Carlos e Céline

Moedas, depois de ter sido criticado por Marcelo pelas declarações xenófobas, diz que não aceita lições de ninguém por estar casado com uma imigrante e por ele próprio ter sido emigrante. Se o lugar de fala fosse salvo conduto não haveria mulheres a fazer o jogo do patriarcado, negros em partidos racistas, LGBTQI+ a defender Israel ou pobres a votar nos ricos. Moedas não nos conta mas sabe que apesar do seu fausto liberalismo está disposto a governar com os novos fascistas e é por isso já lhe foge a boca para a xenofobia.

Moedas emigrou para a Goldman Sachs e a sua esposa não chegou de jangada para administrar os CTT. O casal Moedas devia retratar-se por se equivaler a algumas das histórias mais corajosas que a humanidade produziu, às costas de quem se atira ao mundo sem mais do que a força de vontade que gera o desespero. Há paralelos inaceitáveis, mesmo para um liberal que está a aquecer numa Câmara para vir governar o país numa coligação com as botas cardadas do Chega e do Ventura.

Comments

  1. Carlos Almeida says:

    Muito bem

  2. estevesayres says:

    Excelente texto, não tenho mais nada a comentar…

  3. Luís Lavoura says:

    Moedas não fez declarações xenófobas nenhumas. Ele disse que os imigrantes só deveriam poder vir para cá desde que na posse de um contrato de trabalho. Isso não é xenofobia. Teoricamente, a lei é mesmo assim como Moedas disse: os imigrantes deveriam arranjar trabalho primeiro, e somente depois vir para cá.
    Quem fez declarações menos próprias foi Montenegro, o qual pretendeu colocar entraves culturais à imigração. Montenegro pretendia que só pessoas culturalmente semelhantes aos portugueses pudessem imigrar para cá.
    Moedas, pelo contrário, que é casado com uma mulher de uma cultura diferente, não pode concordar com Montenegro.

    • Paulo Marques says:

      A menos que sejam nómadas digitais ou oligarcas a lavar dinheiro, perdão, a investir na propriedade, aí não precisam de contracto de trabalho.

      • Anonimo says:

        Detecto certa xenofobia contra os nómadas digitais.
        Isso e os c que o balio perdeu.

        • Paulo Marques says:

          Detecto um certo oportunismo político. Isso e fé em leis em situação dúbia.

    • Carlos Almeida says:

      ~”Teoricamente, a lei é mesmo assim como Moedas disse: os imigrantes deveriam arranjar trabalho primeiro, e somente depois vir para cá.”

      Teoricamente. Mas qualquer pessoa que tenha passado pela emigração em França, nos anos 60/70 sabe que antes da autorização de trabalho (permis de travail) era sempre necessário ter uma autorização de permanência (permis de séjour).
      Isto era o que os Estado Francês exigia aos nosso emigrantes e o que se passa agora em Portugal. Bem basta a complicação e corrupção com as autorizações de estadia com os batas pretas metidos no negocio das marcações das entrevistas no SEF.

      Agora que os “liberocas” queiram fazer ás pessoas que nos procuram para trabalhar porque em Portugal e em toda a Europa há falta de mão de obra, o contrario que foi feito aos nossos há 50 anos em França, revela bem o estofo moral dessa gentinha. Aprendiam muito se falassem com os Portugueses que nos anos 60 e 70 foram muitas vezes a salto, trabalhar para França
      Conhecer as historias do nosso povo, seria bom,

      PS: Nem sei que tipo de emigrante o Moedas foi, mas de certeza que não passou a salto e viveu nos bidon ville

      A bem da Nação

      • Tuga says:

        Alguns que aqui escrevem, não sabem o que se passou nos anos 80/90 em Portugal, quanto mais nos anos 60/70 em França com a emigração portuguesa

  4. Paulo Marques says:

    Moedas não pode ser emigrante, que o capital não tem nacionalidade e os facilitadores muito menos.
    Entretanto, qual o primeiro país a enviar ajuda para a Síria não ocupada, a ver se têm menos razões para fugir para cá? Tá tudo consistente, sem dúvida.

  5. Noddy says:

    No dia em que o Presidente Marcelo cantou “Impressões Digitais dos GNR” ao vivo para todo o país ouvir, “Sinto-te uma fotocópia prefiro o original, Edição revista e aumentada cordão umbilical, Exclusivo a morder a página em papel jornal”, Carlos Moedas diz que como fez o Erasmus em Paris, um MBA em Boston, e trabalhou na Goldman Sachs em Londres, não aceita lições de ninguém em como apanhar mirtilos e framboesas em Odemira, trabalhar na cozinha de um restaurante na cidade da moda, Lisboa, fazer entregas Glovo e Uber, ou trabalhar nas obras ao dia, apalavrado para sub empreiteiros. E não o apoquentem muito sobre travessias do Mediterrâneo que ele próprio já fez vários cruzeiros pela costa de Itália, Grécia e Malta.

    In Der Terrorist

  6. JgMenos says:

    Só os tadinhos merecem crédito.
    Tudo o mais é de desconfiar.

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