Pode um mentiroso ser da família de Deus? Será uma questão teológica, mas, em Portugal, se nos referirmos a Rodrigo Moita de Deus é uma questão de (in)decência. Já não é a primeira vez que este parente do Senhor diz, na televisão pública, mentiras e alarvidades sobre os professores.
O comentador televisivo é, muitas vezes, um espécime da linhagem do tudólogo, que fala de tudo, mesmo, ou sobretudo, se não dominar o tema. Rodrigo Moita de Deus é, portanto, parente próximo de Nuno Crato ou de Carlos Guimarães Pinto.
Deixo uma ligação para o vídeo com a intervenção de Deus no Último a Sair e remato, mais abaixo, com um excerto de um texto copiado do facebook do S.T.O.P. (Sindicato de Todos os Professores), para aqueles que quiserem verdadeiramente informar-se.
Os que não quiserem informar-se, podem limitar-se a ver o vídeo com a palavra de Deus. Com gente desta na família, é natural que as pessoas se afastem da Igreja.
Retirado do facebook do S.T.O.P.
Eu sempre desconfiei destes espécimes de casta nobre.
Afinal, o que é que estará deus a fazer atrás da moita?
Bem, mas temos que reconhecer…
Que o Rodriguinho tem uma vantagem, sobre o autor do “post”, que lhe dá especial autoridade para comentar: a distanciação.
Nunca ensinou e não se lembra de ter aprendido.
O que lhe dá uma vantagem epistemológica considerável. Para falar sobre educação? Não! Para tudo!
No ponto 1; quanto falta para ter 1 dia por cada mês em que há aulas? e sempre vale telefonar de manhã a dizer «não fui».
No ponto 2, picam ponto?
O ponto 3 importa exigir que o homem se explique.
Pois tá bem!
Se V. Exa. tiver um inquilino e ele lhe pagar 7 rendas em cada 10, não faz mal.
Do mesmo modo, se receber 7 salários ou pensões em cada dez meses, também não é preocupante. A diferença? Um pormenor. Uma paneleirice!
Quanto falta para lhe pagarem um ou uma por mês? Muito pouco! A bem dizer, nada!
Alô, alô empregadores! O JgMenos está disposto a vergar a mola pelo salário mínimo salazaresco e só cobra 7 meses em cada 10! É aproveitar, vilanagem!
Pois, e já agora…
No tempo do seu amado Oliveira da Cerejeira as aulas começavam em outubro e acabavam logo no início de junho.
Era, pelo Menos, (passe o pleonasmo) Menos um mês e meio.
A quantas “baldas” professorais isso hoje corresponderia?
O acerto do que homem diz em final, e a reserva de que obteve a informação ‘à pressa’ não só o desculpa como o recomenda.
Pois pois!
Deus pede desculpa pela qualidade das postas de pescada. Foi num momento de soltura.
Recomendam-se sim, pelo Menos, a Vosselência. Tem jantarinho garantido!
.l.
É mentiroso e está em toda a parte…
No programa “O último apaga a luz”…
Conheço o programa. É uma converseta semanal entre:
— a Raquel Varela, que fala geralmente bem;
— a Inês Pedrosa, a xuxa de serviço;
— o betinho Moita Deus, o direitalha de serviço;
— um careca anódino, geralmente ignorado.
Desconheço o que fez o Moita Deus para ser convidado, e se calhar pago, para deitar postas na TV; mas cumpre a sua função de cultista do mercado. Profere as alarvidades com ar fresco e civilizado, como quem acabou de chegar duma regata no iate do papá.
Dito isto, Nabais, muito do que ele diz corresponde à opinião geral sobre a classe docente. Sim, pode errar em factos como o nº dias de faltas, ou omitir factos atenuantes.
Mas se perguntar a dez pessoas na rua, pelo menos cinco dir-lhe-ão algo parecido. E se essas pessoas tiverem filhos na escola, em vez de cinco talvez sejam sete. Ou mais.
Há uma divisão real entre público e privado, Nabais. Professores e outros FP fariam bem em deixar de ignorá-la. Não é que estejam muito bem; é que outros estão bem pior.
O Filipe é da mesma escola do Moita – tem umas impressões e bolça uns comentários. Cinco em dez? Sete, se tiverem filhos na escola? Com base em quê? Converseta de café. Deixo-lhe aqui um coisinha para ler: https://www.google.pt/amp/s/amp.expresso.pt/sociedade/2019-01-17-Bombeiros-medicos-e-professores-os-profissionais-em-que-os-portugueses-mais-confiam-1
A ideia de que a função pública vive alheada do resto do mundo também é gira: os alunos que temos à frente não são filhos de ninguém e vêm todos do reino encantado da nossa fantasia. Junte-se ao Moita e fundem o dueto “Sem noção”.
Nabais, todos aqui “têm umas impressões e bolçam uns comentários”: isto é um blog, não um artigo científico.
Parte da FP vive num estado de permanente vitimização. Vi e vejo isso na minha mãe, que lá esteve +40 anos. Claro que é humano, todos puxam a brasa à sua sardinha, e claro que muitos têm legítimas razões de queixa.
Com os anos, porém, isso torna-se um bloqueio mental que não os deixa ver quão pior estão os outros. E a questão não é quererem melhorar o seu lado: é ser apenas o seu lado, agravando a desigualdade que já existe.
É outra forma de corporativismo, de ‘eu quero, eu preciso, o resto que se lixe; não tenho nada a ver com isso’.
Obrigado pelo link, deixo-lhe também um: https://expresso.pt/politica/2018-09-14-Sondagem.-69-dos-portugueses-estao-contra-exigencias-dos-professores
Entre não ser um artigo científico e bolçar, pode haver muita coisa pelo meio, como, por exemplo, a diferença entre as opiniões de um idiota como o Moita e um professor com mais de trinta anos de serviço.
Os professores são vítimas e sabem que há outros que estão muito pior, mas não adianta escrever coisas como “os professores sabem que há outros que estão muito pior” (e nem vale a pena acrescentar que os professores lidam com os filhos de todos os que estão muito pior, ficando a saber tanto da vida desses que estão pior), porque haverá sempre alguém que consegue transformar essa frase numa afirmação como “os professores não conseguem ver que os outros estão pior”.
E sabia que há Somalis muito pior que você, e ainda se queixa? Vá mas é criar riqueza para o patrão e cale-se.
Portanto, se os portugueses se baseiam em mentiras para acreditar, os visados é que estão mal.
Confere, de facto
Algumas mentiras, algumas meias-verdades: serem 7 dias em vez de 12, por exemplo, mas podem faltar.
O que está em causa não são os direitos ou as regalias dos professores; é o seu desfasamento da larga maioria das profissões e trabalhadores. É manter o fosso entre público e privado, é certa mentalidade de privilégio e egoísmo.
A esquerda instalada continua de olhar fixo no umbigo. Qual caminhada para o socialismo; qual sociedade.
Continua a não ser a mesma coisa; são, no fundo, 7 dias em que não aparecem no trabalho, mas boa parte deste tem que ser cumprido na mesma.
Podia continuar o desfasamento pelo ordenado, pela falta de autoridade, pela falta de autonomia, pela falta de progressão da carreira (hoje, em 2021), pela repetição de contractos precários por trabalho altamente especializado; mas não, fica pelo que tem inveja.
Qual sociedade, de facto.
Experimente ‘não aparecer no trabalho’ na maioria dos trabalhos, logo vê o que lhe acontece.
Ordenado e precariedade: a maioria dos professores devia ganhar mais; uma minoria no topo devia chular menos. E o resto do país, acha que ganha bem? Acha que no privado há emprego para a vida?
Falta de autoridade e autonomia: de acordo, mas que podemos fazer? V. é que vota nestes pulhíticos.
Falta de progressão na carreira: e em 99% do privado como é essa progressão automática e maravilhosa?
Inveja: também já anda com a inveja na boca? E os outros é que são direitalhas?
Ó Filipe Moita de Deus, os dias em que não se aparece no trabalho correspondem a faltas justificadas por conta dos dias de férias – não é o mesmo que ‘não aparecer no trabalho’.
Quanto ao resto, lá vamos nós outra vez: se tivermos uma entorse, devemos ficar calados, porque há quem tenha partido uma perna.
Desde há anos, um crescente nº de imbecis, ignorantaços e ultra-convencidos têm vindo a fazer pronunciamentos manhosos sobre a problemática do ensino, fingindo que sabem bem do que falam. Alguém certamente os convenceu a espalhar a sua ignorância crassa. Era como se eu agora me arvorasse em especialista de aeronáutica e começasse a mandar vir sobre gestão aérea. Já não há mais pachorra para tanta estupidez. De lamentar é que apenas uma única estrutura sindical, o STOP, tenha vindo a terreiro protestar. E os outros 22 sindicatos estarão a dormir? Porque será????
Alguns sindicatos parecem preferir discutir 0,1 0u 0,2% de aumento.
Ufa, ao menos ainda são menos que os especialistas em epidemiologia. E futebol, claro.
22 sindicatos?
Só de sindicalistas em importantíssimas tarefas de faltar às aulas, fazia-se um agrupamento escolar..
Dormir será uma das tarefas a desempenhar com afinco.
Não se apoquente, os portugueses de bem fardados estão quase lá, com muito menos membros.
É quase como que o sistema não queira um único sindicato forte a lutar por todos, seja lá por que razão.
Mas, olhe, apoio a iniciativa, deviam, e devíamos, todos pertencer ao mesmo.
Pois…22 sindicatos?
Deve estar a confundir os professores com os polícias.
Aí é que há umas dezenas. E alguns são dirigidos por venturosos adeptos do Enviado. Até havia um em que todos os membros eram dirigentes. Há lá maior democracia?