Do MEL ao fel passando pela IL

Ao que parece “as direitas” reuniram em Lisboa por via de um movimento (associação? clube? agremiação? colectivo?) chamado MEL – Movimento Europa e Liberdade.

As minhas expectativas: discussão e apresentação de propostas de modelos económicos e sociais para o país; que futuro para o Portugal pós-pandemia? O que defende a direita para a educação? Que modelo de desenvolvimento para o país? Reforçar ou alterar o SNS? mais Estado ou menos Estado? O que fazer com o dinheiro da “bazuca”? O estado da Justiça e medidas para o melhorar? Como reformar as Forças Armadas? Qual o papel da CPLP e como deve ser o relacionamento entre Portugal e os PALOP? Em suma: o que pretende apresentar aos portugueses a direita como alternativa ao governo de António Costa? O que pretende para Portugal numa visão de médio-longo prazo?

O resultado: fel. Muita amargura. Com os portugueses porque votam à esquerda, com o PSD porque Rio não faz oposição. Com o Chega porque é um embaraço. No meio de tanta erudição oca, valeu por um discurso bonzinho de Cotrim Figueiredo e pelo elefante na sala chamado Pedro Passos Coelho. Se tudo isto é a direita, vou ali vomitar e já venho. Vá lá que ninguém se lembrou da velha bandeira caduca e muito académica de certa direita: é preciso uma revisão constitucional (pelo menos que me tenha apercebido)….

Para terminar a semana “das direitas” que não o são ou nem sabem bem o que são, a IL e o seu deputado único ajudaram a evitar que Rui Pinto fosse à comissão do BES falar do que sabe. Se o Chega é um embaraço para a direita, esta posição da IL consegue o fenómeno de o ultrapassar. “O BES, o Vieira e a IL” dá um excelente título para um romance…

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Já se pode enterrar o (alegado) Sá Carneiro, ou ainda vão continuar a retirar os restos do túmulo?

  2. Rui Naldinho says:

    O único momento de união que se notou naquela sala por parte de todos os intervenientes foi em torno da figura de Passos Coelho. O que, diga-se, é demonstrativo da sua falta de propostas para o País. Há mais vida para além do ex PM.
    Passos Coelho representa o passado e a Troica no seu pior. A sua sombra a pairar sobre a direita é o melhor antídoto para a sobrevivência política de António Costa.
    Num país a sério com um governo tão incompetente como este, nalgumas áreas da governação, as sondagens já estariam a soar os alarmes. Pelo contrário. O medo da direita no Poder consegue abafar toda a falta de eficácia deste governo.

    • Filipe Bastos says:

      Num país a sério…

      …jamais teríamos este governo. Aliás, já nem havia PS.

      Os que não estivessem presos (por corrupção, gestão danosa, peculato, pedofilia…) estavam a recibo verde na Junta ou no supermercado lá da terra. E já era um pau.

    • Paulo Marques says:

      Só uma pergunta, mas que países sérios tem em mente? Alemanha, RU, França, Itália?
      Podia dizer Espanha, mas esse não é um país sério por outras razões… brinco, mas acho que o truísmo é só isso, um truísmo, principalmente na época em que se acredita genuinamente que a política não é ideológica.

  3. Abstencionista says:

    A mim bastava-me que o regime avaliasse, punisse e expropriasse os ladrões que aparecem nas CPI.
    Se não fosse pedir muito, que fossem criadas leis que impedissem que os impostos dos portugueses não fossem consideradas “oportunidades de negócio” para uma casta.
    Segundo a revista Sábado, saíram, em 14 anos, da PT para os cofres da Família Salgado, a quantia de 8,1 mil milhões de euros (9 pontes Vasco da Gama).
    Enquanto esta élite de ladrões arrogantes ou esquecidos, que já vem do tempo de Cavaco Silva, não for expropriada e punida exemplarmente, podemos dizer que a democracia em Portugal é incapaz de defender o cidadão comum.
    Nestes casos de corrupção violenta, a esquerda, direita, centro, acima, abaixo, de lado…são tudo vinho da mesma pipa.

    (P.S. A Impresa (Sic, Expresso…) faz um empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros para pagar…um anterior empréstimo obrigacionista.
    Preparem-se aventares para pagarem mais uma conta de 400 milhões de euros).

    • Paulo Marques says:

      Os empréstimos obrigacionistas não têm nada a ver, nem a Impresa seria uma empresa a salvar.
      Quanto ao resto, crime maior é limitar-se os recursos reais às limitações financeiras, e maior ainda seria mudar as regras depois do jogo.

      • Filipe Bastos says:

        Regras iníquas podem e devem ser mudadas. Isto não é um jogo. É o futuro do país, a vida das pessoas.

        A História está repleta de leis injustas e regras absurdas que apenas serviram para legitimar mama e saque. Só carneiros, lacaios e otários as respeitam. A decência obriga a que sejam rectificadas, retroactivamente se necessário.

        Cada cêntimo, propriedade, carro, barco, avião ou bicicleta destes pulhas devia ter sido penhorado há anos. Tudo que compraram com o dinheiro chulado ou roubado já devia estar na posse do Estado e consultável online.

        Sim, há crimes maiores, outros menores, mas ninguém está a falar deles. Estamos a falar dos crimes dos FDP dos DDT. Basta de whataboutery. Muito gosta v. de tergiversar.

        • Paulo Marques says:

          Tenho a impressão que se se criasse uma lei contra o insulto gratuito com efeitos retroactivos mudavam de opinião num instante, mas quem sou eu.

        • Filipe Bastos says:

          Contra o insulto gratuito? Tudo bem.

          Contra as justificadas e levíssimas verdades que se diz sobre estes pulhas, e que aliás esta partidocracia só permite porque dizê-las – baixinho, em blogs e fóruns – não muda nada? OK, com uma condição.

          A punição retroactiva deve começar pela gestão danosa e pelos crimes lesa-pátria dos governos das últimas décadas. Um por um, cada pulhítico deve explicar cada decisão, adjudicação e privatização, cada DDT que serviu, cada escudo / euro que estourou, cada cêntimo que mamou, cada tacho que abichou.

          Depois, e só depois, pode punir os ‘insultos’ que quiser.

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