Deixem os funcionários públicos em paz

Não compreendo aquela malta que às Segundas, Quartas e Sextas quer mais polícias nas ruas, médicos e enfermeiros nos hospitais e técnicos nos vários sectores da administração pública, e às Terças, Quintas e Sábados rasga às vestes porque existem funcionários públicos a mais. Já é tempo de alguém lhes explicar que não é possível querer tudo e o seu contrário. Os países europeus que ocupam o topo de todos os rankings que interessam têm mais funcionários públicos que Portugal. Muitos mais. Aliás, a esmagadora maioria dos Estados-membros da UE têm mais funcionários públicos que Portugal. O problema não são os funcionários públicos. O problema é critério que privilegia as clientelas partidárias de quem manda, a quem os caciques pagam lealdade e favores com tachos.

Comments

  1. JgMenos says:

    Há algum procedimento que distinga uns dos outros?
    Os famosos sindicatos da função pública já fizeram alguma análise ou denuncia dos chulos que preenchem as funções públicas?
    Já algum chefe ou chefinho disse que dispensava pessoal?

    Todos comem calados, todos votam em quem lhes sustenta as mordomias, todos chulam quem paga impostos.
    Todos são cúmplices da bandalheira pública.

    (A estatística que interessa é quanto da riqueza produzia é gasta na função pública, e quanto produzem e a que preço.)

    • POIS! says:

      Pois, mas interrogo-me…

      Será que esses tais “chulos” estão todos em funções públicas? Então porque também não são “denunciados”?

      V. Exa. alguma vez foi denunciado? Ora lá está…

      E ficamos a saber que a medida da “chulice” e, presume-se, da eficiência é o número de pessoas que os “chefes” “dispensam”.

      Significativo…que saudades do “perfume da sanzala”…

    • Paulo Marques says:

      Ufa, pode ficar para depois dos contabilistas analisarem quanto capital ajudam a desviar das famílias e do país? Sempre era mais urgente, e em valor relevante.
      E também não é essa a estatística que interessa; assim é fácil desprezar quanta riqueza é desperdiçada com serviços abaixo do necessário, quase todos com proveitos possíveis só a montante, para que tudo se privatize com custos mais elevados.

  2. Paulo Marques says:

    É fácil, imaginam o circuito do dinheiro ao contrário da realidade, e que não há dinheiro no estado sem nascer no privado, depois de muitas décadas de indocrinação da qual nem o resto se safa. Depois passa a ser tudo um custo, e mais vale abandonar recursos, da terra até às pessoas, do que importunar quem os vai explorar.
    Mas, pronto, têm boa opção invés de choramingar, criem emprego com o vosso mérito e comprem menos iPhones.

    • Manuel Bento says:

      Para si muitos dos funcionários, como juízes, professores, médicos e muitos outros são um impecilho para voçê roubar ao estado ainda mais.

      • Paulo Marques says:

        Leu ao contrário… o último parágrafo era sátira dirigida a quem trouxe o assunto à baila a pedinchar mais rentismo, Saraiva & co.

  3. luis barreiro says:

    enquanto não formos todos funcionários públicos o privado será sempre visto como capitalista explorador, melhor caminharmos rápido para os 100% de funcionários públicos, pois nos países onde isto foi implantado são os países que mais execram os funcionalismo público. Por mim força

    • POIS! says:

      Pois, mais uma vez, não há palavras! Nem frases!

      Que traduzam a profundez do sublime pensamento filosófico de “luís barreiro”.

      Tamanha profundidade só pode competir com a do Canhão da Nazaré e, mesmo assim, só na maré alta.

      Para quando a sua tradução na língua de Camões? Ou está tudo à espera da bazuca?

    • Paulo Marques says:

      Estão livres de criar emprego (menos) explorador, mas esses nunca aparecem ao lado do Saraiva, por alguma razão.
      Aliás, era muito melhor para a economia haver mais desemprego estrutural, emigração, e menos procura, com mais subsídios do estado aos rentistas: as contas ficavam direitinhas num instante.

  4. Filipe Bastos says:

    Vou tentar ajudá-lo a perceber, João Mendes.

    Quando o cidadão médio pede mais funcionários públicos, pede os que lhe são essenciais: médicos, enfermeiros, polícias, professores, lixeiros e assim. Isto reflecte as funções essenciais do Estado.

    Raramente ou nunca está a pensar em cargos burocráticos, nem de nomeação política, nem outros tachos ou tachões, sobretudo de directores, ‘gestores’ e outros mamadores. Vê a diferença?

    Ora boa parte do Estado, que boa parte do país vê como excessiva, é ocupada pelo 2º tipo de funcionários públicos; e mesmo alguns essenciais, como professores, dependem da necessidade objectiva de cada momento e local – se há menos crianças, faz falta menos professores – e do resultado prático da sua função.

    Alguns funcionários públicos, não poucos, parecem achar que a sua função tem valor seja qual a sua utilidade ou resultado real; e que os outros existem para sustentar os seus ‘direitos adquiridos’.

    Para eles é uma boa ideia; para quem lhes paga, que não tem sequer os mesmos direitos, não é tão boa. Está a ver?

    • Paulo Marques says:

      Pois, não é preciso ninguém para os gerir, distribuir o capital, preencher justificações para Bruxelas, inspeccionar as contas, gerir equipamentos, negociar contractos, fazer parcerias, fazer estudos da realidade das pessoas, diplomatas, …, está tudo a mais, é deixar em auto-gestão que corre tudo bem.
      E depois corta-se ao resto, para entrar menos em caixa no privado para se poderem livrar de preocupações como produzir coisas invés de produtos financeiros e livrarem-se ainda de mais peso laboral. Parece bom.

    • Filipe Bastos says:

      Pois, não é preciso ninguém para os gerir, distribuir o capital, preencher justificações para Bruxelas…

      Pois nunca tinha pensado nisso! Então, afinal, tudo está bem. Todos, todos, todos fazem falta. Cada boy e cada girl, cada chefe e chefinho, cada primo, enteado ou afilhado pulhítico, cada funcionário, director ou ‘gestor’ de repartição, fundação, comissão ou observatório é absolutamente essencial.

      E como trabalham menos horas, e muitos pouco fazem nessas horas, e outros passam a vida de baixa, são precisos ainda mais funcionários, todos essenciais, certo?

      E num país endividado até ao pescoço, arruinado por uma classe de inimputáveis, com balança comercial negativa, que não controla moeda nem câmbio, como os pagamos? Já sei: vamos pedinchando aos ‘mercados’? Parece bom.

  5. esteves aires says:

    Isto, já não vai lá, com palavras, mas sim com acções! Os ditos partidos de esquerda, pouco nada têm feito para alterar, esta e outras situações, cingem-se a sustentar os seus interesses, e do capitalismo em particular, e não só! O combate vai ser duro e prolongada, o povo trabalhador, desempregados, reformados e jovens à procura do primeiro emprego, na sua maioria, vão passar a pior das misérias de sempre, terrorismo psicológico (como tem sido habitual dos partidos das direita da extrema-direita e dos neofascista do “Chega”)! Não podemos confiar nos partidos que se passeiam no parlamento, nem tão pouco na chamada «”União Europeia”»!!!

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