Crónicas do Rochedo – 41: O Debate na TVI24 (Política e Redes Sociais)

Ontem, a convite da TVI24, participei num debate em que me foi pedido para falar sobre a presença dos partidos políticos nas redes sociais (o efeito das redes sociais na política). No debate participaram, igualmente, Paulo Pena (jornalista), Diogo Faro (Humorista) e Francisco Teixeira da Mota (advogado).

Ao decidir aceitar o convite da TVI24 iria quebrar um prolongado silêncio, uma vez que, desde a minha entrevista ao Miguel Carvalho (Visão, 2013), tenho recusado este tipo de convites. Obviamente, sabia que ao participar no debate iria despertar dois grupos, velhos conhecidos meus: as virgens ofendidas e os amnésicos. Ora, eu vivo e trabalho em Espanha há mais de cinco anos. Não trabalho, nem directa nem indirectamente, com qualquer partido ou empresa portuguesa, o que, a meu ver, me permite o distanciamento necessário para abordar a matéria para a qual fui convidado. O Paulo Pena foi convidado porque, reconhecidamente, é um dos jornalistas portugueses que mais tempo e atenção dedica ao fenómeno. O advogado Francisco Teixeira da Mota foi convidado porque é um dos especialistas na matéria. O Diogo Faro foi convidado, pelo que percebi, porque é activo nas redes sociais e está (ou esteve) envolvido numa polémica nas mesmas recentemente. Eu fui convidado porque, no entender da TVI24, conheço o meio no tocante à participação dos partidos nas redes sociais. 

Ora, logo aqui apareceram as primeiras virgens ofendidas: “A que propósito convidam o Fernando Moreira de Sá em representação dos Consultores de Comunicação”? Desculpe, disse? Em representação de quem??? Eu fui convidado pela TVI24 em meu nome e representando-me a mim. Ponto final. Não fui em representação de nenhuma classe profissional nem o convite foi nesse âmbito. Fui convidado porque a TVI24 entendeu que eu conhecia bem a realidade dos partidos portugueses (e não só, já agora) nas redes sociais.Quem foi a alma que se lembrou ou concebeu que eu estava a representar os consultores de comunicação???? Nem o Paulo Pena estava a representar os jornalistas, nem o Francisco Teixeira da Mota a representar os advogados. Consultor de Comunicação é, entre outras, uma das minhas profissões/habilitações. Vá lá que não me acusaram de estar em representação do meu FC Porto sendo eu adepto confesso do mesmo. Mas faltou pouco. 

Depois, surge sempre o grupo dos amnésicos sobre as campanhas negativas. Sempre. O problema é que eu sei o que fizeram no verão passado e não esqueço, entre outras, realidades como o “Menezolândia”. E como já passou tempo suficiente, e nem tão pouco trabalho em Portugal (os meus clientes e os seus legítimos interesses em 2013, 2014 e 2015 obrigavam-me, bem, a estar calado), estou perfeitamente à vontade para, hoje, discutir e falar sobre todas estas matérias e sobre a amnésia de alguns, cujo trabalho que fizeram (desconheço se ainda fazem) torna o meu, o que eu realizei no passado, uma coisa de meninos. 

Mas, então, o que é que eu disse para o despertar destas múmias? Procurei, dentro das naturais limitações deste tipo de debates, responder ao que me foi perguntado. Em duas matérias: a regulação das redes sociais em que defendi que sem punição efectiva de práticas violadoras da lei não se consegue combater o problema das “Fake News” e que não acredito na auto-regulação por parte das empresas proprietárias das respetivas plataformas. 

E sobre a presença dos partidos portugueses, hoje, nas redes sociais, expliquei que existem dois partidos que estão a trabalhar de forma intensa: o Chega e a Iniciativa Liberal (IL) estando, esta última, a fazer um excelente trabalho, bastante profissional e o Chega com uma presença forte mas ultrapassando em demasia as linhas vermelhas civilizacionais (com exemplos de discursos de ódio e racismo). Só que, ousei dizer que o PS e o PSD estão a trabalhar mal as redes sociais. No que me fui meter. Obviamente, coloquei-me a jeito. Os artífices de gráficos anedóticos não gostaram. Os pais das “menezolândias” da vida ficaram incomodados. O sórdido nestas coisas é confundir a estrada da beira com a beira da estrada. O espantoso nestas coisas é dividir o mundo entre os puros e os impuros. O ridículo em tudo isto é a lata de quem sabe que eu sei – citando uma velha frase de um congresso partidário: “Eu sei que você sabe que eu sei que você sabe”.

Quanto ao mais, deixem lá a TVI24 em paz e disfarcem melhor a vossa necessidade de aparecer. É o que dá serem, demasiadas vezes, a voz do dono. Quanto a mim, não se preocupem, estou longe o suficiente para não ser um estorvo, na certeza, porém, citando um excelente professor de comunicação que tive: “Já não toureio mas continuo aficionado”. Aficionado e sem mordaça o que me permite recordar as tais “menezolândias” da vida, os seus autores, as suas estratégias e as suas hipocrisias. Porque, nestas coisas, haverá sempre aqueles que dão a cara e os que se limitam a dar o cu, como se diz na minha terra, a Areosa (Porto).

Comments

  1. Francisco Figueiredo says:

    Muito bem, Fernando. 👏

    • British says:

      Liberocas de todo o Mundo, uni-vos e voltai para o século 19

  2. João Mendes says:

    Excelente pontapé na boca!

  3. Filipe Bastos says:

    Este tipo de artigos cheios de jargão e de recadinhos para outrém – eu tou em Espanha… eu só me represento a mim próprio… ó seus invejosos… eu é que percebo disto… ai ai, se eu contasse tudo! – são sempre herméticos, abstrusos, pouco interessantes.

    Se há coisa que não faz falta à política é marketing e ‘comunicação’. Vender partidos e pulhíticos como se fossem detergentes ou pastas de dentes. Ensinar tachistas e trafulhas a melhor iludir a carneirada, mascarar-lhes os podres, disfarçar-lhes a cabotinagem, branquear-lhes a inépcia e as aldrabices. Política não devia ser isto.

    Se já nas empresas a malta da ‘comunicação’ irrita, com as suas buzzwords enjoativas e corporate speak pseudo-profissional, na política é insuportável. Estratégia integrada, activação de marca, comunicação de crise, filosofia disruptiva, engagement, insights, focus groups, touchpoints, … um balde de merda.

    Enfim, espero que o Moreira de Sá tenha encontrado um trabalho melhor. Que é como quem diz, trabalho a sério.

    • POIS! says:

      Pois não me diga!

      “Trabalho a sério”? Isso existe?

      Numa sociedade corrupta e dirigida por omnipresentes “chulecos”? Para engordar chulecos”?

      Que desilusão, Sr. Bastos! Esperava melhor de V. Exa. !Na semana passada já tinha prevaricado, e logo por duas vezes.

      A primeira quando citou o chuleco do Kundera, um gajo que passou a vida a dormir com gajas e a fazer livros sobre o que se passava quando dormia com gajas e depois vendia papel com letras, mamando balúrdios e nem sequer pagando ás gajas pela “inspiração”. Lamentável!

      A segunda foi quando disse que aquela pessegada feita por chulecos hollywoodescos “The Hunt”, onde os que ganharam mais até foram os chulecos dos produtores de tomate californianos, era um grande filme. pelo menos o calibre das armas é respeitável. De resto, é uma trapalhice feita por chulecos mamões cujo único objetivo é sacar massa a basbaques com tendência para o terrorismo de sofá.

      Qualquer dia ainda o vou ver aqui citar alguma passagem da obra daquele chuleco zarolho que se dava ao trabalho de mandar poemas a uma escravazita qualquer, Como se a gente não soubesse que as escravas não tinham outro remédio senão alinhar! Qual amor, qual o quê! O mamão era perito na arte de encher papel com letras para vender almanaques. Em vez de trabalhar a sério!

    • Filipe Bastos says:

      Tenha juízo, POIS: acha que eu vinha aqui recomendar uma americanada qualquer? Até disse que o filme era de 2012 para evitar confusões.

      The Hunt, ‘Jagten’ no original, é sobre um professor de jardim-escola numa vila dinamarquesa que é acusado por uma aluna. A acusação é completamente falsa; ela gosta dele – é demasiado nova para uma paixoneta, será um ligeiro afecto – e ao sentir-se preterida acusa-o com crueldade infantil.

      Sendo um abuso duma criança, a reacção dos amigos, colegas, de toda a gente, é também cruel e irracional. A vida dele muda para sempre. E poderia acontecer a qualquer um.

      O contexto era a sua defesa do Peidoso e do porco do Ferro; se não percebeu anda obtuso ou distraído.

      Quanto ao Kundera, não o sabia fã. Aprecio muito Kundera.

      Quanto a trabalho a sério, olhe, também não posso falar muito. Faço algum, aqui e ali, mas na maior parte do tempo sou parte da engrenagem que desprezo. Pelo menos sei disso.

      • POIS! says:

        Pois mas…

        Esse filme não foi feito por nenhum chuleco? Lá por ser dinamarquês olhe que eu desconfiava na mesma.

        Sr. Bastos: diga lá ONDE, mas ONDE, eu defendi algum dos personagens que cita? O que eu disse é que não se pode acusar ninguém, mas mesmo NINGUÉM de factos de tal gravidade sem provas sólidas. Nem repetir sistematicamente o que outros grunhos e alarves publicam. PERCEBEU?

        E perguntei quais as que o Sr. tinha que eu não soubesse. Nomeadamente conhecimento direto. E V. Exa. o que disse é que se estava a borrifar para a presunção de inocência.

        Devolvo-lhe essa do obtuso. Se o que relata o filme poderia acontecer a qualquer um, então pode mesmo acontecer a QUALQUER UM. Não é?

        Se algum dia acontecer a V. Exa. não se queixe. Olhe, fica por aqueles que cometeram crimes e escaparam, como V. Exa. muito “doutamente” defendeu.

        Acontece que eu não precisei de filme nenhum para conhecer, que me recorde, três casos desses. Não posso relatar pormenores por obrigação de sigilo. Mas num desses casos, que me chegou através de um familiar da pessoa, ainda hoje, quase 20 anos passados (foi na “onda” do início do processo Casa Pia), os rumores persistem.

        Se eu não tivesse visto, com os meus próprios olhos, cópias de peças processuais que desmentem completamente o que circulou na época, ainda poderia ter dúvidas. Mas pode ter a certeza que não contribuiria minimamente para a boataria enquanto não me apresentassem, pelo menos, uma condenação judicial.

        Uma ressalva: neste caso, a suposta vítima não era propriamente uma criança. Era maior de 17 anos, mas com incapacidades sérias.

        O erro, quanto a mim, foi a pessoa não ter confrontado os inventores da cabala (porque a família sabia quem eram, e quais as suas motivações).Por vezes as pessoas pensam que, ao agirem, ainda estão a empolar mais o caso e também porque sentem que estão a prolongar o seu próprio sentimento. Apenas conseguiu que uma rádio local e um jornaleco da região publicassem uns desmentidos de notícias que tinham avançado que, disse-me o familiar, apenas serviram para que surgissem novas versões do caso

        Já V. Exa, se algum dia vier a passar por isto, paciência. Olhe, faça um filme norueguês! Mas depois não peça que lhe paguem direitos de autor, ou ainda se arrisca a passar a chuleco.

      • Filipe Bastos says:

        Pois v. quando embirra com alguém deixa de ler bem o que escrevem, tal a ânsia de embirrar. Concordei que há com certeza acusações injustas. Usei o filme como exemplo.

        Não andei em orgias com eles (ou com outros), logo não, não estava lá para ver. Nem conheço as vítimas. Da Casa Pia só sei onde fica. A Catalina Pestana, que sabia mais, estava convicta sobre o Peidoso. E explicou porquê.

        Recordo-lhe onde isto começou: v. defendia o Guterres e eu listei pulhíticos do PS para ilustrar a podridão da casa e a inevitável cumplicidade de quem lá manda (e mama).

        Nomeei o Vara, o Peidoso e o Ferro como podia ter também nomeado o Farfalha, o chulo Assis ou o mete-nojo César. No PS não falta escolha. V. pegou na vertente Casa Pia, que não abordei nem vinha a propósito.

        Mas sim, também nisso qualquer pulhítico ilibado ou caso arquivado prova zero. Zero. Basta lembrar o telefonema do Bosta apanhado nas escutas. Destes pulhas espera-se tudo. Tudo o que é mau e reles. Não ver isto é não ver nada.

        Todos os dias aqui se criticam coisas e pessoas; só as críticas ao PS o incomodam, já reparou? Eu já.

        • POIS! says:

          Pois não me lembro!

          Em que dia é que eu “defendi o Guterres”? E de quê?

          Deve ter sido no dia em que, depois de sair de uma reunião da Juventude Socialista, e de jantar com o Sócrates, telefonei ao Costa e fui fazer umas horas extraordinárias na Mossad.

          Vosselência, Sr. Bastos, não sabe da missa a metade! Pois fique ciente: no tempo do “Freeport”, e ainda antes, no tempo do Aterro da Cova da Beira, fui dos primeiros a chamar a atenção para o que se estava a passar e que cheirava a esturro, isto na altura própria, não depois de se saber tudo o resto. Há gentinha na imprensa que tem lá comunicações minhas. Só uma vez me pediram, sobre isto, um esclarecimento, de resto…

          Mas não, não adivinhei que um dos envolvidos no caso do aterro, um professor universitário, estaria depois relacionado com o caso do diploma de engenharia ao domingo. Isso adivinharam todos depois do que se sabe.

          O mais curioso no caso do diploma é que Sócrates não precisava de tanta trafulheira para obter o título de licenciado. Teve foi demasiada pressa.

          Com efeito, com Bolonha (implementada pelo seu governo) as licenciaturas passaram a ser de três ou quatro anos. Sócrates tinha um bacharelato em engenharia civil do ISEC de Coimbra que durava três anos a que acrescia um estágio e um projeto. Quando Bolonha foi implementada, e porque previa a possibilidade de creditação da experiência profissional e de outra relevante, à semelhança do que já se fazia há muito por esse mundo fora (mas de que se abusou frequentemente por cá, essencialmente no ensino privado, vidé caso Relvas), muita gente interrogou o ISEC sobre como poderia concluir a licenciatura. Alguns, com diplomas mais antigos, tiveram de concluir alguns créditos. A maioria frequentou um seminário de investigação e apresentou um relatório de atividade profissional.

          E sim, Sr. Bastos: havia muito provavelmente, muito para além da “Câmara Corporativa” uma central de desinformação socrateira que atuava pavlovianamente em todo o lado (tal como depois aconteceu com malta do Passismo.

          Um parêntesis: aliás, o Passos tentou, antes do mais comprar os “bloggers” e conseguiu mesmo arregimentar alguns, que chegaram a apagar o que defendiam em troca de cargos no Cratoministério da Educação, por exemplo. Outros foram mesmo parar à bancada parlamentar.

          Foi essa central que comandou todo o vibrante apoio á Maria de Lurdes Rodrigues contra os chulecos dos pançudos dos privilegiados professores. Com grande unanimidade e apoio geral dos moraleiros deste país, diga-se de passagem.

          Apenas um relatinho: uma vez inventei uma piada que envolvia o Sócrates, o Passos… e o polvo Paul, aquele que adivinhava os resultados dos jogos no Mundial.

          Era mais ou menos assim:

          “Pediram para que o polvo Paul adivinhasse quem vai ganhar as próximas legislativas. Para isso colocaram duas caixas com comida, uma com a foto de Sócrates e outra de Passos, e soltaram o polvo.

          Mas aconteceu o inesperado: o Paul não só não comeu nada como ainda vomitou a comida da véspera!”

          Não queira saber o que isto desencadeou! Foi reproduzido por aí (até em blogues de Macau…) e houve, é claro, quem estivesse de sentinela. Depois de algumas ameaças de terroristazecos de trazer por casa, a tática foi desatar a fazer comentários falsos em meu nome, o que usava na altura (e que era autêntico, nunca mais o fiz), comentários esses insultuosos, de péssimo gosto, que me cansei de desmentir como podia.

          Também me recordo de ter sido o primeiro a desmentir a galga de Sócrates sobre recordar-se de ter ouvido o relato do Portugal-Coreia do Norte em 1966 a caminho da escola. Era a um sábado, pois era, mas isso não chegaria para desmentir. Mais que isso, era em Julho e as férias, na altura, começavam em inícios de junho. Atenção que, em 1966, havia aulas ao sábado de manhã na maioria das escolas e até de tarde em algumas.

          Fiquei deveras surpreendido pela importância que deram à coisa. Até recebi um telefonema de um jornalista do DN a pedir uma confirmação sobre teria existido e onde era a escola para onde Sócrates, depois da escandaleira, diz ter-se dirigido (“Escola do Professor Cerdeira”). Realmente existiu, e até está lá (o edifício), mas o resto era mesmo fantasioso.

          Termino, dizendo mais uma vez: não me incomodam quaisquer críticas ao PS. Há aqui um psicopata, que assina “Abstencionista”, que já me tentou colar à coisa uma data de vezes. Tem azar, e pode continuar a psicopatar à vontade que eu já só me dou ao trabalho de responder a gente normal.

          Agora: quem acusa alguém de um crime (e isto aplica-se também aos escritos do psicopata) deve ser coerente e agir em conformidade. Se tem provas, avance! Se não tem, não acuse! Isto é particularmente válido nas situações que têm a ver com o bom nome das pessoas, a sua reputação, e quando os crimes de que são acusadas são particularmente hediondos.

          Não dou para terrorismo portátil e condenações na praça pública. Não dou. E também não alinho em campanhas, aparentemente “justas”, manipuladas por Enviados de Deus, que têm outros Venturosos objetivos. Não sou obrigado. Não alinho.

          Leonor Beleza (mais oito arguidos) foi confrontada na justiça pelo crime de propagação de doença contagiosa com dolo eventual. E teria sido julgada, continuo a pensar, se o Ministério Público não tivesse cometido um erro de palmatória que arrastou o processo para discussões sobre prescrições. Porque alguém acusou, apresentou provas e perseverou. Tão simples como isso.

          E ainda hoje há gente a batalhar contra a co-incineração nas cimenteiras, que já toda a gente esqueceu, que envolveu igualmente situações que cheiram a corrupção, e foi vivamente apoiada pelo “bloco do centrão”.

        • Filipe Bastos says:

          Pois fico contente, POIS, por saber que é realmente um otário e não um piaçaba do PS.

          Vá, pode não ser otário: até consigo crer que é um tipo à antiga, muito ciente da podridão que o rodeia, mas que ainda assim se mantém fiel a princípios que o impedem de dizer – constatar – certas coisas.

          Não gosta de acusações ou de chamar nomes pueris; não ladra, só morde, e sempre by the book, seguindo os trâmites, sujeitando-se a leis abstrusas e a anos de tribunais, como bom cidadão.

          Acho bem, POIS. A sua paciência e moderação, perante pulhas deste calibre, são louváveis. Eu não as tenho.

          Todos os dias somos esmagados por um Estado chulo, injusto e prepotente, todos os dias vemos corruptos e trafulhas a gozar com isto tudo, os mesmos corruptos e trafulhas que assim fizeram o Estado, enquanto tantas pessoas de bem se afundam e perdem.

          Incomodam-no acusações; eu penso em quem passa uma vida acossado por Finanças e penhoras sem apelo; quem trabalhou 50 anos em trabalhos ‘a sério’ e não tem para medicamentos; quem perdeu o emprego e a casa por trocos, se comparados aos valores que esta canalha estoura alegre e impunemente a cada segundo.

          Para eles tudo; para os outros nada. E não contentes com a impunidade das decisões políticas que tomam, estendem-na aos seus crimes e trafulhices.

          Muitas pessoas conseguem lidar com a injustiça, não se deixam afectar por ela. Não tenho esse dom. Deixa-me em brasa. O que digo destes pulhas, POIS, nem é 30% do que penso. Nojo, nojo puro.

          Além de ficarem livres da cadeia, querem ficar livres da infâmia. É por isto que chamo otários aos que não vêem isto, ou pelo menos não priorizam isto. São coniventes, são resignados. Amocham. Têm respeitinho. A não ser o seu caso, e acredito que não seja, não leve a mal. É da indignação, do nojo, entende?

          • POIS! says:

            Pois sim!

            Tudo entendo menos a falta de cuidado com a imputação de factos que têm a ver com a reputação pessoal. Um inocente não pode passar a vida a defender-se de imputações de energúmenos.

            E quando se imputa a alguém um crime grave CONTRA AS PESSOAS tem de haver provas. Não basta a justificação da “indignação”.

          • Filipe Bastos says:

            E não é tudo isto reputação pessoal? Quando dizemos que o 44 ou o Relvas são trafulhas, não é isso pessoal?

            Assistiu aos factos, tem provas concretas? Forneceu-as à PJ? Mesmo que as tenha fornecido, nenhum deles foi condenado. Como dizer que são trafulhas?

            POIS, percebo e aceito o seu argumento, não podemos andar a acusar pessoas só porque não gostamos delas. Mas essa decência é usada por estes pulhas para continuar a escapar entre os pingos da chuva.

            Esperar uma condenação, neste país, com estas leis e com esta Justiça, é ser otário. Primeiro abafam tudo, quando apanhados têm leis e juízes do seu lado, e tudo acaba arquivado, prescrito ou com pena suspensa.

            As raríssimas penas efectivas, como o Isaltino e o Vara, são para calar o pagode. Um anito ou dois e estão cá fora a gozar o saque. Ou não é?

            Não acuso estas pessoas por não gostar delas. Também não gosto do Marcelo, mas além de ser chulo, hipócrita e cúmplice de mamões, não o acuso de crimes. Ou Guterres – será muita coisa, mas não parece trafulha.

            Posso enganar-me, como toda a gente, mas em pulhas tendo a enganar-me pouco, POIS. Muito pouco.

  4. José Luís says:

    Quem está de fora (a grande maioria) não percebe nada, nem do artigo nem dos comentários.

  5. joão lopes says:

    Nas redes sociais,existem muitos cogumelos,por exemplo, os Médicos pela Verdade,tão depressa apareceram e berraram,como agora suspenderam as suas actividades,ora pelas ligações a neofachos,ora pelas mentiras.Agora,passaram à clandestinidade,isto é ,mudaram-se para a serra da Estrela,isto é,o blog blasfémias.(vêr revista Visão)

    • POIS! says:

      Pois tem toda a razão, Sr. Lopes.

      Os “Médicos pela Verdade” só podem ser mesmo cogumelos. Quem escreve borradas daquelas? Nem um cão! Só mesmo um vegetal!

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