Em nome do…

Alexandre Rola

Quando olho para esta pintura de Jean-Michel Basquiat, a primeira coisa que me vem à cabeça é Joe Berardo. Eu sei que estão a pensar que é por causa da auréola, mas não. Podia também ser do sorriso à “Joker”, mas não.  Além do (que) “falo”, esta obra intitulada “Pater”, de 1982, pertence ainda à Coleção Berardo. Atualmente, o Senhor Zé Manel é acusado de uma série de coisas pouco bonitas e a sua coleção, com cerca de 2200 obras, como não pode ser guardada na sua garagem, dizem que foi arrestada. Espero que com cuidado para não estragar as obras.

A segunda coisa que me vem à mente, ao observar esta obra, é o Euro 2020. E não é por causa das bolas, nem por a figura se parecer com o Unai Simón, o rei dos Frangos deste euro (não me refiro ao verdadeiro).

Falando de coisas menos interessantes, Basquiat, ao longo da sua carreira, sempre lutou contra o racismo, exclusão de negros da história e, ao mesmo tempo, reivindicava o protagonismo dos mesmos.   Trabalhou outras temáticas como a violência policial e a exclusão sociocultural da população afro-americana.  Nesta tela, temos a representação do homem negro. Lembrei-me imediatamente de Rashford, Sancho ou Bukayo Saka. Como sabem, estes são os três jogadores ingleses que falharam grandes penalidades na final do Euro2020 e que foram vítimas de comentários racistas nas redes sociais. Ficaram á mercê da algoritmocracia que nos desumaniza.

Em Portugal não gostamos de ficar atrás. Temos recentemente (digo recentemente pois vivemos o jet leg da pandemia) o caso do “azul” Marega, que sofreu insultos racistas por parte de adeptos do Vitória de Guimarães.

Dentro das quatro linhas brancas, são inúmeros os casos, como em Itália, com Balotelli, os casos entre Luiz Suárez e Patrice Evra e entre John Terry e Ferdinand, entre outros.

O Racismo, baseado na teoria das raças, já vem de trás, tendo originado, ao longo da história, conflitos étnicos ainda anteriores a antagonismos religiosos. Não é algo atual e há um grande caminho a percorrer dentro e fora de campo, dentro e fora da tela.

Acordai! Como nos dizia Fernando Lopes Graça.

Já agora, como interpretariam esta tela?

 

 

Comments

  1. JgMenos says:

    A minha experiência do racismo começou com um puto louro com quem jogava a bola e a quem chamavam o ‘Russo’.
    O caso pareceu-me menos grave face ao caso do ‘Lingrinhas’ um tipo de configuração quase linear. Havia também um mulato a quem chamavam ‘Daniel’.
    Quando ouço chamar negro ou preto a um preto, fico todo transido de memórias.

    • POIS! says:

      Pois, e afinal V. Exa. é o quê?

      Brancato? Amarelato? Acastanhato? Pelevermelhato? Negrato?

    • Paulo Marques says:

      Isso no seu círculo é só reminiscer o dia todo, e depois os outros é que são preguiçosos.

  2. Filipe Bastos says:

    Ora cá temos a wokice no Aventar a todo o vapor. Ontem eram as andebolistas do João Maio que se recusam a jogar de bikini… na praia, hoje são os futebolistas multimilionários do Alexandre Rola que recebem gravíssimos tuítes. O horror!

    Isto num desporto conhecido pela sua civilidade e moderação, onde os adeptos respeitam tudo e todos, a começar pelos árbitros e pelos adversários, sobretudo quando perdem. Chocante.

    O caso é duplamente grave no caso de Rashford: este tornou-se um herói pelo seu activismo para alimentar crianças pobres. A esquerda inglesa desdobra-se em vénias ao Magnífico Rashford.

    Ora o Rashford recebe 1 milhão por mês do Man. United, mais uns largos milhares de publicidade, tais como 40.000 /mês da Nike – esse ícone de justiça social, célebre pela sua generosidade com as criancinhas asiáticas que lhe cosem as farpelas. Exemplar.

    Ó Rola, acorde. Andam estes pobres futeboleiros a mamar milhões, a viver em mansões e a passear em Ferraris, quando, por uns tuítes, se tornam vítimas dignas de comoção internacional.

    E lá irão eles a ver pelos vidros fumados do Ferrari, com infinito desprezo, os ‘racistas’ que lhes financiam a rica vidinha – e que não ganharão nas suas vidas inteiras, a trabalhar, o que eles mamam num só mês ao pontapé.

    A real divisão deste mundo não é a raça, a cultura, a religião, ou sequer o sexo. É a classe que se pertence. O dinheiro que se tem.

    • Paulo Marques says:

      Desejo fortemente que o Filipe se torne rico e receba ameaças de morte todos os dias, só para lhe poder dizer o mesmo.

  3. Tal & Qual says:

    Foda-se!
    Estou farto do Aventar…

  4. Abstencionista says:

    O quadro é um retrato muito realista do mamadu ba.

    A auréola representa-o como santo, que é assim que é considerado pela psicóloga louca da lusíada.

    Na mão esquerda, segura uma espécie de escova que, na realidade simbólica, é um chanfalho, representativo da bosta da bófia.

    Entre as pernas vislumbro uma imagem que me deixou algumas dúvidas.
    Pelo tamanho pareceu-me o Goucha gay mas, olhando mais atentamente, reparei que o objecto esférico à esquerda, representa um ovo de tamboril.
    No centro, pelo nariz, confirmei que era o marcelo e o do direito, em posição manhosa só podia ser o costa.

    Reconstituí e era o retrato do costa, do marcelo e do tamboril a solidarizarem-se com o marega na efeméride de Portugal é racista.

    Quanto ao “homem branco” este não aparece no quadro porque já o mataram e enterraram.

    • Paulo Marques says:

      Mostrar atrasadice mental, quando se apoiam defensores da eugenia é coragem.

      • Abstencionista says:

        Volta a ler o que escreveste, corrige o texto para que se perceba e volta a publicar de forma a que te possa responder com seriedade.

        • Mas eu também fiz um “desenho” 🙂

          • Abstencionista says:

            E eu correspondi ao desafio e interpretei o “desenho”, apesar de preferir o “desenho” do “Menino da lágrima”.

        • POIS! says:

          Pois…

          “Com seriedade”??? Com…”seriedade???Ah! Ah! Ah! Ahhhhh!

          Ai que o “Abstencionista” é tão cómico! Ah! Ah! Ah! Ai que não consigo parar de rir! Ahhhhh! Ah!

          Já não me ria tanto desde que o outro caiu da cadeira.

          • Abstencionista says:

            Abade Pois,

            Desde que soube que o senhor reverendo é padre, que passei a deixar de lhe enviar chistes, graçolas e poemas.

            Bem, poemas vou enviar mas sempre glosando temas religiosos.

            Como este:

            “Santos anjos e arcanjos
            Estai atentos…chiça!
            Olhai que o reverendo Pois
            Bebe todo o vinho de missa!”

          • POIS! says:

            Pois tá bem!

            Olhe, ó Abstencioneiro:

            Vejo com agrado que v. Exa. segue os meus conselhos.

            Mandei-o para a “pueta” que o pariu e parece que V. Exa. tomou o caso muito a sério.

            Continue, imprima e distribua lá pelas casas de banho públicas de que V. Exa. deve ser frequentador assíduo. Tem estilo.

            Podem vir a fazer muito jeito a muita gentinha, V. Exa. incluído.

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