Os governantes portugueses e o seu amor pelo negócio a qualquer custo:
Face ao diagnóstico da Der Spiegel, o JPS refere que o ímpeto agrícola descrito só é possível porque o “Estado português abdicou de cuidar e vigiar partes muito significativas do seu território, permitindo a instalação de interesses que não devolvem nada à região e que estão em completa contradição com os valores que se pretendem proteger” no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.“
Da mesma maneira que se andou a destruir as cidades costeiras do Algarve com prédios abomináveis, agora destrói-se a terra e a sobrevivência com estas culturas e práticas execráveis.
O legado desta geração é vergonhoso.
Agrónoma e dietista de renome, a autora da posta vai publicar excertos da sua obra maior: ‘A biodiversidade ao pequeno-almoço’.
Pois é!
E que consiga responder às candentes inquietações de V. Exa:
Aguardente de quê? Uva, maçã, figo, arroz…?
Whisky de trigo? De milho? De cevada?
Rum? Gin? Cachaça?
Quais os mais amigos do ambiente? O menos não quer começar o dia com problemas de consciência. Ajudem-no, por favor!
Uma correção muito importante:
Por uma questão de rigor, no último parágrafo, o menos é Menos.
Embora pudesse ser menos, já que Menos, na realidade, será talvez menos do que Menos.
Eles bem apregoam a sustentabilidade e a defesa do ambiente, mas eles são é defensores do capitalismo selvagem que tudo explora e que tudo destrói. E dizem-se socialistas, e de esquerda. Cambada de vigaristas inúteis, de mentirosos e de demagogos, estão todos feitos com os exploradores dos que trabalham. E ainda por cima apoiados pela esquerda toda, a tratorista e a intelectual.
E OLÉ
Pois, eles tá bem, mas…
O que apregoam os eles que querem derrubar os eles para que os eles passem a ser eles?
O fim das coberturas de plástico? Ou só das que não forem deles?
O fim da exploração dos que trabalham? Ou só dos que não trabalham para eles?
O fim do capitalismo selvagem? Mesmo que se os reis da selva sejam eles?
Percebo que, tendo em conta o seu estado de evolução mental, os comuno-veganos pretendam o nosso regresso ao estado de caçadores-recolectores (perdão, no caso dos veganos, só recolectores). Há que acabar com a maldita da agricultura, que, desde há 10 mil anos anda a destruir os ecossistemas e as paisagens naturais.
Estás com medo de ser abatido para consumo jerico ?
Para corresponder à sofisticação intelectual do comentário precedente, respondo “quem diz é quem é!”.
Era o que eu temia, asno
E, que tal, sei lá, retirar ao lucro para recompensar o mérito de quem trabalha? Por palavras do empresário, de forma altamente especializada e produtiva.
E a meritocracia, continua na gaveta?
destrói-se a terra e a sobrevivência
A terra não fica destruída. A cultura dos frutos não a destrói.
Não se deve estar a referir à sobrevivência dos trabalhadores. Ela não é destruída, bem pelo contrário. Eles conseguem sobreviver, de facto conseguem até enviar dinheiro para os pais no país deles, devido a terem este trabalho.
Com os frutos vermelhos, não. Com as culturas intensivas ao lado que retiram todos os nutrientes do solo ao fim de poucos anos, produtiva é que não fica.
Os países ficavam melhores se estivessem lá a produzir internamente do que a ganhar moeda para importar mais produtos para consumir. Mas é a receita ideal para ficarem dependentes.
Ou, pela ideologia ordoliberal do Luís, é mais dinheiro a sair do país (embora volte, pondo a teoria no lixo, mas prontos).
Sobre a barragem de Santa Clara estar com cada vez menos água:
(1) Isso não é necessariamente culpa somente da produção de mirtilos. É também culpa, quiçá, do facto de a vertente norte da serra de Monchique estar toda coberta de eucaliptos, os quais consomem muita água que, portanto, deixa de escorrrer para o rio Mira. Seria quiçá mais rentável arrasar os eucaliptais todos para ter mais água no rio e portanto nas culturas de mirtilos.
(2) Se a barragem secar, acabam-se os mirtilos. Os próprios cultivadores estão a bater contra os seus limites. Este processo já ocorreu, muito mais a norte, no perímetro de rega do Sorraia, onde em tempos recuados se cultivava arroz, depois passou a cultivar-se milho (que consome menos água do que o arroz), a agora se cultivam amendoeiras (que consomem menos água do que o milho). O perímetro de rega nunca deixa de existir, somente a água passa a ser utilizada de forma diferente.
culturas e práticas execráveis
Quais culturas execráveis? Mirtilos são execráveis? De forma nenhuma.
Que práticas são execráveis? Os trabalhadores ganham 3,50 euros à hora, o que perfaz grosso modo o salário mínimo nacional. Estão mal alojados, mas isso é um fenómeno temporário: a agricultura cresce mais depressa do que a construção de novas habitações. Os trabalhadores ganham ainda, a prazo, a possibilidade muito almejada de aquirirem um visto permanente para a União Europeia e, até, a nacionalidade portuguesa.
Execráveis são as culturas intensivas, que destróiem a terra e a biodiversidade. Não me diga que nunca ouviu nada sobre isso, Luís Lavoura.
Os Mirtilos, execráveis? Nem pensar. Até porque para mim é um alivio ( fiquei a saber ), eles fazerem com que os povos
” almejem” alcançar a Terra Prometida…e já agora: estes
” almejados”, podem come-los ( assim ás escondidas do boss?), é que eu nem os cheiro! Dass, estão pela hora da morte, né? Sortudos, os ” turistas” sacanas, hem? Vai-se a ver e, olha é uma benção pra eles, 3.50? que bom! Olaricas…
Tudo isso, Ana, e mais, o estado paga 425 mil euros (segundo o Público de hoje) para safar de responsabilidades (alojamento dos trabalhadores das estufas, no Zmar, em tempo de covid) tanto as empresas que estão a explorar as estufas, como as de trabalho temporário que, por conta daquelas, contratam os seus trabalhadores. Isto é uma vergonha, uma real usurpação, uma afronta à nossa inteligência! Mais uma vez o Governo prestar vassalagem a empresas que para além de virem encher um parque natural de estufas, degradam o solo, poluem os lençóis freáticos, causando danos irreversíveis, empregam imigrantes para fugirem de remunerar dignamente os nacionais e é-lhes dado a usufruírem, sem retorno, parte dos nossos impostos. O covid está a servir, também, para as coisas mais inconcebíveis!