Vi meia hora do debate entre Costa e Rio e fui interrompido por motivos de força maior: o meu filho não queria ver. E eu sou um tipo que respeita a hierarquia cá de casa, de maneira que mudei a TV para o Panda e nem arrebitei cabelo. Lá voltarei.
No entanto, não posso deixar de constatar o seguinte: este debate é a maior demonstração daquilo que é o sistema. Não o sistema fantasioso da extrema-direita, dos beneficiários de RSI com Mercedes à porta, mas do verdadeiro sistema, aquele que se ocupa de eternizar PS e PSD no poder.
Todos os debates tiveram 25 minutos. Este teve mais de uma hora. Porque é que Costa e Rio têm direito a este tratamento especial? Porque as suas propostas são melhores? Porque são necessariamente melhores governantes? Nada disso. Porque as cadeias televisivas assim o decidiram. E porque o sistema não permite sequer que qualquer outro partido seja considerado alternativa. Porque a sua sobrevivência depende desse status quo.
O sistema é precisamente isto: a eternização dos mesmos, para que tudo fique para sempre na mesma. Para que as verdadeiras clientelas, que são comuns a um e a outro partido, não sejam beliscadas e continuem a passar o cheque a cada acto eleitoral. Numa verdadeira democracia, todos, até aqueles cujo programa é dinamitar a democracia, devem ter, à partida, as mesmas condições e oportunidades. No entanto, o terreno de jogo continua a continuará inclinado, sempre em benefício dos mesmos. E isto, a meu ver, diz-nos quase tudo sobre o estado a que isto chegou. E sobre o buraco no qual estamos enfiados há décadas.
O privilégio é a negação da democracia.
Vi este debate até ao fim. Também não percebi a razão deste ser tão longo. Aliás a duração dos debates foi sempre diferente de uns para outros. Por exemplo, entre António Costa e Catarina Martins ficou-se pelos 13 minutos. Já o Chicão com o Ventura pelos 16 minutos.
Quanto ao confronto de ideias propriamente dito, Rio não me parece convencer a franja eleitoral, ao centro, que faz as diferenças. Até me pareceu que Costa nalguns temas, com excepção da TAP, estava bastante à vontade.
Numa altura em que a principal preocupação dos portugueses é salvar o SNS, Rui Rio vir com aquela conversa de canalizar para os privados uma boa parte das consultas e cirurgias, trabalho esse que não é de borla, só pode afugentar eleitores.
Enfim, este PSD não se enxerga.
Concordo. Os canais de Televisão são quem decide a Política Nacional e os Partidos aceitam ou é outra coisa diferente, pérfida e obscura?
Há comentários antes dis debates e depois mas haverá alguém isento que se pronuncie? Que tal pedir a um ou vários professores universitários que explicassem, de modo isento e imparcial, o valor da Democracia, de cada voto, que00 as benesses partidárias ( em crescimento contínuo desde 1974) deveriam ser minimizada e que a AR deveria ter menos e melhores deputados em exclusividade mas que já tivessem dado provas de experiência profissional de que podem dar um contributo positivo para melhorar a sociedade portuguesa?
E como é que quer ter melhores deputados em exclusividade, ainda por cima com grande experiência, a ganhar ainda mais claramente menos do que se continuarem a carreira? Prefere santos idealistas ou aldrabões completos?
a principal preocupação dos portugueses é salvar o SNS
Quem lhe diz que é essa a principal preocupação dos portugueses?
Muitos portugueses (como eu) raramente recorrem ao SNS.
Portugueses relativamente jovens, que têm filhos, possivelmente estarão mais preocupados com o setor da educação do com o da saúde.
É igual. O preço aumenta, e podem sempre dizer que não.
Rui Rio vir com aquela conversa de canalizar para os privados uma boa parte das consultas e cirurgias, trabalho esse que não é de borla, só pode afugentar eleitores
Porque há de afugentar?
Eu se me disserem para ir a um hospital privado em vez de um público fico todo contente, porque as instalações pelo menos são em geral mais modernas e agradáveis.
Desde que seja o Estado a pagar e desde que a qualidade médica seja a mesma, eu prefiro um hospital privado a um público (e já tenho ampla experiência de ambos), porque as instalações são melhores.
Se é para escolher que sejam os outros a pagar, preferia que me mandassem para um Cedars Sinai com viagem paga.
“Desde que seja o Estado a pagar e desde que a qualidade médica seja a mesma, eu prefiro um hospital privado a um público (e já tenho ampla experiência de ambos), porque as instalações são melhores.”
Desde que sejam outros a pagar, tambem prefiro ir passar feria a Cancum do que uma semana em Mira ou na Costa Nova
Não vi, nem me apetece perder 75 minutos, mas parece que não é desta que Rio que se definiu, aceitando o seu potencial posto de futuro capacho de quem o rodear.
Entre isso e o Cavaco de centro-esquerda, bem, preferia o diabo. O que vale é que há mais 18 quadrados.
Sim, em qual irá votar é um enorme mistério.
Há mais do que 18 opções. A minha: VOTO NULO. Uma linda piça de alto a baixo no boletim. Numa escolha entre merda e merda, escolho não escolher.
É por muitos carneiros ainda votarem noutras, a começar pelo Centrão, que não saímos da merda. Uma maioria de votos nulos seria um sinal de mudança.
A canalha pulhítica podia tentar ignorar essa maioria, como já faz à abstenção; mas seria mais difícil. A abstenção passa por apatia, relaxe, ou até contentamento. O VOTO NULO é um escarro na partidocracia. Um escarro no focinho da canalha.
Ora muito bem!
Até que enfim!
As mamalhudas debochadas que enchem as nossas mesas de voto vão finalmente ter de encarar de frente com o que precisam!
Força Bastos! Com a preciosa ajuda dos eleitores analfabetos e dos que têm azar de sofrer de doença de Parkinson o Bastos, desta vez, vai ganhar as eleições!
Tá no papo!
Xô Pois,
Fala-se em “piça” e aí estás tu a aparecer com o rabo a dar a dar!
P.S. Não te esqueças de por o link para o post que escreveste em meu nome onde explicavas como te divertias quando cumpriste o serviço militar nas caldas.
Outra vez a marrar, ó Abstencioneiro?
Citando:
“Fala-se em “piça” e aí estás tu a aparecer com o rabo a dar a dar!”
Devolvo. Afinal, Vosselência fez exatamente o mesmo. Respondeu aos mesmíssimo comentário. É só verificar-se abaixo: foi hoje ás 11 e 44.
Na ânsia de marrar marrou-se a si mesmo! Confere!
Faço a vontade de Vossa Alteza:
https://aventar.eu/2021/11/26/medicoes-penianas-ou-a-zona-confortavel-do-pensamento/#comments
Eu repito: não escrevi tal comentário. Procure o autor noutro lado. Para mim, pelo padrão de palavreado, foi Vosselência. Ou algum dos seus “franchisados”.
O seu problema é que o marranço está a dar cabo do que resta do patranhento bestunto de Vosselência e Vosselência não o reconhece. Desculpa-se com os outros.
Pois, a não ser que…
Vosselência agora insulte por atacado. Só aqui contei o Filipe Bastos, o Paulo Marques e até a Ana Moreno e o “balio” que comentaram mais abaixo. Além do…”Abstencionista” (este “perfil” diz-lhe alguma coisa? Não me diga!). Todos responderam ao mesmo comentário.
A não ser que Vosselência Abstencioneira seja um mamalhudo debochado com grande decote e esteja chateado com o meu comentário.
Pode ser! Dizem que as hormonas fazem milagres.
Eu já ganho as eleições, POIS. Há 40 anos que as ganho. De forma cada vez mais categórica.
Ganho-as no sentido de todos os outros as perderem. Veja as últimas legislativas: 10.8 milhões de eleitores; votaram 5.25. O governo foi eleito por menos de 18%. Ou seja, 82% não o querem. A bold: 82% do país não quer este governo.
Se colocar num gráfico a abstenção + brancos + nulos e ao lado a votação do PS, PSD, etc., parece uma torre ao lado de umas barracas. Nunca mostram esse gráfico.
Mesmo descontando eleitores fantasma, cadernos eleitorais por limpar, etc., a legitimidade é sempre ridiculamente baixa. E as partidocracias ocidentais aceitam isto.
É tratado como uma questão lateral; um aparte, um detalhe. Quem a traz é como se estivesse a desconversar; mas, para mim, é isto a conversa. Não há outra mais importante. Vocês é que se deixam distrair pelo status quo que a ignora, pela pulhitiquice, pelos comentadeiros.
Ganha as eleições? Não duvido!
Aliás, no próximo dia 30 é só esperar pelo fecho das urnas.
Vamos assistir a milhares de mamalhudas debochadas com grandes decotes, que sorrateiramente se despalharam pelas mesas de voto de todo o país, agarradas a resmas de fálicos boletins de voto.
Será a prova provada de que o Bastos ganhou! Tá no papo!
Mamalhudas debochadas… fala da Garcia, certo? Que será feito dela? Nunca mais a vi. Continuo a preferi-la ao Merdina… e ao Moedas.
Não entendo a relação com o assunto, mas tudo bem. Podia ser pior: em vez dela podia ter ido buscar o apê do Buarque… ou a filha-da-putice do António Bosta. Sabe, o ‘focus group’ às mortes de Pedrógão?
Qual Garcia?
Falo delas todas! O Kundera está velho e vieram todas para cá!
Ainda não se apercebeu? Francamente!
Ah, nem é mau perder, é mesmo mau ganhador. Tem tudo o que quer com o seu voto e queixa-se tanto?
Infelizmente, a carneirada gosta de ir ao centro de saúde e pôr os filhos na escola. Cambada de burgueses.
Concordo com o conteúdo do comentário, apenas faço este acrescento para meu benefício e reforço dos argumentos:
“Nas últimas eleições legislativas cerca de 700.000 votos não elegeram nenhum deputado o que, na prática, refelecte que esses eleitores elegeram tantos deputados como eu que não ponho lá os pés.”
(Autor: o Abstencionista)
Não há dinheiro!
O caso que a esquerdalhada sempre quer ignorar.
Pois não há, não!
Como denunciou o Venturoso Enviado os ciganos, em conluio com os indianos, os nepaleses e os marroquinos carregados de telemóveis por tudo quanto é bolso estão cheios de contas na Suíça, empresas nos Países Baixos, depósitos no Luxemburgo…
E o resto vai parar aos paraísos fiscais!
Pudera!
O amigo Menos saberá melhor que todos nós quanto sai pela porta do cavalo.
Se é para falar do tamanho dos debates, fale-se também das razões pelas quais os outros partidos concorrentes às eleições (tipo MRPP, Volt, PT, etc) não tiveram direito a debater.
Sempre houve tratamento desigual entre os partidos. E nem seria possível ou desejável de outra forma.
Boa tarde, o voto nulo pode parecer-lhe um acto muito nobre, Filipe Bastos, tudo bem; mas apenas lhe dá a satisfação do escarro, de resto é um acto inútil, perdido. Os partidos não são todos iguais; Votar num pequeno, aceitável, parece-me bem mais sensato.Claro que cada um vota como quer, isto é uma opinião como outra qualquer.
Estou plenamente de acordo.
Ana, como calculará, ao longo dos anos já ouvi esse argumento centenas de vezes. Tente considerar os seguintes:
1) Nenhum pequeno partido pode – ou quer – mudar o sistema. Os mais bem sucedidos, como o BE e o Chega, podem apenas aspirar a muletas do Centrão. Admitam-no ou não, é para isso que existem.
2) O sistema está viciado e não permite ser reformado. Qualquer tentativa será bloqueada pelas ‘instituições’, na prática centrais de interesses e fábricas de tachos como o Paralamento.
3) O problema começa nos partidos, viveiros de chulos e trafulhas. Há excepções? Há; mas são isso mesmo.
4) Só o voto nulo rejeita realmente este sistema. É o único protesto possível, claro e inequívoco. É a maioria a dizer, agora sim, chega! Tudo o resto é validar a partidocracia; qualquer outro voto é dizer: não gosto mas aceito. Logo, não serve.
Ainda mais que a abstenção, os votos nulos são sempre ignorados; não é por acaso. A canalha teme-os; quer escondê-los e torná-los fúteis. E nós deixamos, Ana. Por atitudes como a sua.
Viva Filipe, compreendo bem a sua revolta, também a sinto. Mas o que tenho a dizer-lhe: “Nenhum voto nulo pode – ou quer – mudar o sistema.”
Votar num partido pequeno aceitável pode dar-lhe um grão mais de força. É esse grão que conta, não vale desperdiçá-lo. Se vir bem, é quase ridículo votar nulo, um gesto tão sobranceiro e tão inútil.
Se sente assim, Ana, não serei certamente eu a demovê-la. Vá lá dar o seu grão. Desperdiçá-lo, dirá um eleitor do Centrão, desperdiçamos ambos: nem o seu pequeno partido nem o meu voto nulo mudarão nada que se veja.
Diz que o nulo é sobranceiro. Sinto-me realmente superior aos carneiros votantes, mas é um defeito meu; o voto nulo não é mais nem menos sobranceiro que outros. Já inútil, lá isso é. Graças aos que pensam como a Ana.
Filipe, quer mesmo dizer que o trabalho do BE (e estou a dar um exemplo) na AR foi inútil? Não acho. Foi importante e vale a pena apoiar com esse grãozinho. O sistema continuará, mas com este grãozinho pode fazer-se um pouquinho mais do que com um voto nulo. É só pena é que esse voto nulo fortaleça o centrão.
Estou consigo na indignação sobre a falta de reflexão e espírito crítico da maioria das pessoas e sobre a forma como se acomodam no seu mundinho. Mas a sobranceria só pode crescer onde há sentimento de inferioridade. A mim desespera-me vezes sem conta, às vezes enraivece-me, mas sobranceria, não.
Os prémio de seguros de saúde deduzem à colecta tal como as despesas de saúde.
Só falta a cambada acabar com isso por promover o ‘negócio da saúde’.
CAMBADA DE FITEIROS!
Comunas imbecis!
Pois vão acabar com isso…
E não vão ficar por aqui! Nem imagina o que aí vem!
Para começar, estou em condições de revelar a V. Exa. que a língua oficial vai passar a ser o sueco e passará a ser obrigatório usar as cuecas por fora das calças.
E o hino nacional também vai ser alterado. Passa a ser o “Vírus dos Namorados”, com música do Dino Meira.
E quem ganhar o salário mínimo, desconta que percentagem desse valor nos impostos que paga?