Nacional-parolismo em tempos de covid

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Lamento ser o desmancha-prazeres, mas estou convencido que fomos a terceira ou quarta escolha para receber a final da Liga dos Campeões. Não deve haver muito quem se queira meter nisto, neste momento. E acrescento que isto pode correr duplamente mal. Por um lado, porque a zona de Lisboa está a braços com uma situação muito delicada, no que à propagação do vírus diz respeito. Por outro, porque se algo correr mal, nomeadamente a nível de contágios, os holofotes que chegarão de todo o mundo para cobrir a bola, serão os primeiros a crucificar a imagem imaculada que o turismo português ainda tem. E isso poderá causar danos irreparáveis da nossa galinha dos ovos de ouro.

Sei bem que não é uma opinião popular. O futebol é soberano e ai de quem se lhe oponha, seja lá de que maneira for. E essa soberania absoluta, quase totalitária, ficou bem evidente no momento de nacional-parolismo imortalizado pela foto em cima, com este grupo de simpáticos convivas, que, sem grande coisa para fazer, se reuniu para uma grande cerimónia protocolar de elogio desbragado ao grande conseguimento da pátria. Com honras de abertura de todos os telejornais, como se tivesse sido encontrada a cura para a covid-19. É o que temos.

Comments

  1. “(…) se algo correr mal, nomeadamente a nível de contágios, os holofotes que chegarão de todo o mundo para cobrir a bola, serão os primeiros a crucificar a imagem imaculada que o turismo português ainda tem. E isso poderá causar danos irreparáveis da nossa galinha dos ovos de ouro.(…)”/ “(…)O futebol é soberano(…)”/ “(…)E essa soberania absoluta, quase totalitária, ficou bem evidente no momento de nacional-parolismo imortalizado pela foto em cima(…)”/”(…)Com honras de abertura de todos os telejornais, como se tivesse sido encontrada a cura para a covid-19(…)”…. 1º RI-ME DESALMADAMENTE. DEPOIS, LEMBREI-ME QUE ATÉ sou Português, e chorei, desta vez “almadamente”. Os meus sinceros Parabéns por este singelo e, a meu ver, oportuno & certeiro artigo. Felizmente, há sempre alguém que ….. etc.

  2. Que esperar de politicos (Marcelo inclusivé) feitos de lambe-botismo e curvaturas subservientes ? Asneira permanente!

  3. Luís Neves says:

    Mas ainda não existe cura para o covid?! Hum… Mas então como é que existem tantas pessoas curadas?! Não lhes chamam assim, né… Não estão curadas, estão… restabelecidas, né? E é claro que não é a mesma coisa…
    E qual é o mal das pessoas se infectarem ( e ficarem naturalmente vacinadas)?! Porque é que as pessoas hão-de ser artificialmente vacinadas e não podem ser naturalmente vacinadas?! Porque a vacina natural não contém microchip (e não dá nada a ganhar a ninguém)?!

    • Paulo Marques says:

      Ainda aí? És mesmo atrasadinho…
      O mal das pessoas se infectarem é que, ao contrário do dinheiro, não se pode criar mais capacidade médica carregando num botão. Nem médica, nem outra, ao menos temos a tecnologia de valas comuns.
      Quanto aos microchips, se está tão preocupado com ficção científica, passe um íman forte pelo corpo que não há circuito que resista à carga eléctrica gerada.

      • POIS! says:

        Pois isso é o que o Paulo pensa!

        Tenho um vizinho que foi vacinado contra a o piolho da sardinha e começou a cacarejar. Descobriram então que tinha um microchip no braço e, como não conseguiram doutra maneira (era um chip com tratamento anti-ímanes muito sofisticado, tudo obra do Abílio Gaitas) tiveram de o operar.

        O problema ficou resolvido, mas nem por isso ele está muito satisfeito. Os ovos fazem-lhe muita falta. Sempre era menos uma despesa.

    • anticarneiros says:

      “Não lhes chamam assim, né”

      Né ?

      Mé, Méé, Méeee…!

  4. Rui Naldinho says:

    Desgraçadamente também não dou para este peditório do futebol, nesta versão rebuscada da Liga dos Campeões da UEFA. Mas não por causa dos efeitos nefastos que o Covid 19, pode provocar, muivo mais, pelo aspecto parolo da cerimónia, como se tivéssemos sido nós a descobrir a vacina que imunizaria a espécie humana das atrocidades do dito Corona vírus.
    Como também não dei para o Ronaldo das finanças, mesmo sabendo que ele desmistificou aquela velha treta da direita, da boa gestão dos dinheiros públicos.
    Também recusei associar-me àquele lamentável episódio, interpretado por Durão Barroso, nas Lajes, há quinze anos, pondo as nossas vidas colectivas em perigo, do qual resultou uma boa parte da instabilidade actual. O hipócrita, pois é disso que se trata, diz agora estar arrependido, em face do que se conheceu à posteriori. Toda a vida foi um desavergonhado, e continua a sê-lo.
    Como também não dou para o peditório das Web Summit, cujo valor acrescentado na nossa economia é bem menor do que aquilo que transparece. Muita parra para tão pouca uva.
    Não, não dou para aquele peditório das medalhas honoríficas atribuídas pelo PR, este ou outro qualquer, premiando maioria das vezes, gente sem escrúpulos, apenas e só porque enriqueceram, sabe-se lá como, para anos depois vermos um rasto de falências, desemprego, e pior ainda, o Estado a ter de pagar os prejuízos.
    Curiosamente, também me irrita aquela velha ladainha de passarmos de besta a bestial à segunda feira, para logo na quarta feira, voltarmos à condição de bestas, apenas porque algo correu menos bem.
    Jamais cantarei hosanas àqueles empresários a viver de forma sistemática de negócios rentistas, sempre a chorar por ajudas Estatais, baixas de impostos, para depois terem a residência fiscal na Holanda, Irlanda e nuns quantos offshores.

  5. Julio Rolo Santos says:

    Sem sombra de dúvida que o futebol continua a sobrepôr-se a tudo o resto. O futebol alimenta uma minoria, minoria que se sobrepõe á maioria. É triste e lamentável que assim seja, mas é a realidade.

  6. Depois de vários países terem recusado organizar está palhaçada lá vem Portugal abanar com a cauda.
    Triste e atrasado, sinonimos aderentes a está decisão .

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