Foto via Diário de Notícias Madeira
Há quem defenda que o governo não deve injectar dinheiros públicos na Websummit. Eu sou uma dessas pessoas. Tirando estes 11 milhões de “detalhes”, confesso que não percebo o sentimento anti-Websummit de alguns portugueses. Trata-se de um evento de escala global, que atrai investidores e atenção internacional para o nosso país, e que, segundo a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, levou a que os participantes no evento cá tivessem deixado qualquer coisa como 64,4 milhões de euros. Portanto quando se lê e ouve por aí que o país não ganha nada com a realização do evento, parece-me muito óbvio que tal crítica parte de um pressuposto falso. Sim, o país ganha com a realização da Websummit. Gostemos ou não dela.
Posto isto, existem motivos legítimos de indignação. Voluntários a trabalhar de forma gratuita num certame altamente lucrativo, o negócio absurdo das camisolas a 780€, o dinheiro público que aparece para financiar o negócio do Sr. Cosgrave e que não aparece para certas e determinadas prioridades ou o episódio do jantar de gala no Panteão, onde jazem alguns dos nossos melhores, são alguns deles. Tal não invalida que, por si só, a Websummit seja um evento que acrescenta valor e traz retorno para o país. Apenas nos recorda que vivemos num país onde quem tem dinheiro e poder faz o que lhe dá na real gana, derivado do facto de sermos uma sociedade dominada pelo medo e pela cobardia de enfrentar poderes instalados.
Nem mais.
O que me irrita na Websummit é o provincianismo auto-colonianista de quem acha que é a fazer catering a quem vem do mundo desenvolvido que as empresas e trabalhadores portugueses aprendem alguma coisa.
Fora isso, tanto me dá, é como outra feira qualquer. Minto, outra palhaçada é ignorar as externelidades de meter tanta gente no mesmo sítio ao mesmo tempo, mas isso também não é novo.
Cada um é livre de aceitar ou criticar um dos melhores e maiores eventos que se realizam uma vez por ano no nosso país e que se dá pelo nome websubmmit. Antes de mais, este evento serve para mostrar aos participantes, os avanços que entretanto se vão dando no campo das novas tecnologias e outras temáticas de interesse para o desenvolvimento de um país, como o nosso, á procura de um rumo para podermos sair do marasmo em que nos encontramos, nomeadamente, nos campos do ensino, saúde, justiça e outros. Nestas coisas, há sempre quem critique por criticar, mas são os primeiros a reclamar aumentos salariais sem pouco ou nada contribuírem para os merecer. Todos sabemos que os proveitos foram superiores aos custos mesmo assim há quem não se dê por vencido e continue a criticar o evento. Vai-se lá saber porquê.
Mas “voluntários” não significa que alguém, de sua própria vontade, se disponibilizou a…?
Camisolas a 780,00? Alguém foi obrigado a comprar? O que é que outros têm a ver com isso?
Não são este tipo de posições, como a sua, que devem ser combatidas?
“Olha para o que eu digo, não para o que faço.”
Para isso já temos a ICAR e a Alemanha, com os bonitos resultados que se vê.
Voluntários a trabalhar de forma gratuita num certame altamente lucrativo
Se eles trabalham lá voluntariamente, que tem você que criticar?
o negócio absurdo das camisolas a 780€
Se alguém está disposto a pagar 780 euros por uma camisola, isso é problema dessa pessoa. Que tem você que criticar?
o episódio do jantar de gala no Panteão
Se o Panteão em nada foi danificado por esse jantar, que tem você que criticar?
Se é o modelo que quer para o país, está cheio de sorte. Depois, não se queixe.
Bem verdade!