O Partido Comunista Português faz 100 anos.
Para assinalar a comemoração, o partido decidiu espalhar, por toda a Avenida dos Aliados, no Porto, bandeiras com o símbolo do partido. Como esperado, a direita neo-liberal barafustou, esperneou, vociferou e espumou, dizendo que era de mau gosto (os liberais, esses exclusivos donos do bom gosto e da verdade em geral) e um ataque à democracia.
Nada contra a estarem contra. Mas eu também acho ridículos, de mau gosto e populistas, os outdoors do Iniciativa Liberal espalhados pela EN-14 e pela VCI, também na zona metropolitana do Porto, e nunca barafustei, esperneei, vociferei ou espumei por causa disso; ou os outdoors do Chega com a cara do querido líder e frases desconexas espalhadas pelo país fora. Antes pelo contrário, acho sempre piada à capacidade do ser humano de manipular para se engrandecer, dos “direitolas” aos “esquerdalhos”, passando pelos canonizados “centristas”, e, por tal, sorrio a todos os outdoors. Provavelmente, na cabeça dos neo-liberais, seria preferível, em vez das bandeirinhas do PCP, umas bandeirinhas com o símbolo da Vista Alegre de um lado da Avenida, e outras com o símbolo da Amazon do outro, rematando com uma grande bandeira com a cara do Jeff Bezos sobre a Câmara Municipal do Porto. Quem sabe?
Aguentem, filhos. Não sou comunista, mas acho estranho que tantos neo-liberais anunciem o fim do comunismo, quando o próprio partido tem a mesma projecção nas sondagens que o PCP (sim, eu sei que um vai crescendo, outro decrescendo, mas deixo a medição peniana para os próprios comunistas e liberais). Se Passos Coelho volta, acaba primeiro o IL do que o PCP, leram aqui – diria “primeiro”, mas toda a gente já percebeu a ideia.
Um dia, os neo-liberais do IL irão descobrir que em Portugal se festeja o Avante!, organizado pelo PCP, onde acorrem milhares de pessoas todos os anos. E quando investigarem melhor, são capazes de descobrir algum neo-liberal a mamar cervejas, envolto numa muito grande nuvem de fumo com aroma a especiarias, num desses horrendos eventos comunistas…quem sabe? Até lá, aguentem.
Eu segui este blogue até ler este texto. O meu obrigado a todos os outros autores.
És tu e uma viola num enterro !
Faça boa viagem.
Verifique se não deixa nada para trás.
Um abraço.
Ai, o cancelamento!
Vai vai Alberto que o Ventura já te fez a papinha
João, não ouvi os protestos, mas imagino que o ‘mau gosto’ tenha a ver com o pitoresco passado do comunismo, que torna a celebração – para a direita e para muito centrista – semelhante a encher a Av. Aliados de bandeiras nazis.
É das discussões mais velhas da internet, não vale a pena agora ir por aí; mas mesmo descontando muita propaganda ocidental é inegável que os regimes ditos comunistas têm mais esqueletos (literais) no armário do que vinte covides.
Insistir num partido, num termo e num símbolo tão carregados é, creio, contraproducente. Nenhum Avante chega para limpá-los; e como v. concede, ninguém lá vai pelo comunismo. Vão para mamar cervejas e fumar charros.
Aqui já não posso discordar de nada.
100% de acordo.
Muito preocupado com as lágrimas de crocodilo de quem não vota.
Os outdoors do il usam espaço legal e pagam taxas, o caso acima usa os espaços de todos para fazer uma alogia com a doutrina mais miserável e assassina documentada.
E os outdoors do IL deixam de ser parolos por essa razão? Não creio. Se o Luís gosta mais do IL do que do PCP, já é outra história. É que no que diz respeito aos outdoors, todos os partidos os pagam.
O totalitarismo dos partidos e dos regimes comunistas matou muitos, acho que não há dúvidas e dizer o contrário seria sonegar a História. Mas se vamos falar de mortes…quantos morreram à custa da globalização neo-liberal que vigora? Vamos fazer contas? Ou não está documentado?
É a sua opinião, o que nos meus mais de 70 anos vi e vejo é pessoas saltarem o muro do comunismo para o neoliberalismo. Milhões dizem o contrário de si e do seu sonho. Factos.
Luís, eu não sou comunista. Disse-o no texto, se o leu.
Nem comunismo, nem neo-liberalismo. A partir disto, pode deduzir tudo o resto que quiser.
E também não tenho “um sonho”, tenho vários, e o comunismo não é um deles. Se “milhões” dizem o contrário de mim, não sei e pouco me importa. Sou responsável pelo que digo, apenas, e vivo bem com isso.
Errou no alvo, mas errar também faz parte.
“Nem comunismo, nem neo-liberalismo. A partir disto, pode deduzir tudo o resto que quiser.”
“E também não tenho “um sonho”, tenho vários, e o comunismo não é um deles. Se “milhões” dizem o contrário de mim, não sei e pouco me importa.”
Mas estou a “discutir” com uma criança de 12 anos, peço desculpa mas lendo o post anterior findo aqui a conversa, pois ainda posso ser denunciado.
P.S. : Abomino pedófilos.
Dê-lhe mais uns tempos. O capitalismo é giro enquanto há fartura e empregos e um mínimo de estado social.
Desaparecido o bicho papão comuna, o capitalismo em roda livre começa a comer-se a si próprio… e ao planeta.
Os mamões que mandam nisto tudo já estão a tratar das ilhas, bunkers e até planetas onde pensam esconder-se no luxo, enquanto a arraia-miúda luta por recursos.
Sr Barreiro
Liberalismo foi ha 200 anos no tempo dos Alexandre Herculano, Guerra Junqueiro e muitos outros que queriam combater os previlégios da nobreza. O que estes querem agora e voltar a ter esses previlégios,
Tenho mais de 77 anos e sei do que falo,, Não defendo o comunismo mas esse liberais sabem bem a que vêm. A mim não enganam, prefiro a frontalidade dos Salazaristas como o Menos
E preferes a RDA
“Mas estou a “discutir” com uma criança de 12 anos, peço desculpa mas lendo o post anterior findo aqui a conversa, pois ainda posso ser denunciado.
P.S. : Abomino pedófilos.”
A baixeza está desse lado, nota-se. Se se sente na necessidade de ser idiota para ser notado, acho bem e saúdo que finde a conversa.
máta-te enquanto ouves a intetrnacional
Fogem antes ou depois das bombas? Só para saber.
Bem procurei, mas só encontrei o símbolo dos trabalhadores. Onde estava o símbolo capitalista?
Não percebeste Luís. Se fosse uma analogia com a doutrina mais sanguinária terias símbolos capitalistas
Sr Barreiro
“E preferes a RDA”
Gostei deste post inteligente e profundo.
Muito obrigado por nos mostrar a capacidade intelectual dos ditos “liberais”
São uma vergonha para os que em 1820, deram a vida pelas causas liberais
Peço desculpa mas a reposta “E preferes a Rda não era para si mas para o filipe bastos, saiu no sítio errado.
Pois realmente!
Se V. Exa. é “liberal” eu sou o Papa. A sua convivência com as opiniões dos outros é muito pouco, ou melhor, nada “liberal”.
O Papa é, aliás, tudo menos “liberal”, no sentido de ideologia económica, que é o que trouxe aqui os diversos comentadores, que pensavam estar a discutir com o Luís, o “libreral”, mas saiu-lhes o Barreiro, o burgesso.
Vá gozando a sua reformazinha, que o Estado Social lhe garantiu, e muito bem. Antes que uma vaga neoliberal a destrua e a privatize, com consequências de que os jovens atuais só vão tomar consciência daqui a uns vinte ou trinta anos.
Foi o que aconteceu no “liberal” Chile de Pinochet, onde o neoliberalismo foi desenvolvido da única maneira possível: através de uma ditadura.
Ah! Mas era um regime muito liberal, porque existiam amplas liberdades individuais, por exemplo:
a) a liberdade de opinião, desde não fosse contra o regime;
b) a liberdade de escolher a cor do avião de onde ser atirado ao oceano, no caso de incumprimento da anterior.
Aqui nos Restauradores é a mesma coisa. De uma ponta a outra da praça. Tenho o privilégio de partilhar a última visão de dezenas de milhões de pessoas que foram torturadas, executadas, ou mortas de fome, doença e escravatura sob estas lindas bandeiras. Imagino a emoção que deva sentir um polaco, um húngaro, um checo, ou um ucraniano, a ver a nossa praça assim, engalanada.
Ui, é desta que os chineses nos deixam de comprar os monopólios em saldo.
Não sabia que torturavam pessoas nos Restauradores. Já telefonou à policia? Veja lá isso
Comparar outdoors na periferia com bandeiras num símbolo da cidade é má fé. Não é uma questão de ser o partido A ou B é uma questão de bom senso e ainda bem que já foi reposta a normalidade.
O PCP é um partido de portugueses e para Portugal.
Nos últimos 100 anos o PCP esteve em todos os avanços sociais que aconteceram em Portugal, originados ou apoiados pelo PCP:
da resistência e luta contra a ditadura fascista e uma guerra injusta, ao 25 de abril e à progressista e democrática Constituição da República de 1976;
da universalização das 8 horas como horário diário máximo de trabalho à criação do salário mínimo nacional;
do direito a férias à universalização dos subsídios de férias e natal;
da criação de sistemas universais de saúde e educação à universalização das reformas;
da luta pelo desenvolvimento da cultura à luta pela protecção do meio ambiente;
da luta contra às desigualdades à luta contra a discriminação em função do sexo ou cor de pela.
Ontem, hoje e amanhã sempre ao lado dos trabalhadores e do povo português, e pela defesa da soberania e independência de Portugal.
Um passado com significado e um projeto com o futuro.