vos livre do fascismo e do social-fascismo. Ámãe!
Nunca conseguirei compreender como é que pessoas supostamente cultas se comportam e exprimem opiniões nestes fóruns exatamente como qualquer parolo e não sentem nenhum incómodo com essa postura.
Pois!
Lendo o que acaba de escrever, também não consigo! Somos dois!
Eu próprio, por exemplo, fico chocado comigo mesmo. Sofisticado é termos ministérios para a transição digital e coesão do extenso território. E da acção climática, que isto de ministro do ambiente é tão anos oitenta.
Nas inaugurações espero que os membros do governo que têm a ver com o caso se desloquem de autocarro, a bem do ambiente.
Acresçam os assessores e técnicos especializados, sempre
indispensáveis ao bom trabalho de ministros e secretários… teremos a matilha esquerdalha bem apascentada
O governo é maior do que o habitual? Temos de esperar para ver se tal se justifica para depois se poder comentar. É cedo para se enervarem com o que desconhecem. Calma.