O Nasir precisa de tirar a sua mãe e irmã do Afeganistão

E para isso precisa da nossa ajuda. Conheço o Nasir há uns anos. Chegou a Portugal sem nada. Não sabia falar a nossa língua, não conhecia a nossa cultura. Tive a sorte de o conhecer. Sim, conhecer um refugiado enriquece-nos em todos os aspectos. Conhecemos um pouco de uma cultura diferente, conhecemos novas pessoas, com novas histórias de vida e percebemos melhor quão afortunados somos por vivermos num país em paz, apesar de toda a podridão. Tentamos imaginar o que será deixar uma vida confortável, deixar família e amigos, deixar sonhos pendurados e partir sem nada, sem sequer saber onde se vai desaguar. O Nasir chegou a Portugal, mais concretamente ao Porto, depois da fuga do Afeganistão e de uma passagem pela Alemanha e, vá-se lá saber porquê, gostou disto. Terá encontrado aqui a sua paz. A paz que não encontrou nos países por onde passou. A paz tem muito que se lhe diga. Não é apenas um país sem guerra. Também importante é a paz interior, aquela que temos quando sabemos que encontrámos o “nosso” lugar. Pois o Nasir encontrou aqui o seu lugar. Fez amigos, conheceu pessoas, frequentou cursos para aprender a língua e começou a usá-la nas suas conversas. Já se desenrasca a falar e escrever português, terminou cá os seus estudos universitários e está integrado na nossa sociedade. Mas o Nasir tem ainda a sua mãe, bastante idosa e doente, totalmente dependente da filha, e a sua irmã no Afeganistão. Como podem ler na petição que hoje o Nasir me pediu para assinar, a sua irmã foi activista pelos direitos das mulheres, com passsagem pela TV, o que lhe dá uma notoriedade nada desejável para quem ainda vive no Afeganistão. A irmã do Nasir defendia os direitos de raparigas trabalhadoras, direitos que só em democracia se podem ter e exigir, infelizmente. O sonho de uma vida livre é luxo a que as mulheres afegãs já não podem aspirar. Neste momento, estas duas mulheres, familiares do Nasir, já estão a ser perseguidas e a situação pode piorar dramaticamente. Para além de tudo isto, como a mãe do Nasir é idosa e doente, precisa de cuidados médicos. Só que até para ir ao médico ela terá que ser acompanhada por um homem. Não lhe basta ter a filha. Se se sentir mal e precisar de cuidados imediatos, terá que aguardar que um homem a acompanhe. É a isto que estas mulheres ficarão sujeitas. Até ao dia 31 de Agosto, ainda há esperança de as retirar do país. Depois disso, as pessoas, todos os colaboradores de agências internacionais, do governo afegão deposto e activistas de qualquer espécie, ficaram entregues aos radicais taliban. Sabe-se já que têm raptado meninas e mulheres, têm torturado e assassinado. Sabe-se que em Cabul já andam de casa em casa a obter informações. As pessoas têm medo dos vizinhos. Basta um mais inocente ou mal intencionado indicar o que as pessoas faziam antes desta tomada do poder e pode ser a condenação à morte.
Por favor assinem a petição do Nasir e partilhem muito. E, se conhecerem alguém que possa agilizar a retirada destas duas senhoras em segurança, por favor, ajudem. O Nasir e a sua família ficarão gratos. Obrigada!

Comments

  1. POIS! says:

    Já assinei a petição.

    Embora esteja consciente que agora os Taliban são muito bonzinhos, evoluíram imenso.

    Refletiram muito nestes 20 anos e estão muito melhores. Até já admitem que as burcas subam até ao joelho, vejam lá!

    Se não fossem bonzinhos os americanos não tinham negociado com eles. Veja-se o caso do Maduro: continua mauzinho e nada de conversas!

  2. ANTONIO CARDOSO says:

    Simpatizo imenso com a peticao a favor da familia do Nasir e situacao em que se encontram. Podera Portugal (os contribuintes, naturalmente, ja taxados ate as orelhas) suportar todas as familias dos Nasires que existem por esse mundo fora, alguns em pior situacao e sem voz? E que trazer muitos desgracados para juntar aos desgracados que ja estao dentro de portas – nao resolve assunto nenhum!

  3. Tal & Qual says:

    Deixem vir os Nasires todos …
    Assim que tiverem os papéis da CEE, aí vão eles ter com as famílias que já estão em França, Holanda e etc…
    E é o melhor que podem fazer !!!
    Portugal, não é bom nem para os portugas !

    • Daniel says:

      A CEE já não existe há quase 30 anos e grunhos como tu deviam ser trocados por refugiados afegãos como o Nasir!
      Portugal agradece.

    • Noémia Pinto says:

      Corre-lhe mal a argumentação, Tal & Qual. Se tiver lido o que escrevi, vê que o Nasir esteve na Alemanha, onde de certeza tinha mais apoios do que cá, onde eu sei que tem amigos, mas não se adaptou à frieza do clima e das pessoas. Ouviu falar de Portugal, veio para cá, gostou e ficou. Com todas as dificuldades que se pode imaginar. Sei uma parte do muito que sofreu, da falta de apoios, mas não sei tudo. Sei que vivia com um subsídio miserável dado pela Segurança Social. Sei que o Nasir terminou cá os seus estudos. Andava na faculdade e trabalhava quando teve que se decidir pela vida de refugiado. Vivia bem e desafogadamente. Vi fotografias dele na faculdade, no escritório, no seu carro. Deixou uma vida de classe média alta, no mínimo, para ser um refugiado num país e numa cultura totalmente diferentes dos seus. E, ainda assim, gosta disto. Gosta dos amigos portugueses que fez, gosta da nossa comida, gosta das nossas paisagens. Nas redes sociais, coloca fotografias de cidades e paisagens portuguesas que visita. É um dos nossos. E só quer salvar mãe e irmã. Se daqui fossem para outro país, mal não lhes poderíamos querer.

  4. Tal & Qual says:

    Vai chamar grunho a quem te fez as orelhas, se sabes quem foi!

  5. Paulo Marques says:

    Assinar, assino, mas o mundo é o que é.

  6. JgMenos says:

    O Nasir precisa de fazer alguma coisa para mudar o seu país.

    • Paulo Marques says:

      Menos Rambo, Menos.

      • Paulo Marques says:

        Mas, pronto, pode sempre querer mudar o seu país e ter o teu voto.

    • POIS! says:

      Pois é!

      E talvez V. Exa. o possa assistir nessa espinhosa missão.

      É só aprender a língua. Quando falar com os Taliban V. Exa. vai ver que se entende na perfeição.

      Há umas diferençazitas mas, com sorte, ainda lhe oferecem emprego e umas noivazitas fresquinhas.

  7. não dou para esse peditorio. Para mim, muçulmanos ( gente que vê as mulheres como seres inferiores ) longe!!!!!

    • POIS! says:

      Pois, por acaso…

      Em lado nenhum se diz sequer que o Nasir é muçulmano, e que corrente, eventualmente segue. mas adiante.

      A situação e os motivos pelos quais as duas mulheres se devem a ele juntar, também não lhe diz nada, mas adiante.

      Tem graça que, no dia de ontem, a segunda leitura das missas católicas foi a carta de S. Paulo aos Efésios 5, 21-32.

      Eis um excerto:

      “22-As mulheres sejam submissas aos seus maridos
      como ao Senhor.
      23-Pois o marido é a cabeça da mulher,
      do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja,
      ele, o Salvador do seu Corpo.
      24-Mas como a Igreja é solícita por Cristo,
      sejam as mulheres solícitas em tudo pelos seus maridos”.

      A igualdade segue dentro de momentos.

      • Filipe Bastos says:

        Pois realmente toda a religião é primitiva e nociva, em todas as cores e variedades, por muito que os carneiros cristãos queiram exemptar a sua.

        Ainda assim, e digo isto desprezando todas sem excepção, o Islão consegue ser a pior. Há quinhentos anos talvez não fosse assim; mas estamos aqui e agora, não há quinhentos anos. Não há maior atraso de vida que o Islão.

        Ninguém disse que o Nasir é muçulmano, verdade, mas sendo afegão é uma inferência válida. Se o não for, então pode ser bem-vindo. Se o for, deve deixar a religião à porta. É assim que se deve tratar o Islão. À distância.

        • POIS! says:

          Também se podia tentar outra solução.

          Era desenvolver uns comprimidos que resolvessem a coisa. E se fossem também eficazes em relação aos problemas da comunidade cigana tínhamos tudo resolvido!

          Era o fim da missão do Venturoso Enviado. Nessa altura já poderia subir aos céus

          Talvez os gajos da Biopharma estejam interessados.

        • Filipe Bastos says:

          Pois até podia funcionar se o problema fosse físico, ou se o muçulmano o encarasse como um problema.

          Mas ninguém nasce muçulmano, ou adoece e fica muçulmano, ou cai das escadas e torna-se muçulmano. O muçulmano foi assim doutrinado, amiúde sem o pedir, mas depois não quer deixar de o ser.

          É uma lavagem cerebral tão completa e profunda, que até mulheres defendem o ‘direito a usar burka’. Não vejo comprimido que cure tal carneirismo.

          E é essa a diferença, POIS, para a cor, o sexo ou a orientação sexual: a religião é voluntária. O religioso pode deixar de o ser, mas não quer. Quer ser carneiro. Tal como o cigano escolhe ser hostil e egoísta.

          • POIS! says:

            Pois é!

            Então em breve vai estar tudo resolvido.

            Cria-se uma comissão ( a Comissão Bastos, fica assim por agora), juntamente com outros membros da pura minoria puríssima e a metodologia é a seguinte:

            Nós, os cidadãos impuros, os que temos apartamentos e tal, porque escolhemos, vamos a umas entrevistas e, no fim, recebemos uma lista das nossas más opções, assim designadas porque as escolhemos.

            Em seguida, é dado um prazo razoável para, voluntariamente, deixarmos de ser o que temos vindo a ser porque, voluntariamente, escolhemos ser assim.

            Quem não quiser, porque voluntariamente não quer, terá de ser tratado com os tais comprimidos da Bluepharma mas, como isso também pode não resultar, enviam-se para espaços livres que por aí abundam, por exemplo, o Saara (que, para tal, deverá ser minimamente infraestruturado, coisa que se resolve num instante).

            E fica tudo resolvido. O Venturoso Enviado pode, finalmente, ascender aos céus, onde posará junto ao Enviante para todo o sempre.

          • Paulo Marques says:

            Ora bem, há que ser civilizado e bombardeá-los, torturá-los, queimá-los com fósforo, torturá-los até aprenderem! Tem resultado bem no Iraque, Afeganistão, Síria, corre bem.
            Aliás, sugiro boicote a tudo que use componentes da Malásia e Tailândia, a ver se aprendem. Aliás, bombardeie-se, o mundo mudará rapidamente.

          • Filipe Bastos says:

            E fica tudo resolvido. O Venturoso Enviado pode, finalmente, ascender aos céus…

            Pois v. devia levar essa obsessão com o chuleco Ventura ao seu psicólogo. Eu não posso ajudar; não falei no Ventura, não vejo a relação com ele, não percebo porque está sempre a falar dele.

            São, aliás, obsessões recorrentes em si: quando teima em algo não o larga durante meses, quiçá anos, como a filha-da-putice do António Bosta em Pedrógão ou o ‘apê’ do hipócrita Buarque em Paris.

            Ora bem, há que ser civilizado e bombardeá-los, torturá-los, queimá-los com fósforo…

            Ninguém falou em nada disso. Só em recusar-lhes a entrada. Querem vir para a Europa? Então deixam o seu culto medieval à porta.

            Ou acolhe-os v. em sua casa, para ensinarem à sua esposa, mãe, filhas, etc. como se hão-de vestir (tapar) e comportar, entre outras pérolas?

            Já agora, quantos ciganos vivem no seu bairro? Sabe, aquelas comunidades simpáticas, íntegras, ‘vibrantes’, que todos querem como vizinhos?

          • POIS! says:

            Pois tá bem!

            Olha quem fala sobre “obsessões”!!!

            Aliás, tudo isso de que “enche a boca” como “wokes” e “cancells”…

            Há alguém aqui mais “woke” do que o Sr. Bastos? Mais “cancell” que o Sr. Bastos? Duvido!

            Buarque? Tem um apartamento em Paris! É chuleco e mamão! Cancelado!

            (O Kundera também tem? Bem, mas esse escreve sobre gajas, em largos decotes, ou ainda menos. Temos que compreender…)

            Futebol? Tudo cancelado! E todos os que seguirem a coisa, se não são chulecos e mamões, são cúmplices. Cancelados!

            V. Exa. tem a obsessão da coerência, da “isenção”, etc. Foi por isso que lhe fui lembrando as suas escorregadelas. Tal como essa de não ser coerente em relação ao Costa. Acusou-o de assassino, com dolo eventual, acusou sim senhor! E não agiu em consequência! Dessa não se livra!

    • Paulo Marques says:

      Pois, nem há mulheres que se convertem e continuam a sua vida sem mudar nada. Tudo mentiras do marxismo cultural!

      • POIS! says:

        Não me diga!

        Tenho a impressão que o departamento de marketing da “Bluepharma” vai ficar um tanto desiludido. Era um mercado muito promissor.

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