A vida das pessoas não está melhor, mas os cofres do escritório de Luís Montenegro estão muito melhores

Parafraseei a célebre – a socialmente sensível – frase de Luís Montenegro, que foi aquilo que me ocorreu quando descobri que o Banco de Fomento fez um ajuste directo de 100 mil euros com o escritório Sousa, Pinheiro e Montenegro. É que o eterno candidato a líder do PSD passa a vida a queixar-se do socialismo do PS, que é na verdade a social-democracia a que Montenegro diz pertencer, mas esse socialismo parece bastante generoso com os negócios do antigo deputado.

Se este ajuste directo fosse feito a uma empresa detida por um alto oficial do BE ou PCP, estaríamos, sem sombra de dúvida, perante o pagamento de um favor. Ou perante a compra de silêncio ou vassalagem. Neste caso, tratando-se de gente impoluta de direita, será, seguramente, uma questão mérito.

Para dissipar todas as dúvidas, um dos sócios do candidato a líder do PSD esclareceu que o ajuste directo foi contratualizado para áreas nas quais Montenegro não trabalha. Ufa, que alívio! Se assim é, toda e qualquer suspeita de eventual favorecimento dissipa-se de imediato. O facto de Montenegro ser um dos proprietários do escritório é irrelevante. Ora aqui está um excelente contributo retórico para o futuro do compadrio. Políticos de todo o mundo, anotai nas vossas sebentas!

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Gosto muito destas vedetas que andaram na faculdade a pastar sete e oito anos, aparecendo depois como “génios” em qualquer empresa do regime ou escritório de advogados que com eles fazem parceria.
    É verdade que nunca se pode estigmatizar um licenciado ou mestrado que andou aos soluços na academia, concluindo ainda assim o seu curso depois de alguns percalços. Há muita boa gente que se fez à vida, mesmo tendo um percurso académico aos solavancos, e fez carreira, mas daí a fazerem deles exemplos ou modelos profissionais, alto lá.
    Foi Passos Coelho pela mão de Angelo Correia, foi Miguel Relvas, pela não não sei de quem, mesmo sem ter curso, e este não foge à regra.
    Ainda me lembro do elogio feito pelo falecido António Borges, o tal a quem Passos Coelho pagava 25000 euros por mês, para ser consultor do governo em assuntos económicos, à figura de Ferro Rodrigues, um dos melhores alunos do seu curso. As palavras não são minhas. São dele. Mas isto nunca interessou à direita. O que interessava era inventar uma colagem à pedofilia como forma de o assassinar politicamente.
    Moral da História:
    O importante nunca foi seres o melhor. O importante sempre foi estares no lado certo. E o lado certo todos sabemos qual é.

  2. Joana Quelhas says:

    Mas estavam à espera de quê?
    Qual é a admiração ?
    Já não bastava a CGD, que já derreteu mais dinheiro do contribuinte que a soma do NB + Banif e ainda foram “criar” mais o Banco de Fomento.
    Era mesmo essencial…
    O Estado quando se mete a fazer bancos é no que dá.
    A actividade bancária devia ser proibida ao Estado. A actividade bancaria NÃO é uma nem deve ser actividade do Estado.
    Há 2 tipos de esquerdista.
    a) Aquele que pensa que o Estado deve possuir a Banca porque está numa posição da hierarquia do Estado que sairá beneficiado ,
    b) e há aquele que convencido pelo primeiro julga pensar que é fundamental o Estado assumir a actividade bancária, para desenvolver o pais blá, blá blá…. Este último é o que fica sempre admirado destas coisas acontecerem… Enfim…

    Joana Quelhas

    • Ernesto says:

      Foda-se!! Você lê as boçalidades que escreve? Então o Montenegro é de esquerda!?!?

      O problema é o Banco de Fomento?!?!?

      Bancos Privados são óptimos e recomendam-se??!!
      Porquê?!?!

    • José Peralta says:

      Joana Chaves

      “A actividade bancária devia ser proibida ao Estado. A actividade bancaria NÃO é uma nem deve ser actividade do Estado.”

      Pois não ! O Estado só deve existir, para pagar, com o dinheiro dos contribuintes, as “negociatas” que levam os Espíritos Santos, do nosso descontentamento” à falência, ainda por cima fraudulenta…

      Sim ! “A Banca” do Estado a fazer bancos…bláblábá…
      Mas convenhamos : A Joaninha, “a “travesti” do jgMenos (por onde anadará ele, agora ?) com a sua “bancária” sapiência, a tocar rabecão, não há sapateiro, (ou “esquerdista”) que se lhe compare…

    • Paulo Marques says:

      Prefere que lhe mandem a conta sem direito a voz. São escolhas.

    • Isto é ironia ou é mesmo lerdice??

  3. Abel Barreto says:

    Eu diria mais, o estado devia ser proibido.
    O estado é os esquerdistas, que, na verdade são uma e a mesma coisa.
    Mas bem (a)aventurados tempos que aí vêm, em que espécie será extinta e reinará a paz fiscal.

  4. Joana Quelhas says:

    Burrinhos todos os dias.
    Agora o Montenegro é de direita !
    Não há direita em Portugal.
    Recentemente apareceu o Chega que me parece ser parte conservador parte liberal clássico ( o que já não é mau).
    Para já o seu maior feito foi ter conseguido que fosse autorizado no nosso pais , falar abertamente no quanto o Socialismo arruína os países tanto no plano económico como no plano moral e ético.

    Joana Quelhas

    • POIS! says:

      Pois é!

      É por isso mesmo que o Quarto Pastorinho está a ficar completamente arruinado da cornadura!

      Vá lendo por aqui, que logo fica a saber:

      https://cheganos.com/

    • Paulo Marques says:

      Pois não, destruir os direitos laborais e criar rendas a monopólios não é direita, é castanho.

    • Maria Vieria, és tu?!

    • João Mendes says:

      O desespero evidente nos teus comentários diverte-me. A merda que debitas interessa-me pouco, mas adoro a forma como te pões em bicos de pés, desesperada por uma resposta, por sentir que a tua provocação barata tem efeito. Não tem, pequeno troll. Mas imagino a irritação, essa raiva acumulada que te leva a assinar com diferentes nomes, umas vezes homens, outras mulheres. És a drag queen da caixa de comentários, pequeno troll. Agora continua a guinchar, por favor, e nunca acabes, que eu divirto-me imenso a ver-te espumar 👌

  5. Eu sei onde isto foi combinado, vocês sabem onde isto foi combinado – até porque, desde o tempo do Marquês (com um intervalo entre 1828 e 1834, porque nem o Salazar se meteu com eles) que isto é tudo aí combinado, e assim vai ser, por este andar, até ao final dos tempos, e, se calhar, ainda bem (quem sou eu para discordar). A diferença é que eu achei péssimo haver um “Banco do Fomento” – porque era óbvia que só serviria para tachos e estas combinações – e vocês acharam lindamente. Agora, como diz o povo, “limpem as mãos à parede”.

    • Paulo Marques says:

      Um Banco do Fomento é uma péssima ideia porque essa é tarefa de um governo, ordenando ao banco central. O resto é fazer de conta que o mercado resolve sozinho e deixá-los meter ao bolso.

Trackbacks

  1. […] todo o caso, e a julgar pelo caso do contrato com o Banco de Fomento, sobre o qual aqui falei há dias, não vale a pena levantar ondas. Como muito bem explicou o seu sócio, algo que, seguramente, se […]

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