Jair Bolsonaro, o Donald Trump da Wish

Depois da tentativa de golpe de Estado nos EUA, dirigido por Donald Trump e pela sua corte de talibans neofascistas, é Jair Bolsonaro quem agora ensaia o método Bannon, antecipando a derrota eleitoral que todas as sondagens lhe atribuem. As críticas ao mesmo sistema eleitoral que fez Bolsonaro presidente são constantes, e cada vez mais agressivas, e parecem indicar a preparação de uma jogada idêntica à de Trump, baseada na alegação de fraude eleitoral, em caso de derrota. Já vimos este filme e vamos continuar a vê-lo. Estranho seria se um fascista respeitasse a democracia.

A extrema-direita tem sido isto. Desinformação, ameaças, violência e total desrespeito pela democracia e pelas suas instituições. E nem precisamos de ir ao outro lado do Atlântico, quando no seio da UE temos Orbán a fazer discursos abertamente xenófobos e Varsóvia a preparar-se para criminalizar, com penas de prisão, quem se atreva a fazer piadas sobre a Igreja Católica. Já não há armário que segure os Putins europeus.

Estranhamente, há quem veja nisto um equivalente ao chamado wokismo. Porque, para essas pessoas, as identidades de género, o “radicalismo” climático ou a cultura do cancelamento, como se ela não fosse transversal a toda a sociedade (já Cavaco tentou cancelar Saramago, na década de 90, mas na altura chamavam-lhe outra coisa), ameaçam a nossa segurança e o nosso modo de vida como golpes de Estado, milícias armadas ou ataques permanentes às instituições democráticas. É preciso combater esta narrativa, antes de seja tarde. Antes que os neofascistas engulam toda a direita democrática, como aconteceu na Hungria.

É igualmente importante que a direita democrática se afaste do populismo da extrema. Comparar Costa a Salazar, por muito que o PM nos repugne, não é só desonesto. É uma passadeira vermelha que estendem para o CH passar. Tal como apelidar liberais e conservadores de fascistas, outro erro cada vez mais comum, é empurrá-los para os braços dos extremistas. Caminhamos sobre gelo fino, com a graciosidade de um elefante numa loja de porcelanas. E a distopia está ao virar da esquina.

Comments

  1. Júlio Santos says:

    Quando a religião entra na política é um desastre e, lamentável mente a religião vence sempre. O melhor é a neutralidade, ou seja, estar de bem com Deus e com o Diabo.

    • Paulo Marques says:

      Infelizmente, a neutralidade costuma ser má para um número não desprezável de pessoas. Se o melhor possível é esse, que às vezes é, ao menos quem tem “valores democráticos” que o assuma, ou resta serem parvos ou passarem-se por parvos, e décadas depois acordam com credibilidade nula.

  2. Antonio Martinho Marques says:

    O melhor será fixar-nos neste comentário inserido no artigo:
    “(…)Antes que os neofascistas engulam toda a direita democrática, como aconteceu na Hungria.(…)

  3. JgMenos says:

    xe·no·fo·bi·a
    Aversão aos estrangeiros, ao que vem do estrangeiro ou ao que é estranho ou menos comum. = XENOFOBISMO

    A esquerdalhada tem esta questão por crítica por uma boa razão: quando lhes começam a faltar os tadinhos que justificam as suas ladaínhas, é-lhes essencial importá-los para as fazerem acreditar como justificadas!
    Os missionários iam até às suas terras de origem ‘fazer o bem’.
    A estes coirões ninguém os tira de ao pé das mamas e do seu papel de sacadores/distribuidores.

    • Paulo Marques says:

      Engraçado, quem tem tido falta de “tadinhos” é quem depois de fechar fronteiras diz que ninguém quer trabalhar. Queres ver que são burros para nem perceberem como funciona a economia que defendem?
      Quanto ao “bem” dos missionários, não faziam melhor que os gunas do Mont Pellerin.

  4. Anonimo says:

    Tenho azar, só conheço brasileiros fascistas… ou se calhar é o tal fenómeno bolha, aplicado à vida não virtual.

    Lula vencerá, Bolsonaro vai passar 4 anitos a meças com a justiça. Depois vira.

  5. José Ferreira says:

    só sectarismo, podiam disfarçar um pouco mais… vá faça lá um esforço…

  6. Joana Quelhas says:

    O Comuna mendes a ser Comuna!

    Joana Quelhas

    • João Mendes says:

      Adoro imaginar-te a chorar ódio, com os cantos da boca brancos de tanto espumar, enquanto me lês, religiosamente, todos os dias, pequena prostituta política. Dá me muito gozo, sabes?

    • POIS! says:

      Ora pois!

      Que perseguição a um homem tão santo, tão santo, tão santo, que já nem há posto para ele. Não poderá nunca ser menos que Apóstolo de Primeira Classe.

      Está em estudo, aliás, a sua adição á Última Ceia no lugar do Judas que, como é sabido, renunciou ao mandato após ter trocado o seu lugar de dirigente da Divina Agremiação por um de assessor de um partido pró-leãozadas (qual touro! Os romanos não faziam a coisa por menos).

      Bem cantou o Bolsoneiro Filho Flávio lá na sessão dominical da Igreja Universal do Reinado do Cagafogo:

      “A deus só venho pedir,
      Uma pequena pilantragem.
      Que ponha papai, sem demora,
      Em primeiro na sondagem.

      Se ganhar a eleição,
      Será milagre de Fátima.
      Se perder, foi o demónio
      Que se infiltrou na máquina”.

  7. estevesayres says:

    Todas as seitas religiosa tem o seu Deus…,por esse motivo é que eu sou ateu…

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