Cinco tostões sobre a passagem do inimputável Luís Filipe Vieira pela comissão de inquérito ao Novo Banco

Foto: António Cotrim@Expresso

Na semana passada, Luís Filipe Vieira deu o ar da sua imensa graça na comissão de inquérito ao Novo Banco. Sobre a sua passagem por aquele show de variedades, já tudo foi dito, escrito e esmiuçado. Não obstante, aqui ficam cinco tostões sobre o que vi e que a equipa do Isto é Gozar com Quem Trabalha fez o favor de esmiuçar:

  1. Sem surpresas, Vieira apresentou-se amnésico, fanfarrão e não hesitou no momento de puxar pela cartada Benfica para se vitimizar. Esta comissão de inquérito, que corre o risco de resultar em rigorosamente nada, é um hino à impunidade e a uma certa reverência por fatos caros, status social e nomes de família pomposos, outrora amplamente elogiados pela imprensa económica, hoje convertidos em socialistas, uma vez caídos em desgraça. Tirando Cecília Meireles, o puxão de orelhas de Fernando Negrão a Luís Filipe Vieira e a habitual MVP nestas andanças, Mariana Mortágua, o cenário não inspira. Cotrim de Figueiredo esteve particularmente infeliz.

  2. Luís Filipe Vieira sugeriu e insistiu na sugestão de que Mário Centeno deveria ser enforcado. O mesmo Mário Centeno que, a convite de Vieira, se sentou ao seu lado no camarote presidencial do Estádio da Luz, por mais do que uma vez. E não foi assim há tanto tempo. O discurso populista, que podia ser o de Ventura, com a boa velha hipocrisia de quem já anda nisto há muito, chegam e sobram para parir uma vítima bem parida. Enforque-se o Centeno que, em princípio, será ódio do bem.

  3. Por falar em Ventura, onde estava ele na comissão de inquérito? Pois, não estava. Não estava a defender o interesse dos “portugueses de bem”, que bancam estas dívidas com o seu esforço fiscal. André Ventura não achou importante questionar este e outros figurões. Que nos devem centenas de milhões de euros. Que muito provavelmente nunca serão pagos. Porque não está Ventura a enfrentar o tal sistema que diz combater? Lá está: porque não combate. O que André Ventura combate são ciganos, o Mamadou e a Joacine, a Constituição e o regime político vigente, querendo substitui-lo por uma coisa “iliberal”, novilingua para “autoritarismo”, tipo Hungria ou Polónia, ou mesmo Brasil. Ventura gosta muito dos Bolsonaros. De comissões de inquérito aos mais variados casos envolvendo bancos e indivíduos poderosos nem por isso. Já só cai quem quer.

  4. Em princípio, José António dos Santos é uma espécie de Carlos Santos Silva de Luís Filipe Vieira. Sócio, financiador, avalista e maior accionista individual da Benfica SAD, aquele que é conhecido como Rei dos Frangos – de Moscavide? – é, efectivamente, um grande amigo de Vieira. A fazer lembrar José Guilherme, o grande amigo de Ricardo Salgado que, uma vez, lhe ofereceu 12 milhões de euros. Quem nunca?

  5. “Tenho negócios, uma boa reforma, vivo bem”. A frase é do próprio Vieira, que só tendo um palheiro em seu nome, parece estar muito bem na vida. E pagar o que deve? Naaaa, isso é para os pobres, para os remediados. A elite que deve milhões não paga dívidas. Reestrutura. As vezes que forem preciso. O contribuinte que feche a porta, que isto não é capitalismo verdadeiro e a culpa é do socialismo.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    É nestas Comissões de inquérito que nos vamos apercebendo, mais do que das trafulhices, de como alguns protagonistas estão com o rabo preso.
    Mais laracha menos laracha, esta gente:
    “Tapam-se todos com a mesma manta”

  2. Luís Martins says:

    Segue-se um post sobre o inimputável Pinto da Costa.,,

    • Paulo Marques says:

      É bonito como há cães mais amestrados que o Ventura quando lhes apresentam a conta.

  3. POIS! says:

    A propósito…de calotes…

    Não sei se o João Mendes reparou, mas um dos “trutas” que passaram pela comissão de inquérito, o António João Barão, o tal que é mágico e vendeu uma série de empresas sem saber a quem, enviou um pedido através aqui do Aventar.

    Pede encarecidamente que o retirem da “lista de vigaristas” e invoca mesmo um “direito de resposta” igual ao da Lei de Imprensa.

    Está tudo nos comentários do post do João “Comissão de inquérito à memória coletiva dos socializadores do calote” de 4/5. Vejam o penúltimo comentário (o último, em resposta a esse, é meu).

    Façam lá qualquer coisinha pelo homem!

    Está tudo aqui:

    https://aventar.eu/2021/05/04/comissao-de-inquerito-a-amnesia-colectiva-dos-socializadores-do-calote/#comments

  4. Carlos AlmeidaC says:

    O João e a maiorias dos chamados aventadores são fãs acérrimos do Gangster do Viagra, vulgo Pinto Senior

    Tudo explicado

    • Paulo Marques says:

      Não pode ser, só a catedral tem 6 milhões de fãs e não se arranja um?

  5. Paulo Marques says:

    A comissão de inquérito não tem poderes criminais, só pode esclarecer o que as pessoas quiserem esclarecer. E acho que esclareceu muito; se as acham que está bem assim e os senhores deputados estão bem com isso, são opções livres.

  6. Carlos Almeida says:

    Espera pelo resultado do Portimão Gate e depois falamos.
    Andam a apoiar um gangster há anos mas não sabem de nada. E o costume.

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