Caso SEF: MP deixa cair acusação de homicídio aos inspetores que terão agredido Ihor Homeniuk (sic)
(in Expresso, 12 de Abril de 2021)
12 de Março de 2020,
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,
Aeroporto Humberto Delgado,
Lisboa, Portugal.
Há exactamente um ano e um mês, morria no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, às mãos de inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, um cidadão ucraniano, que tinha viajado para Portugal para trabalhar. Ihor Homeniuk, 40 anos de idade, ucraniano. Tinha viajado para Portugal, aterrando em Lisboa, para arranjar trabalho. Não tinha antecedentes criminais, não aparentava ser violento. Era casado e tinha uma filha. Ambas ficaram na Ucrânia. Ihor morreu em 2020, vítima de asfixia lenta. Três inspectores do SEF foram acusados de ter matado o cidadão ucraniano à pancada. Concluiu-se que Ihor agonizou durante dez horas, tendo hematomas, fracturas nas costelas e no tórax, lesões essas que o impediam de respirar convenientemente e que, aparentemente, levaram à sua morte. Alegadamente, Ihor Homeniuk terá sido espancado por inspectores do SEF durante uma hora, tendo sido deixado à sua sorte durante todo o resto do tempo.
Em tribunal, o médico legista alegou:
Pois fico à espera…
Do próximo abaixo-assinado…
Velo que conheceste bem esse tal ihor: rapaz cordato e sossegado, com que os do SEF embirraram…
Pois não posso acreditar!
V. Exa, que presenciou tudo ao pormenor, escondido no armário, não foi ouvido em tribunal? Nem o marinheiro que estava com V. Exa?
É um verdadeiro escândalo!
Oxalá esta coisa não acabe mesmo em condenação!
Vá adiantado já o abaixo-assinado! Há mais três magistrados a pôr na rua!
Sô Saudosista,
Não sou eu que o digo. São os testemunhos de quem o conhecia, os registos e tudo o que foi dito em tribunal.
Certamente, e nisso estaremos de acordo, o Ihor seria menos desprezível do que o Sô Saudosita.
Sobre o Ihor é mais que lamentável: é nojento. Neste país-choldra, a impunidade acompanha a hierarquia.
DDT como o Salgado ou o Mexia safam-se de tudo. Pulhas e lacaios de topo, como o Oliveirinha, o Rendeiro, o Constâncio ou o Trafulha 44 sofrem umas cócegas, mas acabam por safar-se na mesma. Arraia-miúda como os cobardes do SEF não tem tanta sorte: ainda apanha uns anitos.
Mas ó POIS, não confunda as coisas: isto não tira razão aos que querem correr com o Ivo. E já vai tarde.
É graças a bandalhos como o Ivo que a choldra chegou a este ponto. São bandalhos como o Ivo que garantem a impunidade.
Pois não confundo, não!
E continua com “só neste país”. Na.
https://corporateeurope.org/en/lobbying-fortress-europe
É sempre preferível uma acusação com provas irrefutáveis que venha a produzir condenações à perseguição de objectivos de efeitos duvidosos.
Al Capone foi julgado e sentenciado a prisão por fuga ao fisco, não por outras actividades criminosas cuja prova era difícil e morosa.