António Costa, orgulhosamente só

Foto: Global Imagens@Notícias ao Minuto

Após as Legislativas de 2019, António Costa recusou acordo formal à esquerda, e optou por sujeitar o seu governo minoritário ao geometria variável do parlamento.

Meses mais tarde, afirmou, de forma categórica, que, se que se precisasse do PSD para governar, o governo caia, derrubando a única ponte possível à direita, ainda antes da venturização de Rui Rio, que, até então, se ia mostrando aberto a alguns entendimentos.

Agora, isolado por culpa própria, totalmente dependente do PCP, do PAN e das deputadas não inscritas, já que o entendimento com o BE se tornou praticamente impossível, dispara em todas as direcções e acusa os restantes de empurrar o país para a ingovernabilidade, quando é o próprio António Costa o principal responsável por este desfecho. E eu que cheguei a pensar que era Rio quem queria eleições antecipadas.

Comments

  1. José Monteiro says:

    The Graet Escape.

  2. Rui Naldinho says:

    Acho que os dirigentes do PS ainda não perceberam que nos anos mais próximos não vão ter qualquer hipótese de alcançarem uma Maioria Absoluta.
    Quando perceberem isso, vão começar a pensar de outra forma.

    • O PS está perfeitamente consciente disso. Porém também sabe que pode seguir em frente, sem moletas, porque eleições antecipadas não interessam a ninguém da oposição. E talvez interessem ao PS, dependendo do clima político em que se venha a dar um eventual derrube do governo.

      • Rui Naldinho says:

        É bem verdade o que escreve. Mas estas coisas não são lineares. São bem mais complexas. Há seis anos, ninguém da direita imaginou uma Geringonça. O factor surpresa foi determinante.
        No entanto este Orçamento já tem só à conta do PCP, seiscentos milhões de euros a mais, dos mil milhões inscritos e aprovados pela Oposição, contra a sua vontade, para além daquilo que era o plano do governo. Não estou a dizer que isso é necessariamente mau. Pelo contrário, até pode ser bom. Porém vamos ter o PS daqui para a frente a governar com o Orçamento dos outros. E as medidas aprovadas com o acordo do PCP não podem ser metidas na gaveta, como algumas aprovadas para 2020, com o BE.
        Por exemplo, o aumento das reformas mais baixas é já em Janeiro de 2021.
        Se a oposição à esquerda perceber que derrubando o Governo, ainda assim a direita toda junta não a ultrapassa, ficando no entanto o PS de novo em minoria, face ao PSD ou até a uma eventual PàF, sem o Chega, vamos ter necessariamente nova Geringonça. O que para o PS seria uma verdadeira derrota. Ficar pela segunda vez atrás do PSD. A não ser que o PS queira abandonar o barco e dê o lugar à direita.
        Depois hão-de vir a sequelas desta pandemia. E essas sequelas serão profundas. Neste momento tudo o que é sector do turismo, das companhias de aviação ao mais pequeno tasco nas grandes cidades e nos locais mais turísticos, estão todos com os cabelos em pé com este governo. Com especial incidência para os trabalhadores assalariados do sector, ainda que muitos deles sejam estrangeiros.
        Eu diria até que o PS neste momento já perdeu uma boa parte do eleitorado que está directamente ligado ao sector privado da economia, em especial o turismo, e que por serem pessoas de baixos rendimentos, votavam neles, quanto mais não fosse pela promessa de aumentos sucessivos no salário mínimo.
        Neste momento o PS é um partido sem um fio condutor na governação, fruto da sua própria arrogância intelectual.
        Aliás, nada a que não estejamos já habituados.

  3. Júlio Rolo Santos says:

    Antônio Costa estava a ir bem mas estragou tudo quando pensou que a esquerda lhe seria subserviente, mas enganou-se. Agora, mais tarde ou mais cedo vamos estar nas mãos do Ventura. Que triste sina a nossa.

  4. luis barreiro says:

    Gostei de ver o toni das chamussas a pedir o apoio do Partido Chega e os avençados jornalistas adeptos do Gulag nem comentarem.

    • POIS! says:

      Pois não, não comentaram.

      E compreende-se. O Partido Chega também quer abrir por aí uns Gualgzinhos. Ficou tudo em família.

  5. Filipe Bastos says:

    Ah, é dia de ‘análise política’. Vamos lá.

    O Bosta nunca quis passar outros quatro anos amarrado aos comunas. O plano era saquear o país, como fez o 44, provocar uma crise, como fez o 44, e das duas uma: ou sair reforçado, ou deixar o buraco à Laranja Podre. Como fez o 44.

    Claro que, neste caso, esperava sair reforçado. Desta vez não haveria Troika, e o Rio é um medíocre ainda pior que Passos.

    O covidas antecipou-lhe o plano e adicionou-lhe uma carnuda mega-esmola europeia. Toda a máfia xuxa lambe os beiços e esfrega as mãos: quanto é que me calha do pote?

    Assim, o Bosta tem duas prioridades. Uma é continuar no poleiro para torrar a massa; a outra é não estar no poleiro quando isto estourar de vez. Daí ir acenando com a ‘ingovernabilidade’.

  6. marão says:

    Para Costa a única coisa que conta é fazer perdurar o próprio cadáver politico, que viu ao espelho quando perdeu as eleições.

  7. Nascimento says:

    “Ó Ernestina, vamos embora… qu’isto foi/ é tudo uma grande aldravice!”… Olaricas!

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