Colossal lata

@observador.pt

Fiquei chocado com a evidente hipocrisia que a esquerda histericamente demonstrou a propósito do despacho judicial que alterou as medidas de coacção aplicadas a Mário Machado de forma a permitir-lhe deslocar-se para a Ucrânia. Além de ninguém se ter preocupado ou sequer referido a fundamentação jurídica do despacho, a “ira” focou-se na alegada normalização da “extrema-direita”.

Que lata descomunal. A normalização da extrema-direita? E vocês que escudados por um “politicamente correcto” enviesado e despótico, continuam “normalizados” há décadas? Realmente, até consigo vislumbrar as incontestáveis vantagens de não normalizar a “extrema-direita” se e quando isso levar à vossa auspiciosa “desnormalização”.

Falta-vos muito. Falta-vos quase tudo. Falta-vos tanto que não conseguem e provavelmente nunca conseguirão perceber quão nocivos e tóxicos são para o futuro da humanidade. Partem, ideologicamente, de uma base puramente racional sem entenderem que 1 a vossa racionalidade dilui-se não só na evidência histórica, mas também no ostensivo carácter contranatura do que propõem

2 a pura racionalidade sem consciência quer ética quer como percepção do contexto humano mais não é que una racionalidade “manca”, uma racionalidade “burra”. 

Ao contrário do que, imbecilmente, defendem, a discussão ideológica só tem interesse depois de assegurado um conjunto de direitos humanos fundamentais: liberdade, democracia, respeito pela vida humana e pela propriedade privada. A estes, sou tentado a juntar um outro, mais obrigação que direito, que julgo vir a ser essencial num futuro muito próximo: a empatia (só isto põe-vos logo fora do campeonato). A partir daquele momento, então sim, poderemos discutir “nuances” ideológicas: mais ou menos Estado, mais ou menos intervenção social, mais ou menos regulação, etc. Até lá, népias. 

Também é por isso que esta guerra é tão similar ao início da 2ª Guerra Mundial. Porque o expansionismo, o desprezo pelas soberanias nacionais, a barbárie não têm cor. Também por isso, não é nem serão perceptíveis as preferências ideológicas quer do agressor quer do agredido. Não é isso que está em causa. Não é isso que interessa. O que revela aqui, e nada pode ser mais importante do que isso, é o facto de um País ter querido aproximar-se do futuro, da liberdade e da democracia e ter sido criminosa e monstruosamente invadido por outro. O resto é “merda”. 

Também por isso, também por ser tudo tão semelhante, a vossa posição será compreendida e “julgada” pela história. Todos os argumentos que desesperadamente apresentam (a comparação com outras situações, argumento falacioso que, na prática, só valoriza a presente reacção, a necessidade ingrata e desastrosa da capitulação, o entendimento inconsequente dos “motivos” da invasão, etc.) lembram outros tempos e outros protagonistas: os colaboracionistas. 

E não tentem sequer argumentar com a liberdade de expressão porque não podem argumentar com algo que vocês, em situações equivalentes, são os primeiros a não reconhecer. Sim porque sendo a extrema-esquerda exactamente o mesmo estrume que a extrema-direita, se estes não “têm” direitos, por que “raio” haviam vocês de ter? 

Dá-me igual que putin seja nazi, fascista ou comunista. É tudo o mesmo esterco. O que me interessa é que é um ditador asqueroso e culpado de crimes gravíssimos contra a humanidade. Se da guerra resultar a “desnormalização” dos extremos, tanto melhor. O mundo sem influências fascistas ou comunistas, é, inelutavelmente, um mundo melhor. Mais humano. Mais empático. Mais democrático. Mais livre. 

Por isso quando falarem de Mário Machado, parem e pensem um bocadinho. E se tiverem lucidez para tanto, percebam que vocês são tão desprezíveis, mas principalmente, tão inúteis e desnecessários quanto ele

Comments

  1. balio says:

    um conjunto de direitos humanos fundamentais: liberdade, democracia, respeito pela vida humana e pela propriedade privada

    A propósito do último destes “direitos humanos fundamentais”, talvez o autor do post queira comentar o “respeito” de que esse direito humano fundamental é objeto no Reino Unido, no qual recentemente um conjunto de cidadãos russos (alguns dos quais são também cidadãos de alguns países da União Europeia) viram as suas propriedades nacionalizadas. Refiro-me por um exemplo ao clube de futebol Chelsea, mas também a muitas outras propriedades privadas.

    O mesmo se passou na Itália, por exemplo, em que alguns iates (pelo menos) foram nacionalizados.

    Em Portugal coisas deste género passaram-se no golçalvismo. Felizmente, não mais.

  2. POIS! says:

    Pois tá bem!

    Ai a fundamentação do despacho é “jurídica”?

    Obrigado pelo esclarecimento. Não tinha notado.

    E, talvez por falta de tempo, não ficamos a saber qual a posição da Humanidade e da Felicidade sobre tão candente assunto.

    Talvez para a semana, quando tivermos notícias da expedição humanitária.

  3. Chocado fico eu com a sua magna preocupação com o “politicamente correto” (seja lá o que isso for) enquanto considera justificável que um magistrado ache por bem dispensar de medidas de coação um criminoso violento, repito, um criminoso violento para lhe permitir expressamente ir a um pais em guerra fazer sabe-se lá o quê.

  4. JgMenos says:

    Tadinhos, dizer que não são empáticos!
    Tão boas almas, sempre a pensar em roubar para dar aos pobrezinhos…

    E essa coisa da natureza, diz-lhes a razão que comer, dormir e f* dá-lhe toda a expressão bastante; o resto são tudo ardis do capitalismo, do neuliberalismo e do fascismo.

    • POIS! says:

      Pois é!

      JgMenos faz aqui um bom resumo da ideologia salazaresca.

      Leiam e vejam se não confere!

  5. Paulo Marques says:

    Vê vantagens em não armar alguém violento para cometer mais violência numa região onde não tem faltado nos últimos 8 anos pelos amigos? Começa a perceber qualquer coisa.
    O resto só merece uma resposta que o resto dos leitores não merecem, por isso por aí fica.

    • Paulo Marques says:

      Mas até dou uma. A ideologia da “liberdade, democracia, respeito pela vida humana e pela propriedade privada” não interessa nada quando faltar o pão, e sabe-se perfeitamente qual os liberais não cedem enquanto não se lambuzam estando dispostos a tudo o resto. E quem não sabe, releia o texto.
      Mau era se não odiassem quem defende que não têm mais direito a lambuzar-se que os outros, isso sim, era um insulto.

  6. João L Maio says:

    A isto é que se chama o plano b do neo-liberalismo. Parabéns!

    • Carlos Garcez Osório says:

      João, ao contrário de ti, eu falo por mim e só por mim. Não estou incluído em nenhum projecto maquiavélico e iniciático de poder. Não recebo ordens nem instruções de ninguém. Sou livre. De facto. Não de nome.

      • João L Maio says:

        E eu falo por quem? Concretiza lá sem medo do que queres dizer. Sabes que essa acusação torpe e sem cabimento diz mais sobre ti do que sobre mim, certo?

        Vá, sei que és melhor do que insultos parolos e acusações sem fundamento. Tenta de novo.

        • Carlos Garcez Osório says:

          Primeiro, parolo era a tua Tia. Segundo, a tua “lucidez” configura-se quando te achas insultado por eu dizer que falas por outras pessoas, mas não tiveste qualquer problema em associar-me a um mirífico “plano b”. Enfim, a típica equidade de esquerda. Terceiro, não, não tenho qualquer dúvida que o teu seguidismo partidário não te permite pensar “fora da caixa”. Não, não tenho dúvidas que “recebes ordens”. Não, não tenho dúvidas que não tens uma opinião livre.
          E mais, tens andado a espalhar quezílias e confrontos a torto e a direito. Atina. Ainda vais a tempo.
          E ainda mais, peço-te o especial favor de ires chatear o “caralho que te foda” porque, sinceramente, tenho pouca pachorra, para não dizer nenhuma, para aturar desmandos de “bullies” disfarçados de “calimeros”.

          • João L Maio says:

            Ó Carlos… para quê a tentativa de manipulação dos factos? Já te disse que consegues fazer melhor do que isso.

            Primeiro, eu só falo por mim. Ninguém me paga para dizer o que quer que seja, não trabalho para partidos ou coligações à lá PaF. Nunca aconteceu. Por isso, esse cavalo de Tróia já podes derrubar.

            Segundo, o insulto não é esse, o insulto é quereres pôr em causa a inteligência das pessoas e as opiniões alheias. Sinto-me sempre insultado quando algum reaccionário decide que a melhor forma de responder a argumentação alheia é com insinuações sem fundamento e não com argumentos válidos.

            Terceiro, “peço-te para ires chatear”… mas o que é que achas que estou a fazer?

          • Carlos Garcez Osório says:

            Esta é a última vez que te respondo. Primeiro, não sou o “caralho que te fode”. Não é a minha praia. Mas isso só a ti te diz respeito.
            Segundo, tu e os outros como tu ainda não conseguiram ver o imenso “elefante” a um palmo dos vossos olhos: os reaccionários são vocês. Os fascistas são vocês. Os perigos para a democracia e para a liberdade são vocês. Felizmente já são passado. Mas é triste ver um gajo novo ser tão, mas tão velho.
            Ah, e há uma coisa que devias ir procurar: era uma etiqueta de discos (não sei se ainda existe) que se chamava ou chama HMV. Vai ver. Talvez te revejas. Adeus.

          • João L Maio says:

            Eu não disse que me fodias… até porque já não tens idade para mim. Adiante. Obrigado, primeiro, pela atenção que me estás a dar, usando e abusando da mentira e da calúnia para saíres por cima. É sempre bom ver um jovem de meia-idade perdido na sua argumentação porque faz do seu próprio ódio a sua razão (e ração) de combate.

            Depois, muito obrigado por me colocares no saco daqueles “como eu”. É sinal que o trabalho tem sido bem feito, pois senão não sentias necessidade de destilar ódio pelo ódio.

            E não me parece que os fascista sejamos nós. Então, foste tu quem escreveu um texto a defender um nazi… então? Não há espelhos?

            Já sei que não me vais responder mais, mas agradeço este bocadinho. Deu para expor o que queria expor. Grande abraço, Carlos! E acalma-te lá, isto não te faz bem e já não vais para novo.

      • Paulo Marques says:

        «. Não estou incluído em nenhum projecto maquiavélico e iniciático de poder. »

        «@observador.pt»

        Uh uh. A capacidade de receber avença depende de acreditar no que acredita, ao ponto do completo ódio descontrolado a quem critica qualquer coisinha, mas é “Mais humano. Mais empático. Mais democrático. Mais livre. “. LOL.
        Manda ao Machado, para ele também se rir quando te espetar a faca nas costas.

  7. Santos Ilídio says:

    Carlos Garces Osório é um fascista isso ficou aqui bem explicito e também ficou aqui bem explicito neste esterco que escreveu é que argumentos apresentados pelo juiz são incompreensíveis, argumentaria essa que não só não respeita a lei como só se encontra em países ditatoriais.
    Talvez vocês estejam bem um para o outro, triste nação que tem gente desta a olhar pelas leis do estado assim como estes escibas jornaleiros que só servem para fazer fretes.

  8. JgMenos says:

    Que falta de compreensão!
    Para um idealista de esquerda a orfandade soviética deixa-o sem aquele argumento tão decisivo para as suas esperanças: uns mísseis balísticos!
    Ora este Putin tem disso em quantidade e, se agora está num mau momento na linha de tempo – Império Russo – é possivel que evolua e venha a deter-se no tempo certo – o da gloriosa doutrina do ‘todos somos iguais com algumas exceções’.

    • Paulo Marques says:

      Percebes tanto disto como de contas.
      Olha, a subida das taxas de juro é para quando mesmo, fofo?

  9. Joana Quelhas says:

    …percebam que vocês são tão desprezíveis, mas principalmente, tão inúteis e desnecessários quanto ele…

    Parabéns Carlos Garcez Osorio por este resumo que é certeiro para a maioria dos “posteiros” aqui do sítio, assim como um certo numero de “cães de fila” que por aqui fazem o policiamento ideológico ofendendo qq qualquer um que ouse questionar a “verdade absoluta” desta extrema-esquerda.
    Parabéns pelas resposta que deu a algumas pessoas que intoxicadas pela ideologia perversa de esquerda tão bem representada no nosso pais por essa espécie de partido que reúne todo o lixo ideológico do PREC ( UDP, PSR, MDP/CDE, PCTP-MRPP e outros que já nem me consigo lembrar).
    Não tivéssemos o 25 de Novembro e esta rapaziada (tudo boa gente claro está , sempre preocupada com os pobres) teria instaurado uma ditadura muito pior que Salazar( ver as declarações do ex-comunista Edmundo Pedro) quantas execuções e prisões arbitrárias e toda a sorte de atropelos dos direitos e dignidade humanos , este povo teria sido sujeito?
    Espero que o Carlos Garcez Osório escreva mais , pois só assim esta cambada pode ser colocada no balde do lixo ideológico.

    Joana Quelhas

    • Ernesto says:

      Fez dói dói com o 25 de Abril, foi?

      Tadinha da fascista. Até verti uma lágrima!

    • Paulo Marques says:

      “Resposta” é coisa que nem o Carlitos, nem a Joaninha sabem o que é, e acham que o insulto gratuito é argumento para dizerem coisas sem saber ler nem escrever.

    • POIS! says:

      Pois tá bem, ó Juanna Quwuwwelass!

      Um slogan para Vosselência:

      “Joanna Qwuellass, há 47 anos a encher o balde”.

      Cena dos próximos episódios:

      “Joanna Qwuellass, há 50 anos a encher o balde”.

  10. estevesayres says:

    E continuada; “Como toda a gente já percebeu as sanções à Rússia não passam de uma forma de fazer recair sobre o povo os custos da guerra em curso e da ocupação do nosso país pela NATO. Não importa as explicações que os especialistas de serviço dão para a actual subida exponencial dos preços se, na prática, o resultado final é uma nova distribuição da riqueza disponibilizada pelo trabalho em que só parasitas (capitalistas da indústria, da banca/seguros e terratenentes) beneficiam ao mesmo tempo que a vasta massa proletarizada do povo é atirada para a miséria e a fome. Em resumo, o que chamam de sanções à Rússia traduz-se unicamente por sofrimento para o Povo e aumento exponencial de lucros e rendas para o capital imperialista”!

  11. Nuno Silva says:

    Ou seja, pessoas livres têm de pensar e ter as opiniões do autor!

    Estamos conversados sobre o que é a Liberdade para estas pessoas!

    • Paulo Marques says:

      Mas havia dúvidas sobre o que escrevem os “independentes” do pasquim?

  12. Artur Silva says:

    Colossal palerma este autor haha

  13. Paulo Marques says:

    Vais assumir os teus valores, Osório?

    https://twitter.com/Youblacksoul/status/1505309631542931459

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