Que esquerda sobra a Medina ou como vencer Moedas e o regresso de Coelho e Portas?

Toda a direita, como não é surpresa, anda excitadíssima com a eterna promessa dos liberais-radicais, o pafiano Carlos Moedas. Uma espécie de Svilar, de Labyad ou de Imbula, mas oriundo da Harvard Business School. Carlos Moedas foi Secretário de Estado do famigerado governo de Passos Coelho e Paulo Portas que aprovou a lei das rendas que esvaziou, entre outras, a cidade de Lisboa, mas tem a distinta lata de chamar de “renovação” ao processo de estratificação da capital, com os pobres a serem expulsos do centro para aí dar lugar a uma disneylandia de hotéis e a uma catadupa de lofts, experiências gourmets e airbnbs, que transformaram o metro quadrado da capital num dos mais caros da Europa e do Mundo, uma Meca dos apreciadores do casino imobiliário. Não creio que haja memória, na já longa história da cidade, de um apartheid social como o que se verifica nos dias de hoje, patrocinado a duas velocidades pelos dois partidos do bloco central. Sendo Medina o outro lado da moeda de Moedas, haverá alguém de esquerda fora do arco da governação com capacidade de disputar um projecto de recuperação para a cidade que tenha como prioridade a devolução da cidade às pessoas que nela trabalham? Sobrará esquerda que perceba que tentar derrotar Carlos Moedas com Fernando Medida é o mesmo que caçar moscas com mel?

Comments

  1. JgMenos says:

    Tem toda a razão!
    Estes gajos que respeitam a propriedade e o mercado são todos iguais.
    Isto só lá vai como com as escolas, transformando o atestado de residência em atestado de local de trabalho.
    A partir daí é aplicar o direito à habitação na Constituição e nacionalizar quanto baste.
    Bom, se não houver dinheiro, requisita-se e aplicam-se as regras que respeitem a dignidade dos inquilinos: assoalhadas bastantes e renda limitada em % sobre salários, e …bandeiras, muitas bandeiras.

    • POIS! says:

      Pois o quê? Estarei a ler bem?

      “Isto só lá vai como com as escolas, transformando o atestado de residência em atestado de local de trabalho”.

      Não me diga que quer tornar a esquina onde V. Exa. exerce as suas “atividades liberais” como exclusivo! E, para descaramento, depois da tentativa de esbulho toca a mandar uns bitaites sobre respeito da propriedade e tal e coisa!

      Palpita-me que não vai levar nenhum atestado. Quanto muito um atesto. É parecido, mas não é o mesmo.

    • Paulo Marques says:

      É só fantasmas nessa cabeça. Realidade é que nenhuma.

  2. Rui Naldinho says:

    Medina é o “português suave” do liberalismo Tuga. Moedas um Betinho assumidamente liberal. Engraçado serem filhos de ex militantes ou simpatizantes comunistas.
    Aliás todas as peripécias com décadas e décadas em torno do novo aeroporto de Lisboa, são a demonstração mas evidente e cabal, de que o importante mesmo é o valor imobiliário do m2 da Capital do Império, e dos seus sucedâneos, como o turismo, Os lisboetas como entidades físicas e humanas que se lixem.
    A Força Aérea Portuguesa tem várias bases militares em volta da cidade de Lisboa. A OTA no concelho de Alenquer, o Campo de Tiro de Alcochete, no concelho com o mesmo nome, Alverca no Concelho de Vila França de Xira, e Montijo.
    Porra! Nenhuma serve?
    Claro, e depois a desvalorização patrimonial do m2 de terreno urbano no Concelho de Lisboa, Oeiras, Cascais e Sintra, com a deslocalização do aeroporto para 30km a Norte ou Sul de Lisboa?

  3. Filipe Bastos says:

    Merdina e Moedas são mais uma iteração do velho paradoxo: a maioria da cidade e do país não é rica, mas vota como se o fosse.

    A larga maioria das pessoas tinha a ganhar com a esquerda – não a pseudo-esquerda do Bosta e do Merdina, ao serviço de sucateiros e mamões, ou a esquerda identitária das histerias woke, mas esquerda a sério, socialismo democrático a sério, redistribuição a sério.

    Sem isso é impossível, como apela o Renato, a devolução da cidade às pessoas que nela trabalham. Mas isso não existe no menu: só há Berloque identitário ou PCP semi-estalinista; e mesmo que existisse não ganhava. A carneirada não votava nele.

    Porquê? Creio que é para lamentar, criticar ou tentar explicar isso que aqui estamos. Curiosamente, a direita – no Observador, no Blasfémias, no Insurgente, etc. – queixa-se do mesmo.

  4. POIS! says:

    Pois já estou a ver quem é!

    Este Moedas não é fotógrafo? Estou vagamente lembrado de que fotografava encontros eróticos entre gajos das Finanças.

    E houve por aí gentinha que se excitava a valer com aquilo. Neste mundo há tarados para tudo! È cada um!

  5. António Candeias says:

    Esta classe política toda ela , em campanhas eleitorais se é para as legislativas levam o tempo todo so na lavagem de roupa suja, mas dizer o que propõem e como o fazer nem um o diz, o quer dizer que nenhum deles tem uma única ideia para o futuro do País, para as Autárquicas, é igual falarem dom que pensa fazer pelos munícipes onde são candidatos nem uma palavra, e os eleitores, votam não porque quem está na oposição seja melhor, e porque se zangam com quem está no governo e acham que voltando a dar de bandeja o poder a quem é oposição as coisas mudam, não mudam já andamos na dança da cadeira do poder e autárquico há mais 46 anos, ou os portugueses obrigam os políticos a mudarem ou vamos continuar por longos anos nesta dança.

    • POIS! says:

      Pois tem toda a razão!

      Há que pôr pontos finais nisto!

    • Paulo Marques says:

      Porra, qualquer dia ainda põem mais que 2 quadrados nos boletins, mas essa reforma ninguém quer.

  6. xico says:

    Explique lá devagarinho como é que o Passos e o Moedas têm culpa da gentrificação de Lisboa, da proliferação de hotéis, do bnb e do despovoamento da cidade, quando nos últimos 31 anos a Câmara foi PS durante 26 anos e ininterruptamente nos últimos 14 quando a tal disneyland, como lhe chamou, nasceu e se criou? Quando o governo PS insiste numa 3º ponte para uma cidade despovoada e aposta no Montijo para desenvolver a margem sul ambientalmente menos indicada a desenvolver-se do que a margem norte que se despovoa? E o culpado está em Massamá? De quem eram os prédios do Martim Moniz e de quem são hoje? Porque razão a Câmara de Lisboa não transforma a sede da antiga junta distrital ao Jardim Constantino em residências de estudantes como foi sugerido por presidentes de Câmara que faziam parte da Junta Distrital e que eram co proprietários daquele espaço até a Junta ser extinta e passar a ser propriedade exclusiva da CMLisboa? Porque não exerce a Câmara o seu direito de compra permitindo negócios chorudos como o do vereador do BE, com edifícios que até eram do Estado? Porque razão o imposto de turismo vai servir para acabar a fachada da Ajuda quando devia servir para reabilitar habitação que falta por causa do turismo?

    • Paulo Marques says:
    • Aterragens de 2 em 2 minutos. 3 cruzeiros ao mesmo tempo. Hotéis e “habitação” T0 e T1 licenciados como se não houvesse amanhã. Encerramento de serviços públicos no centro da cidade (Loja do Cidadão dos Restauradores, Tribunais na Almirante Reis e nas Avenidas Novas), eliminação do estacionamento entre a Amoreiras e o Rio, redução de vias essenciais de tráfego (Almirante Reis, Castilho, agora a Conde de Almoster), para sacar fundos europeus e para meia dúzia de burgueses e os desgraçados da Ubereats puderem circular à vontade. Lisboa transformada num local para habitação temporária de estrangeiros, ou de portugueses com dinheiro E sem família, e para os tesos e os imigrantes andarem a guiar tuk-tuk e trotinetes. E a culpa, claro, é do Passos. Não é dos c*s que fizeram isto tudo e licenciaram isto tudo, que esses são de esquerda. Também dever ser culpa do Passos o facto de os dois últimos presidentes da CML terem arranjado casa no centro da cidade a preço de saldo, oferecida por construtores civis.

      • Filipe Bastos says:

        Muito bem lembrado. Mas alguma malta não gosta de falar do PS e do Merdina. Na TV deles só dá Passos.

        • Paulo Marques says:

          “Sendo Medina o outro lado da moeda de Moedas”

          Palavras muito complicadas para o homem do povo.

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