A Hidra

Imagem: PÚBLICO

 

O mal não acontece por acaso.

A Hidra começou com Passos Coelho a promover Ventura ao palco nacional, em 2017, através de um candidatura autárquica. Nos Açores ensaia-se um Governo Regional. E agora já se admite alargamento ao plano nacional.

A situação do Chega e PSD nos Açores é um dos momentos em que há ruptura. Alguns tentam comparar esta gerinçonça de direita com a geringonça do PS/PCP/BE. Mas são situações completamente distintas. O PSD tem toda a legitimidade para conseguir uma maioria no parlamento, mesmo que não tenha ganho a eleição. Já aliar-se a um partido de extrema-direita, defensor de ignomínias sem igual no PCP ou BE, faz toda a diferença.

Não faltará muito para se falar de Chega de PSD.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Sem igual? Está a dizer que ter horários de 35 horas não é igual a castrar quimicamente acusados? Inacreditável.

  2. JgMenos says:

    A castração química é agora a bandeira da esquerdalhada, tomada pelo horror pela possibilidade de o pedófilo perder o apetite por criancinhas!

    Temos também os ovários da atrasada mental de perna aberta que visita regularmente o SNS, como se a grunharia não soubesse que basta atar-lhe a trompas ou ou coisa parecida.

    Já uma cambada de mamões que à custa dos impostos da maioria trabalha menos 5 horas por semana, é um justo direito!

    Não há pachorra!
    Chega!

    • j. manuel cordeiro says:

      Faça lá uma castração química ao cérebro, pode ser que nem note diferença.

    • Paulo Marques says:

      3 frases, 3 disparates. É porreiro escolher a realidade.

    • POIS! says:

      Pois estou estarrecido!

      Há quem trabalhe cinco horas, perdoem o pleonasmo, menos que JgMenos? Não sei que vai ser deste país, com tantos a trabalharem uma hora por semana!

      O JgMenos, perdoe-se o pleonasmo, ao menos ainda aguenta a manhã de segunda-feira. Às três da tarde (hora a que Salazar caiu da cadeira pela terceira vez) entra de fim-de-semana porque o salazaresco patriótico dever de comentar o chama mais alto.

      O patrão dispensa-o com gosto, já que JgMenos, se nada contrubui para a empresa com a sua atividade de humorista salazaresco, passe o pleonasmo, pelo menos a comentar JgMenos não dá prejuízos, ao contrário do que aconteceria se estivesse ao trabalho.

  3. Carlos Silva says:

    Meus caros,

    É, ou não o Chega, um partido constitucionalmente constituído?

    Assim sendo, não é de estranhar a legitimidade deste tipo de acordos, quer se goste, ou não. No meu caso, não gosto!

    Mas, como dizia o baixinho: habituem-se!

    • j. manuel cordeiro says:

      Por outro lado, há ou não há ladrões? Há quem se junte a eles e quem os evite. É uma coisa chamada escolhas.

      • Paulo Marques says:

        Se acha que deixa de haver ladrões (quer de trocos, quer de milhões) com as pessoas certas no poder, tenho uma ponte para lhe vender. Mesmo depois de termos legalizado muitos financeiros.

  4. Henrique Silva says:

    Um doente oncológico não acorda um dia sem mais nem menos a vomitar sangue e sem forças para se sentar na sanita.
    Não. O cancro começa sempre sem sequer se dar por isso. A quem note um bocadinho menos de energia, uma tosse mais persistente, mas enquanto os primeiros nódulos não aparecem, a malta nem pensa nisso.
    Só quando aquele alto na axila começa a incomodar e a doer e quando o sangue nas fezes é diário é que se vai ao médico, onde a biópsia lá diz: “lamento, mas o senhor tem Chega”.
    A partir daí nunca se sabe. Felizmente nos últimos anos a medicina evoluiu bastante e um diagnóstico de Chega já não é o que era antes. A quimioterapia normalmente consegue limpar o sebo a suficientes Chegófilos para que a morte do hospedeiro se possa evitar.
    Portugal apanhou um caso chato destes em 1933 e levou mais de 40 anos a curar-se do cancro no Salazar.
    Claramente que as evoluções sociais dos últimos 40 anos não foram suficientes para evitar estes diagnósticos: cada português orgulhoso da sua ignorância, cada português a saltitar entre o CM e a CMTV é como se o país fumasse 2 maços de cigarros antes do pequeno-almoço. Enquanto a maioria preferir a boçalidade facilitista e infantilizante das TVIs e CMTVs, não interessa quão objectiva e crítica o resto da sociedade é: o país vai apanhar Chega. É como ter alguém ultra saudável – vegan, exercício físico todos os dias, 8h de sono diárias e anti-conservador – mas ao fim do dia o tipo passa meia hora a lamber uma parede pintada com tinta com chumbo ou a snifar arsénico antes de dormir. Vai certamente apanhar Chega e só anda a perder tempo com tanto exercício.
    Com o acordo nos Açores, este país oficialmente encontrou sangue na sanita na manhã seguinte. Resta saber se vamos já a correr para o IPO ou se ainda vale a pena continuar a fumar asbesto por mais um ano..

    • Paulo Marques says:

      A causa não é a decadência cada vez mais rápida da comunicação social; é a promessa do pelotão da frente que passou a pequenos sacrifícios que passou a sair da zona de conforto que passou a qualquer dia pára de sangrar que passou a talvez os netos vivam melhor, sempre a carregar no acelerador da responsabilidade individual à medida que se destrói os laços comunitários.
      Não sendo uma ilha, os tais indivíduos não lidam muito bem, mas continuam a reagir aos megafones que tudo lhes correrá bem se depender deles e os outros não se meterem. Ora bem, cá estamos com alguém a prometer a hierarquia que permite pôr tudo no lugar e dar sentido a tudo isto, e não é que as pessoas gostam?
      Claro que aquilo é mais vazio em que nem o próprio dá grande importância desde que lhe deiam palco, até ao dia que outro o mande embora…

  5. Júlio Rolo Santos says:

    Brilhante o comentário de Henrique Silva ao post em apreço. É isso mesmo, o chega chegou e agora vai poder expandir-se pela mão do PSD. É o que faz a fome de poder. Até parece que já nos esquecemos dos quarenta e oito anos de fascismo e as suas consequências. Rui Rio e os que o acompanham não estão a avaliar bem as consequências da abertura ao chega mas a história os julgará.

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