“OMS avisa que a Europa pode enfrentar uma segunda vaga letal de covid-19 a partir do Outono”
“Hans Kluge recomendou que os países europeus que estão a começar a levantar as restrições de circulação e actividade económica olhem para os exemplos de Singapura e do Japão, que “entenderam desde cedo que este não é o momento para celebrações, mas sim um momento para preparativos”.
“Ninguém previu que esta segunda vaga surgisse tão cedo”
“Marcelo deu o exemplo e garante que há vacinas da gripe para todos”
“DGS garante que não há racionamento da vacina da gripe”
“DGS alerta que vacina da gripe não chegará para todos devido à elevada procura”
É notória a tendência compulsiva que esta coligação Governo/PR tem pela mentira.
Claro está que se pode sempre contra-argumentar que todos os Governos mentem.
A questão é como essa mentira é lidada pelos instrumentos de controlo de poder e de contra-poder.
E aqui reside o maior perigo dos efeitos da mentira: a impunidade que a legitima.
Foi prometida uma vacina da gripe, que afinal não chegará sequer a todos os que fazem parte do grupo de risco. Repare-se que a DGS fala que chegará “à maioria as pessoas de grupos de risco”. Ou seja, nem sequer todos os que pertencem aos grupos de risco, serão vacinados.
E a desculpa é que houve um demanda por vacinas superior ao previsto.
Como se as mesmas, não fossem receitadas por indicações expressas da DGS e do Ministério da Saúde. Pois que não se compram vacinas, como quem compra máscaras no hiper.
Na Primavera e no Verão, não faltaram alertas sobre a necessidade de preparação para a segunda vaga que chegaria no Outono. Foi, inclusivamente pela voz de Hans Kluge que é nada mais nada menos do que o Director Regional para a Europa da OMS.
E António Costa, com uma serena pose de Estado, mente na entrevista de Miguel Sousa Tavares, dizendo que ninguém estava à espera que a segunda vaga chegasse tão cedo.
Essa entrevista foi um bom exemplo do modo complacente com que os meios de informação lidam com a mentira desta parceria estratégica Governo/PR. Finda a entrevista, senti uma forte saudade dos tempos em que MST era aguerrido, acutilante e incisivo. Não apenas quando dava a sua opinião, mas, principalmente, quando entrevistava.
Ao ver semelhante mentira passar em claro, sem qualquer confrontação com a verdade, como se a entrevista não tivesse sido preparada face aos temas que ela mesma iria abordar, constata-se a facilidade com que a comunicação social absorve a mentira e a legitima como se fosse verdade.
Hoje, a comunicação social está cheia de entrevistadores que são muito fortes e contundentes na emissão de opiniões, mas muito comedidos quando têm um interlocutor pela frente.
Atente-se que o perigo maior não está na mentira. Está no modo com que os outros lidam com ela. Seja por complacência seja por adesão.
O perigo maior não está que um Governo minta, ou que os políticos mintam.
Está, sim, na facilidade com que a mentira é transformada em verdade, por ausência de acção crítica e de combate por quem deveria ser o garante, a começar pela comunicação social e a acabar na Oposição.
Mentir, todos mentem, poder-se-á dizer.
Sim, até será verdade. Agora que se passe a viver na mentira porque se capitula à mesma, vai um perigoso passo que não se pode dar.
Se juntarmos a isto a hipocrisia do Governo e do PR em apelar ao sacrifício e à calma, com missas à mistura a lembrar outros tempos, temos a fórmula ideal para o crescimento de ódios e raivas que, oportunamente, serão aproveitadas sem escrúpulos.
Tudo bem, malta. Mas devo ser muito estúpido e não percebo pq antes a gripe tinha acabado e agora vêm com vacinas para ela. Esta narrativa tá muito mal contada. Porque será????
Porque o joseliveira acha que sabe mais em 5 minutos do que quem tira um curso em 5 anos. Os vírus normalmente não se extinguem, sobrevivem connosco porque o sistema imunológico não dá para tudo.
A teoria mais coerente é que Costa preparava-se para mais um brilharete de poupar este ano na preparação para contabilizar as despesas no ano seguinte e receber uma estrelinha de Bruxelas.
Teve azar, o bicho pega mesmo antes do Inverno sem querer saber de excepcionalismos.
O vírus que aí está assusta e a corrida á vacina da gripe surgiu inesperadamente, relativamente aos anos anteriores. Ainda ninguém sabe se as vacinas existentes contra a gripe são ou não suficientes. O que se sabe de anos anteriores é que haviam médicos que desvalorizavam a sua eficácia e, por isso mesmo, havia muito boa gente que não a tomava. Hoje, com o aparecimento do covid19 , é natural que o medo se dissipe e haja uma inusitada procura da vacina contra a gripe. Por sim, ou por não, eu já me vacinei.
Ora bem, muita gente aprendeu que não é só o sars-cov-2 que mata muita gente; pouca, mas qb. E em ano que só pode correr pior, o medo é mesmo racional.
Se havia mais para comprar… não sei, deve estar complicado. Mas era previsível que houvesse muito maior procura.