Para quem não gosta da Greta…

 

Os ataques a Greta Thunberg são virulentos e baixos, disparam em todas as direcções. Para quem se incomoda com ela e prefira ouvir a mesma mensagem por uma rapariga alemã mais bem-apresentada, aqui fica ela, Luisa Neubauer. Companheira de Greta e de muitas outras. Fala-nos dos contos de fadas que nos contam e termina:

“Esse novo amanhã não será à medida daqueles que nos conduziram a este caos e em quem não temos razão para confiar e que querem sentar-se à mesma mesa que nós, mas que nunca se sentarão ao nosso lado. Mas será construído para todos os outros, colocará as pessoas acima dos lucros e as vidas acima dos combustíveis fósseis. Será justo e seguro, por fim. Por isso eu diria, mãos ao trabalho.”

Não é novo, mas é sempre bom ouvir. E querer acreditar que David conseguirá vencer Golias. Olhando em volta, não temos razões para pensar que isso será provável. Mas não desistir faz parte da remota (im)possibilidade. E empresta sentido.

Comments

  1. João Mendes says:

    Excelente, Ana! Obrigado 🙂

  2. Ana Moreno says:

    Obrigada João, força aí!

  3. Anonimo says:

    Todos os jovens se acham mais inteligentes e aptos que os ultrapassados adultos. Vão fazer melhor. A Greta não é excepção.
    Acho muito bem que tenha consciência social e ecológica, não lhe reconheço é competência técnica ou cognitiva para seguir a Sua palavra.
    O seu discurso de jovem zangada não destoa tanto do angry old man.
    Ao que parece só há dois grupos, o do ódio pela rapariga, e os do culto messiânico.

    • Paulo Marques says:

      É uma duologia que não existe, os “adultos” simplesmente não estão para aí virados.

      • Anonimo says:

        Assumindo que todos os jovens eventualmente chegam a adultos (não sei se a fluidez de género também se aplica à idade) isso pode ser um problema para a Humanidade…

        • Paulo Marques says:

          A falta de acesso à propriedade, quando não à comida, promete tempos diferentes do que a crença cega na tal de democracia neoliberal. Só têm mesmo a perder.
          Isso e, eventualmente, também no ocidente uma grande cidade vai ser devastada, talvez até inabitável por falta de acesso a água ou uma cheia que invada o lixo tóxico enterrado, e a coisa vai piar fino.

          • Anonimo says:

            Espero as soluções e alternativas. As tecnológicas e as sociais.
            As primeiras passarão por substituir os combustíveis fosseis e motores de combustão interna por alternativas ecológicas (é uma questão de desenvolver a tecnologia, fácil, basta estalar os dedos e ter boa vontade), bem como substituir o actual modelo de economia extractiva por outro realmente sustentável.
            As segundas por mudanças no estilo de vida e modelo de sociedade, reduzir viagens aéreas (adeus férias), transporte por barco (adeus bananas), produção (adeus novo IPhone, aquela coisa a que os jovens não ligam, mas que os velhos adoram), consumo de energia (adeus casa aquecida e portátil ligado à corrente 24h/dia), e aí por diante.
            Não sei quais delas conseguirá a Greta implementar, depende se vier a ser engenheira ou cientista social.

          • Paulo Marques says:

            A Greta não implementa nenhuma, porque não tem poder para coisa nenhuma, foi só útil para se fazer de conta que se vai resolver.
            Mas não só o automóvel não é viável, como há alternativas para as viagens e eficiências muito grandes a ganhar no aquecimento. Perto disso, o portátil são peanuts.

          • Anonimo says:

            A Greta vai ser só bla bla bla?

          • Paulo Marques says:

            Vai trabalhar para comer, como a maior parte das pessoas. Em quê, nem sei, nem me interessa, quem acredita em seres mitologicamente perfeitos não sou eu.

  4. Luís Lavoura says:

    É bastante mais bonita que a Greta, mas não tenho a certeza de que as suas ideias sejam melhores que as dela.
    Vale a pena ler o último livro de Václav Smil (“Como o mundo realmente funciona”, acho que é esse o título) para nos convencermos de que o mundo não pode, mesmo, funcionar sem combustíveis fósseis.

    • Tuga says:

      “o mundo não pode, mesmo, funcionar sem combustíveis fósseis.”

      Accionista da Galp ?

      Ou será da BP ?

      Compreendo perfeitamente

    • Paulo Marques says:

      A sociedade moderna como existe não pode funcionar sem combustíveis fósseis, não. Mas também não pode funcionar com secas piores que o ano passado, ou quando as inundações forem também constantes, ou com dias seguidos de 40º à sombra e 30º à noite, a contínua destruição de espécies de animais e insectos com interacções que mal se conhecem, e por aí fora.
      Se calhar podia-se aproveitar a abundância para utilizar os recursos para depender cada vez menos, com tempo e planeamento, invés de gastar muito mais para lidar com os danos e abandonar comunidades… e países que queremos conquistar ou lá o que é.

      • Anonimo says:

        Secas e inundações, esses eventos inventados pelo Homem.
        Curioso, tanto activismo, não se vê muita luta contra o comércio de animais, nem para abolir os animais selvagens como sendo de estimação. Até porque muitas das espécies invasivas são consequência desse comércio.
        No fim tudo se resume a isto “any criticism of personal consumption distracts from larger structural and political issues”

        • Paulo Marques says:

          Como, não se vê? Até há criticismo às vacas na Nova Zelândia, cuja economia depende absolutamente delas. Não é do dia para a noite.
          E, pela enésima vez, não é questão de existirem, é a frequência e a intensidade que já sugam um balúrdio de recursos em mitigação e recuperação; e, economicamente, tal como as ditas vacas a serem substituídas por produção em laboratório, até a competitividade tem os dias contados e será mais outro custo.

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