São liberais e não sabem

O mundo “livre” segundo a IL.

Vai caindo a máscara ao auto-denominado “primeiro partido liberal em Portugal”.

Depois da “frescura” que foi o aparecimento da IL no panorama político português, os neo-liberais do partido de Cotrim de Figueiredo vão mostrando que são, apenas, mais um partido liberal em Portugal. Neo-liberal, portanto.

Ser a favor da NATO e da presença de Portugal na organização bélica, ainda se aceita. É legítimo que argumentem que “é forma de defesa”, da mesma forma que é agora legítimo que Finlândia e Suécia decidam aderir à NATO por considerarem que a sua liberdade e autonomia estão em perigo. É questionável, mas legítimo. O que não é normal é inferir que a NATO em si representa o “mundo livre”.

Primeiro, porque Portugal aderiu à organização em 1949, estava o país sob o jugo fascista de Salazar e compinchas. Segundo, considerar a Turquia um sinónimo de “mundo livre” é abusar da confiança no populismo. Terceiro, ignorar que Hungria e Polónia têm projectos de poder anti-democráticos em curso só para louvar a máquina bélica que é a NATO, parece-me desonesto. Quarto, trocar a bandeira da Polónia pela da Indonésia atesta a maneira tosca como a IL vai dando tiros nos pés desde que elegeu um grupo parlamentar.

Escusado será falar dos EUA e de todos os crimes de guerra que já cometeu e do terceiro-mundismo que exibe dentro de portas.

Só posso concluir que Turquia, Hungria e Polónia são liberais e não sabem. Estudassem.

Comments

  1. Céus!!
    Eu que me considero LIBERAL estou absolutamente de acordo com o artigo de João L. Maio. Vá-se lá compreender as convicções políticas da Teresa Palmira Hoffbauer.

    • João L Maio says:

      Talvez a chave seja mesmo essa: a Teresa é, de facto, liberal. Já a I”L”…

      • Rui Naldinho says:

        Meus caros. A IL e o Chega são emanações vindas do PSD. Tal como o PSD era uma emanação da ala liberal do Marcelismo. Os actuais partidos à direita do PSD aparecem no espectro político português por uma simples razão. A impossibilidade dos súbditos de Cavaco e Passos Coelho regressarem ao poder nos tempos mais próximos. (Leiam o artigo do J. M. Júdice, no Expresso, a propósito da sucessão de Rui Rio). Se isso não tivesse acontecido, o Chega e a IL ficariam no patamar eleitoral do PPM ou coisa de género.
        Atenção que eu não dou grande crédito a esse comentador, do Expresso e SIC, um dos tubarões do regime. Mas vindo dele, até me deu vontade de rir.
        Dito isto, a IL e o Chega são projectos que competem no mesmo espaço do PSD. Se estes sobreviverem e crescerem, tenho dúvidas e espero que não, mas até pode acontecer, o PSD acabará por se tornar um partido irrelevante. E isso pode ser perigoso. As cópias são sempre pior que os originais.
        Há uma coisa que a maioria das pessoas ainda não percebeu. A Esquerda é e sempre foi maioritária no país. Só que esteve sempre muito fragmentada. Por vezes em mais de 10 partidos. Ainda agora temos a esquerda com 4 partidos e a direita 3. Excluo o PAN.
        O voto útil sempre funcionou no passado muito bem à direita e muito mal à esquerda. Muito por culpa de Soares e Guterres. Um maçom e outro católico.
        Houve uma inversão de pensamento no universo psicológico do eleitor português, muito por culpa da Troika. Quando o rol dos lixados aumenta, foi o que aconteceu com a classe média no tempo de Passos Coelho, alguns que sempre viveram numa espécie de negação de classe, percebem então de que lado estão no plano social.
        O que é a IL como estrutura política?
        Apenas e só o sector financeiro e o sector terciário qualificado do PSD. Enquanto no Chega até há desempregados e operários, polícias e militares, merceeiros e candongueiros, na IL só há financeiros e candidatos a tal, muitos deles vindos das universidades privadas.

    • Luís Lavoura says:

      A Iniciativa Liberal deveria deixar de fazer propaganda nas redes sociais. Tudo o que se põe nas redes sociais tem uma forte tendência a ser coisas em que nos podem queimar.

  2. Paulo Marques says:

    Eu fiquei com muitas dúvidas. O tal de “mundo livre” está descrito nos tratados, de forma a aplicar-se a Salazar e Erdogan? A Suíça e a Áustria não são livres? Afinal, Israel não faz parte do mundo livre? E o líder mudar de líder e adoptar o califado envangêlico, temos que ir atrás da moda? Funciona com os países com que temos direito a ter trocas, pelo menos. A liberdade inclui poder dizer que não?
    Tantas dúvidas…

  3. Capitalistas de todos os países: UNI-VOS.

  4. JgMenos says:

    O ‘mundo livre’.
    O rigor da cambada esquerdalha sobre os detalhes do que seja um ‘mundo livre’ só compara com ausência de detalhes com que tratam da caracterização de um outro mundo, quele que lhe justifica plenamente a designação.

    De órfãos soviéticos só há que esperar engano e cinismo.

    • João L. Maio says:

      De pé, ó vítimas do Menos
      De pé, famélico Menista
      Da ideia a chama de somenos
      A crosta bruta que o conquista!

  5. Ernesto says:

    “A mim parece-me bem.

    Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
    privatize-se a Capela Sistina,
    privatize-se o Pártenon,
    privatize-se o Nuno Gonçalves,
    privatize-se a Catedral de Chartres,
    privatize-se o Descimento da Cruz,
    de Antonio da Crestalcore,
    privatize-se o Pórtico da Glória
    de Santiago de Compostela,
    privatize-se a Cordilheira dos Andes,
    privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
    privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
    privatize-se a nuvem que passa,
    privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
    e de olhos abertos.

    E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
    privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
    a exploração deles a empresas privadas,
    mediante concurso internacional.
    Aí se encontra a salvação do mundo…

    E, já agora, privatize-se também
    a puta que os pariu a todos.”

  6. luis barreiro says:

    Os portugueses são mesmo burros, quando querem fugir e emigrar de Portugal escolhem sempre países maioritariamente de empresas capitalistas, deviam de construir um muro a proíbir pois são burros e não sabem que deviam de emigrar para países socialistas com empresas maioritariamente pertencentes do estado. arre burro.

    • Joana Quelhas says:

      Bem lembrado.
      Os nosso ideólogos do Socialismo/Comunismo estavam “exilados” onde ?
      Claro em Paris, frequentando as zonas chiques , aquilo e que era revolucionar, era sempre a abrir.
      E “revolucionários” nacionais assaltantes a bancos em vez de distribuírem o plim pela classe operaria também iam torra-lo para Paris.
      Para a Rússia iam os “belivers” como o desgraçado do Milhazes que lá passou tanta fome e frio que logo abandonou as ideias comunas.

      • POIS! says:

        Pois, mas ó Qwuwelhass,

        Fosse em Paris, fosse lá onde fosse, havia um problema: estavam exilados. Sem aspas. Exilados mesmo!

        Ou não estavam?

        Parece que isso, para Vosselência, é desprezível pormenor.

        A maioria, mal pôde, regressou e ficou por cá.

        É claro que Vosselência, como presidente do Clube de Fãs do Fardinha de Marujo nunca o desejou.

    • João L Maio says:

      O mundo ocidental é todo capitalista, até Portugal. Por muito que bonecos como o Barreiro ou o Queillas vivam numa ilusão “socialista” (pode ser doença vossa, não vou gozar), isso não muda o facto de víveres numa sociedade capitalista imposta pelo neo-liberalismo, principalmente desde a década de 80. Daí, a vossa lenga-lenga esquizofrénica não bate nada certo.

      https://youtu.be/f_KdPgIVuH4

      • Joana Quelhas says:

        Este “entreteiner” era mais de supositórios do que comprimidos…

        • João L Maio says:

          É o que lhe falta Joana. Se preferir, peça ao marido o dedo.

        • POIS! says:

          Pois tá bem, ó Quwellhass!

          E como é que Vosselência sabe? Foi entretida por ele?

          Só pode!

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