O governo rumou em força para Castelo Branco, para um Conselho de Ministros descentralizado e umas quantas cerimónias relacionadas com o PRR.
Para a tropa de choque do regime na comunicação social, como foi o caso de Inês de Medeiros na TSF, isto aproxima a política dos cidadãos.
Nada mais falso.
A população não entra no Conselho de Ministros nem nas cerimónias restritas e cronometradas de networking político-empresarial. Não almoça nos mesmos restaurantes, não passa a barreira de seguranças e, sobretudo, tem mais o que fazer.
Até porque alguém tem que trabalhar.
Portugal é uma partidocracia bem vedada e inacessível ao comum mortal. Centralizada, elitista e fechada sobre si mesma. Aproximar a política dos cidadãos é dar-lhes mais poder, representatividade e envolver a sociedade civil nos processos de decisão. E a classe política dominante, meus caros, não está para aí virada.
Os políticos de Lisboa gostam de visitar a província. Tipo escapadinha. Boa gente, sabem receber, boa gastronomia, dá para fazer umas caminhadas, ver monumentos. Tal como o lisboeta comum, o Portugal rural tem o seu quê de apelativo, parecido ao exotismo de umas férias em África.
Politicos de Lisboa? Que eu saiba, os que nasceram em Lisboa são muito poucos… quase nenhum. Vieram de muitos outros locais do país. Lisboa tem muitos defeitos, ser a “mãe” de todos os politicos não será um deles de certeza…
Ninguém disse que nasceram em Lisboa.
(mãe não é quem pariu, é quem cria)
(sim, muitos deles até “residem” nas berças… para efeitos de subsídio de deslocação)
Ha!!!!! Já percebi. Portugal é o que é por causa de Lisboa. Fácil, metemos Lisboa à venda ou afundamos, que até tem o Tejo e o Atlântico ali ao lado, é fácil. Claro que o resto do país é impoluto, simplesmente perfeito.
E já agora, que eu saiba, os politicos “de Lisboa” chegaram cá já todos “criados”.
Portugal? Há quem faça deslocações para ir falar com quem trabalha, faz favor, para o comentariado e demais centristas radicais afirmarem que isso não interessa nada face a garantir que os ucranianos morrem para que tudo fique como está, assim.
Seja feita a vossa vontade, portanto.
“Aproximar a política dos cidadãos é dar-lhes mais poder, representatividade e envolver a sociedade civil nos processos de decisão.” É só isto que importa.