Nunca gostei de dizer as coisas com “punhos de renda”. Nunca gostei de “meias tintas” e de “não me comprometam”. Sei que, estrategicamente, é um colossal erro. Numa altura em que as acusações de fascista ou extrema-direita surgem mais facilmente que processos ao Luís Filipe Vieira, “esperto” seria se optasse por escrever com diplomacia e “caldos de galinha”.
Pois, só que nesta altura do campeonato, e não tenham dúvidas disso, ter cuidados, além de profundamente hipócrita, é escolher o medo. E é esse medo, são os nossos famosos “brandos costumes” que alimentam uma rede de interesses que faz o que quer deste País há dezenas de anos. Essa “mafia” repulsiva que nos roubou milhares e milhares de milhões de euros (e de escudos) sobrevive, confortavelmente, à custa da nossa cobardia residual, transversal e geral. Como sobrevive também muito melhor com a predominância autoritária do estado (mais um sucesso da esquerda conquistado pelo medo) do que com a transparência liberal.
Por isso, e bem sabendo que a hostilidade do discurso abre caminho para que os obtusos, os medíocres e os vigaristas intelectuais me apelidem, falsa e trafulhamente, de extremista e de facho, aqui vai.
Quando Rio foi eleito, escrevi que estava criada a “tempestade perfeita”. O sistema de interesses que antigamente tinha a cara de Salgado, mas que agora e na falta daquele protagonismo, sobrevive sem rosto único, passava a ter “no bolso” os 3 elementos principais da organização política portuguesa: PR, PM e líder da oposição.
E a verdade é que 2 anos depois, Portugal com a conivência, melhor com a CUMPLICIDADE, principalmente, do PR e do líder do PSD foi vítima da implosão deliberada do seu Estado de Direito. E não havendo Estado de Direito, não há democracia. Fora muitas outras situações que a preguiça me impede de averiguar e elencar, a não renovação do mandato da Procuradora Geral da República e do Presidente do Tribunal de Contas e a manifesta batota na nomeação da Procuradora Portuguesa para a UE, são exemplos flagrantes que estamos na mão de criminosos. Sem aspas nem subtilezas: criminosos! De colarinho branco, talvez, mas de uma honestidade (melhor, da ausência dela) que faria corar de vergonha o Tóino “Mãozinhas”.
O nosso País neste momento é um pântano de corrupção, onde não existe a mínima independência entre os poderes do Estado (executivo, legislativo e judicial) que é, ainda, mais manifesta se lhe juntarmos o denominado 4º poder (comunicação social).
Vêm aí milhares de milhões da UE. À borla. E o que interessa é que não hajam muitas vozes a perturbar o colossal “roubo” que se está a preparar.
Num País decente, as pessoas protestavam. Revoltavam-se. Aqui, entre uma esquerda conivente porque consegue mais 10 de salário, apesar de calar os 20 a mais que tiram em impostos e uma direita perdida pela deprimente ausência de líder, releva a “bonomia”. A preferência por “não fazer ondas”. A convicção generalizada que os problemas se resolvem com ordem e pacatez. Não, não se resolvem. Enquanto formos mansos, estes criminosos que nos governam, estarão em roda livre.
E já não somos um País adiado. Somos um País cancelado. Em que o medo é Senhor. Um País de cobardes que se desculpam a si próprios com as mais diversas razões, quase todas fundadas num pretenso e inexistente “refinamento civilizacional”. Não, não estamos mais polidos nem mais evoluídos. Estamos é muito mais medrosos. E merdosos.
Que saudade de pessoas impolutas e meritórias, nada preocupadas com tachos e negociatas, como Maria Luís, Miguel Frasquilho, Paulo Núncio, Lobo Xavier, Paulo Portas. E, claro, Cavaco. Isso é que era gente séria e cumpridora da palavra.
Agora, despedir uma procuradora que não é capaz de em 10 anos pôr a andar o processo do alegadamente pior deles todos depois de uma série de trapalhadas e atropelos à lei, isso é que já é grave.
Desculpe lá não notar o aumento de impostos para pagar a dívida, onde se inclui aquele ano dos 5,3%, no meio da conta da luz desregulada, do seguro depois de 63 cortes na saúde, da renda desregulada, e dos spreads desregulados. O que vale é que, como o Osório, nasci em berço de ouro para me poder rir de quem acha que vem aí muito dinheiro, ou, pior, que existem maneiras de o distribuir apolíticas e sem serem viciadas.
Ó, como é que me podia esquecer de Marco António Costa? As minhas desculpas aos leitores por me esquecer de tão ilustre figura.
É preciso desbundar o dinheiro da UE.
De outro modo como disfarçar a inanidade das políticas e manter a manada no pasto?
Aos que vierem remendar as consequências do regabofe caberão as responsabilidades: princípio fundador do espírito solidário entre a cambada socialista.
Pois realmente!
Para manter V. Exa. alimentado deve ser preciso algum dinheiro. Não sabia era que vinha da UE. Deve ser verba da PAC, já que o assunto é pasto.
Não se percebe; os clientes vão voltar a mandar muito dinheiro para as Caimão através de si, e ainda queria mais mama?
Estou a recordar os dinheiros que vieram da CEE no tempo da múmia !
Aquilo é que foi comprar Jeep’s e Montes alentejanos …
Até deram cursos de plantar couves…
Vai daí, venha uma segunda dose?
A lógica grunha é imbatível.
Pois vem!
Daí a sua justificada preocupação. Couves não são pasto que se apresente a malta com a carga de trabalho da mancheia de V. Exa. É uma injustiça! Grunhos!
Ainda não vi o plano de qualificação dos funcionários públicos.
Será que vão cometer a violência de os pôr a teclar com mais de dois dedos e sem olhar para o ecrã e para o teclado?
Não camaradas, há que lutar contra a exploração…a função pública tem que ser o espelho do futuro…(assim os contribuintes se mantenham nos seus postos).
Não, não, como se sabe, o futuro é assumir um défice estrutural ainda mais elevado para podermos ter eficiente a deixar parados 20% dos recursos. Isso é que é que é uma economia a facturar, vendendo para… errr… produzam, e eles virão. E não prestam atenção à ultrapassagem pela gigantesca economia planeada, vai já há falência de seguida, logo a seguir ao Japão.
Desde o 25 de Abril todos os Presidentes do Tribunal de Contas foram reconduzidos…..
Aplica-se o princípio: “o que sempre foi feito deve continuar a fazer-se ad eternum….”?