Entretanto, há 6 anos…

Há 6 anos, o Tyrannosaurus Passus dizia que não tinha amigos – o que não o impediu ir fazer a vidinha como professor convidado catedrático do curso de Economia da Universidade Lusíada. O tema, na altura, era a “ajuda” ao BANIF. Reza a Wikipedia sobre este assunto:

Desde 2012, o Estado detém 60% do capital do Banif. Nessa altura, o governo injectou 700 milhões de euros no banco, que têm de ser devolvidos até Março de 2017. Além deste valor, o Banif recebeu 400 milhões em CoCos (dívida convertível em acções), de que já devolveu 275 milhões. Os restantes 125 milhões deviam ter sido pagos até 2014, mas isso não aconteceu, tendo a instituição ficado cada vez mais fragilizada.

Em 13 de Dezembro de 2015, foi notícia da TVI que o Banif iria ser alvo de uma intervenção pública. Na segunda-feira seguinte houve uma corrida ao banco, e foram levantados 960 milhões euros, o equivalente a 16% dos depósitos. A notícia da TVI foi “catastrófica” para o Banif e contribuiu para o seu fim.

Em Dezembro de 2015, o Banif foi alvo de um processo de resolução. No âmbito deste processo, os activos considerados de boa qualidade foram vendidos ao Banco Santander Totta, uma afiliação do Grupo Santander em Portugal por 150 milhões de euros. O negócio envolveu um total de 2,25 mil milhões de euros em apoios públicos, 1,766 mil milhões cobertos directamente pelo Estado. [Wikipedia]

Imaginem, agora, se o Sr. Passos Coelho tivesse amigos no Banif, que era onde ele dizia não ter amigos.

 

 

Comments

  1. JgMenos says:

    Quanto `resolução não há nada a dizer, naturalmente,

    • Paulo Marques says:

      Bruxelas manda, os políticos responsáveis cumprem, os pobres pagam. Dura lex, sed lex.

  2. JgMenos says:

    Quanto ao jornalista que lançou o alarme, sabe-se dele?
    Quanto aos lesados, nada?
    O que vai do Banif à Lusíada, nada?

    • POIS! says:

      Pois!

      O Xô JgMenos recebe, com alegria, a etéria trampa que lhe enviam os bufeiros passistas. Mas não sente a necessidade, pelo menos nem um bocadinho, de lá ir farejar? Estranho!

  3. Ana A. says:

    Mas que mania de acharmos que quem vai para a política vai (sempre) pelas mais nobres razões!

    A culpa, da desilusão, é nossa que colocamos a fasquia muito acima da cupidez e avidez tão característica da espécie…

    • j. manuel cordeiro says:

      A questão é que há sempre quem nos queira convencer do contrário.

  4. Rui Naldinho says:

    Tyranossaurus Passus conseguiu uma proeza inédita neste território ao qual chamam Portugal. Colocar um Partido Socialista derrotado, ficou em segundo lugar nas eleições de 2015, com pouco mais de 32% dos votos, a governar sozinho o país, como se tivesse de facto uma maioria absoluta. É a chamada estória do bicho papão. Aliás, duvido que o PSD se sente na cadeira do poder, tão cedo. Tudo por culpa desse personagem pré histórico, que de política percebe zero.

    • José Peralta says:

      Rui Naldinho

      “Tyranossaurus Passus conseguiu uma proeza inédita neste território ao qual chamam Portugal. Colocar um Partido Socialista derrotado, ficou em segundo lugar nas eleições de 2015, com pouco mais de 32% dos votos, a governar sozinho o país, como se tivesse de facto uma maioria absoluta.”

      O apoio de uma maioria parlamentar de Esquerda, inédita até então, também não foi despicienda…convenhamos !

      Atribuir ao “Tyranusaurius Passus”, o mérito da “proeza” que ele não teve, antes pelo contrário, tentou ao transe a formação de um governo minoritário, sob o “alto patrocínio” de uma múmia cavacal de facção, a favor da “páfia”, assim desonrando o compromisso de isenção e independência a que a Constituição o obrigava como presidente da República, apelando até, às instâncias internacionais para interferirem e impedirem a constituição da Geringonça, o que diz TUDO sobre a dignidade de tal figurão, atribuir tal “mérito” ao aldrabão-mór coelho, permita-me que me pareça…excessivo !

      • Rui Naldinho says:

        Parece-me óbvio que a “proeza inédita” só aconteceu, porque as circunstâncias assim o determinaram. Estamos perante uma figura de estilo. Caso contrário, teríamos hoje de novo uma Geringonça, o que não é o caso.
        Passos conseguiu surpreender muito boa gente, mesmo da sua área política, pela negativa. Cavaco não foi surpresa, não fosse ele o calculista mor do reino.
        As pessoas unem-se apenas em momentos difíceis, para resolver problemas graves. Nem na vitória essa união é tão forte. E mesmo nesses casos é a angústia da derrota que faz as pessoas libertarem a sua euforia, quando o desfecho nos é favorável.

  5. Julio Rolo Santos says:

    Não percebe nada de política mas soube esfular-nos o couro, sem grande oposição. Que o digam. os funcionários públicos, os reformados e os aposentados. Foi uma razia, impensável num Estado Democrático, que deixou toda a gente incomodada mas sem reação para agir. E ainda há quem tenha saudades desse passado tenebroso.

    • Fernando says:

      A falta de reacção para agir não se deve a Passos Coelho mas à União Europeia.

      Estar na União Europeia e Euro significa sempre mais austeridade, mesmo a austeridade encapotada do PS…

      Enquanto a União Europeia e Euro continuarem a austeridade (incluindo a encapotada) vai continuar.

      Se as pessoas querem sair do pântano têm que ter a coragem de pôr em causa a União Europeia e Euro…

      • José Peralta says:

        Fernando

        Então, espere para ver o que vai acontecer ao Reino…”Unido” depois do Brexit…

        ! E ao provável renascer dos conflitos com a Irlanda do Norte e a “fronteira”…aquática, que Londres se propõe fazer !

        • Fernando says:

          José,

          A União Europeia é projecto neoliberal, logo, anti-democrático e insustentável económico-socialmente.

          O caos do Brexit permite discussão (para o bem ou para o mal), a paz podre da União Europeia corrói a democracia de cada país, e no fim, vai ser ainda mais miséria.

          É urgente pôr em causa a União Europeia e Euro.

        • Paulo Marques says:

          O ano é 2132, altura de uma nova deslocação a Bruxelas para pedir um adiantamento. Já ninguém se lembra do início deste ritual, mas continua a ser cumprido religiosamente.
          Brincadeira à parte, qual Brexit? O acordo de Boris, tal como o de May, continua a ceder quase toda a soberania à UE e ainda deixa de ter voto em tudo. Pior só o plano de independência e adesão ao Euro do SNP, indo obrigar o país a um corte rápido de 10% da despesa do estado.
          Sair da UE só faz sentido para ignorar o disparate das noções de mercados “livres”, que o estado só tem poder para ajudar o capital, que os cortes cegos não têm custos graves para o futuro, que o desemprego estrutural é essencial para a economia e por aí adiante. Mas dentro, não há mais nada, à medida que aumenta o número de países falhados a gastar recursos para educar a futura força de trabalho alemã.

  6. Julio Rolo Santos says:

    “É urgente pôr em causa a União Europeia e euro”.
    Va-se lá entender o que vai no pensamento do Sr. Fernando sobre a UE e o euro. Pode discutir-se a forma como entramos na UE sem uma consulta ou referendo prévio interno. Mas, uma vez entrados ,somos parceiros dos restantes países de que dela fazem parte. Há órgãos não eleitos naquelo areópago? Obviamente que sim. Mas lá chegaremos. O euro ou moeda única, quanto a mim, foi das melhores coisas que resultam da adesão. Quem se desloca ao estrangeiro, a países fora da UE, sabe muito bem o transtorno que é o de converter o euro ou o hipotético escudo na moeda desse país. Não deixa de ser um quebra cabeças para quem não trata este assunto por tu. De igual forma acontece com a conversão da moeda em transações comerciais Assim está melhor e não vale a pena ignorarmos os seus benefícios.
    Quanto ao Brexit acho que ainda é prematuro fazermos uma avaliação das suas consequências mas, admito que não serão as melhores e quem fica a perder, com este divórcio, certamente que será o Reino Unido. Esperemos para ver.

    • Paulo Marques says:

      Quem se desloca ao estrangeiro não converte moedas, usa o cartão de crédito. Para transacções comerciais nem sequer faz sentido falar em dificuldades de conversão, é tudo digital.
      Em troco de tão grande “benefício”, já que não há o mínimo de intenção de sermos parceiros iguais, somos obrigados a fazer desvalorização interna para que a Alemanha e a Holanda consigam continuar a exportar abaixo de custo o que somos obrigados a deixar de produzir, com todo o desemprego e precariedade que isso implica.
      Ao menos temos o benefício de poder emigrar facilmente, lá isso é verdade.
      Quanto ao Brexit, não há nenhum.

      • Fernando says:

        É uma comodidade ter a mesma moeda numa ampla região, o problema é que a zona Euro é uma zona monetária disfuncional, e esta disfuncionalidade resulta na predação dos Estados mais fortes (Alemanha) aos mais pequenos.

        Há pessoas que acreditam que a zona Euro é como o Dollar nos EUA…

        O Euro podia funcionar se o Banco Central Europeu servisse as necessidades de todos os Estados, mas como está a mando dos interesses alemães, Portugal e outros estão sempre lixados…

        Portugal fez muito mal em abdicar da sua moeda, Portugal continua a fazer muito mal em continuar a usar o Euro e não a sua própria moeda…

        • Paulo Marques says:

          A disfunção do Euro pouco tem a ver com o banco central, a política monetária, ao contrário do que afirma o neoliberalismo (cheio de contra-exemplos, já agora), serve para muito pouco. Como exemplo, a dita política expansionista do BCE não teve os efeitos que se dizia.
          É disfuncional porque é aplicado a um conjunto de países com economias diferentes que funcionam a ritmos muito diferentes sem mecanismos de equilíbrio financeiro – os fundos europeus estão longe de compensar o ignorar das regras pela Alemanha e Holanda. E isso nunca acontecerá porque o sul está cheio de preguiçosos, a Polónia está cheia de burros de carga, os Franceses não querem trabalhar, os Irlandeses estão ocupados a fornicar ovelhas e por aí adiante. Na América são todos americanos e os estados mais ricos nem piam em partilhar os recursos com os estados mais pobres.

    • Fernando says:

      O Júlio claramente ignora ao que obrigam os tratados europeus.
      Se se informasse um pouco sobre o conteúdo dos tratados saberia que o “europeísmo” é a causa da austeridade.
      A austeridade não só está a ser imposta aos povos por razões ideológicas como está inscrita nos tratados desde o Tratado de Maastricht.
      A União Europeia não é a organização benevolente que a propaganda quer fazer crer…

      Portugal é hoje um país mais pobre que era antes de fazer parte da zona Euro.
      Portugal não tinha problema de dívida antes de entrar na zona Euro.
      Portugal é o país da zona Euro que menos investimento público teve nos últimos 20 anos.
      Portugal liberalizou, privatizou monopólios naturais e precarizou o trabalho como a União Europeia mandou fazer.

      Portugal é o “bom aluno”, deve ser um orgulho para alguns mas ser “bom aluno” de interesses anti-democráticos tornou este país num país pior.

      O Júlio parece ser daqueles que acha que Portugal no Euro é um país melhor, não partilho dessa opinião.

      E não está a acontecer nenhuma democratização da União Europeia, aliás, tem vindo a acontecer o oposto.
      A União Europeia é uma organização intencionalmente obtusa, assim é mais fácil impor a austeridade, democraticamente a austeridade tem amplas possibilidades de ser rejeitada pelo eleitorado.

      • Paulo Marques says:

        Faz-me lembrar o choradinho do José Gomes Ferreira à poucas semanas pelas taxas bancárias, falta de regulação e falta de controlo à banca. Como se fosse possível fazer diferente na zona Euro que tanto adora…

  7. Julio Rolo Santos says:

    Então acham que Portugal devia viver orgulhosamente só, como no antigamente ? Não nos esqueçamos de que estamos no extremo da Europa e se, não estivéssemos associados a ela como parceiros de pleno direito, não tenhamos dúvidas de que todos os países, a partir de Espanha, constituiriam uma barreira às nossas exportações porque, primeiro as deles é só depois as nossas teriam acesso aos mercados europeus e não só. Se me disserem que estamos a exportar produtos de qualidade e abaixo preço e a importar produtos de má qualidade e de custos elevados daí o desiquilíbrio da balança de transações correntes em nosso desfavor, aí posso estar de acordo mas isso deve-se aos maus negociadores das empresas e ao fraco apoio que lhes é dado pelas nossas chancelarias.Agora, se temos menor qualidade de vida do que tínhamos anteriormente á adesão, tenho as minhas dúvidas.

    • Paulo Marques says:

      Portanto, a Europa não importa productos da China, Estados Unidos e por aí adiante. Coitada da Suiça, não tem trocas comerciais com ninguém.
      Quais orgulhosamente sós, homem. As regras da WTO existem e, espanto, até já serviram para proteger os países da UE e dos EUA.
      Isso e antes morrer de pé do que viver de joelhos.

    • Paulo Marques says:

      Agora, se temos menor qualidade de vida do que tínhamos anteriormente á adesão, tenho as minhas dúvidas.

      Depende. Se a hipótese teórica de poder viajar pelo continente e comprar iPhones é melhor do que poder pagar pelo aquecimento de uma casa própria, só o Júlio saberá.

  8. Julio Rolo Santos says:

    A Europa impõe austeridade? Não a austeridade deve impor-se a um país que não respeite as regras que aceitou no ato da adesão.E uma das regras, senão a mais importante, é o equilíbrio das contas para que um país não caia em dificuldades económicas que ponha em causa a sustentabilidade do sistema. Fala-se e desdenha-se muito do termo austeridade atribuindo-lhe uma carga prejurativa mas todos estamos sempre receosos com o dia de amanhã para saber se temos o ordenado ou a reforma na conta. A austeridade impõe-se quando as circunstâncias o impõem e, essa só aparece, quando se acende a luz vermelha.

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