COP 26

Confesso que percebo muito pouco de questões climáticas. Suspeito que não sou o único. Pior, desconfio que muita gente que fala do “alto da burra” sobre o tema percebe tanto ou menos. Muito pior ainda, estou profundamente convicto que grande parte das “sentenças” tão absolutas, tão “sapientes” e tão desdenhosas, são muito mais determinadas por agendas pessoais e políticas que, propriamente, pela preocupação com o futuro do planeta.

O que também não deixa de ser um perigo em si. Porque as óbvias estratégias de esquerda radical que podemos palpavelmente constatar na generalidade dos “protestos ambientais”, afastam os “melhores” do tema que é, evidentemente, urgente e deixam a definição do debate nas mãos daqueles que manipulam os “fios” das “gretas” deste mundo. Que, repito, estão muito mais preocupados em fazer sobreviver ideologias que estão (e bem) em “coma” e em “fase terminal”.

Mas, por muito que não queiramos, é inegável que já “estoiramos” com o planeta e que as consequências desse desatino mundial e histórico, serão catastróficas, provavelmente não para nós, mas, com certeza absoluta, para os nossos Filhos.

Assim, e porque me parece essencial desmontar o “ruído” que apenas favorece quem está mais empenhado em manobrar que em, realmente, salvar, exponho dois pontos que se me afiguram como dois bons pontos de partida para uma discussão lúcida e para soluções eficientes. São, repito, apenas, pontos de partida.

1. – O planeta está claramente em perigo. Em grave, gravíssimo perigo. De tal forma eminente que, inquestionavelmente, vamos deixar uma “herança negra” aos nossos Filhos. E a prova disso muito mais que nas alterações climáticas que, no fundo, são recorrentes na história da Terra mesmo sem influência humana, está nos níveis avassaladores de poluição e na inevitável escassez de recursos naturais.

Generalizar de forma unânime essa certeza, é fundamental. É necessário que todos, desde o aldeão de Bragança ao pescador do Sri Lanka, tenham essa consciência.

2.- Os grandes e decisivos problemas não estão a juzante, mas sim a montante. Sendo certo que são os nossos comportamentos que geralmente determinam as estratégias produtivas, não deixa de estar nos “centros de decisão” a enorme quota de responsabilidade pela poluição e pela extinção.

E neste ponto há três alíneas que parecem representar a gigantesca percentagem do problema climático: a utilização do carvão, a pecuária (nomeadamente a ruminante) e a desflorestação.

Enquanto os Países continuarem a usar o carvão como recurso energético, não há clima que resista. E neste ponto, os 3 principais responsáveis são a China, os EUA e a Índia. Só eles representam metade da “contribuição” poluidora. Principalmente a China que por si só é responsável por quase um terço da poluição mundial. Não são de forma alguma despicientes quer a Rússia que está no 4º lugar do “ranking” perto da Índia quer a UE que se considerada em conjunto estará seguramente no “top 3”.

O consumo de carne bovina é também um problema brutal. O “metano” que inevitavelmente é produzido pelo sistema digestivo do gado ruminante representa um quinto dos gases que afectam a “saúde” do planeta.

E por último, a desflorestação. O crescente, avassalador e implacável abate de árvores conduz “sem apelo nem agravo” à diminuição da capacidade “respiratória” da Terra e à extinção progressiva da vida selvagem.

Novamente, no “pedestal” da minha óbvia ignorância, estes parecem ser os três mais graves problemas ambientais que enfrentamos.

Espero estar a ajudar e não a contribuir para a confusão como tantos outros antes de mim.

Comments

  1. Alexandre Barreira says:

    ……já dizia o outro………”vou mudar a minha retrete para o quintal…..porque a poluição está-me a estragar a casa”….!!!

  2. Paulo Marques says:

    Confrontar o inevitável do que se apregoa é uma chatice, mas a dissonância não o salva, nem a si, nem a ninguém. Isto é mesmo a consequência inevitável do capitalismo, e de considerar qualquer regulação como um atentado à liberdade e ao modo de vida.
    Azarito, continuem a contribuir para a má imagem do capitalismo dizendo que não há alternativa, que vai, sem dúvida, continuar a enganar as gerações que seguem, já não só condenadas a serem mais pobres, mas a terem pior clima. E sejam julgados.

  3. POIS! says:

    Pois o meu estado de espírito…

    É deveras semelhante.

    Infelizmente, experimento a sensação de que nem eu sinto esperança, nem a Esperança me sente a mim!

    O rio corre vazio. E caminha-se a passos láparos para um futuro montenegro onde haverá choro e rangel de dentes!

  4. O Carlos, a coberto de se declarar ignorante, opta por fingir ignorar o imenso contributo do petróleo para os GEE. Ao mesmo tempo passa ao lado do sistema que está a causar o colapso do planeta, o capitalismo neoliberal selvagem globalizado.
    Tudo fruto da tal alegada “ignorância”.
    Percebe-se porquê!!!!!

  5. luis barreiro says:

    É nos regimes socialistas que acontecem os maiores desastres ambientais, chernobil, lago baikail mar aral

    • POIS! says:

      Pois, mas há mais!

      Amazónia, Fukushima, zonas mineiras do Congo, China (este é “socialista”, mas está perdoado…), Chile, Venezuela, etc., Mar Morto, sobrepesca por todo o lado, Alaska (governado pelos maiores vermelhões do planeta!), desflorestação na Indonésia, minas a céu aberto na Austrália, extração de trufa na Finlãndia, fragmentação de largas jazidas de xisto nos EUA (governados pelos Grandes Estalitrampa e o Lenineiden)…

      O “Socialismo” reina no Mundo. E Vosselência só tem duas saídas:
      fugir ou tentar que o oftalmologista lhe faça uma correçãozinha.

      • POIS! says:

        Correção: na Finlândia extrai-se “turfa”, e não “trufa”. E é pena. Porque se fosse “trufa” era bem melhor. É até caso para dizer: “É trufa”? Trufas! marcha logo que nem ginjas!

    • Paulo Marques says:

      Que é que essa merda dos alegados socialistas desculpa alguma coisa? Vai continuar a arder, a bem do lucro dalguns, ou nem por isso?

      • POIS! says:

        Ó Paulo, por favor!

        Não faça comentários difíceis para o barreiro!

        Eu deste tirava todo o início. Deixava apenas: “nem por isso?”.

        E esperava pela resposta.

  6. Júlio Rolo Santos says:

    O problema climático é mais do que um problema político mas são eles próprios um problema climático quando são incapazes de tomarem medidas para as mitigarem. As políticas que permitem a plantação de eucaliptos indiscrinadamente não são mais do que um atentado ao clima por favorecem os incêndios que são um dos principais influenciadores do aumento das alterações climáticas. Mas o negócio dos fogos aguça-lhes o engenho e a arte para nos convenceram do contrário.

  7. Júlio Rolo Santos says:

    Gosta de os ver a serem rastilho para alimentarem os fogos,? Gosta de saber que eles são bons survedores de água e que secam tudo à sua volta? Eu não.

    • Paulo Marques says:

      Claro que não; é grave, e incompreensível. É mais que se nem isso se resolve…

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