Perante a crise climática e o movimento acelerado do planeta para o abismo, a custo e a más horas, com todo o cuidadinho para não magoar os gigantes da indústria fóssil, os países ocidentais e também a China, estavam de facto a tomar medidas para uma economia (mais) liberta de combustíveis fósseis.
Sabendo-se que a economia russa se baseia, sobretudo, na exportação de petróleo, gás natural e metais preciosos, até que ponto terá este factor influído na mente perversa de Putin para avançar para a barbárie que iniciou no passado dia 24 de Fevereiro?
Influiu totalmente. E acrescente-se a isso o facto de a Ucrânia ser um país riquíssimo em metais raros e outros componentes preciosos para a nova indústria verde.
João, a parte dos riquíssima em metais raros não é correta, se existe país que controla o fornecimento de metais raros é a Rússia, como por exemplo platina e paládio… aquelas minas em Norilsk são únicas.
Todas as hipóteses estão em aberto.
Mas se isso pode ser verdade, também é lícito pensarmos que a médio/longo prazo, a Rússia com esta invasão militar contra a soberania de um outro Estado, irá arranjar muitos inimigos. Que tenderão por iniciativa própria ou por pressão internacional a excluir a Rússia como parceiro económico privilegiado. Em última análise, pode ficar com triliões de barris de petróleo no subsolo, por extrair e/ou refinar, que lhe poderiam render bom dinheiro nesta fase da transição energética.
Ou então a transição energética será uma simples miragem, e de facto muito pouca gente está preocupada com isso.
Há quem ache que sim, mas ao passo de caracol que se faz e vai continuar a fazer, não me parece relevante.
Quanto ao paládio e amigos, a procura não vai a lado nenhum.
É bem possível. Em todo caso, muitíssimo mais plausível do que o receio de uma invasão da Nato.