André Ventura, o autoproclamado anti-elite no bolso de Luís Filipe Vieira

Querem saber quem é o verdadeiro André Ventura, para lá da propaganda orientada para degustadores de gelados com a testa? Reparem então naquela que tem sido a postura do “tipo que diz as verdades”, sempre tão rápido no gatilho quando o primeiro-ministro lhe aparece na mira, refugiado na sua ensurdecedora cobardia de cartilheiro, incapaz da habitual ferocidade, apesar de estarmos perante um dos mais graves escândalos de promiscuidade institucional que envolvem António Costa.

Exactamente: é a postura de um coelho anão bebé, manso e sossegado, que já teria escrito 140 tweets, convocado duas manifestações, pedido a demissão do primeiro-ministro e repetido a palavra “vergonha” 426.917 vezes, estivesse Costa na comissão de honra de outro presidente qualquer, igualmente envolvido em calotes de centenas de milhões de euros ao Estado, entre outros casos de polícia, entregues à justiça portuguesa.

Eis o verdadeiro André Ventura: um cobarde, ajoelhado perante um dos mais poderosos membros da tal elite que afirma combater. De joelhos, obediente, submisso e reduzido ao papel de idiota útil, remetido a um silêncio patético, alternado com suaves indignações, sem a chama habitual do pastor evangélico que sobe ao palco para curar o tabagismo, forte com os fracos – que quer a pagar os impostos da elite – e fraco com os fortes, a quem beija o anel. Num dos momentos de maior fragilidade de António Costa, quando o chefe do governo decide rebentar com os pés a tiro de bazuca e Ventura tem uma oportunidade de ouro para dar asas ao seu mais furioso populismo, onde está o deputado “que diz as verdades”?

No bolso de Luís Filipe Vieira.

Ou na cartola, onde costumam estar os coelhinhos dos tipos que fazem desaparecer coisas.

Comments

  1. antero seguro says:

    Neste espaço de Liberdade, nota-se que sempre que existe uma velada crítica a um determinado clube da segunda circular. Os habituais comentadores sofrem de uma especial amnésia, passando ao lado do problema.

  2. Filipe Bastos says:

    O Paulo parece uma pessoa bem informada. Quantas vezes ouviu as escutas do Apito Dourado? A máfia do FCP, do Pintinho Mafioso, do Major Batata e restante canalha fruteira?

    Que efeito acha que tiveram essas escutas, disponíveis a toda a gente há anos, a fuga descarada do Pintinho, a impunidade esperada e confirmada dessa canalha?

    Num país já tão dado a jeitinhos e subornos, a cunhas e compadrios, onde a probidade é tão pouco valorizada e são os ‘espertos’ que se safam?

    Se este país tivesse sequer meia decência, onde estaria hoje o Pintinho? E em que divisão estaria o FCP?

    • Paulo Marques says:

      No mesmo sítio que o presidente da Boeing, da VW ou da Union Carbide, todos culpados de crimes muito mais ligeiros do que corrupção desportiva para um empate num ano em que se ganha a liga dos campeões.

      • Filipe Bastos says:

        V. fala sério, não fala? Está mesmo a tentar justificar uma coisa com outra; uma máfia com outra; um corrupto com outro. E até pensei que v. fosse um tipo aceitável.

        Para seu governo, não foi um empate: foram anos e anos de roubalheira descarada. Isto fora guardas Abéis, puteiros Teles, macacos e outras rasquices. Repito, o Porto é o grau zero do esgoto futeboleiro. O seu Pintinho mete nojo. Nojo literal.

        Francamente, Paulo, quem tenta branquear tal pulha não merece nada. Credibilidade zero. Que tristeza.

        • Paulo Marques says:

          Não, estou a dizer que são coisas diferentes; pelo menos fora do diz-que-disse de quem também inventou Paulas e endeusou um brasileiro que achava que as santas jogavam à bola. Há graus, e não, não o defendo, nem o futebol, só não aceito canalhices cobardes de quem “faz as coisas por outro lado”.

  3. Daniel says:

    Lá tinham que vir os crentes da religião “bola” mostrar a carneirada que são!…

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