Vila do Conde – uma estória de prepotência e arrogância; uma NAU encalhada

Bloqueado pela página de candidatura Elisa Ferraz – Nós Avançamos Unidos e, como tal, impedido de fazer comentários na mesma. A razão? Isto:

do Público, aqui, na íntegra

É assim que se governa Vila do Conde: com tiques de estirpes diferentes, salazaristas e socráticos (não o da Filosofia, mas o da filosofia), prepotência, soberba e falta de cultura democrática. Sra. Elisa Ferraz, tomara que os vilacondenses não caiam nas suas artimanhas propagandistas de oferecer cabazes e outros que tais em tempo de campanha eleitoral, e tampouco caiam no erro de aceitarem ser corrompidos pela sua candidatura a troco de 100€.

Sou cidadão de Vila do Conde como todos os outros, mesmo que a minha cor política seja diferente da sua. Bloquear um vilacondense é como dizer “não contas, estás marcado, porque não és dos nossos”. Sabemos que faz isso a bel-prazer: com presidentes da Junta que não são da Nós Avançamos Unidos, com empresários que lhe fazem frente e com munícipes que não gostam de si e da sua forma de governar.

Mas sabem uma coisa, caríssimos Nau-istas? Vila do Conde tem acordado para a realidade: todos sabemos que está com medo da derrota, porque a pressente. Como tal, acentuou os seus níveis de prepotência, arrogância e indiferença. A senhora e o seu executivo, montados nessa máquina “apartidária”, cacique de tachos e tachinhos, tão amedrontados com o que poderá acontecer no dia 26, até já tentam comprar munícipes… a troco de 100€. Caríssimos colegas da Nós Avançamos Unidos, já não chegavam os cabazes, as tshirts, as bandeiras, os porta-chaves, as festas até às tantas no centro de Vila do Conde ou os cancerígenos ambulatórios carros de campanha, têm, agora, de passar à corrupção activa para se fazerem notar?

Vila do Conde e os vilacondenses não merecem isto. Merecem mais e melhor; merecem ser respeitados nas suas diferenças, merecem ser ouvidos e merecem ser tidos em consideração, sempre; sejam estes da NAU, do PS, do BE, do PSD ou da IL, todos somos vilacondenses, todos construímos e ajudamos a construir o concelho. E só não fazemos mais porque, à custa de executivos “monarco-democratas” liderados pelo PS e pela NAU, vão tentando matar Vila do Conde: se não for por asfixia, será por doença crónica. Esta tentativa de silenciamento por parte da Nós Avançamos Unidos não será, com toda a certeza, caso único. Pois, sabemos, são inúmeros os relatos em que pessoas se queixam da tentativa de silenciamento por parte deste executivo, de represálias e coações.

Saibam, caros adversários (e porque serão sempre adversários, nunca inimigos – pois eu não faço política como vossas excelências), que dia 26 será tudo tirado a limpo. Queiram os vilacondenses continuar a aposta na mediocridade, na arrogância e na prepotência de uma presidente da Câmara algemada aos privados, tudo bem; mas será que sabemos todos quantos receberam 100€ para votar em si? Talvez nunca viremos a saber. Mas tudo o resto, já sabemos. Metam a tentativa de silenciamento num lugar onde não brilhe o sol. Sei que são anti-democráticos, mas saudações democráticas a todos os componentes da Nós Avançamos Unidos.

Dia 26 de Setembro ajustaremos as devidas contas, nas urnas.

Comments

  1. Filipe Bastos says:

    Não sou de Vila do Conde: não sei quem é a Elisa Ferraz, a NAU, ou outras coisas que apaixonam o João Maio.

    Mas não é tudo a mesma trampa? Caciques, tachos e tachinhos? Em todas as câmaras, em todo o país?

    “Os vilacondenses não merecem”… ah, não? Nem os oeirenses, os gondomarenses, os felgueirenses, os bracarenses, os madeirenses, os lisboetas… nenhum deles merece? Por décadas a fio?

    Que tal assim, Maio: quem ainda vota nesta partidocracia podre, seja em quem ou no que for, merece tudo o que lhe aconteça.

    • POIS! says:

      No entanto…

      Acho piada a uma coisa.

      Há uns tempos vi-o aqui a tentar defender (foi aquando das presidenciais, mais coisa menos coisa) ativamente o voto eletrónico, dizendo, entre outros argumentos, que já toda a gente sabia usar telemóvel e mesmo computador, quanto mais não fosse, com ajuda. E que não se justificava tamanha abstenção.

      Porque a tecnologia é, realmente uma coisa maravilhosa, e não existiriam razões, de segurança ou outras, que justificassem a não adoção de uma tão portentosa estratégia de combate à inércia dos eleitores.

      Lembro-me de eu próprio ter defendido que o voto tem de ser presencial, e que há demasiados riscos no voto eletrónico, principalmente se não for realizado num local próprio (secção de voto ou coisa assim).

      E lembrei que outros países da Europa tinham abandonado essa prática. O Paulo Marques até aqui colocou um link para um estudo sobre o assunto.

      Fico então a saber que tal maravilha tecnológica se destinaria a não votar “seja em quem ou no que for”.

      Desde que um presidente da câmara, lá na minha terrinha, mandou alcatroar uma estrada que não ia dar a lado nenhum (e acabou por cair por causa disso…) que não via tamanha proposta de melhoramento da eficiência das nossas instituições e de contributo para a nossa melhoria de vida.

      Que deus o abençoe, nem que seja por zoom.

      • Joaquina Maria says:

        Out of topic !!!

      • Paulo Marques says:

        É. Mas vendo o Brasil, onde uma questão mais técnica é discutida com propósitos e objectivos inversos aos teóricos (o voto impresso), a questão mais importante é mesmo a confiança e regular funcionamento das, repitam comigo, instituições democráticas.
        É quase como se a democracia só funcione quando as pessoas acreditam e contribuem. Coisa que ali o menino prefere deixar para os outros, porque o ideal só em livros mesmo.

    • Filipe Bastos says:

      Acho piada a uma coisa.

      Pois a sua piada é válida, mas tem de dividir-se em duas. É que uma coisa não invalida a outra.

      O voto digital é útil a uma democracia mais directa, a única digna do nome. Democracia não pode resumir-se a ir botar o botinho de anos a anos, passando um cheque em branco a uma classe de inimputáveis. Como se vê também nas autarquias.

      Mas enquanto a única opção for esta, votar é inútil – seja em papel, por internet ou pombo-correio. Mais que inútil, torna-se contraproducente ao validar e perpetuar este regime.

      Dirá: então como sair disto? Há duas ou três maneiras.

      Uma seria um movimento realmente apartidário – não apenas chulo e demagogo como o Chega e tantos autarcas – que por via do voto ou outro (qual?) conseguisse um objectivo único: impor a reforma do regime, da Constituição, dos partidos e do sistema eleitoral. Atingido o objectivo, seria dissolvido.

      A sua resposta típica é colocar obstáculos: impossível, depois quem vigia os vigias, vai ser o fim do mundo em cuecas, etc. Pois não digo que é fácil; digo que é necessário. Não se pode é continuar assim; nem Ferraz nem NAU, nem PS nem PSD.

      • POIS! says:

        Venha a nós o Reino da Democracia Direta e o Homem não mais pecará!

        Ámen!

        Quer dizer então que, na tal democracia direta não existiriam pressões, compras de votos, grupos organizados, coacção, desconfianças em relação aos resultados e, consequentemente deslegitimação das decisões e dos eleitos?

        Tá bem!

        Eu percebi-o perfeitamente, logo quando defendeu a medida, da primeira vez. Você há muito que se deixou levar pelo canto das sereias da “democracia imediata” e da decisão instantânea.

        Assim, tipo ágora grega ou circo romano, mas em maior, a verdadeira “aldeia global”.

        Por acaso, outra das minhas curiosidades era o que é que iria colocar na tal “Constituição”. Que nem percebo como poderia ser uma verdadeira constituição, se a qualquer momento pudesse ser alterada por uma nova e instantânea maioria.

      • Filipe Bastos says:

        Eu percebi-o perfeitamente…

        Tenho dúvidas, pois usa um tom maximalista que não usei: nem digo democracia directa, digo ‘mais directa’.

        Já falámos sobre como seria difícil uma mudança radical, uma democracia mesmo directa neste país, com este povo apático e acarneirado, viciado por séculos de monarcas, décadas de ditadura e décadas de partidocracia.

        Também já disse não resolve tudo nem faz milagres, é tão-só a alternativa à vista, o futuro que faz sentido. A democracia representativa foi um passo, um degrau nessa evolução.

        Até disse que, olhe, se tiver mesmo de ser até se pode manter esta democracia pseudo-representativa: mas é imprescindível limitar, vigiar e responsabilizar partidos e políticos. É preciso malhar nesta canalha, POIS. Na canalha toda.

        • Isaura Costa says:

          Filipe Bastos

          ” É preciso malhar nesta canalha, POIS. Na canalha toda.”

          bem te conheço, ó máscara !

        • POIS! says:

          Pelo menos já me deu uma pista de um conteúdo da futura constituição.

          Parece que o Hino Nacional passaria ser “O Malhão”.

          Que é um tema a que estou muito ligado por uma versão que fiz há uns anos.

          Costumava mandar umas papaias nas caixas de comentários do Público, juntamente com uns amigos, sob o nick “Los Antisilvas e Engenhocos”. Uma vez, a propósito de uma boca do atual Ministro Santos Silva em como gostava de “malhar numa certa esquerda” (2009), passámos a tratá-lo como “o malhão do Norte”. E dedicámos-lhe a versão:

          “Ó malhão, malhão!
          Ó malhão do Norte.
          Quando o mar está bravo,
          Quando o mar está bravo,
          Vamos p’ró Freeporte!”.

          Foi quando o Abrantes me avençou e me passou a pagar generosamente e, felizmente subi imenso na vida.

          Até hoje.

      • Paulo Marques says:

        Os movimentos apartidários ou se apartidarizam, ou desaparecem rapidamente, porque as organizações exigem hierarquias, responsabilização, e um caminho perceptível para ter resultados.
        Está livre de tentar. Ou de continuar à espera que algum iluminado acerte desta vez. A gente prefere ir mudando o que está entretanto.

  2. Isaura Costa says:

    “Mas não é tudo a mesma trampa? ”

    O Salazarista Menos não diria melhor

  3. Victor Nogueira says:

    Escreve o articulista: «Merecem mais e melhor; merecem ser respeitados nas suas diferenças, merecem ser ouvidos e merecem ser tidos em consideração, sempre; sejam estes da NAU, do PS, do BE, do PSD ou da IL, todos somos vilacondenses, todos construímos e ajudamos a construir o concelho.» E pimba, no melhor brocado cai a nódoa, pois outras forças políticas, também candidatas, como a CDU, entre outros, é como se fossem alienígenas, sem direitos de cidadania. Teria sido fácil evitar se nódoa se não enumerasse umas candidaturas omitindo outras.

    • João L Maio says:

      Caríssimo,

      Enumerei alguns, apenas. Se não enumerei outros, não foi maldade. Simpatizo com a CDU.

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